Gabriel Aleksander 08/09/2016O famoso caso da prolixidade que matou o gato… A Sinopse
A guerra entre os arcanjos encontra uma trégua frente a uma ameaça comum: o primeiro dos anjos, Metatron. Agora, uma guerra ancestral é reacendida e os anjos e sentinelas se enfrentarão em uma última batalha, onde Kaira e seus aliados se encontram no centro dela.
Antes de enfrentar seu destino, Kaira e Urakin se aventuram pelas terras de Asgard em busca de Denyel, desaparecido após entrar no rio Oceanus, deparando-se com um local completamente caótico e dominado pelo medo, onde todos os seus deuses estão ausentes. Agora, os anjos precisam se juntar a um grupo peculiar de guerreiras, superando antigas rivalidades, para assim conseguirem reaver a única passagem de volta a sua missão principal: a Bifrost. Portanto, o coro de anjos liderados por Kaira terá que enfrentar perigosos inimigos que, mesmo com sua magnitude, não se comparam ao seu desafio final: derrotar Metatron.
Misturando mitologias de uma maneira exemplar
Algo que Eduardo Spohr sabe fazer é misturar diversas mitologias, em um primeiro momento opostas, de uma forma elaborada e sem deixar brechas, conseguindo assim, formular uma aventura cheia de conceito, que intriga e permite ao leitor se apropriar de uma grande quantidade de conhecimento sobre tais temáticas.
Esse fator é nitidamente proeminente de uma grande quantidade de pesquisas e estudos que o autor claramente fez, já que, seus livros são repletos de verdadeiras aulas durante a narrativa. Entretanto, nem sempre esse didatismo na obra é um fator positivo.
O famoso caso da prolixidade que matou o gato…
Assim como já foi falado anteriormente aqui no blog sobre outros livros escritos por Spohr, a prolixidade do autor e a presença excessiva de informações e explicações sobre os elementos que ele utiliza para aprofundar seu enredo acabam se tornando obstáculos na fluidez da narrativa, o que fez com que finalizar a leitura desse livro tenha sido um verdadeiro desafio para mim.
O problema da prolixidade é que em determinados casos ela funciona bem na construção de um personagem ou na ambientação de um espaço, porém, nesse caso do último volume de “Filhos do Éden”, resultou em perda de foco, adicionando ao enredo diversos momentos que poderiam ter sido evitados, mas que ali estavam para apenas prolongar a história e a afastar de seu destino final.
Opinião Final
Como dito pelo próprio autor, essa trilogia foi criativamente idealizada para conter volumes que se diferissem em suas propostas, sendo o primeiro mais dinâmico e objetivo, o segundo, uma aventura histórica e, por fim, o terceiro, que trouxe consigo o objetivo de abordar a mitologia em meio a fantasia urbana. Nesse sentido, é incontestável que Spohr conseguiu atingir seu objetivo, inovando ao criar histórias que mesmo se passando no mesmo “universo” são abordadas de uma forma única e tão diferentes umas das outras.
Contudo, essa engenhosidade não garantiu que esse volume em questão fosse menos provido de “defeitos”. O mais difícil em ler “Paraíso Perdido” não foram esses obstáculos de continuidade e prolixidade já citados anteriormente, mas principalmente foi lidar com a decepção resultante da quantidade exorbitante de expectativas que eu estava alimentando para essa finalização de uma das trilogias que mais era fascinado até então.
Dito isso, pretendo esperar algum tempo para assim reler a fantástica aventura de Kaira e Denyel, diferindo dessa vez na quantidade de expectativa que irei depositar na experiência, para que, a possa analisar de forma mais imparcial.
Filhos do Éden é sem dúvidas uma trilogia que vai permanecer com um lugarzinho especial na minha estante mesmo com suas falhas.
site:
fatalityliterario.wordpress.com/