Lu. Franzin 01/03/2013
Surpreendente!!
Bem essa é a minha primeira resenha sobre um trailer policial cujo autor, Raul Zambello, é um brasileiro (oba!) dono de uma qualidade ímpar na maneira como escreve.
Nosso mundo vive ás margens de invenções e criações de todos os tipos e para todos os segmentos. Tecnologia, educação, informação e saúde são os grandes incentivadores dos magos científicos que buscam as melhores soluções possíveis para os males da vida moderna. Em contra partida, existem os efeitos colaterais de suas criações, que em alguns casos, na busca de uma descoberta para ajudar os seres humanos, acabam por criar dispositivos que, mascarados de boa intenção, são instrumentos letais que vão contra seu objetivo principal: o Bem.
Nesse contexto enquadram-se as drogas (fármaco), que apesar de sua boa intenção, algumas vezes tendem a ter seu uso disseminado de maneira errônea, acarretando a não tão incomum dependência.
E é justamente sobre isso que se trata a história, nem tanto fictícia de Raul Zambello.
Elixir de Vênus nos apresenta a invenção de uma nova droga, que tem como função despertar e prolongar a libido feminina, levando a usuária ao auge do prazer carnal, e prometendo, até a mais frigida das mulheres a realização sexual tão almejada.
Carmem é uma jovem médica, e viúva de um marido dependente, que trabalha na empresa onde essa droga começou a ser desenvolvida, e por conta de sua beleza desperta o interesse do criador dessa nova substancia.
Wolfgang, e mais tarde conhecido como José Maria de Almeida, é o idealizador da droga, que por conta dos fortes e perigosos efeitos colaterais tem suspenso o seu desenvolvimento e aprimoramento na empresa. Revoltado com a decisão da companhia ele opta por continuar na produção da substancia, tendo em mente e como meta o grande valor comercial, e o enriquecimento rápido.
Sua inteligência e astucia criam o plano perfeito para que ele consiga ser esquecido, enquanto trabalha na obscuridade.
Nelson (aí sim a festa ficou boa!) é um investigador de policia, mestre nas artes marciais, que vai tentar desvendar as mortes de algumas mulheres, e que aparentemente não tem explicação. Ele é um solteirão convicto, que não está a procura de um relacionamento, para desespero de suas admiradoras de plantão, que tentam ao máximo de suas forças, ganhar o coração do bonitão (e digo bonitão mesmo!). É um dos poucos personagens orientais que já encontrei na literatura, e me encantei com sua personalidade forte e destemida.
Ao lado de Carmem, Nelson vai tentar desvendar a causa das mortes. Além de descobrir um sentimento poderoso pela médica, o qual nenhum dos dois imaginava um dia encontrar.
A trama é tão bem construída que me peguei procurando alguma falha entre as ações, as ideias, o tempo dos acontecimentos, e confesso satisfatoriamente, que não as encontrei.
Os personagens são fortes e consegui idealizá-los na mente com distinção e discernimento claro de quem era quem, e em qual contexto cada um estava inserido.
Houve momentos na trama em que pensei que o autor ia cometer um erro, uma falha, esquecendo-se de narrar algumas ideias sugeridas anteriormente. Mas que grande satisfação foi a minha ao perceber que todas as pontas foram unidas, e finalizadas com um grande e apertado nó!
Poxa! É um trailer policial! Tem muita informação! Tem investigação e especulações divergentes! E está tudo relacionado e descrito de maneira primorosa!
Elixir de Vênus deixa o suspense no ar. Deixa o drama circular pelos parágrafos. Instiga a ação a fluir entre as palavras e passeia com sutileza pelo romance.
Claro, que por ser apaixonada por um bom “água com açúcar”, senti falta de uma dose mais generosa de “doce” no romance, mas aceitei a situação e no final minha opinião concordou com o autor em deixar as promessas do romance em suspenso. A sugestão do porvir da relação entre... os protagonistas, me deixou satisfeita.
Recomendo veemente a leitura dessa obra, que mesmo sendo uma ficção, tem um grande elo com a realidade. Espero em breve encontrar outro trabalho do autor, Raul Zambello, que despertou em mim um interesse pelos dramas policiais, o qual eu me negava a conhecer, sem ao menos entender o por que.
Lu. Franzin
*Nota. - Todas as resenhas expostas nesse blog são de minha autoria e responsabilidade, elas expressam a “minha” opinião pessoal a respeito dos livros lidos. Não é meu interesse denegrir a imagem de nenhum autor, e nem influenciar os novos leitores de maneira negativa ou positiva a adquirirem ou se absterem de alguma obra.