Séculos de espera

Séculos de espera Nilda Jock




Resenhas - Séculos de espera


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Literatura 10/05/2014

Ainda existe escravidão?
Em Séculos de espera, Nilda Jock, (144 páginas, Via Lettera Editora), nos deparamos com a história de uma família de ex-escravos brasileiros. A relação dos membros dessa família, agora ‘livres’, junto à sociedade nos remete a reflexões de processos históricos que se materializam no nosso presente.

O preconceito existente mostra o quanto a escravidão era e ainda é presente; a necessidade de branquificar a cultura negra e de marginalizá-la induz o enredo da história a um pensamento político crítico sobre como nos colocamos frente ao que é nosso; frente a nossa formação social e como nos comportamos pleno século XXI com questão sociais que estão mascaradas num moralismo imoral.

A princípio conhecemos Jacinta, uma negra, descendente de escravos, que foi criada na casa dos patrões com algumas regalias distintas que os outros negros levavam na época. Jacinta, no entanto, não deixa de sofre, com sua primeira experiência sexual vinda de um estupro, ela engravida e se vê obrigada a abortar, frente a gravidez indesejada.

E o estupro que pra ela era algo absurdo e nojento, para outras mulheres negras não passava de algo normal. Tempos depois, ela se enamora por um homem que quase prestes a se casar, uma tragédia os separam e ela se descobre grávida.

Jacinta quer dar a filha o que ela não teve: infância! Ela quer que a filha seja tão ‘gente’ quanto suas sinhazinhas… e sua filha cresce e casa, e a vida de Plácida não é menos sofrida que a da mãe. Plácida tem filhos e morre. E a história passa a girar em torno da vida dos netos de Jacinta e a própria Jacinta.

O rumo que cada neto toma e o único neto que ficou aos cuidados de Jacinta, sendo criado pelo seu patão, que se encantou pelo menino e o tratava como o filho que não teve. Em termos bem reais, era o boneco de decoração da casa dos brancos. A vida de Jacinta agora era aquele neto, mas a vida do neto não era Jacinta, era na verdade, se formar e ser um ‘grande homem’. Justino é criado de forma a não reconhecer sua própria cultura, num mundo irreal, e quando vai à Faculdade de Medicina, acaba por conhecer a face real do racismo imperante, até hoje, no Brasil. E o dinheiro de seu padrinho não iria mudar essa realidade.

Veja resenha completa no site:

site: http://www.literaturadecabeca.com.br/resenhas/resenha-seculos-de-espera-ainda-existe-escravidao/#.U24Xy_ldX-t
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