A Holdford 05/01/2015Um livro que te faz pensar, mas com cautela“Perspicácia” é um daqueles livros que você não pode apenas ler. Porque ele não é uma simples leitura, ele te propõe uma auto analise e uma forma de pensar. Ou seja, ele é singular, mas de uma maneira muito boa.
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Primeiramente, para lê-lo, você não pode ter preguiça de pensar, pois ele testará seu raciocínio a todo momento (seja expondo um problema simples – que se tornam mais complexos a cada capítulo – ou demonstrando o como o cotidiano vem enfraquecendo a nossa forma de pensar).
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Uma das grandes lições do livro vem logo de cara e é um belo tapa na cara: “ser multi tarefas é ruim”, a autora demonstra como quem faz mais de uma coisa ao mesmo tempo não está realmente se dedicando a nada (e aí? Pra quem isso não serve?) Claro que vamos querer negar e alegar que somos bons sim fazendo várias coisas ao mesmo tempo, mas a danadinha da Maria Konnikova prova o como estamos errados...
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Aliás, falando mais dela,a autora não só usou as histórias de Sherlock Holmes para explicar sobre memória, conhecimento e armazenamento de informações; ela usou seus personagens e passagens das histórias para explicar o comportamento deles e aonde eles erraram.
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Se você, como eu, tinha um dó terrível do John quando Sherlock era um tanto grosso com o moço (ok, nós somos levados sempre a pensar que somos mais inteligentes que o John e menos que o Sherlock, nos contos em si, mas isso irritava sim, vai?! Confesse! Eu sempre sentia vontade de interceder pelo pobre doutor); vai entender o como a pouca fé que o próprio médico tinha em si era o maior obstáculo na hora de distanciá-lo da resolução dos casos.
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A autora prova com os trechos aonde John errou e porque se tivesse optado por outros caminhos ele poderia ter chego a conclusões mais acertadas. O pior ainda é que ela também consegue provar o como todos nós temos Johns interiores e o como também incorremos no mesmo erro diariamente.
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Mas, calma, não s desespere! Ela também quer nos ajudar a melhorar a nós mesmos, quer que aprendamos a pensar e a nos distanciar de problemas para melhor avaliá-los.
Não, calma, ela não quer dizer que ser um tipo como Sherlock Holmes é o ideal da vida, não é isso. É bem o oposto. A autora mostra como ser o próprio Sherlock também não é o caminho.
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Ela consegue pincelar o melhor entre um e outro, provar que nós erramos e nos sugerir melhoras. E, claro, no final do livro você pode até não pensar como Sherlock, John Watson ou Lestrade (que também é avaliado), mas verá que refrear seus pensamentos e tentar achar novas saídas não precisa ser um bicho de sete cabeças.
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Aliás, você vai ver também o porque o pessoal da preguiça no seu trabalho consegue se manter mais relaxada não fazendo quase nada, enquanto você se mata sendo multi tarefa, ela vai te ajudar a melhorar nisso.
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E, claro, eu não poderia deixar de citar: ela até mostra o como Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, conseguiu livrar dois homens inocentes da cadeia, mas foi enganado por duas garotas que disseram ter fotografado fadas (que confessaram ser falsas posteriormente – e isso mesmo eu não sabia).
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Ou seja, em todos os aspectos é um livro que merece ser lido, mesmo que você não tenha lido todas as histórias de Sherlock Holmes, pois essa autora russa tem muito a nos ensinar sobre a nossa própria mente.
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(Obs: só acho que ela pegou um pouco pesado no final, quando diz que Arthur não era uma pessoa muito inteligente por ter acreditado no espiritismo, quando ela mesma acaba dizendo em muitos pontos que “ver” não é o que te faz “saber”, mas ok! Eu ainda acho que ele foi inocente demais com a história das fadas, mas o fato de ele ter a religião X ou Y não o fez crer ou não em fadas, já que espíritas mesmo não acreditam nelas... Enfim! É isso.)