O Enigma da Borboleta

O Enigma da Borboleta Kate Ellison




Resenhas - O Enigma da Borboleta


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Danni 27/06/2013

Tap,tap,banana
Pensei que o livro tratava de um suspense de tirar o folêgo, mas não, achei um suspense juvenil.
O Enigma da Borboleta conta a estória de Penelope, ou apenas Lo.
Uma adolescente de 16 anos, q tem um TOC de numeros e também pequenos furtos, em cada lugar que entra ela precisa falar tap,tap,banana, confesso que é meio irritante ao longo do livro, mas tem seu charme.
Lo e sua família nunca mais foi a mesma deste a morte de seu irmão Oren.
E por conincidência ela fica na cena do crime de Sapphire, e até onde isso tem alguma relação?!
Só lendo pra saber (risos).

Confesso que Flynt deu um charme há mais no livro.
Não leiam pensando que um livro com assassinados,sangues, bandido e mocinha. É um livro querendo desvendar o mistério de uma morte e até onde ela é relacionada com Lo.
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Nathy Bells 11/05/2013

Resenha postada no As envenenadas pela maçã em 09/05/2013
Penélope, mais conhecida como Lo, nunca foi uma menina normal. Cheia de manias ela vive em um mundo onde nem seus próprios pais conseguem se adaptar, tudo isso piora quando seu irmão, Oren, desaparece. Desde o primeiro momento o leitor percebe que Lo sofre de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e para "controlar" isso acaba criando sequências de números e palavras que ajudam a dar continuidade em simples ações, como sair e entrar em lugares. Outra coisa que a ajuda é pegar, em alguns caso furtar, pequenos objetos e arruma-los simetricamente em sua estante.

"(...) eu não escolho pegar as coisas. Eu tenho que fazer isso. Sempre tive que fazer certas coisas. (...) A princípio, não era ruim. Apenas coisinhas, como o jeito que a comida se apresentava em meu prato, ou a necessidade de comer as ervilhas antes do frango, ou a de colocar o sapato esquerdo antes do direito. E comecei a pegar coisinhas: uma escova de dentes ou uma barra de chocolate no mercado, canhotos de ingressos descartados no cinema, adesivos das crianças da escola. Mas, desde que Oren desapareceu, ficou pior, Muito pior." (Pág. 20)

Na maioria das vezes ela encontra esses objetos em casas abandonadas ou em caçambas de lixos, é em um de seus passeios à procura deles que ela acaba presenciando um assassinato. Desde o primeiro momento ela sente de precisa solucionar esse caso, e sair procurando qualquer pista ou objeto que possa lhe ajudar. É quando ela conhece Flynt, um cara que conhece a região onde tudo aconteceu e que se mostra interessado em sempre estar perto dela fazendo-a sentir que por alguns momentos tudo poder ser o mais normal possível...

"Estar com Flynt é estranhamente libertador. Ele é diferente de todas as pessoas que conheci, o que me faz sentir menos uma absolutamente anormal e alienígena. Antes disso, simplesmente não sabia que uma pessoa, muito menos um garoto, podia me fazer sentir assim." (Pág. 52)

Enigma da Borboleta aborda vários temas que podem tornar a vida familiar um caos; seja ele um transtorno, um ente querido que não está mas alí, de maneira direta mas suave. Durante a leitura você se vê apegado aos problemas da Lo e quer fazer parte de alguma maneira ajudar resolver tudo.

O final pode parecer previsível conforme a leitura vai avançando, mas o modo como ele é apresentado surpreende e muito. Para quem gosta de um enigma cheio de pistas, verdadeiras ou não, esse livro é recomendado.
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Karol Rodrigues 02/05/2013

Postada originalmente em: http://www.booksjournal.org/2013/05/o-enigma-da-borboleta-kate-ellison.html

"Tap, tap, tap, banana. Tap, tap, tap, banana." Já pensou ter que dar tapinhas nove vezes em cada perna, depois mais seis vezes em uma perna e pronunciar a palavra "banana", só para conseguir se sentir segura ao entrar em casa? Já se imaginou contando rachaduras no chão para conferir se o total delas é igual a um número que você julga ser seguro? Já pensou ter que afastar a franja três vezes da testa, uma para cada lado e ter que acenar duas vezes para a mesma pessoa, na mesma hora, para se manter em segurança? Tudo isso é muito estranho e até parece "coisa de louco", mas isso é uma doença. Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais conhecido como TOC, é o que a personagem Penélope (Lo) tem, que a leva a cometer pequenos roubos de pequenos objetos.

"O negócio é o seguinte: eu não escolho pegar as coisas. Eu tenho que fazer isso.Sempre tive que fazer certas coisas, desde o dia em que fiz sete anos e comecei a insistir que queria continuar com seis. Eu não sabia o motivo, mas, de alguma forma, sete me fazia sentir como se o mundo estivesse inclinando demais para um lado." (pág.19)

Lo, como é chamada pelos amigos (os poucos que tem), tem 16 anos carrega um trauma nas costas. Sua família está em ruínas depois da morte do seu irmão Oren. Sua mãe vive trancada dentro do quarto, assistindo televisão e tomando milhares de pilulas todos os dias, seu pai não para em casa e ela não consegue parar de pensar em números, tapinhas e palavras. As coisas ficam ainda piores quando ela se interessa ao saber da morte de uma garota que morava em um bairro chamado Neverland, um pouco distante da sua casa.

Esse é o romance de estreia da autora Kate Ellison. Devo dizer que ela não poderia ter começado melhor. Parece que os sick-lit são a sensação do momento e todas as doenças que forem reportadas às páginas dos livros vão ser bem vindas, principalmente na literatura juvenil. A autora soube mostrar como a doença é, através do seu lado mais sombrio e medonho. Não dá pra ler esse livro de noite. É quase um filme de suspense, mas ainda pior. Tem sangue, tem pesadelos e tem muita, muita frustração e agonia.

"Mas, antes que meu corpo possa se lançar adiante, onde estão as pessoas que verão, que saberão que algo está errado, o ímpeto irrompe em mim, a força imbecil e poderosa que se apodra do meu cérebro. E tenho de me curvar , tocar os dedos do pé, levantar; curvar, tocar os dedos dos pé, levantar; e na hora que termino, pronta para me erguer e sair correndo, braços me agarram pela cintura, tirando meu fôlego. Uma mão se ergue para cobrir meu rosto, meu nariz, minha boca, meus olhos." (pág. 272)

A trama inteira é voltada para as investigações do assassinato da garota de programa Sapphire, que por algum motivo fisgou Lo com todas as forças. O envolvimento repentino e misterioso da personagem com a garota falecida é tão intenso que ela chega a se passar por uma profissional do ramo para analisar o que aconteceu a Sapphire, uma mulher que ela nunca tinha visto na vida. Inteligente e corajosa, Penélope consegue descobrir cada pedacinho da vida da garota e até corre risco de vida, até descobrir, finalmente quem foi seu assassino.

A autora conseguiu construir uma história impressionante. É de ficar de boca aberta quando tudo é revelado. Havia tempo que uma trama não era tão envolvente e misteriosa como O Enigma da Borboleta, que ganhou esse nome graças a um pertence de Sapphire, que foi parar nas mãos da heroína da obra. Kate merece respeito, e ganhou todos os créditos por ter escrito uma história tão densa, complexa e ao mesmo tempo tão emocionante como esta. É de chorar, de sorrir e de ficar trincando os dentes com a tensão do livro, mas no final, a única coisa que você consegue é pensar: "Como eu não cogitei essa possibilidade?"
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CooltureNews 27/04/2013

Publicada em www.CooltureNews.com.br
Bom, realmente achei durante boa parte da leitura que ao escrever a resenha do livro essa seria mais uma resenha negativa, mas felizmente não será esse o caso, pelo menos não totalmente. A história realmente demora um pouco a cativar, mas quando isso acontece é realmente algo fascinante.

Penélope, conhecida como Lo, é uma garota estranha, estranha MESMO! Lo sofre de um caso grave de TOC, precisa constantemente dizer uma sequencia numérica e algumas palavras, contar rachaduras no piso e qualquer outra coisa que julgue pertinente, em alguns casos precisa desesperadamente conseguir alguns objetos e acaba cometendo furtos. Para completar, a história nos é contada justamente pelo ponto de vista desta personagem, ou seja, ligação zero com Penélope e sua história.

Suas manias acabaram se complicando após uma tragédia familiar, a morte de seu irmão que desencadeou uma depressão aguda em sua mãe e o afastamento de seu pai durante boa parte do dia de sua família, ou seja, Lo estava praticamente sozinha e sem o controle de seus remédios, afinal, não havia ninguém que se importava tanto para estar de olho nela.

Em suas andanças pela cidade e por um bairro perigoso ela quase acaba sendo atingida por uma bala perdida, no dia seguinte ela descobre que uma garota foi assassinada próximo ao local a bala quase a atingiu e com isso ela fica simplesmente obcecada pelo assassinato e tenta de todas as formas desvendar esse crime que acabou sendo deixado de lado pelas autoridades por se tratar de uma simples garota de atividades suspeitas.

A única coisa que fez a história ser interessante nesse ponto é justamente o distúrbio da personagem, afinal nada justifica alguém sair em busca de respostas para o assassinato de alguém que não conhece, principalmente quando a sua vida passa a correr perigo.

E foi justamente essas questões que fizeram torcer o nariz para a história no inicio, mas a autora começou a amarrar algumas pontas de forma tão eficaz que o livro foi evoluindo de forma gradativa para melhor, após um certo ponto eu não conseguia mais parar de ler, e confesso que após chegar ao final estou sentindo falta dos personagens.

Esse foi outro ponto interessante na história, a autora nos presenteou com personagens tão singulares vivendo situações banais para qualquer jovem, como baile de formatura, o primeiro amor, o primeiro beijo! Isso foi algo que acrescentou muito na história e mostrou de forma sutil que Lo e as demais pessoas que possuem alguma coisa que a diferem dos demais, em muitos casos são mais parecidas conosco do que imaginamos. Afinal, todos possuímos suas manias, em alguns casos mais acentuadas que outros, mas ainda assim somos parecidos.

Um livro surpreendente, sem dúvidas e uma leitura que recomendo e mesmo que você chegue a desanimar em algum momento da leitura, como foi o meu caso, vale a pena o esforço para continuar.
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Zilda Peixoto 17/04/2013

O Enigma da Borboleta
O Enigma da Borboleta narra à história da jovem Penélope. Lo está cursando o último ano do ensino médio e enfrenta problemas escolares comuns nessa idade (bullying, problemas com garotos) entre as modificações hormonais que mexem com a cabeça de qualquer garota. Lo sofre com uma doença denominada Transtorno Obsessivo-Compulsivo. TOC é um distúrbio psiquiátrico e sua principal característica é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.

Para conter sua ansiedade Lo costuma “furtar” pequenos objetos. Nada que lhe seja realmente necessário. A autora aborda o tema cuidadosamente e faz com o leitor possa compreender as causas que motivaram a personagem adquirir tal transtorno.

"O negócio é o seguinte: eu não escolho pegar as coisas. Eu tenho que fazer isso.Sempre tive que fazer certas coisas, desde o dia em que fiz sete anos e comecei a insistir que queria continuar com seis. Eu não sabia o motivo, mas, de alguma forma, sete me fazia sentir como se o mundo estivesse inclinando demais para um lado".(pág.19)

Lo acredita que, se não agir assim, algo terrível possa lhe acontecer. Alguns números representam sinais para Lo. 3 e 9 lhe transmitem segurança, já o 2 significa perigo à vista. Para externar toda sua ansiedade Lo repete inúmeras vezes a frase “ tap tap tap, banana” como se fosse um “mantra da sorte”.

Em geral, seus rituais se desenvolvem de diferentes maneiras. Desde colecionar coisas até a organização sistemática de objetos. A contagem e a relação de segurança que os números lhe causam são uma das características do transtorno que mais se destacam.

Como se não bastasse os problemas familiares, Lo ainda se mete numa grande enrascada. Numa das investidas para conseguir mais um objeto para sua “coleção” ela presencia o momento em que uma garota é assassinada. Sapphire é uma jovem dançarina da boate Tens, localizada em NeverLand.

A morte de Sapphire torna-se mais um dilema na vida de Lo. Obcecada pela morte da jovem, Lo irá se envolver com situações bem mais perigosas do que os pequenos furtos que pratica.

"De todas,é a parte do "para sempre" que mais me assusta. A eternidade da morte. Sinto-me oscilando entre dois mundos _ carne e ar, osso e pó." (pág.263)

Narrado em 1ª pessoa o livro convida o leitor a conhecer os mistérios que envolvem os transtornos de Lo e o assassinato de Sapphire. Com uma narrativa angustiante O Enigma da Borboleta se destaca por misturar elementos característicos de um romance policial com a subjetividade presente nas narrativas dramáticas. Todos os conflitos estão intrinsecamente relacionados colaborando com o bom desenvolvimento da história.

Apesar da idade, não é impossível imaginar que uma garota enfrente tantos problemas e que se envolva a tal ponto com a morte de uma pessoa completamente desconhecida. É perceptível o envolvimento da autora em compor uma história tão delicada, com personagens marcantes e bem construídos. Livros do gênero normalmente não me atraem por caírem na mesma armadilha. Personagens clichês que vivem aventuras mirabolantes e enfrentam todo e qualquer tipo de perigo sempre me cansam. Felizmente, isso não ocorre na narrativa construída por Kate e por isso, eu o recomendo.

Apesar de a história estar relacionada diretamente ao assassinato de Sapphire e aos transtornos de Lo, a autora construiu personagens tão incríveis que também ganham destaque. A começar pelo “mocinho” da história. Obviamente que um romance entre jovens da mesma idade não poderia faltar. Só que nesse caso ele foge totalmente aos padrões. Flynt não tem os característicos olhos azuis, cabelos lisos e roupas transadas. Nosso mocinho usa dreadlocks, um boné com orelhas de urso, não estuda, usa roupas remendadas e faz obras de arte com lixo. Que tal?

O Enigma da Borboleta entra para a categoria dos melhores livros do ano. Sem recorrer aos estereótipos, Kate Ellison criou uma história fascinante que envolve o leitor imediatamente. A narrativa segue um ritmo cadenciado e hipnotiza o leitor. O final do livro é perfeito. Fico imaginando uma adaptação do livro para as telonas. Daria um roteiro e tanto!

Para finalizar com "chave de ouro", o livro ainda conta com excelente diagramação e trabalho gráfico realizado pela editora Leya. As folhas são amarelas e o tamanho da fonte utilizada é agradável. Na divisão dos capítulos encontramos ilustrações belíssimas de uma borboleta. A capa do livro é linda e têm tudo a ver com o mistério relacionado entre a borboleta de Sapphire e os números que acompanham a trajetória de Lo.
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Valery 10/04/2013

Resenha: O Enigma da Borboleta
Este livro é definido em uma só palavra fantástico. Penélope é uma personagem sem igual que nos leva a fazer parte de sua estória e a torcer por ela mesmo ela estando a fazer coisas erradas, a autora explora muito bem o lado obsessivo da personagem a tornando unica pois mesmo ela sabendo que esta fazendo coisa errada não consegue se controlar foi realmente muito boa esta leitura não consegui largar o livro enquanto não terminei.
Lo entra em uma grande enrascada ao não conseguir controlar seus impulsos e ir até um bairro marginalizado chamado Neverland, e praticamente presenciar um assassinato e quase ser morta no mesmo instante.
No dia seguinte ao ver as manchetes Lo não consegue mais deixar de pensar na garota assassinada e decide que precisa fazer algo a respeito, deste momento em diante a estória fica sensacional eu particularmente queria esconder Lo em qualquer lugar para livra-la das enrascadas em que ela entrava e ao mesmo tempo torcia para ela se ajustar com Flint que é um personagem muito fofo adorei ele.
Lo não consegue decidir se confia em Flint ou não e também conhece pessoas que apesar da boa aparência demonstram um caráter totalmente duvidoso. Fiquei horrorizada com o que o TOC fazia com ela pois quando ela precisava correr ela se via obrigada a cumprir uns rituais que quase a levaram a morte. Ela é um personagem forte e determinado e apesar do TOC a tornar alvo de piadas entre adolescentes é tranquila com ela mesma.
Foi muito interessante saber que ela não era consciente de sua beleza até que Flint falou que ela era bonita e isso a trouxe um pouquinho ao universo feminino foi muito legal ler esta passagem e na medida em que ela volta a Neverland para desvendar o assassinato de Saphire ela acaba descobrindo um pouco mais sobre a morte de seu irmão também.
Tinha momentos em que eu ficava agoniada com o transtorno de Lo que me dava vontade de entrar na estória para ajuda-la e um dos momentos foi este:

"Mas, antes que meu corpo possa se lançar adiante, onde estão as pessoas que verão, que saberão que algo está errado, o ímpeto irrompe em mim, a força imbecil e poderosa que se apodra do meu cérebro. E tenho de me curvar , tocar os dedos do pé, levantar; curvar, tocar os dedos dos pé, levantar; e na hora que termino, pronta para me erguer e sair correndo, braços me agarram pela cintura, tirando meu fôlego. Uma mão se ergue para cobrir meu rosto, meu nariz, minha boca, meus olhos." Pag 272.

Imaginem o desespero de saber que neste momento, no qual você é impulsionado a lutar por sua vida, seu cérebro manda comandos que você quer ignorar mas não consegue fazer? Esta foi apenas uma das passagens em que eu quis ajuda-la, dizer a ela para não fazer isso pois sua vida esta em risco.


Este é um livro que se tornou muito especial por ter um protagonista bem diferente e eu recomendo a leitura para quem gosta de livros eletrizantes e que te prenda a atenção do inicio ao fim.

A Leya esta de parabéns pois a tradução esta muito boa, a revisão esta perfeita, as paginas são amareladas o que não torna a leitura cansativa e os detalhes de borboletas entre os capítulos foi um toque magistral enfim o livro é muito bom em todos os aspectos.
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Aione 26/03/2013

Com uma narrativa em primeira pessoa que muitas vezes faz uso de frases curtas, O Enigma da Borboleta se desenvolve diretamente conectado à protagonista Penelope, ou Lo. A garota sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo e, dentre suas obsessões, estão a mania de colecionar pequenos objetos, às vezes roubados, e a de encarar os números como “sinais”. Nove é perfeito; oito é terrível. Para se sentir segura, a garota precisa fazer ou falar algo em múltiplos de três, o que lhe causa constrangimento quando está próxima de outras pessoas.
É natural encontrarmos palavras repetidas três vezes na narrativa, uma vez que ela corresponde aos pensamentos de Lo. Não apenas essa característica da personagem tornou o livro mais interessante, com também tornou a história mais crível. Lo acaba se envolvendo com o assassinato de Sapphire ao coletar um objeto, uma borboleta, pertencente a ela no dia em que a garota é assassinada. O fato se torna uma obsessão para Lo e ela não consegue parar de pensar nele, tornando-se necessário para ela descobrir e entender o que pode ter acontecido à Sapphire. Isso poderia soar absurdo se fosse apenas o capricho de uma adolescente; contudo, torna-se compreensível pelas diversas situações em que Lo acaba se sentindo constrangida por fazer algo por conta de seu TOC mesmo que ela não tenha desejado fazer isso. Entendemos que não se trata de ela querer, e sim de ela precisar, tornando-se incapaz de não fazê-lo.
Antes de iniciar a leitura, imaginei que a solução do assassinato de Sapphire seria o mais interessante e o que mais despertaria minha atenção durante a leitura. Porém, o que realmente chamou minha atenção foi a própria Lo e sua história de vida. Oren, o irmão da garota, faleceu há pouco mais de um ano e, em decorrência disso, sua mãe vive sob efeito de analgésicos e seu pai se dedica completamente ao trabalho. Assim, a estrutura familiar da garota está completamente danificada e a própria morte de Oren é um mistério para o leitor, uma vez que Lo se recusa a pensar ou falar no assunto.
Conforme a história se desenrolava de acordo com a solução do assassinato de Sapphire, eu apenas estava curiosa e me sentindo admirada pela narrativa da autora. Entretanto, em determinado momento, há uma reviravolta e as conexões estabelecidas me pegaram completamente de surpresa, fazendo com que eu terminasse a leitura com uma opinião extremamente favorável sobre o livro. Kate Ellison conseguiu criar um enredo interessante por conta de sua protagonista, inicialmente, e transformá-lo em algo maior e surpreendente durante seu desenvolvimento.
Não posso deixar de citar que, também, há uma pitada deliciosa de romance na história, responsável por torná-la mais leve em alguns momentos e por lembrar o leitor da juventude de Lo. Eu não imaginava terminar a leitura suspirando, como aconteceu. Mas fica o lembrete: o foco da história não é romance, mesmo que ele esteja presente nela.
No resumo, foram a narrativa da autora e a protagonista por ela criada que mais chamaram a minha atenção durante a leitura, mas foi o seu final o responsável por realmente me fazer admirá-la. Um livro certamente interessante e bem desenvolvido, que vale à pena ser lido.
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