O  julgamento de Lúcifer

O julgamento de Lúcifer Adriano Moura




Resenhas - O julgamento de Lúcifer


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Ju 12/01/2014

O Julgamento de Lúcifer
O livro me conquistou no primeiro parágrafo do prólogo, que dizia que o personagem principal estava em Florença exclusivamente para ver o Davi, de Michelangelo. Tive que reconhecer que ele sabia o que admirar. O Davi é um dos maiores exemplos de beleza que já vi. Fiquei meia hora de boca aberta, só olhando para ele. No final do prólogo, senti arrepios. A última frase dele me surpreendeu e me chocou.

Em O Julgamento de Lúcifer, o diabo é convidado para um reality show. O objetivo da produção é que ele assuma a culpa por todo o mal que atinge a humanidade. Querem provar que o homem é, por natureza, bom; que a influência de Lúcifer é que causa todos os males. Mas, surpreendentemente, ele se recusa a fazer isso. Diz que nunca interferiu em nenhum acontecimento da Terra, que só esteve lá duas vezes: uma para tentar Jesus e outra para tratar de assuntos particulares.

Seus acusadores no programa são os primeiros a terem seus pecados revelados. Apesar de, atualmente, serem grandes líderes religiosos, têm um passado do qual não conseguem se orgulhar.

Por mim, tudo bem expor o fato de que todo ser humano tem um lado ruim. Eu estava encantada com a narrativa até quase o final do livro. Não vou contar, claro, estragaria a leitura de vocês. Mas acho que o autor realmente exagerou na dose. Não é preciso ser fanático para achar esse final ofensivo. Se bem que eu acho que algumas pessoas não o verão como ofensivo e, sim, como justo. Depende da percepção e das crenças de cada um.

O Julgamento de Lúcifer nasceu no teatro. Durante a leitura eu ficava imaginando como seria vê-lo encenado (a história foi encenada antes de virar livro). Acho que deve ter sido uma boa peça, o texto é fácil de ser visualizado. O livro é bem curto, tem só 86 páginas, portanto, a leitura é bem rápida. Não percebi erros de ortografia, e gostei muito da capa. Só acho, mesmo, que o final estragou a história, que estava indo tão bem.

"Todo mundo tem uma escolha, mas é preciso coragem para escolher o certo. O certo, às vezes, implica renunciar à liberdade ou à vida, preço caro demais para os covardes."

site: http://entrepalcoselivros.blogspot.com.br/2013/12/resenha-novo-seculo-o-julgamento-de.html
Karinne 12/01/2014minha estante
Não gostei da capa,é um pouco medonha.Além disso,não leria esse livro porque não gosto de me meter com essas coisas! Beijos :D


Juh 14/01/2014minha estante
Uaaau Ju essa capa é bem medonha! hehehe
Mas o livro parece ser bem interessante!
Nossa eu adoraria ver uma encenação desse livro!!
Pensei em lê-lo e talvez encená-lo ano que vem na facu!! Parece ser super divertido!!!
Gostei mesmo! É uma pena que o final tenha estragado o livro! Mas acho que para um teatro é só fazer uma adaptação!!!!
Beijos!!!

http://meudiariojk.blogspot.com.br/


Sarah 10/02/2014minha estante
Sua resenha é ótima, mas não gostei da história, nem do título, nem da capa. Ainda bem que é curto, pois se eu ganhasse para ler acabaria desistindo rapidinho! rs


Gabi 25/03/2014minha estante
Eu amei o livro, e a parte que mais gostei foi o final!! Kkkk ouvi uma palestra com o autor em que ele disse que dá pequenas dicas de que tudo que está acontecendo ali pode ser apenas uma encenaçao para televisão, e nao a "realidade". PODE, fica à imaginaçao do leitor. Mas sendo "realidade" ou nao, o autor apenas nos mostra no fim o deus cristão. O deus que condena ao inferno, que deixa o ser sofrendo por seus pecados. Achei a sacada do autor inteligentíssima, uma crítica singular ao ser humano.


nick 12/08/2014minha estante
vocês sabem que ele era uma peça de teatro, ne? eu nunca cheguei a assistir, mas sou da mesma cidade do autor, e a peça ficou muito tempo em cartaz aqui, inclusive amigos meus estavam no elenco, acredito que tenha videos dele na internet, é um otimo livro




Ana Luiza 24/01/2014

Lúcifer na Tevê
“Quando Maria morreu, Pedro chorou por 40 dias e 40 noites e suas lágrimas inundaram as ruas de Florença. (...) Depois do enterro, Pedro retornou ao Inferno, de onde decidiu nunca mais sair, até o dia em que três pessoas bateram à sua porta, convidando-o a aparecer na televisão. Dessa vez, não foi disfarçado de homem, de Pedro, nem como nenhum outro nome que não fosse o seu de batismo: Lúcifer.” Pág. 10

Um padre, um pastor e uma médium mundialmente conhecidos e adorados vão ao Inferno para tentar convencer Lúcifer a participar de um reality show. Já na terra, o anjo caído ainda não entendeu exatamente do que se trata o programa. Olinto (o padre), Jeú (o pastor) e Mariana (a médium) então tentam convencê-lo. Apresentado por Ricardo, o programa que vinha sendo divulgado a meses prometia uma confissão de Lúcifer para tudo de ruim que acontecera desde o início da era cristã.

Lúcifer, obviamente, não quer participar daquela encenação toda, afinal não é culpado por aquilo que os humanos fizeram por livre e espontânea vontade. Para ilustrar o que quer dizer, o Diabo mostra para o mundo atrocidades que os seus próprios julgadores cometeram. Olinto, Jeú e Mariana não são os santos que pregam ser e tem caráter tão torpe e duvidoso quanto o que Lúcifer supostamente deveria ter. Entretanto, o surgimento de outro ser poderoso e não-humano pode mudar as cartas sobre a mesa e a opinião de Lúcifer.

“- (...) Eu nunca fui o demônio. Nunca existiu demônio. O Diabo, como vocês concebem, só existe na literatura e na mitologia.” Pág. 29

“O Julgamento de Lúcifer” me surpreendeu primeiro pelo tamanho. Quando recebi o livro, não tinha reparado que ele tinha apenas 88 páginas. Entretanto, a maior surpresa veio depois. A obra já te conquista logo no prólogo, quando conhecemos um lado de Lúcifer que contrasta com o senso comum que temos sobre o Diabo. Um amante das artes, que gosta do Davi de Michelangelo, das obras de Goethe e da música de Bach, Lúcifer é irônico e cruel em suas falas, mas sempre verdadeiro. O que difere bastante dos outros personagens humanos, a maioria corruptos, interesseiros, vaidosos e gananciosos. Algo que me fez gostar bastante do livro foi justamente o fato de Lúcifer não ter sido apresentado como o grande demônio que temos que temer. Antes que tirem conclusões precitadas, não sou satânica ou adoradora do diabo, mas tenho grande curiosidade e certo fascínio com a história de Lúcifer.

Apesar de rápida, a história de “O Julgamento de Lúcifer” é completa e complexa, assim como os personagens. A trama foi bem desenvolvida e construída, o final me deixou chocada e indignada, só que de maneira boa. A narrativa de Moura é super bem construída e elaborada, mas não deixa de ser de fácil entendimento, é perceptível que ele tem grande domínio sobre a língua portuguesa e costume de escrever. Ao desconstruir clichês em sua história - como o do Diabo ser mau, Deus ser piedoso e religiosos serem bons e etc. -, o autor deixou o livro surpreendente e um convite a reflexão. De toda a história, Lúcifer talvez seja o mais inocente, o de caráter menos torpe. Ao explorar a maldade da alma humana, Moura nos faz perceber que nem sempre nossas noções de certo e errado, de justiça ou bondade são corretas. O autor também traz à reflexão o fanatismo que se tem por programas de televisão e por personalidades famosas (entre elas as religiosas), além da crescente falta de fé na atualidade, assim como a violência explorada como produto para consumo, entre outros questionamentos.

Divertido, controverso e intrinsecamente filosófico, “O Julgamento de Lúcifer” é uma leitura rápida, mas mais que interessante. O livro me conquistou a tal ponto que se tornou um dos meus favoritos. Fiquei curiosa para conhecer outras obras do autor, espero que ele não demore a publicar mais de suas histórias. Também fiquei curiosa para ver a trama de “O Julgamento de Lúcifer” nos teatros, já que o livro surgiu primeiro como peça. A história também ficaria boa nos cinemas, daria um filme divertido e polêmico que tenho certeza de que o público brasileiro iria amar!

“- Nós somos uma metáfora, filho. Uma narrativa que há milênios vem sendo escrita. Um romance de natureza muito mais lírica do que épica: não há nada de heroico em nossos feitos, mas eles não sabem disso. Os homens precisam de ficção, e nós somos os mais perfeitos personagens já construídos pela linguagem deles.” Pág. 59

site: http://mademoisellelovebooks.blogspot.com.br/2014/01/resenha-o-julgamento-de-lucifer-adriano.html
comentários(0)comente



Tami 13/02/2014

Muitos clichês
Resenha publicada no blog Gaveta Abandonada.

""Maria!" Pronunciava o nome dela como um mantra. Entrara na vida da jovem italiana por acaso, quando resolvera contemplar pessoalmente o Davi, única razão de sua estada em Florença." (pág. 9)

Uma das coisas mais difíceis pra mim é falar de um livro que não gostei. Especialmente porque fico tentando encontrar seus pontos positivos e, assim como um professor com seu aluno preferido, tento encontrar motivos para subir a nota. Em especial quando os livros são nacionais, onde tento ter uma atenção ainda maior. Contudo as vezes isso não é possível, e acabei encontrando o meu primeiro livro com nota 1.

Lúcifer voltou à superfície para participar de um reality show. A ideia do apresentador é colocá-lo em um debate com três líderes religiosos, para que o diabo confesse ser responsável por tudo de ruim que acontece e já aconteceu no mundo.

A sinopse deste livro me chamou muito a atenção pois é uma história bem diferente do que já tinha visto por aí. Porém a história acaba optando por muitos clichês que não me convenceram e cenas forçadas. Vamos começar pelos participantes convidados para o debate. Um padre pedófilo. Um pastor que enriquece utilizando a inocência de seus fiéis. Uma médium charlatona. Poderia encontrar personagens com passados mais clichês que estes?

Tanto na sinopse quanto em boa parte do livro o evento em que o diabo irá participar é tratado como um reality show. Contudo não passa de um programa de debate que dura duas, três horas. Não posso deixar de pensar que a expressão "reality show" só foi utilizada para que o autor pudesse fazer as críticas que gostaria a esse tipo de programa.

O final do livro considero interessante porque acabou me surpreendendo. Contudo o achei apelativo (pessoas mais religiosas talvez o achem ofensivo) e, apesar de ser uma surpresa, preferia que tivesse sido por outro caminho que passasse uma lição diferente.

Em alguns momentos Lúcifer mostra algumas atrocidades que os religiosos fizeram no passado, para que toda a audiência assista. E parece que simplesmente a audiência ignora essas questões no desenrolar da história. O autor defende essa atitude por estarmos acostumados a ver atrocidades todos os dias, mas não consigo acreditar que a população não se revoltaria mesmo assim.

"Quantos demônios vocês acham que existem para saírem por aí possuindo tudo quanto é gente?" (pág. 23)

O livro é bem curto (88 páginas) e me incomodou que o autor perdeu tempo contanto histórias paralelas que nada acrescentaram ao livro como por exemplo o que aconteceu com um menino que o padre conheceu. Enquanto isso deixou os debates, em sua maioria, superficiais. Lúcifer é um ser muito inteligente e gostaria de ter visto discussões mais profundas, mais questões de acusação e defesa. Em alguns momentos o livro consegue isso, mas infelizmente achei poucos casos.

Definitivamente, não foi um livro que gostei, não fez o meu estilo e me surpreende ver avaliações de cinco estrelas para o mesmo. Gosto é uma coisa muito pessoal mesmo.

site: http://gavetaabandonada.blogspot.com.br/2014/02/resenha-o-julgamento-de-lucifer.html
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



4 encontrados | exibindo 1 a 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR