Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra

Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra Mia Couto




Resenhas - Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra


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Tati Vidal 31/03/2020

A morte é a cicatriz de uma ferida nunca havida
Me indicaram muitas vezes o Mia Couto, mas me indicaram de forma errada. Falavam que era legal, que era envolvente. Mas me esqueceram de falar que era mágico. Falar que era um bom escritor africano é pouco. Parecia que a única coisa legal sobre ele era nacionalidade.

E por causa das poucas informações, eu enrolei pra ler. Enrolei pra começar e como me arrependo.

Mia couto escreve com magia nas mãos, ele tece as palavras fazendo a história e os textos serem tão importantes juntos. Anotei algumas palavras pra guardar no coração. Tão bonita que eram. Gravei a história na memória pra poder descrever pra outras pessoas.

Marianinho é chamado a sua ilha pra velar seu avô a beira da morte, e ali como por encantamento ele descobre segredo de sua família. De sua terra. De si mesmo. Segredos esses tão bem amarrados que não conseguimos perceber até nos abraçar, mas eles são apenas segredos. Naturais.

Leia com uma caneta na mão, anotando tudo. ??
Rodrigo 31/03/2020minha estante
Fiquei tentado! rs


Tati Vidal 31/03/2020minha estante
Se curte realismo fantástico, vai curtir bastante. Não é um livro comum. É um livro cheio de palavras diferentes, cheio de feitiços, mistérios. É curtinho e gostoso de ler


Rodrigo 31/03/2020minha estante
Que legal! Vlw a indicação


Alê | @alexandrejjr 10/05/2020minha estante
Linda a tua resenha!


Tati Vidal 14/05/2020minha estante
Obrigada ?




Aninha 02/08/2013

Poesia, lirismo e muitas alegorias
"A vontade é de chorar. Mas não tenho idade nem ombro onde escoar tristezas." (página 18)

Fui apresentada à obra de Mia Couto por um querido amigo, há quase 3 anos e me encantei por sua sensibilidade.

Esse autor moçambicano fala dos brancos e pretos, da terra e da cidade, do pobre e do rico, da vida e da morte. Aqui não é diferente: o jovem Mariano é chamado a voltar para a Ilha de Luar-do-Chão para dirigir a cerimônia fúnebre de seu avô, Dito Mariano. Morando na cidade, agora se sente um estranho em sua própria terra e família.

O médico do avô - o indiano Amílcar Mascarenha - , por sua vez, não consegue precisar se Dito está mesmo morto e, quando o neto chega na casa, entende que sua principal missão não é enterrar o avô, mas trazer ordem e paz à Nyumba-Kaya (seu lar).

"...quem parte de um lugar tão pequeno, mesmo que volte, nunca retorna."

Personagens marcantes carregam suas histórias e viajamos junto com eles: dona Miserinha (a negra gorda que enxerga sombras), Curozero Muando (o único coveiro da ilha), padre Nunes (que permite com que um burro viva dentro da igreja), tia Admirança, tio Abstinêncio, tio Ultímio, pai Fulano Malta, vó Dulcineusa. Não são apenas nomes estranhos e curiosos, mas representam pessoas com seus segredos, sonhos, amores e dores.

"Era ela [ a cega Miserinha ] que estava vendo sombras? Ou seriam os demais que já nada enxergam, dentro dessa cegueira que é deixarmos de sofrer pelos outros?"

Poesia, lirismo e muitas alegorias estão presentes do começo ao fim, assim como em O Outro pé da Sereia, que foi o primeiro livro que li de Mia.

Excelente dia de leitura para as férias!

site: http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com.br/2013/07/um-rio-chamado-tempo-uma-casa-chamada.html
Renata CCS 07/11/2013minha estante
Boa resenha! Recebi boas indicações deste livro.


Kelly Lopes 03/06/2017minha estante
Amei a resenha. ?


Aninha 09/06/2017minha estante
Que bom, Kelly!
Um abraço!




DIRCE 26/01/2012

Você já leu Mia Couto?
Talvez seja um pouco precipitado colocar entre os autores preferidos, um autor de quem se leu apenas um livro, porém,"Um Rio Chamado Tempo Uma Casa Chamada Terra" me encantou sobremaneira,não me deixando outra opção.
Confesso que tudo o que eu sabia sobre Moçambique era que se tratava de um país da África Negra, e , apesar do encantamento ter tomado conta de mim logo no primeiro capítulo, dei uma pausa na leitura e fiz uma busca no Google. Fiquei sabendo que Moçambique, dentre outros, fazia parte colônia e província ultramarina de Portugal, e teve a sua independência em 25 de junho de 1975, mas , pelo que entendi, saíram da frigideira para acabarem no fogo, haja vista que amargaram um guerra cível de 16 anos (1976 e 1992).
Um pouco mais preparada,retomei a leitura. Por meio dos 22 capítulos, me deixei embalar pela escrita poética de Mia Couto, e, quando me dei conta, estava na fictícia Luar do Sertão : Terra de Marianinho, o jovem que, ao retornar à sua terra natal, vai sendo " manipulado", de forma que lhe fosse possível desvendar os segredos familiares, permitindo que as almas atormentadas do clã do velho Mariano, alcançassem a redenção.
"Um Rio Chamado Tempo Uma Casa Chamada Terra" é um livro apaixonante se lido com os olhos da alma. É um livro carregado de palavras que me pareceram neologismos, digo "me pareceram" porque podem ser palavras usadas habitualmente em Portugal, porém, por desconhecê-las e estranhá-las, me soaram como tal , e... , elas, me fizeram lembrar a escrita roseana ( Seria Mia Couto discípulo de G. Rosas. Sim eu sei: sei que os leitores letrados que, por ventura, lerem esse meu comentário acharão que estou delirando). Não é um livro difícil de ler como os de G. Rosas , muito pelo contrário, é um livro gostoso de ler e fácil de entender( ainda que surreal), e muitas frases nele contidas provocam risos.
Um outro ponto comum que achei entre G. Rosas e Mia Couto é o sentido que eles dão a terra: para ambos ela vai muito além local onde se nasceu - ela representa o povo, seus folclores, suas crenças, suas lendas , e, já que estou sendo acometida por um delírio, ouso dizer que, para ambos, ela representa a vida .
Nâo quero me alongar mais, porém, tenho que dizer que em cada capítulo tem uma citação - quase sempre uma fala da personagem tratada no capítulo - que dá um sabor especial à leitura.
Já devo ter tido que tenho muito receio em indicar livros, mas esse livro de Mia Couto me obrigou a perguntar: Você já leu Mia Couto? Não? Então leia " Um Rio Chamado Tempo Uma Casa Chamada Terra"- um livro com direito a 5 estrelas, que irá figurar entre os meus favoritos, e que, por um bom tempo , eu o carregarei na minha bolsa para que ele possa abreviar possíveis esperas( chato esperar, não?)

Em tempo: Penso que de todos os capítulos aquele que mais gostei foi o dedicado a Miserinha, principalmente das suas falas, umas engraçadas como a resposta que ela dá a Marianinho :
- Miserinha?
- Sou quase eu, Miserinha Botão ( pág. 135)

Já outras... ( tire sua conclusão)
Solteira, chorei.
Casada, já nem prato. tive
Viúva a lágrima teve saudades de mim.(pág. 133)
Vinni 15/09/2012minha estante
Sim, Mia é um "discípulo" de Guimarães Rosa =]


Zildinha 01/11/2020minha estante
Entrei rio e casa finíssimos fios de delicadeza que encanta o leitor




Eduardo 03/01/2013

Tal qual Gabriel Garcia Marques em Cem Anos de Solidão, Mia Couto viaja por um mundo irreal, ilusório, onde somente o autor pode dizer onde quis chegar. Em minha opinião, tal qual a história de A Roupa Nova do Rei... O REI ESTÁ NÚ!!! (Vejo muitos babando ovo para esses dois escritores, e não entendo o porquê! Prá quem gosta é um prato cheio.)
Flávia 22/03/2016minha estante
Já a academia de letras entende bem o porquê...


Sylvinha 24/09/2017minha estante
De uma resenha, esperamos que se fale da obra, não do quanto não entende sobre "babarem ovo" do autor. Se você não gosta, atenha-se a resenhar sobre o conteúdo que leu, assim, ajuda outros leitores.




Thais.Carvalho 13/08/2022

Uma leitura fluida como um rio. No decorrer da história vamos conhecendo mais as personagens, os segredos da família. Vai acontecendo um resgate das memórias e também do presente.
DANILÃO1505 14/08/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Alan Cedraz 18/08/2023

Esse é o segundo livro que li de Mia Couto (O primeiro foi Confissões de uma Loba), e confesso que ansiava em retornar ao seu mundo literário, dado ao impacto que o contato anterior tinha-me causado? no entanto, apesar do começo promissor do livro, achei seu desenrolar um tanto decepcionante? apesar de ter gostado do modo como ele trata a questão do avançar do capital sobre os territórios da tradição e memória e de possuir frases e trechos lindamente escritos, causou-me estranheza algumas ações e reações (ou até a falta delas) do protagonista? enfim, espero que o próximo encontro me traga de volta o encanto que nutria por Mia!
Icaro 14/09/2023minha estante
Perfeito!




Paulinha 21/12/2023

Não foi pra mim
Eu e essa leitura não estivemos sincronizados, não gostei, não deu certo
Achei que foi passado muito pano pra um abusador que traiu e só trouxe sofrimento para a esposa, espancou a amante até ela ficar louca e cega, engravidou a outra a amante, não assumiu o filho e fez ela doar.
Enfim, um embuste que só fez todos ao redor sofrer e na hora da morte quer o perdão e ficar "limpo"
Gi 21/02/2024minha estante
Amei o seu comentário! Estava achando a mesma coisa do livro mas vi a nota tão alta e tanta gente elogiando q achei que eu que estava lendo errado - além de estar sendo uma leitura chata e massante. Agora já posso abandonar o livro com mais tranquilidade hahahahahaha e seguir com a minha meta de leitura




Erica.Regiani 25/03/2023

Quem já leu Mia sabe que às vezes faltam adjetivos para descrever seus livros e sua escrita!

Este em específico conta a história de Marianinho, um jovem universitário que volta da cidade para sua aldeia na ilha de Luar-do-Chão em Moçambique.

O seu avô chamado Dito Mariano está num estado de quase morto, e Marianinho fica encarregado de realizar as cerimônias fúnebres.

Durante toda sua estadia, Mariano vai descobrindo os segredos de sua família; como morreu sua mãe, quem é seu verdadeiro pai, as traições, enfim, todas as "tretas" que envolvem seus familiares e alguns outros personagens da ilha.
Personagens estes que recebem nomes curiosíssimos: Ultímio, Miserinha, Mariavilhosa, Dulcineusa, Admirança, Abstinêncio, dentre outros.

A escrita lírica de Mia me envolve sempre. Essa cena de amor em especial em encantou.

"Ela sentia o seu arrepio como se mudasse de estado, em vias de ser redesenhada. As mãos dele a derretiam, fogo liquescendo o ferro. Como se o coração fosse comido pela própria concavidade do peito, noite minguando a lua."
Katia Rodrigues 25/03/2023minha estante
Concordo! Amo mais e mais a escrita do Mia a cada livro q leio dele.




Daniel.Chagas 05/10/2017

A morte e a vida
Um romance bastante sensível. A medida que avança a sensação é de ir submergindo na alma dos personagens, que são gente bastante simples e humilde. Pra quem gosta dos velhinhos nossos de todo dia, avós, avôs, ou mesmo esses que se vê passar, a leitura pode ser bem tocante e também agradável. O universo deste livro é o dos velhos, mesmo os personagens que não estão na terceira idade passam uma velhice, uma vida desgastada pelo tempo. Em alguns momentos me lembrou algumas obras únicas +/- nesse viés, como o filme Amour, do Haneke; Era uma vez em Tóquio, do Yasujiro Ozu; ou o romance Memorias de Minhas Putas Tristes, do Márquez.

O personagem narrador regressa à sua terra natal Luar-do-Chão por causa da morte de seu avô. Vindo da cidade tudo é muito estranho lá. Um lugar separado da civilização por um rio, esquecido pelo tempo. Lá o menor dos acontecimentos importa, e os maiores também. Na cidade há crimes, mortes e desgraças todos os dias, mas ninguém se importa. Nessa ilha abastada porém, é o oposto, o que há de mais humano sobrevive.

Luar-do-Chão é um lugar pequeno e triste, mas é ao mesmo tão mágico, tão cheio de vida e mistérios. Lá a superstição nao existe, pois tudo que poderia ser superstição é visto de forma natural. Os encantamentos brotam do chão. E com essa estranheza nosso personagem Mariano é obrigado a conviver e reaprender. De encontro com seu passado e com o passado de seus parentes, Mariano vai redescobrindo uma vida de tradições, descobrindo sua propria história e de sua família. Nesse aprendizado percebe ele, e o leitor, que a vida e a morte se confundem a todo instante, e os antepassados nunca morrerão enquanto seus filhos, netos, ainda viverem.
Barbara.Debacco 21/03/2018minha estante
Own




Claudia Furtado 01/08/2009

Um romance chamado uma poesia.
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uyara 29/03/2010

etnico e poetico.
A cultura africana emana de cada página. Mitos e crenças populares muito diferentes das que enfrentamos em nosso mundo ocidental modernizado. Adorei e recomendo.
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Nay 13/10/2010

Maravilhoso.
Poético, cultural e ético. Primeiramente é uma poesia escrita em prosa. Além de nos passar um conhecimento novo sobre a cultura de uma etnia africana, mostrando seus costumes e suas crenças. E não deixa de revigorar o valor do amor que é primordial para união de uma família.
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Tito 16/04/2011

Luar-do-Chão, terra de sonhos e assombros.
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Hannah Jook 30/09/2011

Sencaional!! a cada página o leitor ém surpreendido, a historia se desenrola deliciosamente e as historias das personagens, são sem duvida, marcante e servem para refelxão...quem somos?
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Symone 03/05/2012

Frases principais:

" O amor nos pune de modo tão brando que acreditamos que estamos sendo acariciados."

" O velho Mariano falou argumentando tudo por extenso. Que o mundo não mudaria por disparo. A mudança requeria outras pólvoras, dessas que explodem tão manso dentro de nós que se revelam apenas por um imperceptível pestanejar do pensamento.

""- Não basta que seja justa e pura a nossa causa. É preciso que a pureza e a justiça existam dentro de nós.""

" Eis a diferença:
os que antes morriam de fome passaram a morrer por falta de comida"

" O bom do caminho é haver volta.
Para ida sem vinda basta o tempo.

" O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora".


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