Carolina2402 13/12/2023
Apelativo, mas emocionante
A leitura flui com muita facilidade, deixando o leitor interessado em cada palavra.
O relato é extremamente emocionante e muito diferente de qualquer outra biografia de sobreviventes. O fato dela trazer aspectos de sua vida antes, durante e depois dos campos de concentração cria uma relação de proximidade com o leitor, o deixando afeiçoado pela história de vida dela e pela sua própria personalidade.
Infelizmente, o título que ela dá de "irmã de Anne Frank" (escrito em letras garrafais na capa do livro) é um tanto apelativo, tendo em vista que ela não era sua irmã realmente. O pai de Anne se casou com a mãe de Eva (a autora) após a guerra, quando Anne (junto com sua irmã e sua mãe) já havia falecido e Eva já era uma jovem adulta. Portanto, apesar de compreender a relação de proximidade que a autora tinha com a escritora do famoso diário e do carinho existente entre Otto (pai de Anne) e Eva, não vejo necessidade de tal citação.
Apesar de sustentar esse título durante todo o livro, a autora não se deixa "corromper" por essa relação, contando efetivamente sua história e trazendo Anne de forma bastante natural e orgânica, não deixando espaço para ser chamada de aproveitadora ou algo do tipo.
No geral, é uma leitura interessantíssima e que traz diversas reflexões.