Dani 14/08/2014PotencialSeraf é um jovem que vive em Rudgard uma província da Terra Prospera, órfão de mãe ele vive com o pai John e sob olhares cuidadosos do Regente Lauren e do ferreiro Will. Numa noite tempestuosa ouvem-se gritos aos redores do castelo do regente, ao sair numa busca com seu pai e Lauren, Seraf descobre um corpo alvejado e enterrado junto com a flecha há um bilhete informando do retorno de um grande inimigo do Rei Mark: Spardian.
Sob essa tensão de ameaça, as tropas de defesa em toda a Terra Prospera ficam alertas. Seraf fica muito interessado em se preparar para a batalha em defesa de Rudgard, mas como acaba de completar 15 anos ele ainda sequer foi treinado em seu ofício de escolha, mas ele é um aprendiz bastante empenhado e talentoso, fazendo progressos surpreendentes no pouco tempo que resta até a guerra eminente. Acontece que Seraf descobre mais do que o fato de possuir habilidade com a espada, ele tem uma relação com os elementos que vai além do esperado.
Enquanto é treinado por Hako, um Mestre Monje, Seraf irá descobrir muitas coisas sobre o passado da Terra Próspera e de seus habitantes: criaturas mágicas como os Trants, armas de grande poder conhecidas como "Artefatos Místicos", e a razão de Spardian ser tão poderoso e ter se tornado o maior inimigo do Rei Mark. Mas o trinamento deve ser finalizado antecipadamente, quando as forças de Spardian ficam mais próximas e ameaçadoras do que o esperado. Seraf, Hako e Kathrina embarcam num plano de espionagem de última hora: arriscado, intenso, regado a desconfianças, perseguições, feitiçaria e batalhas. Rumo à fortaleza do inimigo.
É um livro bastante curto, então a leitura é rápida. A linguagem é fácil, mas condizente com a ambientação medieval da história, entretanto a narração possui algumas inconsistências. Os acontecimentos são narrados em primeira pessoa e, predominantemente, sob o olhar de Seraf. Entretanto, existem situações em que a narração dele não é apropriada, por exemplo, ele está desmaiado, mas continua ciente das movimentações e diálogos à sua volta. Falhas desse tipo acontecem em três pontos da história que pude perceber e atrapalharam um pouco a fluência da minha leitura, por abalar a lógica sequencial.
Eu, particularmente, gosto de história e percebi que Gabriel Edgar realmente se dedicou na construção dos cenários e no uso de vocabulários condizentes com o período em que a história é retratada. Tive amigos leitores que compartilharam a leitura desse livro comigo e aqueles mais adeptos de histórias medievais gostaram. Inicialmente eu estava bastante empolgada com a leitura, mas após a primeira metade percebi que meu entusiasmo reduziu consideravelmente. Há mistério que sustenta a história, mas eu não consegui me prender, mas preciso dizer que alguns dos amigos que o leram tiveram uma opinião diferente da minha aqui. Os capítulos finais conseguiu capturar minha atenção novamente, mas não possui grandes reviravoltas. Gabriel é talentoso, jovem e apaixonado, muito capaz de melhorar sua história, que tem potencial, porem ainda está com as estruturas frágeis.
O livro, fisicamente falando, é muito bonito: a arte da capa, os efeito dourado do título, o tipo de papel amarelado e grosso das páginas, as ilustrações estilizadas, são pontos positivos e admiráveis. A diagramação do texto interior é feita em uma fonte diferente das que comumente são utilizadas, uma fonte grande e bonita, mas que eu não achei muito confortável para a leitura. Os capítulos são bem divididos e curtos,introduzidos por um título bastante relacionado.
Enfim, para leitores que gostam de histórias medievais bem ambientadas e que não sejam extremamente críticos quanto a alguns aspectos que citei - lembrando que são opiniões baseadas na minha experiência de leitura - eu recomendo o livro. É uma produção independente, então é compreensível que ainda haja certas falhas. Acredito que uma editora nacional deveria dar uma chance ao trabalho do Gabriel, pois ele tem muito potencial.
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http://1000-vidas.blogspot.com.br/2014/06/resenha-15-seraf-e-os-artefatos.html