elainegomes 09/05/2021
Condenado a morte!
O Estado detém o poder de escolher o dia e hora para ceifar o indivíduo.
E o faz com grande organização festiva, afinal essas execuções em praça pública, se tornaram um grande evento social, em que muitos se reuniam para acompanhar o derramamento de sangue.
Mas Victor Hugo, através de seu texto em formato de diário, nos mostra que os efeitos da pena vão além do seu fim, pois o condenado, que sabe o dia programado para sua morte, sofre com a tortura da espera, a tortura das falsas esperanças, o desespero por saber que sua pena atingirá sua família, que seguirão marcadas e execradas da sociedade.
Neste livro, não se discute se o condenado é culpado ou não, não sabemos sequer seu nome, tão pouco o crime que cometeu, trata-se exclusivamente de um convite à reflexão sobre o tema PENA DE MORTE.
Embora o livro tenha sido escrito no século XIX, clássico é clássico, e permanece atual.
Afinal, quantas vezes, nos dias de hoje, nos deparamos com defensores de milicianos e justiceiros, verdadeiros matadores de aluguel, que ?eliminam? seres humanos após SUA avaliação e julgamento, fazendo ?justiça com as próprias mãos?, ou como nossa sociedade adora repetir ?limpando a área? afinal ?ladrão bom é ladrão morto?.
No século XIX a população em frenesi acompanhava as execuções em praça pública, hoje no século XXI, pouco mudou, os aplausos continuam acontecendo através de mídias sociais e seus infinitos compartilhamentos.
Super recomendo O último dia de um condenado de Victor Hugo.