Resenhas - As Virgens Suicidas

Julia.Roloff 23/12/2023

Para nós, mulheres malucas e depressivas
Esse foi um dos meus livros favoritos do ano e toda vez que eu falo isso pra alguém, me olham estranho com medo que eu tenha alguma tendencia a seguir os mesmo passos das meninas do livros.

Jeffrey Eugenides me apresentou a um estilo de escrita muito novo para mim e tenho um pouco de dificuldade de caracteriza-lo, mas para mim, ele parecia uma bagunça confortável. O narrador não era uma pessoa, mas um conjunto de garotos, e esses garotos tinham por mania descrever em detalhes tudo o que conseguissem extrair da vida das meninas que observam diariamente.

Não sei explicar porque essa narrativa foi tão boa para mim, mas funcinou muito bem com toda a história.

E sobre a história, para mim, ela narra o sentimento de ser uma menina de 13 anos, o que um garoto nunca vai entender.

Fefo/Afago 22/12/2023

Buscamos pelas respostas antes de tentarmos solucionar
Minha primeira leitura conjunta ao Telebooks
Nota: 5.8/??½
Resenha: Com uma estrutura de difícil digestão, o autor de As Virgens Suicidas pincela uma triste história com detalhes vívidos e infinitos. Isso pode dificultar imensamente sua leitura se você quiser uma história como as outras que focam em seus protagonistas. Essa riqueza de detalhes é um ponto forte da escrita de Eugenides, mas que acaba não agregando tanto à história central.
E com essa abundância de detalhes - vários personagens coadjuvantes e figurantes com suas próprias histórias - torna a história algo crível. Em certo momento, esqueci que era um livro ficcional. Acho que isso considera como um dos pontos fortes do livro.
Embora o que eu tenha dito seja algo interessante em relação ao livro, devo alertar sobre a péssima estrutura que a obra possui. Certos capítulos vão parecer infinitos. Se estiver em uma ressaca literária ou suscetível a uma, este não é o recomendado. Mas apesar deste contraste, o livro alerta sobre uma questão extremamente pertinente e que só ganhou mais força com o passar do tempo. Relendo alguns trechos, a semelhança que senti com Therese foi algo surreal.
A obra é um retrato mal elaborado de uma realidade assustadora vista não somente em Minnesota dos anos 70, mas um corte transversal que ultrapassa gerações diferentes.
Talvez as pontas soltas, a tangenciação em vários momentos, talvez seja uma forma de transcrever a sensação dos rapazes de não conseguirem ajudar ela.
Algo que chamou minha atenção foi como eles perceberam em como estavam tão tomados por paixão que isso acabou ponderando mais do que a necessidade de ajudar as meninas a ficarem bem.
Talvez seja essa a sensação de alguém que conviveu com uma pessoa suicida. Por mais que possa ter sido fora do nosso alcance, se tivermos uma mínima consciência, acabamos por nos culpar pelos momentos em que não conseguimos prestar atenção aos sinais.

Kafeina56 21/12/2023

"O que temos aqui é uma sonhadora"
Raramente faço resenhas, ou ainda mais publico as poucas que me esforço a fazer, mas esse livro me cativou, e eu apenas acho que é certo fazer essa resenha. Vou começar falando da técnica de escrita do autor, eu estava calculando que leria esse livro em dois dias por ser pequeno, mas o autor parava muito para explicar detalhes que não serviam de muita coisa para a narrativa, como "a cortina se move de tal jeito enquanto o sol passa por ela e bla bla bla" e a parte do Trip? Ele levou 3 pag só pra falar desse desgraçado, mas enfim as partes boas, eu não leio sinopse de livros, gosto de me surpreender, e meus amigos a surpresa de me dar conta que eu estava completamente envolvida no mundo das irmãs Lisbon foi avassaladora, e depois da metade do livro eu peguei meus olhos pinicando com o início de um choro, pq sabia o que estava vindo, sabia desde o começo, mas fui cativada pelas irmãs, me imaginava como um dos meninos desbravando os segredos da existência delas, e a irmã que mais preencheu meus pensamentos foi Cecilia (agora mesmo quando escrevo o nome dela tenho um sorriso em meu rosto) e não consegui parar de lembrar da minha própria infância quando penso nela, não quero ser presunçosa em dizer que entendo o tipo de melancolia que perseguia ela, acho que todas as meninas com pais extremamentes religiosos ou apenas meninas esquisitas, sentiram essa melancolia uma vez na vida, apesar de Cecilia ser a mais nova, ela entendia mais do que as outras o que a morte podia oferecer, as vezes me pego odiando a mãe delas, mas sinceramente não acho que havia algo que eles podiam fazer para salvá-las, acho que é isso o que acontece com os espíritos livres, a vida nunca seria o suficiente para elas. E como uma forma de reverência a memória das irmãs, eu quero dedicar uma música para elas 'Lover, you should've come over' do Jeff Buckley, acho que a Lux gostaria muito, então essa e especialmente dedicada a ela

moonmarix 21/12/2023

As Virgens Suicidas
"As Virgens Suicidas" retrata a vida da família Lisbon, composta por um pai, uma mãe religiosa e cinco filhas. A trama gira em torno da tentativa de suicídio da filha mais nova. O enredo se desenrola por meio das lembranças de admiradores das meninas, que, ao longo dos anos, parecem ter agido como stalkers. A história destaca o deterioramento da família, da saúde mental das meninas e do relacionamento entre os membros, simbolizado pela decadência da casa dos Lisbon.

A narrativa, embora envolvente, incomoda ao revelar a admiração excessiva dos rapazes pelas meninas, dando a impressão de comportamento stalker. A apatia da vizinhança diante dos eventos reflete a indiferença pela tragédia alheia.

GabrielleRS 21/12/2023

Muito longo
Comecei a ler por ser um clássico, mas me decepcionei com alguns aspectos. Arcos desnecessários para a história das meninas Lisbon. A quebra das entrevistas no final do livro e a demora para finalização.
Como um todo, entendo o porque de ser um clássico, traz a visão de algo tão pesado em uma época sem informações e muitos tabus. Vale a leitura, mas não espere algo revolucionário.

beatrice56 20/12/2023

?No fim não importava quantos anos elas tinham ou que fossem meninas, mas apenas que as amamos e que elas não nos ouviram chamar, e ainda não nos ouvem.?

Jessica 13/12/2023

Por que você é um homem, é apenas isso que você faz
Eu gostei da história mas tem pontos impossíveis de serem ignorados, como o racismo e a misoginia. É insuportável que TODO o livro tenha apenas a perspectiva masculina, as garotas são desumanizadas a todo momento além das claras negligências. Eles não amaram elas. É o tipo de livro que seria bom se fosse de uma mulher porque ele faria sentido, mas como não é ele nada faz sentido se prestar atenção.

Veronica16 12/12/2023

As Virgens Suicidas" de Jeffrey Eugenides é uma narrativa envolvente que explora a vida de cinco irmãs adolescentes em uma comunidade suburbana. O livro, narrado por um grupo de meninos fascinados pelas irmãs, aborda temas como repressão, identidade e o impacto da sociedade conservadora. A história se desenrola de maneira melancólica à medida que as irmãs enfrentam pressões familiares e sociais.

vitoriamvrques 11/12/2023

Dor
Esse livro me deixou triste, capenga e deprimida. o pior de tudo é que o leitor nunca sabe o que realmente se passava na cabeça das meninas e que aqueles meninos nunca amaram elas de verdade.

Letícia Pena 11/12/2023

    A famosa frase que eu tanto via no pinterest " Você nunca foi uma garota de 13 anos" se torna um pouco irônica porque veja bem, o autor TAMBÉM nunca foi uma garota de 13 anos então como ele poderia escrever sobre uma experiência tão singular de ser uma menina adolescente?
E exatamente ele não o fez. A história é narrada pelo ponto de vista de um grupo de meninos que são bizarramente obcecados pelas garotas constantemente as desumanizando e as colocando em um pedestal.

      O início foi muito promissor, despertou minha atenção e interesse mas logo se perdeu completamente. Detalhes excessivos de pessoas que SEQUER faziam parte da história e ritmo lento tornaram a leitura chata e maçante.  Apenas terminei porque fiquei na esperança de que em algum momento existiria uma explicação sobre o lado delas mas só o que recebi foram suposições sem fundamento e uma visão bem machista sobre o que poderia ter acontecido.

    Além de um final ridiculo onde um homem já adulto as chama de egoístas como se aquelas meninas que tanto sofreram tivessem culpa da obsessão doentia que eles tinham nelas e os devessem alguma explicação.

    Resumindo, esperava muito e não recebi nada. Essa é uma das raras história onde o filme é melhor do que o livro.

(A ÚNICA coisa que gostei foi a vibe melancólica, acho que as lisbons teriam amado ouvir lana del rey)

rott3ngrl 07/12/2023

.
Extremamente desconfortável ler um homem na casa dos 30 sexualizando meninas adolescentes. além do mais, é bizarro a perspectiva masculina sobre as meninas Lisbon, e perceber como ela se aplica também sobre as mulheres na vida real. me senti anojada em algumas partes. sofia coppola fez um milagre cinematográfico

vamprismu 06/12/2023

Sofia Coppola eu nunca irei te perdoar
Esse livro falhou miseravelmente comigo. E eu nem sei por onde começar minhas reclamações.
A premissa do livro é até interessante e algumas (poucas) partes funcionam, porém absolutamente ninguém pode negar que isso virou um clássico cult graças ao filme de estreia da nossa querida nepobaby Sofia Coppola.
O autor tinha mais ou menos 33 anos quando o livro foi publicado em 1993. O que um homem na casa de seus trinta anos entende sobre mulheres, ainda mais adolescentes? NADA. E foi esse o ponto que me fez meio que odiar esse livro.
O livro não funciona justamente por ter esse olhar totalmente masculino. É um homem escrevendo sobre adolescentes pela perspectiva de outros homens que tiveram uma mera convivência com essas irmãs. E por quê eu digo mera? As irmãs Lisbon para aqueles meninos eram simplesmente uma fantasia. Eles nunca as enxergaram como pessoas/individuos mas sim como uma unidade. Levando a existência delas a um patamar de divindade.
E talvez esse seja o ponto. Porém não funciona, porque como já expliquei é um homem escrevendo sobre meninas.
A parte em que faz o leitor pensar a respeito do abuso parental disfarçado de proteção e a religiosidade excessiva é até interessante, mas se perde por causa de uma escrita ruim e sem propósito definido.

Eu não sei como o livro foi recebido em 1993 mas sei que o filme não teve lá muito apoio em 1999. Foi só depois de um tempo, quando a Sofia conseguiu se desvincular do pai e deixar a persona dela em mais evidência que a maioria dos seus filmes viraram clássicos, obviamente dando mais impacto para o livro.
Entretanto, foi na pandemia e popularização do tiktok que tudo foi elevado. A estética da Sofia ficou ainda mais em evidência e ela começou a ganhar ainda mais fãs fiéis. E sabemos que a geração tiktoker sabe ser completamente obcecada por algo.
O filme ficando ainda mais popular as “hot girls” do booktok começaram a recomendar o livro, que ganhou até uma edição lindíssima em rosa e verde da séria do “Tiktok made me buy it”.
É por esse motivo que eu nunca vou perdoar a Sofia.
A interpretação cinematográfica que ela deu a esse livro é magnífica. Delicada e tocante, coisa que a obra original não é. A Sofia conseguiu nos dar uma dimensão mais feminina e de apego às irmãs Lisbon que o Jeffrey nem sonha em conseguir.

BangoBook 06/12/2023

Não é tudo isso
A história é boa mas o final é decepcionante, achava que seria mais bombástico mas foi muito fraco.

yes2heaven 05/12/2023

Elas amariam ouvir lana del rey

queria um ponto de vista delas, entender exatamente o que elas pensavam, sobre o que conversavam.

IsabeltMelo 03/12/2023

Ele começa muito bom e vai caindo aos poucos até ficar extremamente massante e chato no final. o contexto do livro também não se ajuda, mas você entende o porquê do filme da coppola ser tão mais aclamado que o livro já que claramente faltou uma perspectiva feminina aqui.