1968: O Ano que Não Terminou

1968: O Ano que Não Terminou Zuenir Ventura




Resenhas - 1968


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MVGiga 14/04/2011

Que juventude é essa?
A frase de Mario de Andrade que iniciou este livro-documentário é impactante devido a coerência com toda a história do Brasil. Eis a frase: "Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição". Lições que devemos prestar atenção, para que não possamos cair no mesmo erro.

Nas aulas de História aprendemos que o Brasil passou por um golpe militar que levou a ditadura, a partir dos meados da década de 60, e que os jovens da época protestaram contra esse poder totalitário. Zuenir Ventura estava lá e relata neste livro os bastidores e os seus principais personagens da Revolução de 1968.

Uma singela música popular nos contextualiza sobre os principais confrontos da época: PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES de Geraldo Vandré, um pequeno trecho:

"Há soldados armados, amados ou não. Quase todos perdidos de armas na mão. Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: De morrer pela pátria e viver sem razão... Nas escolas, nas ruas, campos, construções, somos todos soldados armados ou não. Caminhando e cantando e seguindo a canção. Somos todos iguais braços dados ou não..."

Este livro é um bom material de estudo.
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Lila Castro 22/03/2013

Citações:
"Experimentava-se em todas as áreas, quase sempre pelo simples prazer da descoberta. Quando se pergunta a Caetano Velos o que o levou a resgatar Roberto Carlos, rei do iê-iê-iê, e, principalmente, a interpretar Coração Materno, de Vicente Celestino, um monumento ao mau gosto, ele responde: "Pela curtição da descoberta em mim mesmo poder gostar daquilo." A sua liberdade de "conhecer uma beleza que passa primeiro pelo feio" foi, aliás, uma experimentação revolucionária, que ajudou a criar um fenômeno na época: a valorização estética do kitsch."
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Ellen Macedo 04/10/2013

Um fiel retrato da história
Neste clássico, Mestre Zu nos presenteia com um retrato fiel de uma geração que marcou a história brasileira. Um minucioso trabalho de reconstrução dos fatos, uma das especialidades de Zuenir. Leitura obrigatória para quem quer entender a história do Brasil.
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Lista de Livros 24/12/2013

Lista de Livros: 1968 - O ano que não terminou, de Zuenir Ventura
Parte I:

“Apesar dos riscos que ofereciam, as passeatas são lembradas com doce nostalgia, talvez porque, quando a polícia deixava, elas correspondiam ao que havia de mais generoso naquela geração: a capacidade quase religiosa de comunhão, o impulso irrefreável para a doação. Se houve na história um movimento em que seus componentes não souberam o que era egoísmo, anulando-se como indivíduos para se encontrar como massa, esse movimento foi o da espetacular, pública e gregária geração de 68.”
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Parte II:

“– O senhor se lembra daquela foto do Vladimir na Passeata dos 100 Mil publicada pela revista O Cruzeiro, cercado de seguranças? – diverte-se agora o general no seu apartamento na Tijuca. – Pois bem, pelo menos três deles eram sargentos nossos.

O general lamenta não ter, para mostrar, um pôster que durante muito tempo ornamentou o departamento por ele dirigido na época.

– Se o senhor quiser, traz aqui uma revista que eu mostro. Agora não tem mais perigo porque os três já estão mortos.

Não é por falta de orgulho que esse general se mantém no anonimato, e sim por recato e segurança. Na época ele era um poderoso coronel que ajudou a implantar um dos órgãos de informação das Forças Armadas. Suas convicções ideológicas hoje provocam riso pela extravagância da radicalidade – e porque estão em recesso. Ele é um general da reserva.

– Dizem que eu sou de direita, mas isso é uma injustiça. Nunca fui e não sou de direita. O seu rosto, habitualmente sisudo, começa a esboçar um sorriso que promete mais do que sua boca acaba de dizer. Uma demorada tragada protela o desfecho. Ele já deve ter testado antes o efeito desse suspense. Finalmente diz:

– Eu sou de extrema-direita.

O número é de fato irresistível. Num país onde é raríssimo alguém se confessar de direita, dizer-se orgulhosamente de extrema-direita não deixa de ser um feito inédito. A gargalhada que se ouve agora vai na certa anunciar outra atração:

– Eu estou à direita de Hitler, eu estou à direita de Gengis Khan.

Em fevereiro de 1988 essas declarações, como não têm consequências práticas, produzem hilaridade. Mas em fins da década de 60, começos de 70, a cabeça que defende essas ideias ajudava a pensar a estratégia da repressão.”
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Parte III:

“Em dez anos de vigência, o AI-5 já tivera tempo de punir 1607 cidadãos, dos quais 321 cassados: seis senadores, 110 deputados federais e 161 estaduais, 22 prefeitos, 22 vereadores – mais de seis milhões de votos anulados. Além da cassação, todos os senadores e 100 deputados federais tiveram seus direitos políticos suspensos por 10 anos. Entre as punições a funcionários públicos, estavam o afastamento de três ministros do Supremo Tribunal Federal – Hermes Lima, Evandro Lins e Silva e Vítor Nunes Leal – e de professores universitários como Caio Prado Júnior – condenado a quatro anos e meio de prisão por uma entrevista a um jornal estudantil – Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Mário Schemberg, Vilanova Artigas, Hélio Lourenço de Oliveira e uma dezena de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, entre outros, muitos outros.

Paralelamente a essa caçada aos criadores, o AI-5 desenvolveu um implacável expurgo nas obras criadas. Em dez anos, cerca de 500 filmes, 450 peças de teatro, 200 livros, dezenas de programas de rádio, 100 revistas, mais de 500 letras de música e uma dúzia de capítulos e sinopses de telenovela foram censurados. Só Plínio Marcos teve 18 peças vetadas. O índex reunia um elenco variado, que ia de Chico Buarque, um dos artistas mais censurados e perseguidos da época, a Dercy Gonçalves e Clóvis Bornay. A violência, que o marechal Costa e Silva confessou ter sentido ao editar o AI-5, ia deixar de ser uma figura de retórica. A partir do dia 13 de dezembro de 1968, ela se abateria de fato sobre a alma e a carne de toda uma geração.”
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Lanzellotti 10/05/2014

Um livro histórico, contado como um documentário de uma época na qual não se pode servir de exemplo, mas pode-se servir de lição.
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PJ 23/09/2015

Todos deveríamos lê-lo
Sem sombra de dúvida esse livro é uma excelente obra desse conturbado ano da história do nosso Brasil. Zuenir Ventura escreve muito bem, articula seus textos e passagens, depoimentos e relatos, de forma maestral e por vezes de forma emocioante.

É um livro sobretudo esclarecedor, que nos mostra diversar articulações políticas da época e imaturidades também. Sem contar que existem passagens que parece que estamos lendo notícias atuais.

Eu estou dando nota máxima para ele, por que realmente merece. Minha única crítica está em achar que poderia ter junto nos capítulo as fotos e recortes de jornais da época. na minha opinião enriqueceria muito o trabalho. Mas isso de forma alguma tira o mérito do livro, é apenas uma opnião minha.

Digo isso por que no dercorrer da leitura, houveram momentos em que tive que para de ler e correr atrás dos registros fotográficos dos momentos históricos impressionantes que ele relata, como o escudo humano formado pelos padres na igraja da Candelário no RJ quando terminavam a celebração da missa de sétimo dia do estudante Edson Luís, pois era de fato impressionante e eu presisava ver isso! hehe
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Dani Moraes 31/10/2015

O titulo do livro reflete a importância histórica dos fatos ocorridos.
O livro é contado de maneira cronológica e o autor tem uma forma de escrita que desperta o interesse, conforme ele vai contado você percebe uma crescente de tensão que toma conta do pais e acaba culminando na promulgação do AI-5 que levou a ditadura para um outro nível de dureza e violência.

site: http://www.asverdadesqueopinoquioconta.blogspot.com.br/2015/09/1968-o-ano-que-nao-terminou.html
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Morfindel 15/04/2016

Para entender nossa história recente
A primeira parte é muito chata, muito lenta, mas as segunda, terceira e quarta partes me surpreenderam. No início eu tava quase desistindo por ser muito arrastado, mas felizmente prossegui e me surpreendi positivamente.

Uma descrição histórica muito boa sobre esse ano tão importante pra história do Brasil.
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Anne (Duff) 06/10/2016

... ajudar a acabar com as injustiças socais. Essa ilusão terminou em 64; a inocência, em 68.
“Considerado um dos maiores clássicos da literatura contemporânea brasileira, 1968 – O ano que não terminou retorna, 20 anos depois de seu estrondoso sucesso, às livrarias totalmente revisado. O livro é um retrato fiel de todos os acontecimentos que fizeram do ano de 1968 um divisor de águas na história brasileira e mundial. Além de ser uma peça de excelente jornalismo, um exemplo de texto brilhante, 1968 – O ano que não terminou presta relevante serviço à revitalização da consciência democrática brasileira.”
O Ano que não terminou, é um livro riquíssimo sobre á historia do nosso país, onde são citados grandes ícones de sucesso da literatura ao musical Brasileiro, e como alguns desses intelectuais se engajam em uma luta com os jovens "vanguarda revolucionária" que respirava politica e tinham as cabeças basicamente formadas pelos livros, e segundo o filosofo Américo Passanha, “à última geração loquaz”. Eles eram os responsáveis por desencadear uma massa de protestos e passeatas, inclusive uma das mais famosas: A passeata dos 100 mil.

“ Se a geração de 68 teve uma mídia preferencial, está oscilava entre a música e o Cinema. Os ídolos da juventude da época não eram televisivos, mas musicais, ainda que ajudados pela TV: Roberto Carlos, para os alienados; Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, para a faixa participante; e, vindo avassaladoramente de fora, os Beatles.”

Para quem não sabe, o ano em questão ocorria em nosso país a Ditadura Militar (1964-1985). Apesar de ela ter durado vinte e um anos, o livro é exclusivamente sobre o ano de 1968. Zuenir inicia o livro falando sobre a “Revolução Sexual”, e o tão receoso modo de vida moderno. Seguido por grades influencias de países afora, a juventude de todo o mundo parecia iniciar uma revolução planetária.
Uma parte em destaque do livro é:

... ajudar a acabar com as injustiças socais.

Essa ilusão terminou em 64; a inocência, em 68.
Assim teremos então a nossa, “Esquerda Festiva”.

Em alguns capítulos adiante, temos o relato da morte do estudante Edson Luís Lima Souto, baleado no peito por um soldado da PM após um confronto no restaurante estudantil do Calabouço. Luís era, como muitos de seus colegas, um jovem do interior tentado estudar no Rio, sobrevivendo de alimentação barata do local onde foi morto, e ele acabou sendo um mártir. E como cinicamente lembrava a direita: “ Era o cadáver que faltava”.

Pouco tempo depois desse episódio veio outro muito importante, relatado no capítulo "E todos se sentaram", foi à famosa passeata dos cem mil, comandada pelo líder Vladimir Palmeira, o líder que fez, literalmente, todos se sentarem no meio-fio antes de começar a passeata e depois fez um grande discursou bonito ( kkkk como todo politico faz).
Também é narrado um confronto entre os estudantes de direita da Mackenzie contra os estudantes de esquerda do curso de Filosofia da USP, a perseguição à peça Roda Viva, de Chico Buarque, em Porto Alegre e o fracassado XXX Congresso da UNE, num sítio em Ibiúna, São Paulo.

Este episódio em especial expõe muito da desorganização e desunião que existia dentro do Movimento Estudantil.

A divisão ideológica desses jovens enfraquecia vários setores de militância, descrito por Leonardo Konder como um sintoma da imaturidade da consciência politica,
“ A falta de clareza e de articulação das ideias que constituem uma proposta politica levava à adoção de critérios empíricos: Estou com fulano contra Beltrano."
E depois de tudo isso, na parte final do livro Zuenir conta com muitos detalhes os dias que antecederam o decreto do AI-5, o que acabou sendo o grande fato do ano.
Costa e Silva, presidente do Brasil, na reunião que colocou em voto o AI-5 diz:
"Eu confesso que é com verdadeira violência aos meus princípios e ideias que adoto uma atitude como esta."

O livro é fabuloso, e como já disse riquíssimos em grades detalhes deste ano que ficou pra historia, com trechos de jornais publicano na época, assim como diálogos e discursos que ficaram pra historia. Trechos que mostram as influencias que outros países teve nas lutas desses jovens, ressaltado que não foi só os estudantes de esquerda que fez parte da luta, mas os de direitas Também. São expostas as tramóias dos militantes com o intuito de controlar a massa, muitos métodos e missões de infiltração, e mortes causadas não só pelos militares, mas também, pela própria esquerda armada.
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Danilo Moreira 21/01/2017

Uma grande aula sobre o que foi 1968
Eu já tinha uma noção de algumas coisas que aconteceram nessa época porque é um assunto que curto pesquisar, mas esse livro realmente me impressionou pela riqueza de fatos - alguns surpreendentes e que parecem ter sido apagados da memória do brasileiro. Recomendo!
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Pedro.Miranda 06/04/2017

Me transportou à década de 60
Com relatos reais e informações que dão inveja a qualquer livro de história, Zuenir Ventura descreve de maneira genial a relação da juventude com os governantes, numa época na qual a repressão não era motivo de desistência dos jovens. A narração dos fatos e a sua contextualização cultural da época nos dá uma perspectiva real e nos deixa próximos ao tão falado governo do Costa e Silva, com seu Ato Institucional nº 5.
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Thiago 24/04/2017

Um grande memorial de um ano icônico.
Uma grande obra de memórias sobre um icônico ano na História deste país. Zuenir e seus entrevistados nos dão um panorama sobre vários aspectos sociedade brasileira, sobretudo a carioca, e da vida política, cultural e social do país.

Bastante revelador o caráter moralista e sectário de boa parte da esquerda nacional, com episódios cômicos, de deixar o papa orgulhoso. Mostra também o lado fascista de boa parte da Direita deste país.

Nomes e mais nomes famosos passam pela nossa retina ao ler esta obra, muitos que estão até hoje em evidência, outros cairam no esquecimento nacional. O livro mesmo quase 30 anos depois de escrito, segue bem "atual". Diria que é uma leitura obrigatória para quem gosta de uma boa leitura. Aliás, Zuenir escreve deliciosamente, sem deixar o leitor entendiado.
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MF (Blog Terminei de Ler) 15/11/2017

Por dentro de um dos momentos mais terríveis da história brasileira
"1968: o ano que não terminou", do jornalista brasileiro Zuenir Ventura. Trata-se de um verdadeiro clássico da literatura brasileira contemporânea e, sinceramente, vejo como leitura obrigatória para todos que se interessam pela história de nosso problemático e fascinante país.

Zuenir trata sobre os acontecimentos marcantes daquele ano de 1968. O golpe militar já durava quatro anos e a insatisfação do povo com a falta de liberdade e problemas econômicos/sociais fez aumentar a quantidade de protestos. Com estes, veio o aumento da violência do regime, resposta dada pelo Governo à revolta estudantil. Pode-se dizer que a escalada da violência começou no início daquele ano com o assassinato do estudante Edson Luís de Lima e culminou na decretação do AI-5, pelo "presidente" Costa e Silva.

O perfil da juventude intelectual daquele período, a organização do movimento estudantil, o radicalismo utópico tanto de esquerda quanto de direita, as grandes passeatas, os personagens famosos presos, os bastidores do governo... está tudo aí.

De certa forma é irônico analisar o destino que certos personagens tomaram. José Dirceu, por exemplo, de influente líder estudantil no final da década de 60 acabou se tornando um corrupto, um mensaleiro condenado. Uma pena, convenhamos.

site: https://mftermineideler.wordpress.com/2013/03/09/1968-o-ano-que-nao-terminou-zuenir-ventura/
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