Annalisa 15/06/2023O Ladrão do Tempo
Eu já conhecia a escrita de John Boyne, obviamente, por conta do Menino do Pijama Listrados, que diga-se de passagem foi um dos livros mais inconsoláveis que já li na vida, devastador. E fui surpreendida por descobrir que ele também escreveu o Palácio de Inverno, este segundo eu li faz tanto tempo que não me lembrava do nome do escritor, porém é de longe um dos melhores romances da minha vida, é favoritado na minha lista há tempos e sempre recomendo a leitura para todos.
Então eu tinha altas expectativas para O Ladrão do Tempo pelas referências anteriores do autor, comecei a leitura um pouco insegura e tive dificuldade de engajar, li as primeiras 160 páginas feito um sopro e meio ainda sem saber para onde ir. O livro é bom, é bem escrito, porém é um eterno banho maria, nada realmente acontece, não há uma segredo, mistério, suspense ou drama, são 456 páginas nas quais Matthieu nos conta sua história e só.
O livro é dividido em três tempos: a infância de Matthieu, sua vida entre os anos 1800 e 1900, e a terceira parte em 1999 que é o momento presente da vida dele. Ele vai nos contando um pouco sobre o sofrimento infantil dele, a perda do pai, da mãe, a fuga da França para a Inglaterra e suas descobertas sobre a vida, o universo e tudo mais. O segundo momento no tempo é suas aventuras após estabilizar no tempo e parar de envelhecer, seus trabalhos, amigos, romances e casamentos. E em 1999 ainda sem envelhecer um dia, ele nos conta sobre seu trabalho atual e seu sobrinho atual (filho, do filho, do filho, do filho, do filho, do filho... de seu irmão que já morreu a eras), e reclama sobre querer parar de trabalhar e descansar um pouco..
E é isso rapaziada, fiquei bem decepcionada pela condução da história e seu desenrolar, não motiva e achei bem sem propósito. É como se eu estivesse passeando pela rua e ouvisse uma conversa alheia já começando na metade e seguisse a caminhada sem ouvir o final, apenas o eterno meio. Fim.