Laís Helena 20/04/2015
Resenha do blog "Sonhos, Imaginação & Fantasia"
Lara Muller é uma garota comum que mora no Rio de Janeiro e está para terminar o ensino médio. Tudo que deseja é estudar em uma boa faculdade e conseguir um bom emprego para sustentar a família. Entretanto, suas perspectivas mudam quando ela ouve falar da Instituição para Jovens Prodígios, uma espécie de escola localizada na Inglaterra e que apenas admite os mais inteligentes alunos do mundo todo.
Depois de passar na prova de admissão, Lara passa meses se preparando para partir para a Inglaterra e para a Instituição que mais se parece com um castelo. Chegando lá, matricula-se em suas aulas, conhece novos amigos. Porém, em meio a isso, coisas começam a acontecer: logo em sua primeira noite ela se depara com um pombo em sua janela, e este parece falar com ela.
A trama é bastante simples e no início chama a atenção do leitor, fazendo-o se perguntar o que a autora tem para nos oferecer em uma misteriosa instituição na Inglaterra. Porém, o livro já está quase na metade quando Lara chega à Instituição, e antes disso o leitor se depara com páginas e mais páginas explicando a preparação da protagonista para a grande viagem e sua despedida dos poucos amigos, da família e de um quase namorado. Apesar de o livro ser curto, esses trechos podiam ter sido condensados em menos páginas para que houvesse mais espaço para trabalhar a estadia de Lara na Instituição.
Depois que ela chega à Instituição, é contada sua rotina de aulas e como ela se adapta, fazendo amigos e inimigos, porém a história em diversos momentos parece não sair disso. As únicas coisas que inquietam a protagonista é o aparecimento do pombo que fala em sua mente e sua suspeita em relação ao verdadeiro objetivo da Instituição ao abrir as portas aos estudantes gratuitamente e obrigá-los a permanecer durante ao menos três anos. Todavia, essas questões parecem se perder em meio à descrição do novo cotidiano de Lara, sendo exploradas de modo superficial.
Outro ponto que me incomodou foi a ambientação. Há descrição e em nenhum momento o leitor se confunde sobre onde os personagens estão agindo, mas não são apresentados ao leitor sensações, como cheiros, gostos, tato, ou que tipos de sentimentos determinados locais ou pessoas passam aos personagens. Isso fez com que em nenhum momento eu me sentisse transportada para as páginas. Também senti um ar de inverossimilhança. Não sei o quanto a autora pesquisou sobre a Inglaterra para ambientar sua história, mas a ideia de uma escola moderna com formato de castelo não me pareceu muito convincente. Talvez um pouco mais de detalhamento na caracterização do ambiente teria tornado tudo mais palpável.
A história tinha poucos personagens, porém a trama fracamente trabalhada pareceu não abrir muitas oportunidades para que suas personalidades fossem mostradas. Por esse motivo, nenhum em especial pareceu se destacar, nem mesmo a protagonista. São simplesmente adolescentes preocupados com suas aulas, sem grandes sonhos, sem anseios.
O final chega com a grande revelação — a resolução do mistério que foi mencionado ao longo do livro — mas não há propriamente um clímax, o que deu ao livro um ar inacabado, mesmo para um livro que é o primeiro de uma série. Algumas coisas são deixadas no ar, para serem trabalhadas no segundo volume, mas ainda assim o livro deixou a impressão de ter sido mal planejado.
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