Iury Cauan 05/11/2023
Dilema ético num futuro distópico
Em Blade Runner, somos imersos em um mundo distópico onde a relação de Rick com sua esposa é apenas o ponto de partida para a narrativa. Neste universo, a extinção de animais transformou-os em artigos de luxo, enquanto os menos afortunados recorrem a animais elétricos que se assemelham à realidade.
A obra explora paralelos intrigantes com a colonização por robôs, um tema também abordado por Asimov em sua série de robôs. O Mercerismo, um culto peculiar, utiliza a Caixa de Empatia para conectar os seguidores à experiência de seu líder, Wilbur Mercer, destinado a continuamente subir uma colina e ser apedrejado.
A radiação, por sua vez, diminui a cognição de algumas pessoas, transformando-as em "cabeças de galinha" e causando efeitos físicos adversos.
Este cenário desafia as fronteiras da vida, questionando se os androides devem ser considerados seres vivos ou simples máquinas, já que, ao contrário de humanos e animais, não são protegidos por lei. Surge então o dilema moral: é aceitável tirar a vida deles? No decorrer do livro, Rick usa ?aposentar? em vez de ?matar?, suavizando suas ações.
No desfecho, Rick conclui sua missão e retorna ao seu lar, reacendendo reflexões sobre identidade, humanidade e moralidade que ressoam muito além das páginas do livro. Blade Runner é uma exploração profunda e provocativa das complexidades do ser e da tecnologia, deixando os leitores imersos em dilemas filosóficos enquanto acompanham a jornada emocional do protagonista.