Lê Vieira 05/11/2013 Comecei a leitura deste livro com um certo receio, por acreditar que a história pudesse se focar muito em Deus e em sua benevolência e acabar de tornando uma autoajuda. Mas ainda bem que a autora não se jogou apenas no lado espiritual que envolvia a vida da jovem Dominique, nem tentou fazer com que eu pensasse nas minhas atitudes para me tornar uma pessoa melhor. Me desculpe se você gosta de livros assim, mas eu não.
Dominique é uma jovem que desde cedo aprende a ser temente a Deus. Aos olhos dos outros jovens de sua idade, ela parecia ser estranha, principalmente por viver em seu próprio mundo sem permitir que nem mesmo seus primos se tornassem seus amigos. A menina cresceu e nada mudou, porém ela começou a se sentir um pouco perturbada por seus desejos e pela ausência do contato de Deus pelo qual ela tanto esperava. Após um surto repentino, a jovem acaba cometendo suicídio, a partir daí começa nossa história...
Não espere nenhum drama de arrancar lágrimas, pelo contrário, se prepare para se deparar com uma casa assombrada pelo espírito de Dominique, que fará de tudo para atrapalhar a vida de quem desejar morar ali. Em alguns momentos me senti como se estivesse assistindo a algum filme de terror, daqueles com cadeira se movendo sozinha, crianças com amiguinho imaginário, enfim, aquela formula pronta para te dar um susto.
" O que Danny nem suspeitava, que aquele choro, aquele pranto, era puro e verdadeiro, de uma moça que partiu algum tempo atrás e ainda hoje, após todos esses anos, não havia encontrado a paz que tanto procurava."
Gostei muito da forma como a autora conduziu o drama da protagonista sem se tornar exagerada. Fica claro que mesmo depois de morta ela continuou perturbada e ansiando pelo contato com o ser divino. Falando assim até parece que o livro é religioso, mas não é. Em alguns momentos os personagens vão à igreja, mas nada exagerado, nada que vá incomodar quem não é praticante de algum religião.
" Nessa atmosfera de loucura, os lúcidos se tornam loucos e os loucos se tornam lúcidos... são criaturas que deixaram essa vida, para viverem no esquecimento..."
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