Ana Júlia Coelho 14/03/2023Grania fugiu de Nova York e de seu namorado para se recuperar de um trauma. Encontrou não só o refúgio que procurava na casa dos pais, como algo muito mais forte que isso.
Aurora, uma menina de 8 anos, já chega movimentando a vida de Grania. A ligação e a amizade entre as duas já é forte desde o início, tão forte que Alexander, o pai da menina, deixa Aurora aos cuidados de Grania todas as vezes que precisa se ausentar do país. Mas a mãe de Grania não vê essa relação com bons olhos.
Através da narração de Kathleen, descobrimos mais sobre o passado da família de Aurora e de Grania, e os motivos da mulher não aprovar essa aproximação com a menina. Somos levados para antes da Primeira Guerra Mundial, onde ambas as famílias se entrelaçam de uma forma única, enquanto Grania tenta lidar com seus problemas de Nova York e os problemas que encontra com Alexander e Aurora.
O livro narra um período tão longo (desde a primeira guerra e as relações dos antepassados até os dias de hoje) que parece que eu li uma série, mas o maravilhoso é que foi tudo encaixado em um livro só. A autora soube me levar pra dentro da história que me senti como se toda essa fofoca das parentadas fosse com uma amiga minha.
Alguns aspectos são bem previsíveis (dois, em especial), mas gostei como toda a história se amarra. A árvore genealógica ficou um pouco confusa, foi aquele ponto em que parei pra processar todas as relações entre os personagens da história, mas ainda bem que a autora colocou a ilustração pra facilitar. A parte romântica me deixou um pouco cansada, porque o forte são as relações familiares e suas consequências. O ponto fraco são os diálogos: super infantis em se tratando dos adultos, e muito maduros quando Aurora falava. Esse detalhe não harmonizou com a história, ficava meio desencaixado, sem sentido. Mas gostei do jeito que a história se repete e como a autora conseguiu encaixar duas narrativas parecidas sem ser algo forçado.
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