livrosepixels 20/04/2023Seu livre-arbítrio é uma ilusãoMesmo antes de ter lido a primeira história de Philip K. Dick, eu já era fã do cara. Já assisti aos filmes baseados em suas histórias (adoro Minority Report), ou a filmes inspirados neles. Então chegou aquele dia, o tão esperado dia de ler PKD, e para não ir com muita pressa, escolhi um conto que iria me ambientar no estilo do autor, ao mesmo tempo em que tinha uma ideia atraente.
Assim encontrei Agentes do Destino, um conto curto até, mas com uma ideia bem bacana e até um pouco assustadora. Na verdade, resolvi começar por ele pois recém havia assistido ao filme de mesmo nome, e gostei do filme, apesar de a trama girar mais para o lado romântico/aventuresco. Então queria fazer a comparação.
No conto, o personagem é exposto a uma dupla realidade, uma verdade escondida de todos os humanos. O autor questiona se nossas ações são realmente escolhas próprias ou se na verdade por trás de tudo isso não há “entidades” controlando nossos passos.
De fato é uma crítica bem interessante e levanta o debate a respeito do que compreendemos por realidade e destino. O que é o real? Como sabemos diferenciar o que é sonho e o que é verdade? Há diversas teorias, inclusive, que falam que vivemos em uma simulação, que a probabilidade de sermos uma simulação é maior do que sermos reais, basilisco de Roku, etc.
Mas, o conto é muito abrupto e meio que joga uma parte das ideias, o que acaba por deixar a história meio mal formulada. Na verdade, após ler vários outros livros do PKD, percebi ser esse o seu estilo de narrativa: sem aprofundar muito os personagens, deixando-os mais frios e longe do leitor.
Curiosidade interessante: os agentes deste conto inspiraram os misteriosos Observadores, da série Fringe, que também é uma das melhores séries que já assisti em toda a minha vida.
[RESENHA ORIGINALMENTE POSTADA NO IG ESTANTE X EM 2018]
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