Lelê 07/04/2014Resenha Este livro é tão verdadeiro! Mesmo sendo fictício, eu nunca me senti tão próxima de um personagem.
Sei que o assunto em questão não é comum, mas as situações sim, e foi aí que ele me pegou.
"O Dr. Webb dia que, quando alguém
jovem morre, as pessoas mais velhas
se sentem culpadas por viver."
Pag. 35
Tudo começa quando Oslo, o primo de Cullen Witter, morre de overdose. E isso vira o assunto da cidade: Um garoto tão novo!... Será que a mãe não percebeu?... E por aí vai.
A morte de Oslo mexeu muito com Cullen e seu irmã mais novo, Gabriel. Não que Oslo fosse muito ligado aos dois meninos, mas a morte em si é sentida pelos dois. O medo da perda, a dor que ela traz...
"Quero ficar em casa, triste pelos
cantos, chorar e me conformar com
o fato de que minha vida será uma
merda completa a partir de agora."
Pag. 172
Antes mesmo dos irãos terem dado fim ao assunto 'morte', Gabriel desaparece sem deixar vestígios, some, ninguém sabe, ninguém viu.
Tanto para Cullen, quanto para todos, essa história do sumiço de Gabriel é absurda, já que ele era o queridinho de todos, o garoto popular da escola, o mais sociável, e mesmo assim ninguém viu nada; e isso deixa a suspeita de que Gabriel tenha mesmo fugido.
Cullen sabe que o irmão não fugiu, mas como pode provar?
Enquanto isso, a cidade está as voltas com um pássaro raro que apareceu por lá.
Enfim, enquanto o assunto Gabriel vai sendo esquecido, o assunto pássaro lendário passa a ser o centro das atenções.
Quantas vezes já vimos isso acontecer? Nem consigo contar quantas vezes perguntei algo assim: "E aquele moço que matou aquela moça? Foi preso?", ou "Acharam aquela criança desaparecida?", enquanto passa na televisão o casamento do mais novo artista.
"Questionando por que eu não
conseguia fazer uma maldita
coisa que fosse para trazer meu
irmão de volta, por mais que me
sentasse e tentasse pensar
em meios para isso."
Pag. 152
O livro quase todo trata-se da busca, espera e dor de Cullen, que é um garoto de dezessete anos que é mais forte que muitos, que consegue segurar a onda na frente dos outros, mas que sofre por dentro; que tem uma cabeça cheia de dúvidas e medos. Que tem um amigo incrível chamado Lucas, que tem pesadelos com zumbis, e que nunca nega um beijo à uma garota.
Trata-se de amizade, da união de irmãos, de sentimentos... Há de se abrir o coração e a mente para sentir o que o autor quis que fosse entendido.
Alguns irão sentir e se emocionar. Outros talvez não entendam. Pode ser que alguém diga que é maluco. Acho que talvez, pode ser, que fosse isso mesmo que o autor tenha desejado.
"As pessoas à frente dele se tornam
zumbis, movendo-se devagar,
levantando-se, todas inclinadas
para um lado ou outro, olhos
caídos, bocas abertas,
remexendo-se como mortos-vivos."
Pag. 183
A capa é extremamente simples, e isso a deixou belíssima. A diagramação está maravilhosa, todas as páginas tem detalhes, assim como o início dos capítulos. Tudo lindo!
É narrado em primeira pessoa, por Cullen. Somente no final, quando a história começa a se desenrolar é que Cullen foi deixado de lado e a história começou a ser narrada em terceira pessoa. Isso foi ótimo para termos uma visão melhor sobre alguns fatos importantes.
Gostei demais do livro! A leitura foi rápida e emocionante para mim!
Recomendo!!
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http://topensandoemler.blogspot.com.br/2014/04/resenha-quando-tudo-volta.html