O pintor debaixo do lava-loiças

O pintor debaixo do lava-loiças Afonso Cruz




Resenhas - O pintor debaixo do limpa-loiças


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Dudu Menezes 15/05/2022

Na mesma linha de Vamos comprar um Poeta - gostei bastante
Segundo livro que leio de Afonso Cruz e, da mesma forma que ocorreu quando li "Vamos comprar um Poeta", o sentimento é de que existe uma experiência que a literatura pode nos proporcionar que vai além da história em si.

O próprio autor nos diz, no epílogo, que "todos nós, olhando para a vida dos nossos antepassados, encontramos histórias que dariam histórias". Foi isso que ele fez. Aqui, temos a transcendência do real da forma que só a poesia é capaz de fazer.

O livro mescla ficção e realidade. Baseia-se no fato, real, dos seus avós terem escondido um pintor judeu, debaixo da pia, ao fugir da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) - instituição que dificultou a vida dos refugiados do nazismo, em Portugal, entre 1933 e 1945 -, mas faz isso por meio de um olhar poético que só a arte consegue imprimir ao mundo.

Daí a transcendência! A transcendência pelo olhar. O olhar poético. O olhar sensível. Olhar que ilumina, mas que também escurece nossas memórias!

"O mundo que vemos é um consenso, disse Sors. A maioria é que diz como é o mundo. Se a maioria olhar para uma mesa e disser que é uma mesa, a minoria que acha que é outra coisa é internada. O processo é simples, basta ver, no mundo à nossa volta, coisas que os outros não veem"

Simplesmente uma leitura necessária. Leiam!
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Athenalife 05/12/2022

O que achei
Que história linda e marcante , mostrando por um ponto de vista como era o mundo naquele tempo de tanta dor e guerra , marcante de todas as formas e jeitos , algo para se refletir com ensinamentos pela vida , espero que tenha tido um final feliz como merecia
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may may 28/03/2023

Esta história mistura fatos reais com ficção do escritor português Afonso Cruz. O protagonista foi inspirado na vida dos avós do autor que esconderam um pintor judeu eslovaco que fugia do nazismo, embaixo da pia de sua casa.

Depois de "Vamos Comprar Um Poeta", me apaixonei pela escrita do autor e resolvi pesquisar mais outras obras dele. Foi assim que conheci esse livro e eu não entendo como nunca vi ninguém falando sobre.

Uma história repleta de metáforas e contada com muita sensibilidade e fé. Parece que é a marca do autor fazer livros curtos, mas que causam um grande período de reflexão.

Muitas vezes me pareceu que alguns cenários eram montados pra ocorrência de falas de "efeito" específicas, o que não me incomodou em momento nenhum, mas me fez lembrar de "O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo". O estilo de escrita e narração também me recordaram do livro "Persépolis". Quem gostou destes títulos poderia dar uma chance para O Pintor Debaixo do Lava-Loiças e para o Afonso Cruz, eu tenho certeza que vai valer muito a pena.
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FellipeFFCardoso 10/03/2024

Não é o dos melhores dele, mas qualquer coisa que Afonso escreva já está muito acima da média (para meus gostos e critérios) de qualidade. Eu fico encantado com a maneira como ele traduz da vida aquilo que lemos quando temos os livros dele em mãos. Talvez, comparado com outras obras dele, essa tenha me surpreendido menos por ser muito próxima de questões que eu mesmo trago dentro de mim. Ai, ja se sabe, né? Que aquilo que tendemos a ficar reticentes com aquilo que damos por certezas. De qualquer forma, eu sou devoto de Afonso e penso nele, inclusive, como um amigo que tenho, mesmo que ele disso não saiba. Então leio os livros dele como se fossem cartas de um velho amigo. Quando os termino, morro de saudade e fico cá pensando na maravilha que é viver na mesma época de uma pessoa assim.
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Viviane 26/09/2020

Simplesmente sensacional. Amei esse livro. Com muitas reflexões sobre a vida.
A história muito bem costurada com personagens complexos.
Esse autor me surpreendeu. Com certeza lerei outros livros dele.
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caroline 03/05/2021

"Há muitos tipos de comida [...] há o estômago da cabeça, que se alimenta de palavras e letras."

A escrita do Afonso é poética e filosófica. De uma beleza ímpar. Eu poderia ler até sua lista de compras com um sorriso estampado no rosto.

Não acho que um dia me cansarei de seu modo único de (d)escre(ver) o mundo. Suas histórias são fascinantes e quanto mais dele leio, mais me fascino com sua genialidade.

Eu devoro seus livros tão rapidamente que me dá uma tristeza quando os termino subitamente.

Afonso não sabe, mas um dia irei ao Alentejo somente para vê-lo. Ele tem um espaço reservado no meu coração e nas melhores memórias afetivas de leituras que já tive ao longo da vida...

"[...] a altura de um homem depende dos livros que lhe serviram de base."

Leia Afonso Cruz!
Alê | @alexandrejjr 06/05/2021minha estante
A beleza da intimidade desse texto não tá no mapa, Caroline! ????


caroline 10/05/2021minha estante
a fofura dos teus comentários não se encontra nem por GPS, Alê! ??




Andressa Klemberg 31/12/2021

Surpreendente
História poética baseada em fatos reais da segunda guerra mundial. Lindo como o autor retratou de modo sensível todo o enredo do livro. Fechando as leituras do ano muito bem
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Paty 12/01/2014

"O Pintor Debaixo do Lava-Loiças" é um romance curto, de apenas 170 páginas e muitas delas com algumas ilustrações que são totalmente pertinentes ao contexto da história. E para nos contar essa história, Afonso Cruz se utiliza de capítulos curtos e uma narrativa simples, ou melhor, econômica, direta, porém bela, onde mescla, na medida certa, poesia e filosofia, já que ele se atém ao que é essencial e emocional na história.

Afonso Cruz nos conta a história de Jozef Sors, que nasce numa espécie de mansão, à época do império Austro-Húngaro, filho do mordomo, que é incapaz de compreender metáforas e de uma passadeira que aprecia em demasia a rotina, no final do século XIX. O proprietário da casa é Moller, um coronel do exército, que também tem um filho da mesma idade que Sors, e logo decide contratar um preceptor, um mentor para cuidar da educação dos garotos, sem distinção. No entanto, ao contrário do esperado, os garotos não se tornam amigos: Wilhelm, filho do patrão, é um leitor compulsivo, que considera que "a última página de um livro é a primeira do próximo"; Jozef, a seu tempo, é um desenhista convulso e delirante que não faz outra coisa senão desenhar por todos os lados, seja em papéis, paredes, terra ou até em pensamentos. Mas para o Havel Kopecky, o mentor, nada é mais importante do que ensinar-lhes filosofia desde cedo.

"- Parece-me uma grande felicidade que, quando se olhe para o mundo, pareça sempre que é a primeira vez que o fazemos."

O romance é repleto de personagens interessantíssimas, muito bem delineadas, mesmo que de forma econômica: o pai de Sors, um mordomo que não entende metáforas e abomina armas, o coronel sensível que enfeita os próprios cabelos com flores, a menina Frantiska, por quem Sors nutre um amor platônico, que é sua vizinha e que concebe estranhas teorias, enquanto sente que a empurram no balanço, jogo aliás, que adora; e o próprio Jozef, que também está acostumado com as elaborações de teorias, como a do "problema da dispersão e a lei de Andronikos relativa à árvore de Dioscórides".

"- Somos mesmo esquisitos: a escuridão cega-nos e a luz também. Os olhos fechados deixam-nos sozinhos. Os olhos abertos mandam-nos para a prisão."

O que é ainda mais interessante é descobrirmos que toda essa história tem como pano de fundo, um episódio real na vida dos avós do autor, que realmente esconderam um pintor judeu, que fugia dos nazis, debaixo de seu lava-loiças. É a partir desse episódio, do ato de coragem de seus avós, que o Afonso, que pouco sabia sobre o pintos eslovaco, começa a desenhar e a pintar a vida de Sors nesse belo romance repleto ainda de muito movimento e tragédias familiares.

O livro é um exercício delicioso de imaginação, totalmente imagético e repleto de metáforas, conceitos e certezas inabaláveis, mas que podemos vir a descobrir que até mesmo as teorias mais arraigadas podem cair por terra. Não é um livro que vai defender essa ou aquela teoria ou verdade, mas sim um poético livro de formação, onde o autor deixa claro o quanto acredita no verdadeiro poder transformador da literatura.
"Só sobrevivemos numa corda muito fina estendida sobre um abismo. Todo o ser vivo é um equilibrista. Todo o ser vivo é um mau equilibrista. Acabará sempre por cair."

Veja mais no blog:


site: http://almadomeusonho.blogspot.com.br/2014/01/o-pintor-debaixo-do-lava-loicas-afonso.html#more
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Thammy 13/06/2021

Perfeito para sair da "ressaca literária"
É um livro tocante. Traz a história de um pintor eslovaco que, vivendo entre dramas pessoais, paixões frustradas, relações familiares complicadas desde a infância e um imenso desgaste psicológico causado por duas guerras mundiais, busca simplesmente a liberdade de viver conforme a alma pede e a arte permite. É um livro baseado em uma situação real vivida por familiares do autor que traz toda uma ótima narrativa com poesia sob medida e muitas reflexões sobre a vida. São pensamentos necessários que, muitas vezes, precisamos ouvir ou mesmo relembrar.

A escrita de Afonso Cruz, para mim, é única. É simples e me causa imenso prazer. Desperta sentimentos como compaixão, alegria (mesmo que momentânea), tristeza e uma certa esperança. Traz um português de Portugal fácil de compreender que sempre desperta boas lembranças daquela terra. Quando ele escreve, é como se eu quase conseguisse ouvir os sotaques e trejeitos característicos do povo português. Gostei. Foi uma ótima leitura.
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@freitas.fff 13/09/2021

Das fábulas contraditóriamente realistas de Afonso
Segundo livro que leio do autor e já percebo que o lerei muito ainda. Com sua narrativa em prosa poética Afonso Cruz conta e até canta a sua história em um tom tão bem versado que parece que estamos lendo um conto fantástico em forma de fábula.

O mais surpreendente é ver como o autor é capaz de reconstruir de forma tão linda a realidade a partir das memórias de seus avós, que acabaram tornando-se os protetores do pintor, lhe dando abriga seguro contra o nazismo em baixo de uma pia de lavar louças.

Afonso nos estimula, nos prende e encanta. Sempre abarrotado de críticas sociais e políticas, o escritor apresenta a nós até os horrores da humanidade de uma forma mágica e profundamente reflexiva.

Pequeno na extensão narrativa, o escritor sabe ser polido e econômico com as palavras, não dá pra lê-lo sem encher de grifos e marcações os seus livros. Anti ressaca literária, recomendo os livros de Afonso Cruz para todos os tipos de leitores.
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Licia Maria 07/12/2021

Memorialismo
Difícil conter o impulso de marcar o livro todo. Afonso Cruz é de uma poesia cirúrgica, que faz doer e sorrir com a mesma intensidade.

O equilíbrio perfeito de memória e ficção, luz e sombra, boas e más mesas. Não poderia recomendar mais?
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O resenheiro 17/10/2022

A saga de Jozef Sors
Tudo começa na vida de Jozef Sors na casa em que vive sob as asas de Möller, o proprietário e patrão dos pais de Sors, o seu mordomo que não entende metáforas, e a sua engomadeira, que está sempre a sorrir.

Sors, o filho, passa por diversos momentos de sua vida, tendo sempre alguém a seu lado, seja o filho do patrão, seja o companheiro de guerra, ou seja o casal que o abriga em sua casa embaixo do lava louças.

Ele também não esquece de seu primeiro amor não correspondido, Frant?ska, e de tantos outros dias marcantes de sua vida, como aquele em que seu pai se foi por não entender uma figura de linguagem, a tal da metáfora, interpretando-a erroneamente vinda da boca do amigo do patrão, o que o leva a matá-lo de ignorância.

Sua mãe, não aceitando a morte do marido, continua a colocar sempre três pratos a mesa, para si, para Jozef Sors e para o não mais presente Sors, o pai. Até na cama mantém o lado do marido desocupado, onde deixa as vestes do mesmo como se este ainda estivesse lá.

Um livro contado e montado de sequências que mostram a vida de Sors, que acaba por ora sendo refugiado e consegue ir aos Estados Unidos. De lá, volta em busca da mãe judia, onde havia deixado em um hospício sem se despedir quando da partida. Não a encontra mais, e tenta então retornar de onde veio, passando pela Europa e parando em Portugal, mais especificamente em Figueira da Foz, terra natal do autor, na casa de Dona Rosa e Dr. Costa, que escondem este pintor, Jozef Sors, debaixo do lava-loiças.
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Joceli 24/12/2022

Te desafio a não marcar o livro todo!
Durante toda a leitura eu tive de destacar frases, raciocínios ou comparações que me marcaram ou fizeram com que eu admirasse a escrita do autor. O epílogo deu um toque todo especial a essa leitura que com certeza será uma favorita.

PS: a analogia da mesa me deixou encantada!
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Deborah 29/03/2021

Super vale a pena!
O ritmo da história é bem peculiar e achei isso muito interessante. A narrativa flui bem e os personagens são simples mas essenciais. Senti falta de uma construção maior de clímax. Mas a história é muito bacana
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