What does it all mean?

What does it all mean? Thomas Nagel




Resenhas - Uma Breve Introdução à Filosofia


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jonasbrother16 25/03/2024

Platão e Aristóteles diziam que a filosofia começa com o "espanto" ou "maravilhamento" com o mundo. Nesse livro, a filosofia começa com a decepção. Se Platão e Aristóteles são os filósofos por excelência, esse livro apresenta uma espécie de anti-filosofia.

Os primeiros capítulos se detêm em questões de se podemos sequer confiar na existência de um "mundo real", ou de que existem outras consciências além da nossa, ou de se existe algo além do nosso corpo em sentido material. Ou seja, começa-se duvidando justamente de tudo aquilo que causa o maravilhamento de Platão e Aristóteles.

Os capítulos seguintes não são muito melhores. O que eu mais gostei de ler foi o capítulo sobre o significado de palavras, mas mesmo ele é assombrado pelo solipsismo moderno. Os capítulos sobre livre arbítrio e sobre moralidade também só fazem perder tempo com os clichês do determinismo e do relativismo. O capítulo sobre Justiça tem um grave problema do ponto de vista de quem quer fazer uma introdução ao tema, que é: ao invés de tentarmos perceber o que é Justiça, já começamos assumindo que justiça é "igualdade", e discutimos os problemas que aparecem a partir daí, sem nunca questionar o próprio ponto de partida. Os últimos capítulos, sobre morte e sobre o sentido da vida, são simplesmente deprimentes.

Se era para alguém gostar e querer participar da filosofia depois de ler esse livro, então tem algo muito errado.
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i-sa-do-ra 06/10/2023

Surpresa agradável
Primeiramente, gostaria de esclarecer que é extremamente triste o fato de que não levam os livros de Filosofia à sério. Esse livro é uma boa obra, e eu recomendaria à qualquer um que se interessasse minimamente por Filosofia e pela investigação filosófica.

Me foi uma leitura extremamente agradável. Tive que fazer provas relacionadas ao conteúdo dele, e me dei bem devido à fluidez da leitura. Definitivamente, isso é um ponto positivo quando se trata de um livro de Filosofia. E além disso: cumpre muito bem seus deveres como obra filosófica.

Traz questões que ficam pertinentes na cabeça por um tempo. Talvez, fiquem pra sempre. O barato da Filosofia é sempre ter o que acrescentar a uma ideia, sempre ter o que concordar e o que discordar; o que gostar e o que desgostar; e por aí vai. Não é necessário concordar com tudo o que o Nagel escreve. A discordância de uma ideia, inclusive, é um belo ponto de partida para formar as nossas próprias.

Isso é uma pérola.
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ray 03/03/2023

Bom livro, de linguagem fácil e dinâmica. aqui o autor não foca em citar nomes da filosofia, muito menos aprofundar em teorias, mas, sim, em introduzir o leitor a um "pensamento filosófico" e deixá-lo refletir por si mesmo acerca de grandes questões. ótimo pontapé inicial para abrir a mente e filosofar :)
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Jess.Carmo 01/02/2023

Introdução à problemas filosóficos conhecidos
Para Nagel, a principal tarefa filosófica é o movimento reflexivo sobre ideias triviais que usamos no dia a dia. Entretanto, não há um consenso filosófico sobre o que são as coisas e o mundo.

No segundo capítulo, Nagel expõe os argumentos solipsistas e ceticistas e como é difícil derrubá-los. Para a hipótese solipsista, só podemos afirmar que algo existe para além da nossa mente se acreditarmos plenamente no conteúdo dela. Ou seja, se fizermos o esforço de provar a existência do mundo a partir das nossas experiências e impressões, cairemos em tautologia.

A questão de que o mundo real poderia ser um sonho também não escapou a Descartes. Para ele, o delírio dos loucos seria o sonho das pessoas acordadas, porém os loucos permanecem mergulhadas nesse sono eterno, enquanto as outras pessoas despertam.

Segundo Nagel, para o ceticismo, não é possível conhecer nada para além das nossas percepções. Surge aí um outro problema, a saber, nossas percepções podem nos enganar e o mundo pode ser totalmente diferente de como o percebemos.

O pensamento científico também cai nessa questão. As ciências particulares, ao tentar explicar o mundo através de seus conceitos fundamentais, também estão vulneráveis à percepção das coisas.

No terceiro capítulo, Nagel apresenta um tipo especial de ceticismo, a saber, aquele que questiona como podemos ter certeza de que existem outras mentes ou experiências além das nossas. Para essa corrente, se não podemos ter acesso ao que se passa na mente de outra pessoa, mas apenas aos seus corpos e comportamentos, não podemos afirmar que existe outra mente além da nossa. Além disso, também não podemos afirmar com exatidão que, por essa mesma razão, objetos inanimados não têm experiências ou consciência.

No capítulo 4, Nagel define e diferencia o fisicalismo e o dualismo. Enquanto os fisicalistas têm uma concepção materialista do que é a mente, o dualismo aposta na separação de mente e corpo. Os fisicalistas possuem o afã de um dia provar que apenas existe o mundo físico, que tudo o que entendemos por consciência é também composta pelo mundo físico. Já os dualistas pensam que a experiência da consciência é sempre singular e jamais poderá ser acessada com objetividade por um observador externo.

.

Penso que a concepção fisicalista apresenta algumas deficiências argumentativas. A anatomia é uma investigação da morfologia dos órgãos abstraídos das suas relações vitais e da sua relação com o mundo. É extremamente indeterminado pensar um órgão sem o todo, já que ele seria um órgão morto. O corpo não tem consciência de si, apenas o Eu (que não é apenas determinado pelo meu corpo) tem consciência do corpo.

No capítulo 5, Nagel problematiza a relação das palavras e as coisas. Para ele, as palavras não servem apenas como rótulos, mas principalmente para a comunicação, o que implica a universalidade da linguagem. Ou seja, cada palavra contém um pensamento compartilhado por trás dela. Apesar de haver certas marcas particulares que as pessoas fazem das palavras, como as imagens que fazemos de determinadas coisas, elas sempre se aplicarão a algo universal, já que a usamos para que a comunicação seja efetiva, ou seja, para que o outro me entenda quando quero expressar algo.

No capítulo 6, Nagel discute a questão do livre-arbítrio, a saber, se as pessoas podem fazer coisas sem que suas escolhas sejam ou não totalmente determinadas por algo independente delas.

O determinismo acredita que certas circunstâncias, como nossas experiências anteriores, as circunstâncias sociais etc., determinam nossas ações, tornando nossas escolhas inevitáveis. Nesse sentido, não haveria livre-arbítrio. Para Nagel, se levarmos a sério o que nos propõe o determinismo, não é possível alguém ser responsável por suas escolhas.

Entretanto, o indeterminismo das nossas escolhas também não nos livra desse problema da responsabilidade. Se o determinismo é falso, nada é responsável, já que se a escolha não é determinada por nada, a escolha é inexplicável.

Estou de acordo com a afirmação de Nagel de que as duas soluções não fazem muito sentido. Não dá para pensar a escolha do puro indeterminado, assim como pensar que a escolha depende exclusivamente de fatores externos que eu não posso interferir seria cair num completo fatalismo.

site: https://www.instagram.com/carmojess/
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Jess.Carmo 17/06/2022

Introdução à problemas filosóficos conhecidos
Para Nagel, a principal tarefa filosófica é o movimento reflexivo sobre ideias triviais que usamos no dia a dia. Entretanto, não há um consenso filosófico sobre o que são as coisas e o mundo.

No segundo capítulo, Nagel expõe os argumentos solipsistas e ceticistas e como é difícil derrubá-los. Para a hipótese solipsista, só podemos afirmar que algo existe para além da nossa mente se acreditarmos plenamente no conteúdo dela. Ou seja, se fizermos o esforço de provar a existência do mundo a partir das nossas experiências e impressões, cairemos em tautologia.

A questão de que o mundo real poderia ser um sonho também não escapou a Descartes. Para ele, o delírio dos loucos seria o sonho das pessoas acordadas, porém os loucos permanecem mergulhadas nesse sono eterno, enquanto as outras pessoas despertam.

Segundo Nagel, para o ceticismo, não é possível conhecer nada para além das nossas percepções. Surge aí um outro problema, a saber, nossas percepções podem nos enganar e o mundo pode ser totalmente diferente de como o percebemos.

O pensamento científico também cai nessa questão. As ciências particulares, ao tentar explicar o mundo através de seus conceitos fundamentais, também estão vulneráveis à percepção das coisas.

No terceiro capítulo, Nagel apresenta um tipo especial de ceticismo, a saber, aquele que questiona como podemos ter certeza de que existem outras mentes ou experiências além das nossas. Para essa corrente, se não podemos ter acesso ao que se passa na mente de outra pessoa, mas apenas aos seus corpos e comportamentos, não podemos afirmar que existe outra mente além da nossa. Além disso, também não podemos afirmar com exatidão que, por essa mesma razão, objetos inanimados não têm experiências ou consciência.

No capítulo 4, Nagel define e diferencia o fisicalismo e o dualismo. Enquanto os fisicalistas têm uma concepção materialista do que é a mente, o dualismo aposta na separação de mente e corpo. Os fisicalistas possuem o afã de um dia provar que apenas existe o mundo físico, que tudo o que entendemos por consciência é também composta pelo mundo físico. Já os dualistas pensam que a experiência da consciência é sempre singular e jamais poderá ser acessada com objetividade por um observador externo.

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Penso que a concepção fisicalista apresenta algumas deficiências argumentativas. A anatomia é uma investigação da morfologia dos órgãos abstraídos das suas relações vitais e da sua relação com o mundo. É extremamente indeterminado pensar um órgão sem o todo, já que ele seria um órgão morto. O corpo não tem consciência de si, apenas o Eu (que não é apenas determinado pelo meu corpo) tem consciência do corpo.

No capítulo 5, Nagel problematiza a relação das palavras e as coisas. Para ele, as palavras não servem apenas como rótulos, mas principalmente para a comunicação, o que implica a universalidade da linguagem. Ou seja, cada palavra contém um pensamento compartilhado por trás dela. Apesar de haver certas marcas particulares que as pessoas fazem das palavras, como as imagens que fazemos de determinadas coisas, elas sempre se aplicarão a algo universal, já que a usamos para que a comunicação seja efetiva, ou seja, para que o outro me entenda quando quero expressar algo.

No capítulo 6, Nagel discute a questão do livre-arbítrio, a saber, se as pessoas podem fazer coisas sem que suas escolhas sejam ou não totalmente determinadas por algo independente delas.

O determinismo acredita que certas circunstâncias, como nossas experiências anteriores, as circunstâncias sociais etc., determinam nossas ações, tornando nossas escolhas inevitáveis. Nesse sentido, não haveria livre-arbítrio. Para Nagel, se levarmos a sério o que nos propõe o determinismo, não é possível alguém ser responsável por suas escolhas.

Entretanto, o indeterminismo das nossas escolhas também não nos livra desse problema da responsabilidade. Se o determinismo é falso, nada é responsável, já que se a escolha não é determinada por nada, a escolha é inexplicável.

Estou de acordo com a afirmação de Nagel de que as duas soluções não fazem muito sentido. Não dá para pensar a escolha do puro indeterminado, assim como pensar que a escolha depende exclusivamente de fatores externos que eu não posso interferir seria cair num completo fatalismo.

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Rafael.Dardes 13/08/2021

Cumpre o que propõe
Sem se aprofundar muito, o autor explora alguns dos temas que mais permeiam o pensamento e as discussões filosóficas. Apesar de não trazer muita profundidade, tais temas são abordados de maneira contundente e a seriedade na qual devem ser considerados fica bem expressa.
É um livro básico e introdutório ao pensamento filosófico. Muito interessante realmente para quem nunca se deparou com essas questões.
Uma leitura rápida, sucinta e prazerosa.
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Lucio 24/12/2014

Uma introdução temática à filosofia numa perspectiva ateísta
RESUMO - INDICAÇÃO
O livro irá apresentar assuntos relacionados à epistemologia, antropologia-filosófica e metafísica, filosofia da linguagem, ética, sociologia e questões existenciais. São os temas básicos da discussão filosófica. Nesse sentido, para quem não entende nada mesmo de filosofia, é altamente recomendável. Provocativo e instigante, fará com que o leitor tenha os interesses despertados para as questões filosóficas. Pode despertar as mentes ociosas de seu sono dogmático.
Não fecha com nenhuma perspectiva epistemológica em si. Também não fecha com o realismo ou com o anti-realismo (idealismo). Argumenta que não temos certeza da existência de outras mentes de modo que a possibilidade seja a de que exista só a nossa ou existam muito mais consciências do que imaginamos, até mesmo em seres que consideramos inanimados. Permanece em cima do muro quanto à questão do problema-mente corpo, embora rejeite a teoria fisicalista. Considera o significado um mistério mas entende que na prática esse mistério parece se desvanecer. Não consegue aceitar liberdade total (sem causalidade) como fundamento para a ação responsável mas também não vê o determinismo como um fundamento para a moralidade. Outra vez, em cima do muro. Na moralidade parece utilitarista emotivista. Quanto à sociologia, propõe uma tributação redestributiva como paleativo das desigualdades provocadas naturalmente pela sociedade competitiva e se esquiva de soluções totalitaristas. Quanto à morte é um epicurista nato, dizendo que quando a morte é, já não somos, e, portanto, não há motivos para temê-la. Por fim, admite que a vida não tem significado e que devemos viver bravamente sob o desespero incessante - uma argumentação à lá Russell.

AVALIAÇÃO - ESTRUTURA
O livro é muito bom. Nagel escreve numa linguagem muito fácil e tem raciocínio claro. Ele promete ser uma introdução tão básica que qualquer um poderá ler, mas há alguns pré-requisitos para compreendar alguns termos ou raciocínios.
Há uma proposta e apologia à apresentação temática da filosofia a qual achamos muito interessante.
Nagel também propõe-se a tentar ser imparcial, um simples inquiridor, mas admite que isso seria impossível e já anuncia o que dissemos no título da resenha: como ateu, ele acaba pendendo, em muitas reflexões, para as perspectivas que acredita.
Não há referências a nenhum pensador, como ele propõe no começo. Bom, para ser mais exato, não há referência explícita. Mas as alusões estão por toda parte. Só a título de exemplificação, quando ele vai falar sobre a morte o texto grita Epicuro a nós. Particularmente não veríamos mal algum se ele mencionasse os pensadores que fomentam suas conclusões. Seria até mais interessante a título de demonstrar como vários filósofos de diferentes épocas ajudam-nos a compor nossas cosmovisões elaboradas, conscientes.
O livro segue uma métrica 'cética' (um ceticismo metodológico, diria Johannes Hessen), tentando levantar questões sem compromissos de resolvê-las ou deixá-las sem mais o que falar. Em muitos capítulos ele mesmo termina com questões. São os capítulos em que ele consegue ser objetivo ao propósito de não tomar partido, embora pode ser que não tenha feito justamente por não saber como lidar com aquelas questões.
Um ponto fraco do livro é que ele trabalha com alguns espantalhos, particularmente os relacionados às perspectivas que não abraça. E isso não só em relação ao teísmo, no qual várias gafes são cometidas - e ele mesmo admite que pode não ser muito versado em perspectivas religiosas nas páginas 105 e 106 -, mas em relação a posições de alguns filósofos como as alusões a Sartre e a caricatura da posição existencial do mesmo.
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José Ricardo 01/08/2013

Como pensar filosoficamente...
O autor aborda ao longo do livro temas relevantes da filosofia de maneira bastante original. Não recorre a classificações históricas ou se pauta de modo compartimentado a escolas filosóficas ou ao legado de filósofos de renome. Sua opção é feita por temas filosóficos. É assim que ele discorre sobre a relação entre mente e corpo; sobre o que pode ser conhecido e apreendido pelo ser humano; ou sobre linguagem, liberdade, justiça, morte e o sentido do vida. Tudo isso de maneira bastante informal e acessível; com uma linguagem clara e objetiva, sem banalização ou reducionismo em relação aos assuntos em foco.

Thomas Nagel, de maneira quase imperceptível e com um texto fluído, vai nos envolvendo com questões filosóficas pontuais, as quais, ao longo da História, receberam inúmeras abordagens e pontos de vista, sem que até agora existam conclusões fechadas.

Cabe destacar que o autor não deixa de transmitir, de maneira sutil, suas próprias convicções sobre os temas examinados, embora deixe claro que não tem a pretensão de persuadir ninguém a aderi-las. Sua real intenção, ao que parece, é provocar a reflexão, fomentar o pensar; enfim, estabelecer condições para que o leitor realize "uma breve introdução à filosofia"; que aprenda a filosofar...

Após a leitura da obra, algo fica claro: todos os que pensam sobre a vida, a existência, a morte; sobre o agir ético e justo estão, em certo sentido, filosofando...

Nagel ensina como pensar filosoficamente...
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Nathalia 11/03/2012


Uma breve Introdução a Filosofia
Thomas Nagel o autor do livro Uma breve introdução a filosofia , narra formas e argumentos sobre o pensamento.
Faz perguntas da existência dos pensar,fala do mundo fixo externo que poderia ser apenas um sonho ou alucinação ...

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