Luciano Luíz 11/02/2016
O GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO MUNDO de LEANDRO NARLOCH é uma compilação de alguns eventos que marcaram a Humanidade. Porém, o autor optou por colocar pouco do que realmente o leitor costuma encontrar em livros desse gênero.
Aqui ele mostra outra face dos fatos, como a miséria da África que progrediu por causa dos próprios governos africanos e não os invasores. Todo um capítulo mostrando zoeiras comunistas. A queda e Roma (e muitas teorias do que poderia ter levado o Império à ruína). Que a fome no mundo diminuiu graças aos agrotóxicos (bem, isso é fácil de perceber). Do quanto a Revolução Industrial propiciou uma diminuição da pobreza e falta de empregos e obviamente poder alimentar mais gente.
Enfim, o autor vai mostrando algumas facetas que comumente são ignoradas por historiadores e pesquisadores de uma forma geral. E que em livros didáticos é sempre o mesmo. Ele também afirma que a violência diminuiu (sempre tem fontes pra tudo). No entanto ao meu ver de ser humano limitado, ando meio que cansado de ver tanta brutalidade na TV, internet ou mesmo em jornais impressos ou ouvir pelo rádio. No meu mundo a violência parece maior a cada dia... mas no mundo do Narloch vai tudo as mil maravilhas... que bom...
Também fala dos samurais, da invasão do cristianismo no Japão pelos portugueses. E claro, Hitler, fascismo, socialismo, nazismo...
E que as bombas atômicas mais salvaram do que mataram. Muita gente não gosta dessa frase, mas a bem da verdade é que se a guerra tivesse prosseguido, a contagem de mortos tenderia facilmente a continuar subindo... É aquele esquema de sacrificar milhares (inocentes ou não) e salvar milhões (inocentes ou não)... Uma triste realidade...
O livro de forma geral, mais parece um guia de curiosidades. Tem aquela diagramação tosca da série com os desenhos dando um ar de livro infantil. E muitas páginas vazias mostrando que é papel demais com pouca tinta...
É e leitura rápida, mas também é chato em diversos segmentos. Não há quase nada de inédito (ao menos pra mim). No entanto o autor parece querer impor que tudo que ele escreve tem de ser levado como a palavra final.
Acho um tanto complicado isso em se tratando de história. Até porque mesmo o que fizemos ontem, nem sempre é possível lembrar ou pesquisar com 100% de credibilidade. Imagine com 10, 200, 500, 2 mil anos... Mas, enfim...
A narrativa anda bem, flui legal, mas o autor escreve dando a nítida impressão de que é pra adolescentes. Ele coloca umas gírias que às vezes funcionam e outras não (pra fazer valer o título da série). Tenta fazer o livro ter um certo grau de humor que também funciona em alguns casos.
Mas é um tanto estranho em certos parágrafos onde ele narra um assunto e logo depois inicia um novo parágrafo dando um exemplo do que disse anteriormente. Porém, não vejo nenhuma vantagem nisso. Serve apenas pra gastar mais palavras e papel. Repetição sem sentido. Ou se preferir, é como chamar os leitores de burros.
É como na novela Os Dez Mandamentos da Record: a água se transforma em sangue. O telespectador vê isso. Mas tem um narrador com voz ridícula que diz: - E A ÁGUA SE TRANSFORMOU EM SANGUE...
Pra que isso?! Se for pra surdos é algo bacana... mas, no livro... bem, no livro acontece da mesma forma que na novela... patético...
No geral, é um livro que pode aguçar a curiosidade para quem nunca leu outros títulos de história e assim correrem atrás de diversas fontes relacionadas aos mesmos temas (e outros, claro).
Não foi a melhor leitura da minha vida nesse sentido, mas acho que teve mais pontos positivos que negativos.
L. L. Santos
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