Resenhas - As Virgens Suicidas

nAdia113 07/03/2024

Esse livro foi de uma experiência muito interessante: apesar de ser narrado por homens, há muito nele que apenas mulheres conseguem entender. o autor soube captar muito bem toda a superficialidade das narrações masculinas e em como eles não conseguiam perceber minimamente o que acontecia com as irmãs, e sim apenas com as paixões que sentiam por elas.
não foi uma leitura fluida, muitas vezes se tornou arrastada e cansativa, mas ainda sim o suspense conseguiu se sustentar. vale a pena.

Stefane64 06/03/2024

Minha melhor leitura de 2023
Ele é bem fiel ao filme, só muda que tem mais detalhes e mais cenas que foram cortadas do filme. Da mais profundidade a história.
A escrita é bem fluida e gostosinha, tem muitas analogias legais e faz refletir bastante em muitos momentos.

lalavs16h 04/03/2024

Eu fico até sem comentários mas assim ne

a 🤬 #$%!& do médico realmente nunca vai saber oq é ser uma garota de 13 anos 🤬 #$%!&

bebela21 29/02/2024

O médico não entendeu o porquê de a Cecília cometer suicídio aos 13 anos pelo mesmo motivos que os garotos não conseguiram entender o motivo das meninas se matarem, porque são homens. o livro tem uma escrita muito melancólica e divagante, trazendo narrações completamente sem nexo nos momentos mais aleatórios possíveis, o que fez com que eu achasse a leitura um pouco cansativa, mas nada que fizesse com que eu a abandonasse.
acho que o autor foi fantástico em trazer a angústia que perpassa e ultrapassa as meninas Lisbon, de uma maneira que só quem foi uma menina de 13 anos poderia entender e se identificar. ele também foi ótimo em mostrar como os homens são nojentos e como eles só querem entrar nas calças das meninas quando tudo que elas queriam era ajuda pra sair daquele lugar horrível. acredito que o livro toca em muitos pontos sensíveis e reflexivos, que valem a pena ser explorados, recomendo!

zeartib 29/02/2024

Cárcere privado e idealização feminina
?Segurando o queixo da menina com delicadeza, o médico perguntou: ?O que você está fazendo aqui, meu bem? Você nem tem idade para saber o quanto a vida pode se tornar ruim?.
E foi então que Cecilia forneceu oralmente aquilo que seria sua única forma de bilhete de suicídio, e ainda por cima um bilhete inútil, porque ela sobreviveria: ?É óbvio, doutor?, ela disse, ?você nunca foi uma menina de treze anos?.?

Essa foi a primeira passagem que marquei do livro, dente tantas outras. Jeffrey Eugenides constrói narradores completamente não confiáveis para contar sobre o suicídio das 5 irmãs Lisbon, constituídos por um grupo de meninos (stalkers) que tentam refazer tudo o que descobrem sobre as irmãs, com o intuito de desvendar os motivos delas terem buscado pela própria morte.

Durante a narrativa, evidencia-se a idealização feminina exacerbada, pois os narradores endeusam e santificam a imagem das meninas Lisbon, tratando-as como seres inalcançáveis. Outras questões são relevantes na obra, como o fanatismo religioso, que permeia toda a vizinhança dos personagens da história, além de ser um aspecto que guia os princípios da família Lisbon.

Por outro lado, ainda que os personagens deem inúmeras possíveis explicações para tais suicídios, é interessante notar que ele pode ser interpretado ao longo de toda a narrativa simplesmente pelo fato de que as irmãs vivem praticamente em cárcere privado, impedidas de terem contato com o mundo e de terem relações sociais. Assim, acredito que o autor foi perspicaz, dando respostas ao leitor que não são percebidas nem pelos personagens, e tampouco pelos narradores.

A leitura acaba não sendo tão fluida, pois além do livro contar com apenas 5 capítulos, esses sendo longos, em várias partes da narrativa nos deparamos com divagações sobre qualquer coisa que fuja completamente do tema principal, embora isso talvez seja parte da construção dos narradores personagens e, portanto, justificável. Todavia, a história me envolveu bastante, fiz diversas marcações, então deixo aqui minha recomendação.

majisai 28/02/2024

Muito bom ta
Como um homem conseguiu captar a essência da porquisse masculina eu nunca vou entender.

O narrador retrata a obsessão de seu grupo de amigos nas irmãs Lisbon que cometem suicídio em conjunto. Eles ficam o livro inteiro se perguntando o porquê delas terem feito isso, sendo que, talvez por eu ser uma mulher, ou talvez por eu ter vivido com uma melancolia sem explicação, entendi desde o primeiro momento.

O ponto é que enquando as meninas pediam ajuda de maneira sutil e algumas vezes de maneira desesperada, os meninos estavam mais preocupados com a calcinha delas e as pessoas com quem elas se relacionavam.

O narrador trata as meninas como criaturas superiores inalcançáveis, sendo que diversas vezes é mostrado como elas tem sim uma abertura pra conversar com os outros. Chega um momento que dá um desespero porque ninguém simplesmente puxa uma conversa com as coitadas, sendo que em certo ponto é revelado que elas são bem falantes e acaba sendo um choque para, obviamente, os homens.

Apesar de ser um livro escrito por um homem, com a visão masculina, parece que é apenas entendido por mulheres, como se você, mulher lendo, estivesse em um círculo fechado com as meninas Lisbon, que o próprio narrador não faz parte por não querer entender.

Caroline457 28/02/2024

The Virgin Suicides
Com certeza um livro com uma carga emocional pesadíssima marcada por uma escrita muito lírica e melódica. Neste livro temos memórias sendo narradas do ponto de vista dos garotos que costumavam conhecer as irmãs Lisbon, agora adultos, a respeito dos suicídios ocorridos há muito tempo atrás. Os mesmos trazem de volta o mistério que levou as cinco meninas a tirarem suas próprias vidas, sem deixar isso muito claro para nós leitores.

"No fim das contas, as torturas que despedaçaram as meninas Lisbon apontavam para uma simples e fundamentada recusa em aceitar o mundo que lhes tinha sido entregue, tão cheio de falhas."

Vinicios0 28/02/2024

Em memória das Meninas Lisbon
No começo achei que seria aqueles livros água com açúcar com toque de suspense.

Terrivelmente enganado.

O livro é literalmente uma viagem para junto dos rapazes que tanto gostam e vigiam as meninas Lisbon.

A maneira que o autor escreve faz você não querer parar de ler. O livro é rico em detalhes, mas detalhes necessários e que agregam muito ao resultado final da estória, bem parecido com que Stephen King faz.

Você se torna parte desse grupo de meninos, mas também sente as dores e sofrimentos das irmãs Lisbon, você sente como se fosse real, se fosse com você.

Na época que o livro foi escrito ainda não se sabia muito sobre depressão, ansiedade e pânico. Mas ele já dá algum indício de que já estava indo pro que conhecemos hoje.

Poucas coisas me fizeram baixar a nota pra 4 estrelas. Mas o começo do livro que é meio confuso, mas depois do segundo capítulo tudo de ajeita.

isa. 27/02/2024

Esperava mais
Esperava mais desse livro. dei 3 estrelas pq gastei meu tempo lendo. pensei que fossem se aprofundar mais nos sentimentos das meninas e na relação delas com os pais mas não rolou. sem contar que metade do livro é falando do suicidio da cecília e quando chega nas outras irmãs o autor não se aprofunda em nada, foram explicados de forma muito breve e já no final do livro. achei a escrita muito parada, algumas partes davam sono. se a história fosse contada do ponto de vista das meninas seria bem mais interessante.

Lavs 27/02/2024

A narrativa te prende do início ao fim e a angústia pela falta de respostas nunca passa, por isso, é um livro memorável com diálogos breves e incisivos. Você passa o tempo todo formulando teorias, pensando em maneiras de intervir, e se sente tão incapaz quanto todos os outros personagens. Sinto que a tragédia era inevitável, mesmo Cecília tendo sido a primeira das irmãs, talvez já estivessem destinadas ao desalento.
O livro tem uma identidade visual muito marcante: personagens, cenários, paisagens, lances, tudo. Assistir o filme logo em seguida de ler o livro com certeza foi um acerto, porque concretizou tudo o que já estava na minha imaginação. Como a perspectiva que temos também é de um “telespectador”, foi muito fácil idealizar as descrições apresentadas. Claro que tenho ressalvas quanto ao male gaze, mas acredito que todo o arcano em volta das garotas se dá justamente pela incógnita da incerteza. A imagem de serem impenetráveis, misteriosas e longínquas são parte do imaginário da paixão dos rapazes, porque no fundo, eram apenas garotas tristes, sem o fascínio que eles observavam.
Se você é uma garota e não compreendeu quando a Cecília disse “obviously doctor, you've never been a 13 years old girl”, então você ta com erro de fábrica kkkkkkkk. Enfim, amei muito esse livro, gostaria de poder reler como se fosse a primeira vez.

lucasfer1990 26/02/2024

Uma boa reflexão
Descobri o livro após assistir ao filme, e o livro é muito bom. Faz a gente pensar a respeito de como tratamos as pessoas e de como nos comportamos com as pessoas

claritaleao 25/02/2024

"É óbvio, doutor. Você nunca foi uma menina de treze anos."
Que livro.
Pra quem gostou do filme,o livro consegue ser simplesmente melhor. Ele traz uma descrição mais profunda e complexa do que é visto no filme. O filme é maravilhoso,não me leve a mal,mas o livro...
No filme,fiquei com muito ódio,principalmente dos pais das meninas. Quando li o livro passei a entender(em parte) o porque de tal proteção. Não radicalismo. Mas a proteção.
O motivo pelo qual elas tiraram sua vida,teve diversos fatores. A super proteção e o fanatismo dos pais. A forma com a qual eram tratadas por toda a vizinhança(como se fossem algum tipo de aberração),a forma como eram vistas. O que nos leva a falar dos narradores deste livro.
O livro(e o filme) é narrado pelo ponto de vista de alguns garotos que moravam na mesma vizinhança que as meninas. Eles eram obcecados por elas e se referiam a elas como se fossem seres místicos e intocáveis. As meninas foram colocadas em um pedestal de tal forma que não eram enxergadas como realmente eram,simples meninas adolescentes.
Isso leva também ao acontecimento do Trip,que ao chegar perto e descobrir que Lux(no caso) não era perfeita e intocável,sentiu nojo. No fim,os meninos,que achavam que poderiam salvá-las das "garras" de seus pais,iriam apenas aprisioná-las em seus desejos e fantasias irreais. Não tratando-as como meninas e sim como deusas.
O fato do livro ser narrado por eles é não pelas garotas,só torna sua narração não 100% confiável e exagerada. Eles não entendem o porquê elas fizeram isso. Claro,como de fato entenderiam?
Enfim,me desculpem pelos spoilers. Esse é um livro incrível que com certeza daqui a alguns anos vou querer ler novamente.

Nina Pina 25/02/2024

As suicidas
As virgens suicidas

Bom, o título da obra já diz tudo, cinco garotas, as irmãs Lisbon lindas adolescentes, loiras de classe média, oprimidas e cobiçadas por quase todos os garotos de um subúrbio dos Estados Unidos, vivendo sob os atentos olhos dos pais, principalmente da mãe.
As meninas eram privadas de quase tudo.
Cinco meninas vivendo no tédio absoluto sem poder fazer nada.
Quanto mais eu avançava na história, mais me agoniava, após o primeiro suicídio, a família entrou num estado de paranoia coletiva.
A casa da família Lisbon se tornou sombria e triste.
De repente todas as outras meninas foram se entregando ao inevitável. Uma história triste, pois proteger demasiadamente pode prejudicar a vida dos filhos, a mãe das meninas tentou ser uma boa mãe, tentou protegê-las de tudo menos de si próprias.

Nicoly538 25/02/2024

?As meninas Lisbon tornaram o suicídio algo famíliar?
?No fim não importava quantos anos elas tinham ou que fossem meninas, mas apenas que as amamos e que elas não nos ouviram chamar, e ainda não nos ouvem, aqui em cima na casa na árvore, com cabelos rareando e barrigas moles, chamando-as para fora dos quartos onde entraram para ficar sozinhas para sempre, sozinhas no suicídio, que é mais profundo que a morte, e onde nunca encontraremos as peças para montá-las outra vez.?

O leitor se sente parte da vizinhança, parte do grupo de amigos que tenta incansavelmente saber mais sobre a vida de cada menina Lisbon e fazer parte dela. O livro não trata sobre a tristeza profunda que as meninas poderiam ter sentido ou sobre o motivo do suicídio de cada uma delas. No fim, você se sente no começo, com a única certeza sendo que as meninas são garotas, mulheres, que viram no suicídio uma forma de gritar sua feminilidade, de forma tão silenciosa que ninguém nunca as ouviu e muito menos entendeu.
O impacto delas sobre a vida do leitor talvez seja o mesmo que elas tiveram sobre a vizinhança. Sempre misteriosas, o ar pesado que rodeava a casa Lisbon instigava os meninos a quererem saber mais assim como instiga o leitor a querer entender tudo.
A narrativa não explica o sentimento das meninas. Quem é que sabe quais foram as razões? Será que foi algo planejado há muito? Uma decisão feita de última hora? Foi por causa da rigidez dos pais? Ou simplesmente uma forma de escape?
Tudo oque se sabe é que elas encontraram na morte uma forma de vida.

Monaliza20 24/02/2024

Leitura com altos e baixos
Talvez eu tenha chegado até essa leitura desavisada: esperava uma história sobre as garotas suicidas, e acabei me deparando com uma história sobre rapazes apaixonados por essas moças.

E não me levem a mal, mas que rapazes chatos, rasos, bobos. De uma bobeira de filme norte americano, daqueles bem clichês.

Enfim. O plot do livro é muito bom: afinal, o que faria com que 5 meninas resolvessem se matar? Mas a narração foi, para mim, bem pedante, principalmente nas passagens de apelo sexual.

Eu gostaria TANTO de ter lido mais sobre as meninas Lisbon, sobre os seus pais. Mas o livro nunca chega. Fica a margem de si mesmo, falando sobre brincadeiras e delírios de meninos bobos. Uma pena.