Lina DC 01/02/2014"Lições de desejo" provavelmente será o livro da série dos irmãos Rothwell com os personagens mais promissores, mas que não foram desenvolvidos em todo o seu potencial.
No primeiro livro temos uma pequena aparição de Phaedra, a "excêntrica" amiga de Alexia, agora esposa de Hayden. Phaedra não teve uma criação tradicional: seus pais não foram casados, então ela é considerada a filha bastarda de Richard Drury, um importante membro da sociedade londrina. Sua mãe era uma estudiosa que tinha ideias revolucionárias sobre o comportamento feminino na época. Diante desse cenário Phaedra tornou-se uma jovem que mora sozinha em um bairro não muito seguro, recebe amigos do sexo masculino em casa desacompanhada, veste-se inteiramente de preto e com roupas largas (e sem espartilho!!!) e deixa suas madeixas ruivas livres dos penteados elaborados da época. Com o falecimento de seus pais, a moça é deixada sozinha no mundo e conta com um círculo muito pequeno de verdadeiros amigos. Seu pai ainda era sócio em uma editora e quando o outro sócio falece, ela se torna dona do negócio, que está repleto de dívidas.
Para descobrir algumas questões do seu passado Phaedra viaja para Nápoles e é nesse momento que o seu caminho cruza novamente com Elliot.
Elliot é o mais jovem dos Rothwell e sua infância, como a de seus irmãos, tem uma grande sombra que o atormenta. A pedido de Christian, Elliot deve encontrar Phaedra e impedir que um determinado manuscrito seja publicado.
O encontro e a interação entre os dois é explosivo. Existe um ar de sensualidade que os envolve desde o início, seja por estarem em terras distantes ou pela atração que exercem um sobre o outro. Phaedra com o seu jeito liberal de pensar envolve-se em confusões e Elliot acaba sempre ajudando-a. Durante essa jornada, onde cada um tem os seus próprios objetivos, eles se envolvem e vão aprendendo mais sobre o modo como o outro enxerga a vida.
"Amante, esposa, pecadora, amiga. Nenhuma dessas designações jamais seria adequada". (p. 152)
A trama é muito boa e contêm uma veia mais cômica graças as confusões de Phaedra, mas o leitor tem a impressão de que a autora acabou exigindo de Phaedra muitas "concessões" durante o relacionamento entre ambos. Elliot foi retratado como um príncipe encantado, e sim, ele é, mas não é perfeito. Faltou um pouco de equilíbrio nesse novo relacionamento que foi sendo criado, mas mesmo assim é um livro que vale a pena ler.
O cenário descrito na história é envolvente e romântico, tornando-se um personagem secundário importante na trama. As descrições encantam o leitor e complementa a química que ocorre entre Elliot e Phaedra.
Como no primeiro livro, temos romance e luxúria, além de uma trama investigativa que permite ao leitor mergulhar no livro sem hesitação.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. Mais uma vez a capa não combinou com a trama, nem com a protagonista (Phaedra é ruiva), apesar da modelo também ser belíssima.
" - Você me disse para desmaiar. Você me mandou fazer isso.
- Se obedecer todas as minhas ordens com tamanha precisão, este casamento até que pode ser tolerável". (p. 133)
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