spoiler visualizarDEA 27/12/2022
Gostei do livro, mas confesso que não senti a mesma emoção e conexão com essa história como tive com outros livros sobre o Holocausto, ou até mesmo com o próprio Diário da Anne Frank ou o livro sensacional da Miep (Recordando Anne Frank). Embora Eva tenha conhecido Anne, ela mesma informa que não eram amigas, eram famílias 'conhecidas' pois moravam próximas e a maior conexão entre elas ocorreu pelo fato de que a mãe dela veio a se casar com Otto (pai de Anne) após o final da guerra e daí sim, Anne 'entrou' na sua vida, e a influenciou diretamente, principalmente quando Otto resolveu publicar o diário, o que acabou ocupando grande parte da vida dele e da sua mãe, divulgando o diário e envolvidos com todo o trabalho que veio junto com isso.
Achei a primeira parte do livro mais interessante, onde ela descreve detalhadamente como foi sua experiência no campo de concentração, principalmente lutando para sobreviver junto com sua mãe. A segunda parte, ela foca exclusivamente no após guerra, o que faz todo sentido do título. São poucos os livros que focam nisso, em geral a maioria somente resume como foi a vida da pessoa depois que saiu de Auschwitz. Não acho ruim isso, pois com certeza concluímos erroneamente que a vida da pessoa simplesmente voltou ao normal após a libertação e que tudo foi resolvido, 'simples assim', e não imaginamos todas as dificuldades financeiras, traumas, as perdas materiais e principalmente dos seus parentes que eles precisaram enfrentar. O impacto é para a vida toda. Então ao ler sobre isso, nos traz muitas reflexões sobre como lidar com traumas, o passado, as perdas e como seguir em frente.
"Eu estava viva, mas teria que reaprender a viver e a encontrar o meu lugar em um mundo que muitas vezes não queria saber dos horrores que eu tinha presenciado."
Para refletir, destaco algumas frases da Eva:
?... apesar de todo o desespero, haverá sempre esperança. A vida é muito preciosa e bonita - e ninguém deve desperdiçá-la."
"... decidi que eu não seria uma vítima, apesar de tudo o que havia acontecido comigo. Nunca permitiria a mim mesma ter uma mentalidade dessas - era quase como aceitar o papel de total desamparo que os nazistas queriam que sentíssemos. Eu não era impotente. Eu era uma sobrevivente."
?... sempre há esperança, e que as circunstâncias da vida sempre mudam - às vezes para melhor, outras para pior. Nada, nunca permanece igual."
"... eu precisava assumir mais riscos na minha vida..."
"... eu tinha de seguir adiante, viver uma vida nova..."
"Sempre há uma esperança, mesmo quando a vida parece tão sombria. Você precisa ter o desejo e a força necessários para mudar o seu destino e conquistar o que deseja."
"... não importa o quanto a vida fica difícil, você precisa ter vontade de sobreviver, é isso que vai te manter no caminho."
"... encontrar o seu propósito, ser capaz de superar os problemas e ainda assim ter uma vida boa."