Maria Isabel 27/12/2023
Surpreendida
Esse livro foi uma grata surpresa para o meu fim de ano. Admito que não estava dando muito para esse livro. É um daqueles livros que eu comprei na adolescência (a minha é a terceira edição, imagina em qual edição já deve estar hoje em dia) porque a capa era bonita e estava sendo super hypado, embora essa palavra ainda não fosse usada na época.
Ele ficou anos sentado na minha estante, e decidi pegar para ler agora, porque ele era curtinho e eu queria uma leitura rápida, enquanto esperava o livro que eu realmente queria ler chegar. Não tinha nenhuma expectativa, achando que a Bruna Vieira era só mais uma influencer famosinha por razão nenhuma, e cultivando aquele preconceito que eu já tinha por ela ser colunista da Capricho, revista essa que não me representava na adolescência pois eu ?não era como as outras garotas? (o que era uma ironia por si só, uma vez que conheço pessoalmente pelo menos mais umas 20 garotas que pensavam o mesmo).
O tempo passa (graças a Deus), eu amadureci (só um pouquinho), e hoje posso dizer muito feliz que eu estava completamente errada. Se com pouco mais de 20 anos a Bruna Vieira já escrevia dessa forma, só posso imaginar como ela deve ter evoluído hoje em dia. Ela foi capaz de transformar pensamentos cotidianos, que todo mundo tem, em poesia. Eu nunca vivi um grande amor (ou qualquer amor, diga-se de passagem), mas ainda assim eu fui capaz de me relacionar com as desilusões amorosas da autora, e com o sentimento de perda com o fim de relacionamentos que achávamos que durariam a vida toda.
Esse realmente é um livro para refletir, cheio de passagens marcantes, ilustrações lindas e uma capa maravilhosa. Nele a autora traça reflexões a respeito da vida como um todo, abrangendo temas como o amor, a independência, o crescimento e amizades. Admito que algumas poucas crônicas me lembraram um pouco aqueles livros de autoajuda meio rasos, motivo pelo qual não dou 5 estrelas, mas no meio de tantas crônicas acho que isso era esperado, e não tira o brilhantismo das demais.
Não posso deixar de citar especificamente minha crônica favorita do livro, ?Estamos todos nos adaptando?, que eu sinceramente acho que é o tipo de texto que todos devemos ler pelo menos uma vez. Recomendo!