Tami 24/07/2014Resenha publicada no blog Gaveta Abandonada.
Nota: 2,5
Verão cruel chama atenção por ser um livro pequeno, escrito pela Alyson Noël, com uma trama adolescente com pitadas de romance - o tipo de livro que procuramos para passar o tempo e relaxar a cabeça um pouco. Após a leitura posso confirmar: não é ruim, mas também não chega a ser um dos melhores do estilo.
"13 de junho,
Querida Tia Tally,
Quando pedi seu endereço de e-mail para a minha mãe, ela riu e disse que você não tem e-mail. Mais sei que ela só está brincando... certo?" (primeiras linhas, pág. 9)
Colby Cavendish está louca para conseguir mudar sua imagem de nerd, já que finalmente conseguiu ficar amiga de Amanda, a garota mais popular do colégio. Seus planos para as férias eram curtir as festas e ficar com Levi Bonham, o cara mais lindo da escola. Porém seus pais, que estão se divorciando, a mandam para uma ilha na Grécia para ficar na casa de sua tia enquanto definem as últimas coisas sobre essa nova situação.
Tudo bem que adolescente é adolescente e não quer perder uma festa por nada, mas chamar de "Verão Cruel" ser enviado para uma ilha paradisíaca na Grécia é meio forçado. Mas ok, ela é adolescente e queria ficar com os amigos então vamos dizer que entendemos. Porém ela passa tanto tempo reclamando (e perdendo de ver algumas oportunidades) que chega certo momento em que temos vontade de largar de mão a protagonista e conversar apenas com os outros personagens.
Totalmente contado pela personagem principal, Colby Cavendish, o livro se divide entre momentos em que a garota está escrevendo em seu blog, em seu diário, respondendo e-mails ou retornando mensagens e cartões postais. E é apenas por esses meios que conhecemos a história, não tem momentos "ao vivo" nem uma narração externa, é tudo pelo ponto de vista de Colby. E isso traz outra curiosidade, a primeira coisa que me chamou atenção no livro: ele não tem capítulos! Nunca tinha lido um livro sem divisões definidas então inicialmente confesso que estranhei um pouco, mas essa estrutura acaba deixando a história bem fluida.
Foi impossível não comparar com "Ah, o verão!" que li recentemente, e talvez por isso esse tenha decepcionado. Colby não é uma personagem que agrade, menos ainda no início da história. É uma adolescente tendo chiliques adolescentes, e isso cansa um pouco. Seus pais conseguem ser igualmente infantis, ao "isolar" a filha em uma ilha para resolverem o divórcio e depois a informarem sobre os seus novos namorados, sobre mudar de casa e tudo mais através de e-mails! Não é a toa que Colby reclama tanto deles afinal.
"E então, pensei que talvez eu fosse a pessoa que devesse ser julgada. Talvez o problema não fosse eles. Talvez o problema fosse EU. Talvez eu fosse a pessoa sem personalidade ou identidade. Talvez eu fosse a pessoa vazia por dentro." (pág. 112)
É um livro pequeno e fácil de ser lido. A partir do meio para o final a história fica mais interessante e envolvente, muito disso devido ao amadurecimento de Colby. A trama envolve romance, sexo e algumas outras situações comuns da idade. Enfim, não desgostei do livro apenas considero que não tem uma história inesquecível e existem melhores com este assunto e tamanho parecidos.
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http://gavetaabandonada.blogspot.com.br/2014/07/resenha-verao-cruel.html