Ivy (De repente, no último livro) 14/04/2020
Resenha do blog "De repente no último livro..."
Vou falar a verdade pra vocês: até 85% do liro eu não conseguia entender porque a trilogia Mara Dyer fez tanto sucesso. Achei a história bacana mas nada extraordinário como era de se esperar. O início é muito bom, porque tem um mistério enorme sobre o que aconteceu com os amigos de Mara Dyer no sanatório que decidiram visitar naquela noite. Começam as alucinações da garota e assim como a personagem, o leitor não consegue entender o que é real do que não é mas... quando entra o príncipe encantado da trama, Noah Shaw, o bad boy distante e inacessível que parece só ter olhos para Mara e se torna uma espécie de guardião da garota, fiquei bem cansada da leitura. É que fica com ares de Crepúsculo e não me levem a mal, mas Crepúsculo não foi das minhas histórias favoritas (embora ame o Edward!).
Achei o romance bem chatinho. Sabe aquela coisa de "te amo pra sempre" e "morreria por você"? Noah e Mara juntos ficam mais ou menos assim e, embora não seja um romance instântaneoe tome seu tempo pra desenrolar, achei que Mara já experimenta uma súbita mudança (ela regride como personagem) a partir da hora em que conhece Noah. Nem vou comentar dos momentos em que ela está desesperada por se o garoto vem ou não à escola ou quando corre no meio do baile só porque ele está falando com outra garota, achei essas cenas clichê mas, se a gente for levar em conta a época em que o livro foi escrito, a modinha era exatamente romances adolesentes dramáticos assim.
O positivo é que o mistério ao redor de Mara, da morte de seus amigos e, posteriormente, a morte de outras pessoas próximas a garota, permanece ganhando fôlego e isso nos mantém grudadinhos no livro pois a autora é sutil na parte sobrenatural então a gente fica na dúvida se será uma história com elementos mais paranormais ou apenas um mistério adolescente bem elaborado revelando uma Mara meio psicótica sofrendo com visões traumáticas. Óbvio que não vou nem contar qual das opções Michele Hodkin escolhe, pois achei que é essa dúvida pairando no leitor que deixa o livro mais intrigante e vale a pena conferir bem às cegas, pra ir descobrindo com Noah e Mara o que realmente está acontecendo.
Quando já pensava que a história havia se estancado e nada mais me surpreenderia, eis que chego nos capítulos finais. E ai-meu-Deus! O que foi aquilo Michele Hodkin?? A autora optou por um cliffhanger nervoso bem no último capítulo e fica impossível terminar essa primeira parte sem necessitar com desespero da contiuação.
É que se trata de um cliffhanger tão improvável, tão criativo e tão arrepiante que, analisando a história toda, a autora à partir desse novo fato simplesmente promete agitar e mudar (muito) a história toda, incluindo o próprio romance que parecia um arco irís de doçura até a revelação desse cliffhanger importantíssimo.
A desconstrução de Mara Dyer teve seus altos e baixos, mas no geral foi um livro bem legal, com uma narrativa rápida e sinistra que me manteve em suspense. É uma história que mistura vários elementos, com uma trama que vai se construindo de uma certa forma até chegar no final e a autora decidir arrepiar o leitor com um desfecho que muda tudo e nos deixa em choque. Achei inteligente e arriscado apostar no final do livro todas as fichas. Mas quer saber? Valeu a pena já que pra quem lê é impossível chegar ao final sem querer com urgência acompanhar a continuação que nos revela os novos rumos obscuros que a trama toda se torna.
site: www.derepentenoultimolivro.com