O apocalipse dos trabalhadores

O apocalipse dos trabalhadores Valter Hugo Mãe




Resenhas - O Apocalipse dos Trabalhadores


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Paula 26/03/2013

Depois de muitas leituras desse livro, eis finalmente uma resenha. Ou uma tentativa de registrar por escrito um pouco dos pensamentos que tive durante a leitura desse livro. Valter Hugo Mãe é um dos meus escritores preferidos, disso acho que todo mundo já sabe, e a dificuldade que eu sinto de falar sobre um livro é diretamente proporcional ao amor que tenho por ele. Por isso só depois de ter lido esse livro três vezes é que essa resenha aparece finalmente por aqui.

O enredo narra a história de duas empregadas domésticas em Portugal, Maria da Graça e Quitéria. Duas mulheres trabalhadoras unidas pela cumplicidade da amizade e de sua ocupação. Maria da Graça, casada com Augusto, um pescador, é quem sustenta a casa com seu trabalho como “mulher-a-dias”, como eles falam em Portugal. Augusto passa a maior parte do ano no mar, e mesmo quando retorna não contribui muito com as despesas da casa. Maria da Graça trabalha na casa do senhor Ferreira, um homem rico e aposentado, que abusa sexualmente de Maria da Graça em sua condição de empregada doméstica, se apropriando do seu corpo como parte do serviço pelo qual paga. O sofrimento de Maria da Graça pode ser percebido pelos pesadelos que ela descreve ao longo da narrativa, da tristeza crescente que passa a demonstrar, mesmo depois da morte do senhor Ferreira e consequente fim dos abusos. Uma amostra de que o sofrimento causado pela violência desses assédios pode durar muito mais tempo do que se imagina.

O peso das expectativas geralmente atribuídas às mulheres, como esse ideal de amor romântico que é reproduzido desde a infância com os contos de fadas em que todos são “felizes para sempre”, faz com que Maria da Graça comece a achar que está apaixonada pelo patrão, e é esse o ponto que me preocupa no livro, essa imagem de uma mulher que é abusada sexualmente em seu ambiente de trabalho e que assume um discurso totalmente "masculino" que interpreta uma violência como amor. Felizmente na história, a amiga, Quitéria, aparece como uma espécie de alter ego e diz a Maria da Graça o que nós temos vontade de dizer: Maria da Graça, "és muito nova para te deixares convencer que o amor é sermos violadas” (p.20).

No romance, temos também a história de Andriy, um jovem que deixa seus pais na Ucrânia em crise, e migra para Portugal em busca de trabalho, como muitos fizeram na época da grande fome ucraniana. Andriy passa a se relacionar com Quitéria, ao mesmo tempo em que sente grande solidão por estar longe da família, com a qual se preocupa, e um tanto isolado, pois não fala português e em Portugal, concentrando-se unicamente no trabalho, passa a constatar quão violenta é a condição desumanizadora do trabalho, que desconsidera os sentimentos dos homens e passa a tratá-los como máquinas.

O apocalipse dos trabalhadores é um romance que fala sobre a condição dos trabalhadores e trabalhadoras no mundo contemporâneo; é um romance que fala sobre a bonita relação de amizade que surge nas circunstâncias mais inesperadas e também da violência a que as mulheres estão constantemente submetidas, seja no ambiente doméstico, seja em seu local de trabalho. Acho que ele fala também sobre o problema dessa concepção idealizada do amor, o que somos levados a acreditar que é amor, e que na verdade é o que pode nos destruir, como acontece com a Maria da Graça. Levada a acreditar que a felicidade é “morrer de amor”, passa a considerar uma violência como amor, e põe fim à sua vida para alcançar esse ideal. Mas isso não é amor.

MÃE, Valter Hugo. O apocalipse dos trabalhadores. São Paulo: Cosac Naify, 2013.


site: http://pipanaosabevoar.blogspot.com.br/2014/12/o-apocalipse-dos-trabalhadores.html
DIRCE 04/04/2013minha estante
Mais um para minha lista.
bjs


Leandro 12/04/2013minha estante
Oi Paula. Gostei de sua resenha. Aliás, estou lendo "A solidão dos números primos", o qual, depois de ler uma resenha sua deste livro me inspirou e digo que a leitura está muito comovente!


Paula 12/04/2013minha estante
Oi, Leandro! Que bom que minha resenha te animou a ler A solidão dos Números Primos, gostei muito desse livro, realmente comovente. Espero que esta também te anime a ler Valter Hugo Mãe, que amo de todo coração e recomendo com todas as estrelas. um abraço!




Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

O apocalipse dos trabalhadores, Valter Hugo Mãe – 10/10
No início, o leitor pode sentir certa dificuldade e estranhar o estilo de escrita de Valter Hugo Mãe, marcado pela ausência de letras maiúsculas, travessões e por uma pontuação fora do comum. No entanto, depois que se adapta ao estilo de escrita, não tem como não se encantar pela poesia característica dos livros do autor. Em O apocalipse dos trabalhadores, o leitor é mergulhado na vida de Maria da Graça e Quitéria, duas empregadas domésticas que sofrem com uma rotina repetitiva, opressiva e pouco - para não dizer nada - prazerosa. Para conseguir juntar um pouco mais dinheiro, as duas amigas ainda fazem uns bicos como carpideiras, participando de velórios, em que choram pela morte de desconhecidos. Os diálogos entre as personagens, que muitas vezes acabam em discussões, são muito bem construídos e, na minha opinião, o ponto alto da obra. Apesar das diferenças de suas ideias, Maria da Graça e Quitéria têm um forte traço em comum: nunca deixaram de sonhar com uma vida melhor e com a busca da felicidade! E é assim, com essa esperança de dias novos, que as duas vivem ou, na verdade, lutam para sobreviver. Uma narrativa sofrida e impactante, que ainda aborda em diversos momentos o tema da morte, nos fazendo refletir sobre a efemeridade da vida.

site: https://www.instagram.com/book.ster
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Johnny 14/11/2013

valter hugo mãe - o apocalipse dos trabalhadores
Cosac Naify – 185 páginas

O escritor angolano valter hugo mãe (Walter Hugo Lemos) é também artista plástico, cantor e editor. Seu nome artístico se escreve com minúsculas. Como extensão dessa particularidade, quase toda a sua produção literária é marcada pela ausência de maiúsculas, pontos de exclamação e de interrogação, o que pode causar alguma estranheza aos leitores que ainda não o conhecem. Entretanto, basta correr umas poucas páginas de seus textos para assimilar e até mesmo apreciar o estilo adotado. A mim, pelo menos, ensejou maior facilidade para mergulhar no universo subjetivo do autor. valter hugo mãe conquistou ao menos duas honrarias importantes: o Prêmio Literário José Saramago e o Prêmio Portugal Telecom de Literatura. No primeiro caso, o próprio escritor José Saramago, durante a cerimônia de entrega, considerou o romance o remorso de baltazar serapião um verdadeiro "tsunami literário".

O título do romance que li,o apocalipse dos trabalhadores, pode sugerir uma obra politicamente engajada ou panfletária. Longe disso, ainda que a política esteja presente nas mais prosaicas manifestações humanas. O romance fala de seres fodidos que se pegam às voltas com suas migalhas de amor. Conta a história de maria da graça, uma empregada doméstica diarista – em Portugal se diz mulher-a-dias – que trabalha na casa do senhor ferreira, um sessentão solitário. O relacionamento entre patrão e empregada desenvolve-se a partir das insuficiências amorosas de cada um. O marido de maria da graça, augusto, é um homem ausente que viaja o tempo todo pelos mares do mundo e sempre volta para casa de mãos vazias, apenas para demonstrar um pouco mais do seu desprezo pela mulher.

O senhor ferreira abusa sexualmente da empregada pelos cantos da velha casa. Embora procure evitar suas abordagens libidinosas, maria da graça adapta-se às circunstâncias e, com o passar do tempo, no rastro de seus vazios sentimentais, adquire pelo velho uma mistura de afeto e admiração. O maldito - é assim que maria da graça o denomina em suas confidências à amiga quitéria - procura transmitir sua boa cultura à empregada. Assim, entre sessões de faxina doméstica e investidas eróticas do senhor ferreira, maria da graça ouve o réquiem de Mozart, conhece trechos da poesia de Rilke, vislumbra o traço agonizante de Goya. Em toda a sua simplicidade, ela pouco se apercebe daqueles temas tão complicados, uma profundidade que, segundo seu instrutor, busca impressionar a Deus. maria da graça, guiada pela praticidade dos executantes, não vê relações úteis de causa e efeito na erudição que lhe é apresentada, mas é capaz de usar algumas frases
bonitas diante da amiga quitéria.

A única confidente de maria da graça, além do cão portugal apanhado na rua, também é mulher-a-dias. quitéria possui uma dose de cinismo e bom humor que faz dela uma pessoa mais resistente que a amiga em relação às intempéries da vida. Ambas comparecem a cerimônias fúnebres, onde cumprem o papel de carpideiras e levantam algum dinheiro extra. quitéria costuma dizer que o senhor ferreira ainda há de matar a amiga. Isso faz com que maria da graça sonhe, de modo recorrente, que está às portas do céu, diante de um são pedro desdenhoso e indiferente à sua presença. Na praça à frente da pequena porta do céu, uma multidão de vendedores oferece souvenirs da vida terrena, por exemplo, uma gravura de Goya ou uma edição francesa das raparigas em flor, como se as almas que partem para o outro mundo quisessem levar uma última lembrança de sua vida material. Os sonhos evoluem para situações angustiantes. maria da graça parece condenada a ficar ali eternamente, com a admissão no paraíso obstaculizada pelo são pedro, mais a ameaça de que lhe reservem o inferno. Acorda sempre aos prantos.

É a partir de sua confidente quitéria que a trama se estende para abarcar outros trabalhadores, todos fodidos. O namorado de quitéria é um ucraniano chamado andryi, que divide moradia com vários imigrantes e guarda um vínculo familiar muito forte com seus pais de korosten. andryi trabalha em uma pizzaria, depois vai para a construção civil. Manda uns restos dos euros que consegue amealhar para os pais na Ucrânia. Ele sofre com as dificuldades para se adaptar à vida em Bragança, as barreiras da língua fazem-no sentir-se idiota perante os portugueses. Conclui que o caminho para o sucesso naquele país estrangeiro e hostil passa por sua transformação em máquina. Deixa de beber, trabalha duro, ensaia um rompimento definitivo com quitéria, imaginando que fará alguma fortuna se, de certa maneira, despir-se da sua humanidade. Mas é um sujeito emotivo, que chora facilmente ao lembrar dos pais, que pensa em retornar à cidade de korosten. O pai sasha sofre de alguma esquizofrenia, pois matou um policial e vive aterrorizado com a ideia de que virão atrás dele em busca de vingança. A mãe ekaterina sofre pelo marido e pelo filho distante. São todos uns fodidos, que desfilam uma coreografia traçada, a dos mais despossuídos, dos que se nutrem de fiapos de amor e restos de conforto.

o apocalipse dos trabalhadores tocou-me profundamente. Personagens verdadeiros, texto delicado e preciso, de uma crueza elegante que abraça com ternura cada fibra de nossa sensibilidade. Certamente irei atrás de outros romances do autor. Já ouvi falar muito bem de a máquina de fazer espanhóis e de o remorso de baltazar serapião, este último citado anteriormente. Li o romance em voz alta para minha mulher, enquanto curtíamos uma semana na praia. Nas últimas páginas, ali debaixo de uma sombra salvadora, confesso que tive de suspender a leitura por mais de uma vez, os olhos embargados, sentindo uma vergonha besta, com um nó açucarado na garganta. Literatura na veia.


site: https://sites.google.com/site/sibonder/Resenhas
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Alan 21/09/2016

Dos quarto livros que li de Valter Hugo Mãe, este é o que menos me tocou e menos me empolgou na leitura. Terminei por uma questão de força de vontade.

Como li numa resenha mais abaixo, os personagens não causaram empatia, não ao menos da mesma forma como o que você sente por Halla (desumanização), pelo senhor Silva (Máquina...) ou pelo encantador Crisóstomo (Filho de Mil Homens).

Não deixa de ser bom, mas, para algum amigo meu eu indicaria começar pelos outros três.
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nerito 05/08/2022

Vidas que se entrelaçam
É um grande desafio para mim falar de O apocalipse dos trabalhadores, de Valter Hugo Mãe. Esse não é um livro fácil. Ele conta as histórias de três pessoas: Maria da Graça, Quitéria e Andriy. Duas portuguesas e um ucraniano. A trama se passa em Portugal, na cidade de Bragança. Nesse emaranhado de vidas há também o Senhor Ferreira, o homem para quem a Graça trabalha e que a assedia constantemente. Por conta das constantes investidas, ela o chama de Maldito, mas admite que por ele está apaixonada. Graça é casada, um casamento sem amor. Ela detesta o marido a ponto de colocar lixívia na sopa dele, na esperança de que morra aos poucos.
Quitéria é namorada de Andriy. Ele fala pouco o Português e sofre de falta de notícias dos pais, Ekaterina e Sasha, que ainda vivem na Ucrânia. O velho Sasha é paranoico e vive com medo de ser levado pelos soldados. Isso porque há muitos anos ele matou um homem. Ou pelo menos é o que acredita. Não dá para saber o que é fato e o que é fantasia para Sasha.

A narrativa não segue um padrão linear, embora haja um enredo central que respeita certa sequência de acontecimentos. O texto é um emaranhado que vai se desenrolando enquanto lemos. A narrativa truncada pode ser incômoda, bem como a forma como as personagens interagem.

Com um enredo simples, mas emaranhado, personagens emblemáticos com atitudes controversas e uma certa dose de erotismo, O apocalipse dos trabalhadores é uma obra densa e incômoda, que nos marca como ferro em brasa.



site: https://www.oguardiaodehistorias.com.br/2022/08/o-apocalipse-dos-trabalhadores-vidas.html
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euandrevasconcelos 13/05/2020

Um livro maravilhoso com um tom muito triste e reflexivo. É incrível como o autor tem uma sensibilidade aguçada para o desenvolvimento de seus personagens. Cada vez mais fã de Valter Hugo Mãe.
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Léo Leite 21/04/2021

"a maria da graça queria dar mil pontapés no cu de deus. entrar no paraíso e dar mil pontapés no cu de deus até que, por maior que fosse, inchasse de vermelho e lhe doesse ao sentar. seria de modo que aprendesse a inventar menores penas para quem não tivera escolha para chegar à vida."
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Layla 01/08/2020

Achei o livro bom, sensível e poético na medida certa, como já é típico do autor. Senti incômodo em algumas partes e já consegui prever o final na primeira página, mas nada que atrapalhasse a experiência, só aumentou a angústia. Além disso, o tema do abuso é introduzido de uma maneira muito desconfortável. A falta de travessões e letras maiúsculas atrapalhou o meu ritmo e demorei um pouco para engatar, mas nada absurdo. Vale a leitura.
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O resenheiro 17/04/2022

Histórias de duas trabalhadeiras em Portugal
Mulher-a-dias, sim, em Bragança de Portugal é o título que recebem Maria da Graça e Quitéria. Amigas, vizinhas, limpam casas de seus patrões, é assim que ganham a vida. Além disso, atuam como carpideiras quando aparece algum cristão que não deseja ser tão cristão assim, deiegando esta difícil tarefa de velar o caixão do morto no avançado da madrugada até que o sol desponte, enquanto todos repousam em seus lares.

Valter Hugo Mãe escreve como sempre, sem toda aquela pontuação que nos direciona mas que muitas vezes pra nada serve ao leitor atento. As perguntas fazem sentido mesmo sem o ponto de interrogação. De qualquer modo, achei este de mais fácil leitura do que outros com está mesma particularidade de sua escrita.

Augusto é o marido de Maria da Graça, mas passa mais tempo fora de casa, embrenhado no mar pescando e fugindo da vida ao lado de sua esposa. Deixa assim Maria da Graça livre para limpar a casa do senhor Ferreira, por quem acaba se apaixonando após tantas investidas deste. Um romance escondido de todos, mas não de sua amiga Quitéria nem de Portugal, o cachorro que a tudo assiste no casarão do senhor Ferreira.

Enquanto isso Quitéria vive um romance diferente, não escondido mas de poucas falas, já que Andriy veio do leste para ganhar a vida em Portugal. Nascido em Korosten, na Ucrânia, deixa o velho pai Sacha e a mãe Ekaterina cheios de saudades. São eles a família Schevenko, o pai vivendo do medo de ser encontrado pelos soldados, que nunca aparecem, apenas seguem em sua mente perturbada. A mãe cuida do pai e sofre da ausência do filho distante.

Histórias de vidas inventadas, desses tipos que parecem conhecidos, e talvez por isso nos mostrem que somos todos iguais aqui, em Portugal, na Ucrânia ou outro lugar. Realidades diferentes mas que se igualam em muitos pontos. Todos temos sentimentos, laços familiares e procuramos alguma felicidade, independente da função que exercemos, sendo mulheres-a-dias, patrões ou homens vindos do leste.
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ElisaCazorla 04/04/2016

O que resta ao proletário senão a morte?
Livro belíssimo! Valter Hugo Mãe tem uma sensibilidade enorme para construir personagens femininas muito interessantes, complexas, divertidas e dramáticas aos mesmo tempo e que saltam das páginas. Em muitas situações tive a sensação de ouvir Quitéria e Graça conversando bem ao meu lado. Existem partes divertidas, divertidas porque são trágicas e terrivelmente reais.
Neste livro o autor nos leva a imaginar o sonho e o quão importante é o sonhar quando sua vida real não faz sentido algum. Quando nos vemos sujeitas ao opressor, sujeitas ao sistema, sem qualquer possibilidade de saída, o sonho é fundamental. Mas, e se esses sonhos são pesadelos?
A morte perpassa todos os personagens a todo instante. Algo deve acontecer quando nos tornamos conscientes da efemeridade da vida, da falta de um sentido concreto e da impotência diante do revés, da angústia, das tristezas e do vazio.
Levi 04/04/2016minha estante
Mais uma excelente resenha, Elisa! :)


ElisaCazorla 04/04/2016minha estante
Obrigada, Levi =]




Alê 09/06/2013

Descobrindo novos autores
Não vou mentir, foi a capa que me interessou. Nunca havido falar de Valter Hugo Mae e nem das suas obras. Digo que, foi graças à CosacNaify que me deu vontade de ler. O design é lindo, não apenas fora mas dentro também, o cuidado é algo que pode ser até uma coisa simples para alguns, mas para mim, é importantíssimo.
Mas, vamos falar da história.
O livro conta passagens da vida de duas empregadas domésticas, o que poderia ser algo sem graça, se torna uma obra interessante e real.
Como ponto negativo, destaco o fato do livro ser escrito em português de Portugal, porém mas do que isso, é a estrutura física do texto.
Os diálogos estão juntos com a narrativa, como um só, como uma só massa de texto. Por isso, o livro não se torna tão fácil de ler assim.
Por fim, digo, que adorei. E que apesar dos pesares, vale a pena ler essa linda obra realista de Hugo Mae.
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Lorena 09/11/2020

A poesia cotidiana de VHM
VHM por muito tempo foi um autor que me despertou curiosidade, especialmente pela descrição apaixonada de seus leitores. Sem dúvida é uma leitura agradável, bonita, que foge do lugar comum. Um traço forte do autor, a meu ver, é mostrar a poesia das pessoas comuns, abrir espaço no cotidiano para o sentir (independente da forma que esse sentimento se expresse), para encontrar a poesia no que é simples, sem nunca cair na mediocridade. Tanto a qualidade da escrita quanto seu traço literário tornam a leitura convidativa, gostosa de fazer. Por outro lado, não senti o encantamento que pensei que sentiria. Quem sabe no futuro tanto o livro quanto o autor se encaixem melhor aqui. Espero que sim.
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Ju 12/04/2017

Foi uma leitura difícil e não fluiu, me incomodou desde o início do livro a violência que a personagem principal transformava em amor pelas mãos do maldito. Ao longo da narrativa com a guarda mais aberta e com vínculo maior com as personagens me senti mais dentro do enredo. A escrita de Mãe é poética e requer disposição de entrega, talvez não fosse muito o momento para mim, porém as cenas em que as duas personagens protagonizam sozinhas foram a pérola do livro na minha opinião.
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Viviane 26/04/2016

o apocalipse dos trabalhadores
Bem, acho que criei muita expectativa quanto ao Apocalipse dos trabalhadores já que havia ficado maravilhada com A máquina de fazer espanhóis. Não senti empatia pelos personagens, muito menos pela história de vida de cada um. Não senti a força da prosa poética do mãe. Definitivamente, não gostei.
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Faluz 10/11/2023

O apocalipse dos trabalhadores. - Valter Hugo Mãe
Livro da fase em que Vater Hugo Mãe ainda escreve somente com minúsculas, O Apocalipse dos trabalhadores nos traz quatro personagens centrais que buscam a felicidade, mas uma felicidade não fácil mas conquistada a duras penas do pensar constante.
Três trabalhadores que sofrem com a necessidade de correr atrás de condições de sobrevivência mas cujas buscas existenciais persistem de maneira intensa.
Intenso.
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