Poemas Rupestres

Poemas Rupestres Manoel de Barros




Resenhas - Poemas Rupestres


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Juliana Rita 26/02/2013

Delicadeza pura.
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Carina 10/09/2013

O rupestre Manoel
O livro divide-se em três conjuntos de poemas:

1. Canção de ver:
Nos poemas desta parte inicial do livro, narra-se liricamente a história de uma "cidadezinha qualquer" (a la Drummond) e de um menino que adquire a capacidade de enxergar como um pássaro: ou seja, de ver as coisas antes do seu nome.
Muitos dos poemas trabalham com a questão da linguagem e seus limites (ou dos limites impostos pela linguagem).

Por viver muitos anos dentro do mato
moda ave
O menino pegou um olhar de pássaro —
Contraiu visão fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
por igual
como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
Pedra não era ainda a palavra pedra.
E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
podiam ficar em qualquer posição.
Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.

2. Desenhos de uma voz
Conjunto de poemas sobre temas diversos, mas em que predominam as questões da natureza anterior à linguagem (Alberto Caeiro?) e da linguagem em si.

Os dois

Eu sou dois seres.
O primeiro é fruto do amor de João e Alice.
O segundo é letral:
E fruto de uma natureza que pensa por imagens,
Como diria Paul Valéry.
O primeiro está aqui de unha, roupa, chapéu
e vaidades.
O segundo está aqui em letras, sílabas, vaidades
Frases.
E aceitamos que você empregue o seu amor em nós.

3. Carnaval
Difícil falar de um tema que predomine neste conjunto, mas aqui encontramos alguns poemas eróticos memoráveis.

Pêssego

Proust
Só de ouvir a voz de Albertine entrava em
orgasmo. Se diz que:
O olhar de voyeur tem condições de phalo
(possui o que vê).
Mas é pelo tato
Que a fonte do amor se abre.
Apalpar desabrocha o talo.
O tato é mais que o ver
É mais que o ouvir
É mais que o cheirar.
É pelo beijo que o amor se edifica.
É no calor da boca
Que o alarme da carne grita.
E se abre docemente
Como um pêssego de Deus.
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Thiago Ernesto 07/11/2014

Minha paixão pela poesia é muito distinta da minha paixão pela prosa. Enquanto a prosa é a arte da sugestão e fruto de grande trabalho psicológico, a poesia é o óbvio, a verdade que brota do nada. Poesia é metafísica e Manuel de Barros um dos maiores metafísicos do Brasil. Poemas Rupestres chama a atenção desde o título. O bom sul-mato grossense demonstra, já no título, a essência da sua obra: a complexidade escondida atrás daquilo que há de mais simples no mundo. Desta forma, ao ler seus poemas rupestres, tem-se a impressão de se estar proseando com alguém: um velho filósofo do interior. É realmente maravilho que nossa literatura tenha pérolas como esta!
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Lene 04/12/2014

... ele tinha um olhar cheio de sol
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Laura 09/04/2016

Meu coração chora
poemas nostálgicos de uma infância que nunca irei esquecer.
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Adriana Scarpin 02/05/2016

Os dois
"Eu sou dois seres.
O primeiro fruto do amor de João e Alice.
O segundo é letral:
É fruto de uma natureza que pensa por imagens,
Como diria Paul Valèry.
O primeiro está aqui de unha, roupa, chapéu e vaidade.
O segundo está aqui em letras, sílabas, vaidades e frases
E aceitamos que você empregue o seu amor em nós."
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Guacira.GonAalves 30/01/2019

Um livro de poesias, repleto de metafóras únicas, onde deixa claro sua origem de filho de fazendeiro.
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Flávio 05/01/2021

a infância da língua
Simples pensamentos em torno da obra e do autor.
Divido em partes, como o livro.
(Não quis estruturar o texto, preferi passar o sentimento ao ver/ler em tentativas de palavras.)

Direto da "infância da língua", uma arte pré-histórica:

*Canção do ver(1° parte) -
Linguagem de nascimentos. Rios e rios de imaginação repleta e transbordante de invenções.

Frases de efeitos e consequências; repensamos o dia e por vezes a vida.

Fala dos dias e do tempo: "todo mundo se ocupava da tarefa de ver o dia atravessar".

Onde a seriedade não vence a invenção infantil; o "olhar de pássaro" voa livre e o "olhar furado de nascentes" vê além.

Contempla a meninice curiosa, sabendo-se parte de tudo e sabendo que "ninguém era início de nada".

Busca recordações - ou até mesmo o toque vivido - das infâncias e momentos dentro importância das coisas desimportantes.

Onde a manhã se confunde com pássaro e o pássaro se confunde com vida.

.

*Desenhos de uma voz(2° parte) -
Os animais e suas tantas formas que só ele consegue ver e nos fazer ver.

A simplicidade de observar profundamente, sem muita distinção, as pequenezas nos animais.

"quem ouve a fonte dos tontos não cabe mais dentro dele", pois rejeita qualquer seriedade que seja mais séria que a própria invenção.

Continua a puxar pela memória dos nascimentos que faz e que teve.

Definitivamente um ser letral que nos carrega com suas latas e ideias.

Examina e nos mostra os caminhos e descaminhos das palavras, frases e sentidos.

Nos faz também sofrer "uma espécie de encantamento poético" pelas palavras que provocam isso nele.

Sempre a palavra mais crua de significado, tão crua que o próprio significado de cru não a identificasse.

Com seu próprio lápis criava a natureza.

.

*Carnaval(3° parte)

Brinca com as palavras como pode.

Cresce e imagina; na sua fonte infinita, tudo se tem alcance; e cíclico como a vida, o olhar faz silêncios.

O susto da palavra, da língua que cria a imagem, da imagem que tem o poder de uma ou mais dúvidas.

Entrava no sonho das palavras, as via, as sentia; o oposto também era real.

Observa como quem já olha diretamente pro passado.

"Ele queria amanhecer".
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Elineuza.Crescencio 24/01/2021

Poesia que emociona
Tema: Leituras de Janeiro 2021 (7)
Título: Poemas Rupestres
Autor: Manuel de Barros
País: Brasil - Cuiabá
Páginas: 82
Avaliação: 3/5
Término da leitura: 24/01/2021
Editora Record RJ 2009

O Autor
Nasceu em 1916, em Cuiabá, região Norte Brasileira. Reconhecido poeta da geração de 45. Sua poesia é bem próxima daquela de Oswald de Andrade. Recebeu dois prêmios Jabutis e o título de maior poeta vivo do Brasil. Seu livro mais conhecido é o “Livro Sobre Nada” de 1966. Foi Membro da academia Mato-grossense de Letras. Faleceu em Novembro de 2014 em Campo Grande aos 98 anos.

A Obra
Os versos são despojados e com uma linguagem muito criativa e realística. Os elementos diários, da natureza e do ambiente onde vivia Manoel de Barros trazem uma fotografia do momento vivenciado.

Considerações
1. Sinceramente? Não conhecia o autor.
2. A poesia por ele apresentada é tocante. Emociona

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Let 13/04/2021

Sou suspeita pra falar, porque manoel é meu poeta favorito, mas meu deus tudo que esse homem escreve é incrível. Cada poema é mais perfeito que o outro, e os desse livro não são diferentes. Vale cada palavra.
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omanoel 29/04/2021

Bacana
Livro Razoável.
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Marcelinha 18/11/2021

Poemas Rupestres
Não conheço muito de Manoel de Barros, mas claro que já vi muita coisa dele. Descobri que somos parecidos: perfeccionistas..
Esses poemas foram feitos numa delicadeza indescritível.
Fui lendo me sentindo no lar que ele descreve. Adorei.?
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Hilary.Oliveira 02/12/2021

Pra ser bem sincera, eu não entendi quase nada do livro, eu fiquei meio perdida e tals. Mas teve um poema em específico que eu me identifiquei, que foi ?O Casaco?.
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Poesia na Alma 14/01/2022

Acorde passarinho
Para mim, ler Manoel de Barros e fazer carnaval com suas palavras é sempre um acorde passarinho. Não encontro forma mais rio de lavar o começo do ano.
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chyphe 06/03/2022

Eu queria ler algum livro para passar o tempo e sair da ressaca literaria e sai apaixonada pelos textos do Manuel, amo!!
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