Boca de Ouro

Boca de Ouro Nelson Rodrigues




Resenhas - Boca de Ouro


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Ana 06/09/2021

Mataram o bicheiro Boca de Ouro, cheio da grana, conhecido por matar com uma mão, e dar esmola com a outra.
Aqui, nessa peça teatral de Nelson, como não podia deixar de ser, o leitor é cercado por canalhas de ambos os sexos, numa sordidez que faria inveja aos programas policiais da TV aberta. Tem de tudo: o marido jogador que quer prostituir a mulher; esta, com rancor mórbido da própria pobreza, que quer ser amante do megalomaníaco Boca de Ouro para que ele a leve pra conhecer Grace Kelly (pense numa mulher imbecil); a sórdida mulher que vive com Boca de Ouro, que largou marido e filhos para ser amante do bicheiro, etc.
Aqui ninguém parece ter remorso de nada, e o dinheiro e o desejo mandam em tudo.
Nelson explora, como ninguém, a figura do malandro carioca, nababo da contravenção, e as fantasias de certas mulheres, que sonham com homens que vivem fora da lei.
Muito bom.
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Pedro Matias 05/09/2021

Um mito urbana
As tragédias urbanas / modernas de Nelson Rodrigues sempre trazem diversos planos, que transformam a experiência de leitura. Em boca de ouro, temos um bicheiro sendo (des)construído pelas várias versões de um crime, contadas por sua ex-companheira, que vai modalizando os acontecimentos de acordo com o contexto.
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Priscila322 03/07/2021

Boca de ouro um mito
É interessante ver o quanto não podemos confiar nas versões sobre o boca de ouro.
Fiquei realmente com dó dele pelo acontecido.
Ler este tipo de narrativa foi realmente um presente, amei.
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Olgashion 14/06/2021

A leitura de uma peça de teatro é sempre um pouco mais fluida já que o autor já nos ajuda na construção da cena. Uma história boa que acaba juntando todos os elementos das histórias sobre o mesmo fato contadas pela D. Guigui, uma mulher ressentida do homem protagonista da história que dá nome ao livro.
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cecilia 08/04/2021

Li o livro pra uma prova da escola e foi bem rapidinho. Apesar de não gostar muito de livros escritos em forma de roteiro, fiquei bastante intrigada por este, pelo desenrolar da história.
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Carol Pita 23/03/2021

Nelson te amo
Segundo o Nelson, uma tragédia. Mas pra mim está mais pra comédia com pitadas de melodrama. Não temos tantas rubricas de intenção como é costumeiro do Nelson, mas isso em nada diminui a qualidade estética dessa peça que funciona tão bem, seja encenada, seja como literatura. É muito interessante enxergar um personagem como dona guigui ir mudando sua narrativa de acordo com a situação. Quantas vezes não notamos pessoas assim na vida? Voláteis, que mudam com a maré. Bom demais, parabéns mais uma vez sr. Rodrigues.
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Laura Soares 18/01/2021

Um crime, diferentes versões
"Boca de Ouro", de Nelson Rodrigues, é uma peça muito interessante, que aborda os acontecimentos de um crime relatado a partir das memórias de uma mulher nada confiável, e que pode a qualquer momento modificar sua fala de acordo com seus objetivos.

Assim, é muito divertido analisar cada detalhe e buscar entender o que é verdade e o que é lenda, o que representa a realidade de Boca de Ouro e o que foi inventado a partir da imagem que as pessoas faziam dele. No entanto, é impossível precisar se alguma versão apresentada condiz com o que, de fato, ocorreu. Todos os personagens são voláteis, e suas personalidades estão em constante modificação.

Gostei principalmente do modo como Nelson Rodrigues quebra com a estrutura tradicional do teatro, apresentando voltas no tempo, inverossimilhança e final aberto ---- já que qualquer versão apresentada é possível e intrigante em si mesma, e ainda mais quando comparada às demais.
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Gustavo Pio 28/12/2020

Uma peça interessante principalmente pela sua estrutura. Em cada um dos três atos a mesma situação é narrada por uma mesma personagem, porém de maneiras completamente distintas. A cada ato as situações e personagens retratados são reconstruídos, nos fazendo criar imagens diferentes dos mesmos.

É uma peça que representa o submundo dos subúrbios cariocas da década de 1960, sem poupar os detalhes mais sórdidos e os lados mais obscuros da natureza humana.

"Esta é, enfim, uma obra que se instaura justamente na ineficácia da verossimilhança, da mimese teatral, e o que vemos a cada momento são pistas falsas jogadas ao leitor/espectador, em um movimento de constante questionamento da realidade vista ou vivida. Diante desse teatro, nada nos resta senão duvidar do que vemos e compreender que a alma não é uma" (trecho do posfácio de Elen de Medeiros)
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Giu 13/10/2020

O malandro carioca
Eu amo os textos do Nelson Rodrigues pois ele mostra, sem rodeios, a crueldade do ser humano. E, mesmo sendo publicados há décadas, ainda vemos que tudo é bem atual.
Boca de Ouro é o malandrão temido do Rio de Janeiro que tem tudo que quer. E ai de quem contradizê-lo. Ostentador e dono de uma lábia enorme e um cafajeste de primeira, é cobiçado por várias mulheres.
Mas então, o malandrão é morto. E a rádio carioca quer saber de tudo em primeiríssima mão. Resolvem, então, ir até Dona Guigui, sua ex-esposa. Mesmo tendo um outro companheiro, sua paixão por seu ex é notável.
E então conhecemos Leleco e Celeste, um casal que se deixou levar pela lábia do Boca... Ou seria apenas Celeste?
Nessa peça de três atos, os acontecimentos vão mudando de acordo com o depoimento de Dona Guigui.
A peça é incrível e eu dei muitas risadas e fiquei surpresa com algumas partes e isso é o que eu mais amo no Nelson: ele te dá desconforto, estranheza e reconhecimento. Sim, reconhecimento, pois alguns dos nossos atos animalescos são escrachados pelo autor por meio de seus personagens.
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Marcos Bassini 26/06/2009

Boca Aberta
Há em cada frase desta peça, assim como em toda a obra de Nelson Rodrigues, uma precisão cirúrgica que, ao contrário daquela dos mísseis covardes que destroem muito mais do entorno que o próprio alvo, nos atinge com em cheio, como um tiro deste algoz que sorri diante da vítima que se ajoelha implorando em vão pela vida que não mais lhe pertence.
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Samyta 26/06/2009minha estante
Adorei a resenha, Marcos! A genialidade do Nelson está exatamente nessa precisão cirúrgica. Beijo.




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