Lima Neto 03/02/2010
das dificuldades em se avaliar um livro de contos
é sempre difícil se avaliar um livro de contos, ainda mais quando se trata de uma obra magnífica, do que é, para muitos, o maior contista da literatura russa e mundial: Anton Tchekhov.
a dificuldade está no fato de que, num livro de contos, há sempre aquele que se destaca, aquela "obra-prima" dentro do livro, e por mais que exista outras boas histórias, nunca são todos os contos "no mesmo nível". para mim, por exemplo, nesse livro, o conto "O Homem no Estojo" foi a história que mais me tocou, sendo magnificamente bem construida, com um personagem muito bem "caricaturado", além de diversas outras, que achei bem "acima da média", como o primeiro, que abre o livro, "Desgraça Alheia" e o próprio conto que dá nome ao livro. fora esses, destacaram-se, para mim, a delicadeza e simplicidade do "Amor de Peixe" e da magnifica descrição de "Testa-Branca".
tais histórias, vistas isoladamente, mereciam todas as "estrelas" possíveis, no quesito "avaliação" aqui do skoob. no entanto, o livro não é composto apenas dessas histórias. há ainda umas outras, boas, sem dúvida, mas nada excepcionais, nada tão marcantes, e se essas fossem avaliadas isoladamente, receberiam "notas" medianas, comuns.
e fazendo uma avaliação do livro como um todo, analisando as histórias isoladamente e depois vendo-as como parte de uma obra maior, cheguei a uma "nota justa", que foi a de "quatro estrelas".
o livro como um todo é MUITO BOM, e Tchekhov prova, mais uma vez (se bem que ele, por tudo o que fez e pelo que representa, não precisa provar nada a ninguém!), toda a sua fama de genial contista.
há, em "Um Homem Extraordinário e Outras Histórias" histórias magníficas, há histórias muito boas, e há histórias boas, e nenhuma "ruim".