Evelyn84 24/02/2024
Os três pilares
Confesso que estava bastante ansiosa para escrever sobre esse livro. Há muitos pontos a serem discutidos e explorados com bastante cuidado e gentileza.
O autor falha em algumas discussões, as vezes parece que a mulher precisa ser perfeita, e isso tem um peso muito grande pois são palavras escritas do ponto de vista de um homem.
Mas ainda assim ele consegue ser muito sensível a questões que, pessoalmente, me fizeram refletir e marcaram minha vida. Eu acredito que Deus queria que eu lesse esse livro justamente nesse momento da minha história em que estou lidando com questões emocionais.
O autor traz alguns versículos fora do contexto, e apesar da sua escrita romantizada e poética sobre praticamente tudo que escreve, ele devaneia muito repetindo muitos tópicos que já foram explorados, ou não explorando tópicos que eu desejava ler mais.
De qualquer forma, aqui está um resumo do que aprendi nos pontos mais marcantes:
1. O amor próprio - O autor traz esse tema importantíssimo enfatizando os seguintes aspectos: se você não se valorizar permitirá que qualquer pessoa entre na sua vida e te trate de qualquer jeito. Sei que é um tópico polêmico, no entanto, foi muito importante e profundo para mim. Quantas mulheres estão em relacionamentos conflituosos justamente por não entederem o seu valor? Quantas vezes eu mesma permiti isso na minha vida?
Quando o autor enfatiza o "ser uma mulher automotivada" me faz lembrar de quantas vezes depositei no outro a responsabilidade de cuidar de mim e de me motivar a ser melhor. Mas é dura a verdade: o outro não tem dever algum de fazer isso por mim.
Isso permite um relacionamento mais leve. Imagine se o seu parceiro precisar ser a principal razão do seu auto estima, da sua alegria, da sua autoconfiança? Que peso ele irá carregar. Vai ser exaustivo.
Isso me trouxe a memória de quantas vezes o meu ex companheiro se sentia esgotado e chateado de tentar me fazer sentir amada mais do que era sua responsabilidade, pois eu não conseguia amar a mim mesma e o cobrava por isso.
Dentro desse tópico o autor falar do tempo de autocuidado, investir em si mesma não é vaidade. E você começa a entender isso quando olha para si mesma e vê uma mulher cansada e focada apenas nos outros. Como vou servir o meu marido e minha família se eu não estiver bem comigo mesma? Afinal, o próprio Deus ensina que devemos amar o próximo como a nós mesmo. Que tipo de amor eu irei entregar para os outros se não entrego a mim mesma?
2. Carência emocional - A falta do amor próprio nos deixa carentes, e então tentamos buscar no outro o que nos falta. Acabamos perdendo o filtro na hora de escolher as pessoas que entrarão na nossa vida, justamente porque desejamos tanto alguém para suprir essa falta, que aceitamos qualquer coisa. Isso falou tanto ao meu coração.
Eu consigo visualizar uma pessoa sendo muito bem resolvida consigo mesmo, firme em seus valores, reconhecendo a si mesma como uma mulher boa, com qualidades e defeitos, entendendo o que realmente merece. Em resumo, a primeira parte do livro enfatiza justamente isso.
3. Traumas - O autor toca em pontos fortissímos sobre os traumas da infância e como isso afeta nossos relacionamentos. Ele fala sobre o estupro, sobre a violência doméstica, a falta do carinho, proteção e amor do pais, e como Deus é a cura para nossas dores e feridas. Se nos prendemos ao passado, não vivemos o novo de Deus, e possívelmente iremos magoar outras pessoas por falta de instabilidade emocional.
4. Na segunda parte do livro, tem alguns pontos importantes que o autor poderia ter aprofundado mais, quando ele fala sobre a traição, por exemplo. Ele parece tentar justificar esse ato quando parte dos homens. É contraditório, visto que enfatiza tanto que nós mulheres somos fortes e merecedoras do melhor de Deus, e de repente precisamos pensar duas vezes ao perdoar uma traição conjugal. Eu até compreendi o que o autor tentou dissertar, mas faltou-lhe enfatizar o seguinte: independente das nossas fraquezas, como homens e mulheres do Senhor, devemos priorizar a santidade e lutar contra a carne. O permanencer em um relacionamento em que houve traição não diz respeito ao nível de compreensão da mulher acerca das "justificativas", e sim a mudança de mente e coração do seu esposo.
5. A última parte do livro é bem importante, fala sobre o nosso Senhor. Certamente, fica evidente que não somos nada sem Ele e no final das contas tudo se resume em entregarmos o nosso coração ao nosso Deus. A darmos espaço para Ele trabalhar, Ele curar, Ele fazer, Ele nos amar. Antes de nos deixarmos sermos amadas por um homem, precisamos ser amadas por Deus, e então escolheremos certo, teremos sabedoria para manter o que Deus deseja que a gente construa em um matrimônio.