Moonlight Books 29/09/2013
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Começamos este livro tendo uma visão de quatro situações diferentes: um ser misterioso que escuta o som do universo; uma princesa que perdeu os pais em um acidente e agora precisa provar, mesmo com a pouca idade, ser digna de governar seu reino, o que não é nada fácil já que o local enfrenta uma praga terrível; um homem que sofre com a distância da filha após o divórcio e uma menina que teve leucemia, curou-se, mas percebe agora, o retorno da doença. Estas histórias aos poucos vão sendo ligadas, e vemos assim, uma mescla de realidade e fantasia, símbolos de um grande amor.
Becky teve leucemia muito jovem, e durante o tratamento teve o privilégio de ter ao seu lado um pai amoroso, que foi capaz de criar um mundo de fantasia somente para ajudar sua filha neste fase complicada. Eles dividiam, noite após noite, um conto de fadas diferente, não algo tradicional com Cinderela ou Branca de Neve, e sim um mundo vindo de suas mentes, o universo de Tamarisk, com suas criaturas únicas e seus aromas doces e acolhedores.
Curada, a menina sofreu com a separação dos pais, morando com a mãe, acabou perdendo aquela cumplicidade com o pai, no entanto, um dia, Becky descobriu que seu mundo de imaginação era real, e isso aproximou pai e filha outra vez, pena que por audácia do destino, a doença retornou.
Confesso que no começo fiquei confusa com tantas situações, cada capítulo tratando de um local e de pessoas diferentes, me fez questionar se era um livro de fantasia ou não, logo que tudo foi unido, comecei então a me sentir mais tranquila e muito curiosa.
Eu adoro mundos fantásticos, e quando humanos invadem este espaço e interagem com seus habitantes, no estilo As Crônicas de Nárnia, acho fascinante, mas neste livro eu não conseguia acreditar na fantasia, por mais e mais elementos que o autor apresentasse da interação de Becky e Tamarisk, eu não fui convencida, parecia que tudo estava só na cabeça da menina,e quando o pai dela entra nesta onda, eu comecei a ver com outros olhos, como se Tamarisk fosse um refúgio da realidade, uma forma de suavizar a dura realidade de uma criança com leucemia.
A atitude do pai em relação a filha é muito bonita, mas acreditem, não me emocionei, eu atribuo o fato a questão de não ter filhos, e por isso, não foi algo que mexeu comigo, que trouxe uma identificação, possivelmente pais e mães sejam tocados de forma diferente e fiquem sensibilizados com a trama. Por outro lado, a questão do divórcio fez mais sentido, afinal sou filha, e achei muito, mas muito mesquinha a atitude da mãe de Becky ao afastar a menina do pai, se ela tinha problemas com o marido não era justo fazer da menina um cabo de guerra. De qualquer forma, a história é de amor, o amor incondicional de um pai por seu filho.
Os personagens são pessoas bem comuns, que poderíamos encontrar em qualquer lugar, não existe aqui aquela pessoa perfeita, tirando a parte de Tamarisk, suas vidas são como as nossas.
Para cada leitor, este livro trará uma interpretação diferente, é um livro que está ligado no que acreditamos e no que somos, e até mesmo no que estamos vivendo no momento. No meu caso, vi como um símbolo de fé, esperança e amor. Também de força para lutar por algo que desejamos ou por aqueles que amamos.
Eu senti falta da abordagem de alguns pontos, sinceramente um livro somente sobre Tamarisk seria interessante, mas com certeza, esta falta de esclarecimentos foi intencional por parte do autor, pois como eu disse, cada um interpreta esta história de um jeito, e ele deve ter deixado esta abertura exatamente para isso.
Um livro sensível e singelo, a leitura é rápida, mas foi uma história que não mudou nada para mim, é um livro que não mexeu comigo, não odiei, nem amei, simplesmente algo que li. Não é ruim, então leiam para tirar sua conclusões.
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