Tolstói, A Biografia

Tolstói, A Biografia Rosamund Bartlett




Resenhas - Tolstói


6 encontrados | exibindo 1 a 6


JanaAna90 14/07/2022

Tolstói um grande Autor
Aqui iniciei a minha jornada sobre biografias de Tolstói, essa não será a única. Confesso que, a princípio, fiquei com receio de não gostar tanto de Tolstói após conhecer um pouco sobre sua vida, mas que nada, saio da leitura admirando ainda mais ele.
Sobre o livro, aqui temos uma escrita simples, no uso da linguagem, mas de um valor muito grande para quem quer conhecer sobre Liev Tolstói. O livro aborda a história da família de Tolstói, seu nascimento até a sua morte, com detalhes e relatos de acontecimentos da vida desse grande autor. Ao final do livro contamos com algumas fotos do acervo do Museo e uma lista de livros de Tolstói publicados no Brasil.
Aqui conhecemos um Tolstói diferente dos seus livros, mas também aqueles pontos que o ligam a suas obras. Uma mente brilhante que estava à frente do seu tempo. Que lutou para ver seu povo livre de um governo autoritário, violento e que oprimia e punia com prisão e/ou morte aqueles que se levantassem contra o regime.
Tem algumas coisas que nos inquieta ver sobre Tolstói que era o abandono dele como pai, marido, o machismo tão em voga na época. A luta constante dele em se tornar uma pessoa melhor, mais humana, onde pudesse diminuir suas más inclinações e a sua busca pelo bem moral e cristão fazem dele essa pessoa grande entre tantos outros escritores da sua época; e que foi imortalizado pela pessoa que foi, como foi e por sua luta constante, até seus últimos dias de vida, pelos camponeses da Rússia.
Em nenhum momento achei o livro enfadonho, monótono ou cansativo; até porque a vida de Tolstói sempre foi agitada, já que ele era um homem inquieto, sempre em busca de aprender coisas novas e abalar as estruturas do Estado e Igreja (Rsrs).
Deixo aqui minha sugestão de leitura para quem, assim como eu, ama Tolstói que, vale a pena o investimento para compra e leitura do livro. Tenho certeza que irei ler novamente essa grande obra desse grandioso escritor.
comentários(0)comente



Carla Buffolo Altoé 31/10/2021

Esplêndida biografia! Não sei se foi tão boa por conta da qualidade da autora ou por ser Tolstói o biografado. Realmente, muito bem escrita. Editora Biblioteca Azul caprichou nesta edição!

Achava que Tolstói e Dostoiévski estavam em pé de igualdade quanto à importância de seus textos e atitudes. Depois da leitura desta Biografia, descobri que Tolstói foi muito além da literatura. Claro que Dostoievski foi e é extremamente importante para a literatura russa e mundial, um dos meus autores favoritos, mas Tolstói influenciou muitas áreas da Rússia.

Não tenho como colocar aqui tudo que ele fez pelo povo russo, sua importância e legado, se faz necessário ler sua obra e biografia para entender. Minha única crítica a Tolstói é que ele foi incrível para o povo russo, principalmente para as classes mais baixas, mas nunca o desculparei pelo seu desleixo com a família. Ele queria ensinar o povo russo até mesmo uma nova religião, mas não dedicou tempo suficiente aos seus inúmeros filhos (total de 13, sendo que somente 8 chegaram à vida adulta). Ele simplesmente deixava tudo por conta de Sônia, sua esposa, que foi uma guerreira para enfrentar tantas gravidezes e o gênio e excentricidades do marido. A família é a base de tudo, se Tolstói tivesse dado educação, atenção, amor e carinho para seus filhos, que tipo de pessoas eles teriam sido?

Ainda tem obras do Tolstói que ainda não li, mas já vou correr atrás do prejuízo, quero muito continuar a leitura dos seus livros. Foi muito importante ter lido esta biografia antes de continuar com livros, sinto que vou estar mais bem situada quando começar a leitura de uma obra sua.
comentários(0)comente



Luigi.Schinzari 18/07/2020

Sobre Tolstói (e não somente sobre sua biografia)
Liev Nikolaievitch Tolstói (1828-1910) é, sem dúvidas, um dos autores mais conhecidos e reverenciados ao longo da história. Junto a qualidade de sua escrita vista em obras como Os Cossacos (1863), sua trilogia Infância, Adolescência e Juventude (publicada ao longo da década de 1850), Anna Kariênina(1875) e o colossal Guerra e Paz (1869) -- algo inquestionável --, um fator em sua essência atrai muita curiosidade: ele mesmo!

Tolstói, em sua longa trajetória -- morreu aos 82 anos, longevo a sua época --, criou uma imagem sólida de alguém controverso: aristocrata que repudiava sua classe (mas, até certo momento, não deixava de usufruir de muitos de seus frutos), sonhava com uma vida campesina idílica em que, de forma altruísta, cria ele, iria ser um educador para os filhos dos camponeses e, mais a frente, um bastião do verdadeiro cristianismo baseado estreitamente no Sermão da Montanha (com influências de crenças orientais como o budismo, vale citar) -- foi um homem complexo até o fim, em resumo. Muitos diriam, mesmo entre seus fãs, que era hipócrita em diversas situações, como, por exemplo, o tratamento dado a esposa, Sófia Andreiévna Tolstáia (1844-1919), sua eterna serva, aos filhos e aos amigos, como o escritor Ivan Turguêniev (1818-1888), com quem teve a amizade estremecida diversas vezes por conta de visões díspares em relação ao mundo -- é esse o autor que tanto fascina.

Ao leitor interessado, encarar suas obras mais parrudas (e também as melhores, na minha opinião) como Guerra e Paz e Anna Kariênina -- este com suas 800 e tantas páginas e aquele com suas mais de 1500, dependendo da edição --, pode parecer um pesadelo. Digo: não coloque empecilhos nisto. Acredito que a única dificuldade real é não desejar que o autor tivesse escrito, ao final da leitura, o dobro de páginas. Tolstói, ao contrário de seu contemporâneo Dostoiévski (1821-1881), busca a situação grandiloquente para esmiuçar o ser humano. Em meio aos escândalos aristocráticos, a invasão napoleônica na Rússia, a guerras no Cáucaso etc., Tolstói falava do homem comum e de seus problemas, suas contradições (como ele mesmo tinha muitas) e seus desejos. E se engana o leitor que acredita serem desnecessárias tantas páginas: cada uma delas está muito bem preenchida com tudo o que o autor tinha a contar, nem um ponto a mais ou a menos.

Em meio a tantas situações contadas de forma impessoal, sempre é prazeroso ver os pitacos de Tolstói, seja como personagem (Liévin em Anna Kariênina, Nikolai em sua trilogia com tons autobiográficos, e por aí vai), ou como um narrador que sofre por suas criações -- e também as faz sofrer e pune quando devem ser punidas (de acordo com sua visão de mundo), vide o romance Anna Kariênina.

Suas obras curtas, por outro lado, têm tanto a dizer quanto os calhamaços. Lembremos da terna Felicidade Conjugal, obra do começo de sua carreira e que narra, de forma muito bonita e sensível (Tolstói encarna uma mulher em sua narração), o amor e suas delícias e amarguras; a obra Os Cossacos, obra sobre a transição de uma jovem moscovita para as tropas cossacas no Cáucaso e as descobertas de si e de sua sociedade feitas por lá, sejam elas boas ou ruins; A Morte de Ivan Ilitch (1880), novela que reflete sobre, como o título bem diz, a morte e seus infortúnios (em resumo, pois é uma obra tão densa mas ao mesmo tempo tão curta); a dura A Sonata a Kreutzer (1889), onde expõe toda sua visão controversa sobre o matrimônio etc. Não são poucas as formas de adentrar sua bela escrita, como deu para ver: essas últimas obras têm em torno de 100, 200 páginas cada, mas com o estofo de uma biblioteca inteira cada, não diferente de seus calhamaços.

Falando nela, Tolstói escrevia de forma bela e pesada: suas descrições poéticas sobre a fauna e a flora, sobre a vida no campo e o trabalho braçal honroso, sobre os palácios em que uma gama de aristocratas festejam e conversam de banalidades até o destino de famílias inteiras; enquanto expõe as mazelas do homem, a inveja, as contradições, a traição e tudo o mais que habita as mentes revestidas, muitas vezes, por sorrisos amarelos; e também como descreve a felicidade de um casal verdadeiramente apaixonado, a alegria real de sentir o suor escorrendo no rosto após o trabalho pesado, o clima mútuo de companheirismo que existe em uma roda de amigos que trocam conversas sobre assuntos vários -- é um artista que pega as duas melhores qualidades (a beleza e profundidade) e a esmiúça à perfeição.

Este é Tolstói. E você deveria lê-lo, pois este texto não é nada em comparação a uma frase em seu momento menos inspirado.
comentários(0)comente



Leila de Carvalho e Gonçalves 17/07/2018

Bela Homenagem
Tolstói não só foi um dos maiores gênios da literatura como teve uma vida notável durante um dos períodos mais conturbados da história da Rússia.

Rosamund Bartlett além de tradutora para o inglês de Anna Karenina é uma estudiosa do escritor e essa biografia está entre seus mais importantes trabalhos, sem dúvida, uma preciosa leitura para auxiliar na compreensão da extensa obra do escritor.

Contudo, em pouco mais de seiscentas páginas, algumas vezes a parcialidade de Mrs. Bartlett fica a dever. Também alguns assuntos são mencionados antes de serem devidamente elucidados ao leitor, por exemplo, o conflito de Tolstói com a Igreja Ortodoxa.

Para finalizar, resta tomar cuidado com os nomes próprios em russo. Longos, complicados e por vezes parecidos, acabei fazendo uma lista para não perder o fio da meada.

Uma bela homenagem que merece a atenção dos admiradores do romancista.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Valério 13/04/2016

Os detalhes do mito
Esta biografia é uma talvez a mais completa de Tolstoi em língua portuguesa. Acompanha não apenas a vida do autor do início ao fim, como desvenda a história de suas famílias maternas e paternas desde a terceira geração antecedente, além de acompanhar o que ocorreu com sua família e obra após sua morte até os tempos atuais.
Por ser extremamente detalhada, algumas vezes fica um pouco cansativa.Por outro lado, nos dá uma visão bem completa de Tolstoi.
Senti a narrativa um pouco fria demais.
Apesar de aparentar ser exatamente esta a intenção da autora (o distanciamento emocional), acredito que a vida de Tolstoi por si só mereceria um pouco mais de empolgação ao ser contada.
Grande obra, muito detalhada. Mas indico apenas para aqueles que, como eu, admiram e conhecem a obra de Tosltói com empolgação. Do contrário, poderão achar o livro monótono.
comentários(0)comente



6 encontrados | exibindo 1 a 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR