Contos Novos

Contos Novos Mário de Andrade




Resenhas - Contos Novos


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Robison 20/01/2023

...
Entendo que o Mário de Andrade faz parte da nossa literatura, e que livros com este, dele, são muito cobrado em vestibulares, mas... pensa num livro chato!!!! Um conto ou outro que é mais ou menos. É uma leitura cansativa, arrastada, pesada. Por várias vezes fiquei perdido, sem sentido algum. Sinceramente, já li coisas melhores dele. Mas enfim, cada um tem o seu gosto né??? Pra mim não serviu!!!
Carol B. 20/01/2023minha estante
Mario de Andrade foi um dos vilões da mi ha faculdade de letras, sofria pra ler qualquer coisa dele ?


Vicente Tavares 25/01/2023minha estante
Eu te entendo... Eu passei por essa experiência com um da Clarice Lispector.


Robison 25/01/2023minha estante
Quenos eruditos me desculpem, mas é muito ruim!!!! Pelos menos este é!!!! kkkkkkk.....




TalesVR 22/03/2024

Escrita
O que mais me chamou atenção foi a forma de trabalho do Mário de Andrade. Ele escrevia, escrevia, escrevia, escrevia muito e guardava aquela montanha de papéis. Depois de 2/3 anos ia relendo e descartando a maioria por não concordar mais em nada com o conteúdo ou estilo do texto. Quando não descartava, reescrevia, mexia em tudo que fosse possível. O maior exemplo desse livro é o conto Frederico Paciência, que começou a ser escrito em 1923 e só foi publicado pela primeira vez em 1942.

Quanto ao conteúdo é notável que Mário percebeu, ainda na década de 20, que a urbanização brasileira estava sendo e seria ainda mais catastrófica para a sociedade com o passar do tempo. A desigualdade social já era gritante por todos os lados. Um dos pontos em comum de todos os textos reunidos nessa sua obra da maturidade é justamente um individuo sufocado por um contexto maior que não consegue escapar. As narrativas seguem o fluxo de uma só pessoa, mas ao redor sempre tem algo relacionado com a falta de dinheiro, poder ou respeito: o rapaz que teve o relacionamento negado com seu amor de infância por não ser rico o suficiente para a família dela, o filho que é confrontado com a sombra do pai mesmo com ele já morto, outra vez um filho que começou seu processo de revolta interna ao ter os cabelos cortados quando tinha 3 anos de idade, uma mulher reprimida sexu@lmente que encontra em igrejas um certo tipo de aventura intima que só ela sabe o que está acontecendo, um estranho bebendo em mesa de bar e tendo sua vida inteiramente dissecada por fofoqueiros aleatórios que não tem certeza de nada do que estão falando, um patrão autoritário que não consegue sequer conceber a ideia de que um funcionário pudesse se demitir e não o contrário.

E por fim, a cereja do bolo seria o título que não foi colocado, então não teve cereja. Mário queria pregar uma última peça nos críticos e jornalistas que sempre que ele lançava algo novo vinham falar que tal obra antiga era muito melhor, essa nova não era tão boa. A ideia original era, então, chamar esse livro de Contos Velhos: já que eram velhos teriam necessariamente que ser bons.

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Luciano 06/09/2021

Mário é sensacional. Minha experiência com Macunaíma foi péssima, mas os Contos Novos são excelentes. Adorei ter lido.
Marcos.Azeredo 15/08/2022minha estante
Macunaima eu não gostei, comprei Contos novos e tá na fila de leitura.




Rafael1906 19/10/2023

Mário, o gênio.
Aqui encontramos alguma dos contos do autor que foram publicados após sua morte. Histórias que narram a vida cotidiana, relações sociais, amizades coloridas, amores entre primos, trabalho, desigualdade. O autor desenvolve todas as nuances de uma época tão diferente. É sempre necessário visitar os grandes nomes do Modernismo.
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Beatriz 26/10/2023

Muito bom!
Em “Contos Novos”, Mário de Andrade consegue, além de retratar diversas questões sociais, criar um universo próprio, apresentando traços autobiográficos e construindo interligações entre diferentes textos. Leitura tranquila e até bastante humorada.

Recomendo para todos os admiradores de contos. Destaque para “Frederico Paciência”, “O Ladrão” e “O peru de Natal”.
Vania.Cristina 26/10/2023minha estante
Preciso reler esse livro. Na época não me cativou mas acho que eu não tinha bagagem suficiente


Beatriz 26/10/2023minha estante
recomendo muito, Vania! vale procurar alguns vídeos no youtube sobre interpretações dos contos, assisti alguns bem interessantes, talvez ajude a te instigar :)




Vininini 28/10/2022

São 9 contos, todos bem curtinhos, que retratam situações cotidianas, memórias de infância, família e paixões. Alguns tem um toque de humor muito bem utilizado.

O que eu não gostei foram as notas estarem todas no final dos capítulos, isso complicou a leitura de um dos contos que é praticamente escrito em francês.
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Ju 13/02/2022

Li pro vestibular... Teve alguns contos que achei chatíssimos mas teve outros que foram okay. Dei 3,5 mais pelo conto Frederico Paciência (que foi o meu favorito de todos)
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Marina516 21/04/2023

Acho que demorei pra me afeiçoar ao livro, fui gostar mesmo da escrita de Mário nos últimos contos
amo ler livros com atmosferas brasileiríssimas, nos últimos contos fiquei me imaginando no interior paulista num frio de quinze graus tomando café e olhando pro mato
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Pablo Paz 14/07/2022

Contos Novos
No meu panteão de contistas que li até até agora, este livro está ao lado de Machado de Assis, Lima Barreto, Roberto Arlt, Julio Cortazar, Antonio Tabucchi e Patricia Higsmith. Já se escreveu tanta coisa sobre Mário de Andrade (1893-1945) que mais uma resenha pouco acrescentaria. Mas, como leitor, tenho que deixar minha homenagem nos 100 anos da Semana de 1922 e confessar que esse é um dos melhores livros de contos que já fruí. E e olha que o li como leitura obrigatória na época do ensino médio/vestibular, mas com uma excelente professora de literatura tanto que até hoje não sei se gostei, e ainda gosto, do conto "O Poço" por ele mesmo ou por causa das aulas dela. Viva Mário e os bons professores!
Ana Sá 15/07/2022minha estante
Li recentemente e adorei este livro, Pablo!

Eu sempre quis ler algo do Arlt mas vou adiando, adiando... Você sugere algum livro em especial? Acho que você é o primeiro leitor do Arlt com quem cruzei! Descobri ele nos textos do Roberto Bolaño...


Pablo Paz 15/07/2022minha estante
Ana, eu tenho os 'Cuentos Completos' dele que comprei num sebo lá no RS em 2001 quando ainda estava na graduação! (Vou até cadastrá-lo aqui) Foi nesse ano que ouvi falar dele. Não sou bom pra dizer qual melhor obra porque venho lendo aleatoriamente esses Cuentos (tem mais de 600 páginas). Quando vejo 'Contos Completos' ou 'Poemas Completos' de qualquer autor, eu compro, rsrs. Mas gosto muito de 'Os Sete-loucos' , 'O escritor fracassado' e 'Águas-fortes cariocas'. As obras dele pela editora Iluminuras são bem elogiadas.


Pablo Paz 15/07/2022minha estante
Ana, eu tenho os 'Cuentos Completos' dele que comprei num sebo lá no RS em 2001 quando ainda estava na graduação! (Vou até cadastrá-lo aqui) Foi nesse ano que ouvi falar dele. Não sou bom pra dizer qual melhor obra porque venho lendo aleatoriamente esses Cuentos (tem mais de 600 páginas). Quando vejo 'Contos Completos' ou 'Poemas Completos' de qualquer autor, eu compro, rsrs. Mas gosto muito de 'Os Sete-loucos' , 'O escritor fracassado' e 'Águas-fortes cariocas'. São livros curtos. As obras dele pela editora Iluminuras são bem elogiadas.


Ana Sá 16/07/2022minha estante
Legal, vou procurar estes! Obrigada! ?




Lu Reis 27/01/2024

'Publicados postumamente, em 1947, os contos desta obra trazem personagens, espaços e tipo de trama reveladores de um Mário de Andrade que acreditava na produção cultural como denunciadora da realidade, sem perder suas características artísticas e estéticas."
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-M 23/10/2023

O melhor conto com certeza foi "Frederico Paciência", não conseguia parar de lê-lo, principalmente com a minha suspeita que depois foi confirmada (??????)
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Teté 02/03/2022

Li pro vestibular, meio correndo kkkkkk
Tem alguns contos mais interessantes, outros bem chapinhas de ler. Ainda não acostumei direito com a escrita do Mario de Andrade.
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Rosa Santana 25/03/2010

"Atrás da Catedral de Ruão"
"Me sinto freudiana hoje... Acho que vou sonhar tarlatanagens".
in Mário de Andrade, "Atrás da Catedral do Ruão"

Essa frase, retirada do conto “Atrás da Catedral de Ruão”, está claramente inserida no seu tempo: o do modernismo. Foi esse o movimento que, após as inovações da semana de 22, se dividiu em duas correntes. Uma delas, liderada por Plínio Salgado, se chamava Verde-Amarelismo. Ela dizia que os artistas deveriam cultivar um nacionalismo primitivo e ufanista. Esse grupo elegeu a anta como símbolo nacional e pregou, inclusive, a volta à língua Tupi. Era xenófobo e criticava o "nacionalismo importado" de Oswald de Andrade e seu grupo, o Pau-Brasil, que mais tarde se transformou no famoso Movimento Antropofágico.

O movimento Antropofágico tinha como ideologia a "deglutição" de elementos de outras culturas, considerados bons, que deveriam ser misturados àqueles estritamente nacionais para surgir daí o que eles chamariam de "nacionalismo crítico"...

Assim o que se tinha era uma briga para estabelecer regras e ideologias do movimento...

No conto “Atrás da Catedral de Ruão”, presente em "Contos Novos", Mário se mostra um perfeito "antropofaágico". Ele nos traz a história de Mademoiselle, uma professora de francês, quarentona e virgem, tomada por um vendaval do “mal do sexo”. Preceptora de duas adolescentes, Alba e Lúcia – abandonadas pelo pai e de certo modo pela mãe, infeliz e distante – Mademoiselle conversa imoralidades e malícias com elas,fixando-se em suas fantasias eróticas no cenário de uma antiga história picante: atrás da Catedral de Ruão. Tudo isso em uma língua meio francesa, meio portuguesa... Intensificam-se tais fantasias até o momento em que Mademoiselle, ao sair de uma festa, imaginariamente é perseguida por dois homens, correndo deles e ao mesmo tempo entregando-se à volúpia de fazê-lo, atrás da Catedral. Quando chega à pensão onde mora, dá um níquel a cada um dos supostos perseguidores, agradecendo, em francês, a boa companhia que lhe fizeram... MA incorpora o que era estrangeiro (o jeito francês de falar!) àqueles elementos nacionais: a cultura, a burguesia ascendente (que vinha da agricultura), o espaço...

Temos que ver, principalmente, que o francês, sendo a língua de prestígio daquele momento, era sinônimo, tb, de superioridade e de poder... Falá-lo provocava admiração e respeito. A personagem principal, desprovida de tudo na escala social, só contava com essa forma de prestígio, de poder. Nem nome tinha, a coitada. A falta de nome, para a personagem, é a denotação de sua quase que nulidade, já que o nome é o que nos caracteriza, que nos identifica entre todas as demais pessoas. É ele que nos tira da vala comum... Que nos torna próprios!!!

O uso de tantas frases e expressões emprestadas da língua francesa, não prejudica o entendimento da história, ainda que o dificulte!! Mas, por que teria Mário de Andrade feito esse largo uso, se não nos levasse a nada?? No plano da história, dos fatos, da narrativa, como já foi dito, não houve prejuízo. Entendendo ou não o sentido das frases, o leitor entende o conto. Nesse plano, as falas em francês podem ser consideradas superficiais, até.

Mas há o plano do discurso. Ou: a maneira como os fatos são narrados, como os personagens nos são apresentados... Ainda: o discurso cria um mundo (aqui, no caso, o mundo se chama “Atrás da Catedral de Ruão”!); as fronteiras desse mundo são estabelecidas pelo discurso. Mais ainda: ele – o discurso - "é" esse mundo! A Análise do Discurso formula o conceito de “morte do autor”, ou seja seu objeto "é" o discurso.

Segundo a AD, o leitor tem que se desdobrar: de um lado o plano da história (em que ele deve prestar atenção no destino das personagens, na ordem dos fatos...); de outro, o plano do discurso (em que se fixa nas idéias do narrador e em sua destreza em exprimi-las) Então uma coisa é o narrador dizer: essa mademoisellle é uma recalcada, reprimida. Outra, é ele mostrar esse recalque, essa repressão. Daí, ele a colocar falando um idioma que não é do leitor, porque assim ela se esconde mais... ele*/ela escamoteia seus sentimentos (os dela!). Ela diz-e-não-diz ao mesmo tempo... e faz-e-não-faz, ao mesmo tempo, o jogo erótico... Sua sexualidade, tão reprimida, é descarregada inconscientemente, seja pela linguagem que usa, seja pela coriza constante (mas isso da coriza já é uma interpretação freudiana...)

Então, o fato de as personagens passarem o conto todo se comunicando... como diriam as meninas, “na meia língua franco-brasileira que se davam agora por divertimento”, é muito revelador. Uma meia língua não existe... O que existem são as meias-palavras que possibilitam o "se tromper de lisière”! ou seja, o sair - ainda que inconscientemente - da fronteira que a protagonista estabeleceu, a partir do que estabeleceram para ela (e para nós todas, as mulheres).

Para esconderem a malícia ambígua do que dizem é que as mocinhas, adolescentes e com os instintos sexuais aflorando, fazem uso das “meias palavras”. Assim, a professora vai pegando trilhas erradas, extrapolando fronteiras sociais... Ao “romper os limites das palavras” ela tenta fazê-lo tb com os convencionalismos sociais. Ela se atropela nas palavras, fica toda desnorteada, esbaforida, erra o caminho de casa. Seu mundo já é, quase, o daquela moça que foi violentada atrás da catedral de Ruão (criada tb, com e pelo discurso)... ela chega, mesmo, a provocar um desvio no seu caminho que a levaria para detrás da Catedral de Santa Cecília... Ali, naquele espaço “pecaminoso”, onde os desejos reprimidos afloram, ela se dá aos delírios de uma velha solteirona virgem, sufocada pelo instinto sexual (assim como já se dera aos delírios devidos às meias-palavras!). É o jogo erótico, construído com e pela palavra, se transportando para a vida da personagem.

Mais: o discurso das personagens é o reflexo de um discurso muito mais amplo, construído a partir de um conjunto de formulações que modelou a mulher, adolescente ou solteirona, a ser, a agir dessa ou daquela forma, a se reprimir, a se esconder diante da força da necessidade sexual, mesmo sendo ela uma necessidade fisiológica (primária) do ser humano, que, por isso mesmo, se revela, cobra, exige... Daí, o jogo do diz-não-diz, do faz-e-não-faz, com a linguagem! Nesse sentido, acho que as expressões em língua francesa são fundamentais e constitutivas para a construção desse "Atrás da Catedral de Ruão".

O que a análise nos leva a concluir é que Mário – e atrevo-me a incluir aqui os demais escritores da primeira fase modernista – transpôs a irreverência, a devassidão e a libertinagem vividas na Semana de Arte Moderna, a despeito do que julgam muitos dos reacionários-leitores-críticos, inclusive de hoje...



.....



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Márcia Regina 27/03/2010minha estante
Muito bom, Rosa. Como sempre, uma verdadeira aula. Gosto demais das resenhas que você escreve.




victor.victor.victor 12/08/2022

Contos bons
Os meus contos preferidos são "Peru de Natal" e o "O Poço".
"Frederico Paciencia" em seguida.

Alguns são razoaveis, a maioria é agradável. "Vestida de Preto" e "Por tras da Capela de Ruão" também são bons.

Os piores para mim foram "O Ladrao" e "Nelson".
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