Diga-me Onde dói e eu te direi por quê

Diga-me Onde dói e eu te direi por quê Michael Odoul




Resenhas - Diga-me onde doi e eu te direi por quê


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Carla.Parreira 15/10/2023

Diga-me onde dói e eu te direi por quê
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Eis um pouco da leitura: Quanto mais à medicina aprende a "cuidar" das doenças mais estas se tomam profundas, difíceis de dominar e capazes de mutação. É infinitamente preferível tentar compreender o sentido daquilo que vivemos, antes de fazê-lo calar-se (medicina alopática) ou de tomar nossos sofrimentos obrigatórios, invencíveis e merecidos (dogmatismo ou fanatismo religioso) sem procurar mais adiante, por medo ou por necessidade de conforto e de facilidade num determinado instante. Sejamos, no entanto, extremamente vigilantes no que diz respeito à significação e à razão das coisas. Na realidade, se for verdade que essas tensões, esses sofrimentos ou essas doenças são, às vezes, necessários para que "compreendamos", para crescer, eles não são jamais obrigatórios ou invencíveis. Acidentes, traumatismos, choques, cortes, a entorse, a fratura, etc. vão surgir num ponto bem preciso do corpo físico, a fim de estimular as energias que circulam nesse ponto ou de expulsar o bloqueio de energias desse ponto, às vezes até os dois últimos ao mesmo tempo. Assim sendo, ele nos fornece informações de uma precisão extrema sobre o que se passa dentro de nós. A doença representa, conscientemente ou não, uma constatação de fracasso ou de incapacidade de compreender, de admitir, ou até mesmo de simplesmente sentir a distorção interior. Não soubemos reagir ou fazer qualquer outra coisa que pudesse mudar as coisas ou, pior ainda, achamos que não fomos fortes o suficiente para resistir. Quanto mais antiga for à tensão a ser eliminada, mais poderosa ela será e mais necessidade terá a doença de ser grave e profunda. Essa diferença entre o caráter "passivo" da doença e "ativo" dos traumatismos é fundamental. Ela aparece até mesmo na maneira em que o corpo físico o "resolve". No caso dos traumatismos, o corpo conserta os estragos graças ao fenômeno miraculoso da cicatrização. Tal fenômeno é ativo, pois são as células traumatizadas ou outras do mesmo tipo que se reconstituem. No caso da doença, o corpo faz o conserto graças ao sistema imunológico. Esse processo é passivo a partir do momento em que são células de um tipo diferente daquelas que estão doentes que intervêm. A ajuda, a assistência, a solução vêm do exterior, de elementos estrangeiros (os glóbulos brancos, por exemplo), enquanto que, no caso do traumatismo, é a parte traumatizada que ajuda a si mesma, que faz o conserto com as suas próprias células. Os sofrimentos ou feridas que vivenciamos são mensagens do nosso inconsciente, do nosso Mestre Interior. Como no caso dos sonhos, os sinais que eles nos enviam são sempre simbólicos e, de acordo com a importância do problema, podem ser mais ou menos fortes. A vida vai sempre nos oferecendo meios de informação e de reflexão sobre o que se passa conosco até que todas as possibilidades se esgotem. A cada instante o nosso meio ambiente nos envia essas mensagens que nos fornecem constantemente informações corretas e profundas. Esse primeiro nível de mensagens mandadas pela vida para nos ajudar a compreender quem somos e o que temos de viver se chama "o efeito espelho". Na verdade, a vida busca apoio em numerosos suportes, a fim de se comunicar conosco e nos guiar, e cabe somente a nós escutá-la. Observando o que se passa ao redor de nós e o que os outros representam no nosso meio biológico, contamos com um campo inesgotável de compreensão a respeito de nós mesmos. É nessa compreensão da vida que se insere esse "efeito espelho", sobre o qual Carl Gustav Jung dizia: "Percebemos nos outros as outras mil facetas de nós mesmos." A vida é feita de forma que só vemos, só percebemos, só somos atraídos por aquilo que nos interessa, nos diz respeito, esse é o primeiro elemento do efeito espelho. O segundo elemento desse efeito espelho é que a nossa Consciência Holográfica, o nosso Não-Consciente ou Inconsciente, o nosso Mestre ou Guia Interior, nos levam ao encontro de pessoas que nos convêm. A única pergunta que podemos nos fazer é: "O que é que eu tenho que compreender nesta situação?" Esse princípio funciona tanto no sentido negativo como também no positivo. A simbologia Yin (princípio feminino) representa o lado direito do corpo, enquanto a Yang (principio masculino) se relaciona ao lado esquerdo. O esqueleto e os ossos representam nossa estrutura, nossa arquitetura interior. O pulmão (e também o intestino grosso) está associado à capacidade de se defender no que diz respeito ao "mundo exterior" - o que chamo de "vontade voluntária" (voluntarismo) - ao rigor, à ação sobre as coisas, mas, sobretudo à interiorização, tomada no sentido da não manifestação, da camuflagem (armadura). O estomago se encarrega dos alimentos físicos (nutrição) ou psicológicos (acontecimentos), do estoque momentâneo e da primeira transformação deles. Ele se ocupa então de tudo o que diz respeito à nutrição "material" de cada um de nós, possibilitando a dominação, a possessão e a apropriação dessa matéria que ingerimos. Está associado ao pensamento, à memória, à razão e ao realismo, à reflexão e às preocupações. Os sucos digestivos do estômago são controlados pelo baço e pâncreas, os quais distinguem os alimentos úteis dos inúteis, conduzindo a transformação dos líquidos absorvidos. Regula, então, toda a alimentação e a energia do corpo sendo responsável pelo tipo e pela qualidade da nossa relação com a matéria da qual nos tentamos "apropriar" através da digestão. As inquietações em relação ao mundo material e à sua possessão, as inseguranças, as angústias ligadas a esse mundo como, por exemplo, o mundo profissional ? dependem do baço e pâncreas. Azia, acidez gástrica, úlcera, câncer, são muitas as manifestações cuja intensidade é progressiva e que exprimem essa dificuldade para digerir o que vivemos, os choques da vida ou as situações que não nos satisfazem. Os vômitos são então um sinal suplementar da rejeição pura e simples, da recusa. Os males do baço e do pâncreas significam que temos uma tendência a atravessar a vida com sensatez demais, ou seja, não deixando espaço suficiente para o prazer, para a alegria. O dever é importante, sendo que o profissional e o material são as coisas essenciais. A vida então sente falta daquela doçura de que todos nós temos necessidade. As preocupações materiais interiorizadas e as angústias obsessivas, o medo de sentir falta ou de não saber, de não estar à altura, estes são os sinais expressos pelos problemas do pâncreas ou do baço. A tendência a viver no passado, por medo de não produzir o presente, ou o fato de cultivar memórias desse passado podem se manifestar através de tensões ou de doenças nesses dois órgãos. A necessidade de corresponder às normas, de respeito às regras, até mesmo de dependência em relação a elas pode ser exprimida através dos desequilíbrios do baço ou do pâncreas. Os desequilíbrios pancreáticos podem tomar duas formas: a hipoglicemia (falta de açúcar no sangue) e a hiperglicemia ou diabetes (excesso de açúcar no sangue). O que é que o açúcar representa na nossa vida? Ele é a doçura, a gentileza e, por extensão, vem a ser uma prova de amor ou de reconhecimento. Em todas as culturas do mundo, ele é a recompensa, o presente que se dá às crianças quando tiveram bom comportamento (respeitaram as regras), quando tiraram boas notas na escola (responderam às normas) ou simplesmente quando temos vontade de agradá-las. Esse presente muitas vezes é "maternal". O coração está associado à consciência, à inteligência, à paixão, ao sucesso, mas também à violência. É o amor, porém o amor passional, aquele que queima, que consome. As palpitações, as taquicardias, os infartos e outros problemas cardíacos exprimem todo o nosso sofrimento para gerar os nossos estados emocionais ou, ao contrário, para dar-lhes a possibilidade de se exprimir, de viver dentro de nós. Uma atitude séria demais em relação à vida e ao que acontece, a ausência de prazer no que fazemos ou sentimos, o pouco espaço para a liberdade e a descontração fragilizam as energias do coração e podem se traduzir por tensões cardíacas. Porém o excesso de prazer ou de paixão também fragiliza as energias do Coração e pode se traduzir pelos mesmos efeitos. Os problemas venosos exprimem nossa dificuldade para aceitar, para receber a vida, a alegria de viver, o amor, e para deixar um lugar para eles dentro de nós. Encontramos
dificuldade para impedir que as emoções se estagnem dentro de nós. A vivência é sentida como algo morno, sem paixão e sem alegria. Temos a sensação de não saber, de impotência para fazer com que as nossas vontades ou os nossos desejos de felicidade vivam dentro de nós e nas nossas relações com os outros. Eles se estagnam dentro de nós e às vezes fazem com que um sentimento de desânimo ou de impotência se desenvolva. Flebites ou varizes exprimem o nosso sentimento de submissão, de obrigação em aceitar as coisas que nos "impedem" de ser verdadeiramente felizes. Os males do sistema arterial nos falam de tensões equivalentes àquelas do sistema venoso, mas no sentido ativo. As emoções são excessivas e se manifestam em excesso (jovialidade, excitação etc.) ou então estão retidas, sufocadas. A dificuldade, até mesmo a incapacidade, para fazer o que for preciso na nossa vida para sentir alegria, prazer ou felicidade se traduz pela hipertensão arterial. Ao contrário do sistema venoso, não temos a impressão de estar sendo impedidos, mas, sobretudo de não saber, de não poder, de não ser ou não ter sido capazes de arrumar um lugar para o amor, para a alegria de viver. A hipertensão nos mostra uma grande tensão devida à vontade de busca de solução, mas o medo, muitas vezes, impede que as nossas emoções existam, o que faz a pressão subir no interior. Tudo toma proporções excessivas que nos amedrontam. Esse medo nos cristaliza e endurece a parede das nossas artérias, ampliando assim, através da arteriosclerose, o fenômeno da tensão. Um dos medos fundamentais associados à hipertensão é o medo da morte; temos medo que ela chegue antes que tenhamos podido fazer o que tínhamos de fazer. O sentimento de urgência então se desenvolve em nós e faz ainda mais "subir a pressão". A bexiga funciona em dupla com o rim, pois é ele que dirige a secreção das urinas. Junto com o rim, a bexiga também permite que geremos e evacuemos as "velhas memórias", os velhos esquemas profundos que carregamos conosco e que estamos prontos para mudar, para largar. Está associado à severidade, à fecundidade, ao rigor, à decisão e à capacidade de escuta. Os males da bexiga podem também significar que temos medos em relações aos nossos "ancestrais" que não conseguimos superar. Aos rins lhes confere a gestão dos nossos medos e das nossas atitudes de reação perante o mundo. Nossa agressividade, nossa reação, nossa fuga (adrenalina), ou então, nossa calma, nossa capacidade de extinguir o que se inflama (corticoides) são geradas pelo rim, graças ao seu controle sobre as glândulas suprarrenais. Enfim, os males dos rins podem exprimir nossa dificuldade para conseguir ou encontrar estabilidade na nossa vida, a encontrar um meio-termo certo entre a atividade, a agressividade e a defesa - que pertencem ao rim esquerdo - e a passividade, a capacidade de ouvir e a fuga ? que pertencem ao rim direito. É por isso que essas tensões renais às vezes exprimem a nossa dificuldade para tomar decisões na nossa vida e para fazer, em seguida, o que convém para que aquilo que tenhamos decidido se produza. Junto com o fígado, a vesícula biliar se encarrega de tudo o que diz respeito ao sentimento e ao afeto. Sendo de natureza Yang, isso se dará na relação com o exterior e com a capacidade de viver, de exprimir e de aceitar esse sentimento e esse afeto. Porém será também a relação com a intuição e com a sinceridade profunda do indivíduo que repercutirão na energia da vesícula biliar. Portanto, está associado ao sentido da justiça, à coragem, à harmonia, à pureza. O fígado filtra as toxinas, regula a coagulação e regulariza o metabolismo. Enfim, é ele que determina a qualidade geral da nossa energia. Ele gera a nossa relação com o sentimento e o afeto assim como a vesícula biliar, porém no nível Yin dessa vez, ou seja, no "interior", transformando as emoções em sentimentos, em afetos através da depuração, da filtragem. Os problemas hepáticos também são, naturalmente, um sinal de que encontramos dificuldade para "digerir" alguma coisa na nossa vida, porém há uma nuance mais sutil quando comparado ao estômago. A principal emoção associada ao fígado é a cólera. As tensões ou sofrimentos desse órgão podem querer dizer que o nosso modo - habitual e excessivo ? de reagir diante das solicitações da vida é a cólera. Toda vez que "acertamos" os nossos problemas com o mundo exterior gritando, nos zangando, mobilizamos toda a energia do fígado nessa direção, privando-o dessa forma de uma grande parte da energia necessária para o seu funcionamento cada vez que isso acontece. O órgão vai então se manifestar, deixando de fazer o seu papel corretamente na fase digestiva. No entanto, por outro lado, na maioria das vezes, cóleras que são armazenadas ou sistematicamente guardadas no interior vão densificar a energia no fígado. Assim elas correm o risco de se traduzir em patologias mais importantes (cirroses, quistos, câncer). Os males do fígado também podem nos falar da nossa dificuldade para viver ou para aceitar os nossos sentimentos, os nossos afetos ou aqueles que os outros nos dedicam. A imagem que temos de nós mesmos ou que os outros fazem de nós depende, em grande parte, do fígado. A percepção dessa imagem participa da nossa alegria de viver, o que encontramos através do papel de filtragem e de "alimentação" do sangue que o fígado tem. Essas tensões também podem significar que a nossa imagem é colocada em discussão pela nossa vivência e que a nossa alegria de viver deu lugar ao azedume e à acidez interior diante desse mundo exterior que não nos reconhece como gostaríamos. Estamos em pleno domínio da culpa. O fígado participa profundamente do sistema imunológico, particularmente da imunidade elaborada, ou seja, enriquecida pelas experiências feitas pelo organismo. Ora, o sentimento de culpa nos "obriga" a nos justificar, a nos defender. Ele mobiliza as nossas energias de defesa psicológica e muitas cóleras são um sinal e a expressão de um medo que não encontra outro meio de defesa. Se essa estratégia for frequente, ela fragiliza a energia do fígado, depois da vesícula, e ambos sofrem. Os males da vesícula falam da nossa dificuldade para produzir os nossos sentimentos e para torná-los transparentes. Os males do intestino delgado, as diarreias, úlceras etc. nos falam das nossas dificuldades para assimilar as experiências, para deixar que elas penetrem em nós sem julgá-las. Enquanto aduaneiro, é ele que deixa passar algumas informações e que rejeita outras. Ele é o representante físico da subjetividade. As dores ou as doenças do intestino delgado também podem significar que temos uma forte tendência a julgar os acontecimentos e os outros, a raciocinar em demasia em termos de bem ou de mal, de certo ou de errado. Já as tensões, os sofrimentos do intestino grosso significam que retemos as coisas, que as impedimos de partir. Medo da falta, medo de se enganar, retenção excessiva (timidez) ou recusa em abandonar, em romper, tudo isso é expresso pelo intestino grosso (constipação, dor, inchaço, gases etc.). Os problemas do sistema respiratório nos falam da nossa dificuldade para nos proteger perante o mundo exterior, para encontrar reações adaptadas diante das agressões eventuais, reais ou imaginárias, desse mundo. Eles também podem significar que não conseguimos ou não queremos fechar certas feridas da nossa vida e, dessa forma, nos falam das nossas eventuais tristezas, ressentimentos ou rancores, da nossa dificuldade ou da nossa recusa em esquecer, em perdoar, até mesmo do nosso desejo de acertar as contas ou, pior ainda, de vingança. As fragilidades ou doenças pulmonares expressam a nossa dificuldade para gerar situações com o mundo exterior. Logo, os sofrimentos ou as doenças do sistema pulmonar (nariz, garganta, brônquios etc.) nos falam das situações ou das pessoas que nos deixam pouco à vontade sem, no entanto, nos agredir diretamente. A última significação que pode ser associada a problemas pulmonares é a da tristeza, da melancolia, da aflição, da solidão. Os problemas de pele são um sinal das nossas dificuldades de vivência em relação ao mundo exterior. Eczema, psoríase, dartro, micose, vitiligo, pústula - são muitas as nossas manifestações diante das agressões, reais ou não, que sentimos vindo do exterior. Elas permitem que possamos 'justificar? a dificuldade de contato com esse mundo e, ao mesmo tempo, ajudam na eliminação da tensão sentida. Esses males são tão significativos que se localizam sempre em lugares muito reveladores. Os problemas circulatórios significam que temos dificuldade para deixar a vida circular livremente dentro de nós e que a nossa alegria de viver, nosso amor pela vida, tem dificuldade para se exprimir, e até mesmo de existir dentro de nós. Cada vez que sofremos dos ossos, isso significa que o sofrimento está nas nossas estruturas interiores, nas nossas crenças quanto à vida. Se o mundo dos adultos não agradar à criança, ela não sentirá vontade de mover suas próprias referências para adotar as demais e vai recusar esse mundo pouco atraente. Logo, vai escolher inconscientemente permanecer no mundo da infância, que lhe agrada mais. Ela vai congelar as referências exteriores do seu crescimento, com o mesmo diferencial. No entanto, a coluna vertebral continua a crescer. É assim que surge a escoliose. A segunda característica da escoliose é que ela sempre interrompe a sua evolução no fim da puberdade. Ora, a puberdade representa o período em que a criança estabelece padrões para os seus afetos em relação ao mundo exterior, em que ela verifica a sua capacidade para encontrar o seu lugar, para se fazer amada e para se fazer reconhecida no exterior. Quando tiver encontrado o seu lugar, ela não precisará mais congelar as suas referências e poderá deixar que elas se movam novamente. De maneira geral, quando sentimos alguma tensão ou dor nas pernas, isso significa que temos tensões relacionais com o mundo ou com alguma pessoa. Temos dificuldade para avançar ou recuar no espaço relacional do momento. Nossos esquemas profundos, nossas crenças sobre a relação com o outro e com o mundo e a forma como a vivemos são representados - no seu aspecto somático (no que diz respeito à estrutura do corpo, é claro) - pelo quadril. Junto com a bacia e a região lombar, os quadris são a sede do nosso poder profundo, como também da nossa capacidade de mobilidade e de flexibilidade, interiores e exteriores. É a partir deles que o nosso "ser" se encontra em relação com o mundo. Os problemas do quadril, dores, tensões, bloqueios, artroses, etc. nos mostram que atravessamos uma situação em que a "base" das nossas crenças profundas está sendo recolocada em questão. Quando essa articulação, que é o apoio primordial e fundamental da perna, se rompe, isso significa que os nossos suportes interiores principais, as nossas crenças mais enraizadas em relação à vida também se rompem por sua vez. Nós nos encontramos exatamente no campo das noções de traição ou de abandono, sejam elas realizadas por nós ou pelos outros. O joelho é a articulação da humildade, da flexibilidade interior, da força profunda, ao contrário do poder exterior, que gera a rigidez. Ele é o sinal manifestado do alívio, da aceitação, e até mesmo da rendição e da submissão. As dores, os problemas "mecânicos" nos joelhos significam que uma emoção, uma sensação, uma ideia ou uma memória ligada (consciente ou inconsciente) à nossa relação com o mundo não está sendo aceita, está até mesmo sendo recusada. O tornozelo é a articulação da perna que lhe dá a sua fineza de mobilidade, particularmente quando o pé está parado, posicionado no solo, porém também quando está em movimento. É graças a ele que podemos "crescer" sobre os nossos apoios no solo (pés) para avançar melhor e mais rápido. A estabilidade e a mobilidade dos nossos apoios sobre o solo (que simboliza a realidade), assim como a flexibilidade e a desenvoltura deles, dependem dos nossos tornozelos. Eles vão ser, por conseguinte, a projeção fiel da estabilidade, da rigidez ou da flexibilidade das nossas posições e dos nossos critérios quanto à vida. O pé é um símbolo de liberdade, pois possibilita o movimento. Cada dedo representa, por sua vez, um detalhe particular, um modo ou uma fase específica que decodificamos graças ao meridiano energético que termina ou começa no dedo em questão. Graças a cada um dos pés e aos pontos energéticos (dedos) que se encontram na extremidade deles (assim como nas mãos), o indivíduo pode estimular ou eliminar, inconsciente porém eficazmente, as tensões eventuais que ali se encontrem. O dedão do pé é o único dedo do pé em que começam dois meridianos energéticos (o do baço e pâncreas e o do fígado). É o dedo de base do nosso suporte relacional, do que nós somos. O indicador do pé é o dedo em que se encontra o meridiano do estômago, ou seja, aquele que gera a nossa relação com a matéria, a nossa digestão dessa matéria. As bolhas, os joanetes, os males ou traumatismos nesse dedo vão nos falar da nossa dificuldade para gerar certas situações materiais ou profissionais. Os males do dedo médio do pé significam que temos dificuldade para equilibrar as nossas relações, especialmente no que diz respeito ao futuro. O medo de seguir adiante pode ser expresso por esse dedo. O anular do pé é o dedo do pé em que se encontra o meridiano da vesícula biliar. Ele representa os detalhes das nossas relações com o mundo, no sentido do justo e do injusto, da busca pela perfeição. O dedo pequeno do pé é o dedo no qual termina o meridiano da bexiga. Quando batemos com esse dedo, o que é extremamente doloroso, procuramos eliminar memórias antigas ou esquemas relacionais antigos. Provavelmente estamos tentando mudar hábitos antigos, modos de relação com o mundo e com o outro que não nos satisfazem mais. Através do traumatismo e do sofrimento (corte, ferida, entorse, etc.), estimulamos nossas energias para facilitar essa eliminação dos modos antigos a fim de substituí-los por outros. As memórias ou feridas inconscientes profundas de um indivíduo que vêm à tona e que ele se recusa a aceitar vão se manifestar através de tensões na coxa (ponto doloroso, cãibra, ponto de ciática localizado etc.), até mesmo de uma fratura do fêmur, quando a lembrança, a memória que vem à superfície é forte demais ou quando ela transtorna a estrutura (osso) das crenças pessoais ou das escolhas de vida da pessoa. No sentido inverso, podem se referir a vivências e às experiências que o indivíduo aceitou no seu consciente, no seu mental, mas que não pode ou ainda não está pronto para aceitar dentro de si. Esse pode ser o caso de alguém que teve que ceder em alguma coisa que considerava importante para si (promoção social, trabalho, casa, país, por exemplo) e que compreendeu e aceitou no seu mental. No entanto, bem no fundo de si mesmo, não o aceita. Os males da panturrilha, da tíbia ou do perônio vão nos falar das nossas dificuldades para aceitar as mudanças que a nossa vivência pode impor às vezes aos nossos critérios exteriores de vida. A nossa dificuldade para mudar de opinião ou de posição sobre um ponto de vista habitual da nossa relação com o mundo pode se manifestar através de uma dor nessa região da perna, e chegar até mesmo à fratura. Cada vez que temos tensões nessa parte inferior, isso é sinal de que - na nossa relação no que diz respeito ao outro (desejo, vontade, impossibilidade, incapacidade, medo, etc.) ou a nós mesmos - passamos por uma tensão equivalente, seja ligada à nossa suposta incapacidade, ou a uma incapacidade vinda do exterior. Estamos diante de uma atitude, de um papel ou de uma posição na qual não podemos, não sabemos ou não conseguimos ser. As dores, as feridas ou as tensões que temos nos braços são sinal de que passamos por tensões no que diz respeito à nossa vontade de atuar no mundo exterior ou interior. Elas nos falam da nossa dificuldade para agir em relação a alguma coisa ou a alguém, para fazer ou escolher alguma coisa. Um desejo de agir, de dominar ou de controlar que não poderá ser realizado vai se exprimir através dessas tensões que podem, assim como se passa com as pernas, ir até à ruptura, ou seja, à fratura. Esses males dos braços podem também significar que temos Dificuldade para transpor para o real - depois de haver escolhido naturalmente ? ideias, projetos ou conceitos que consideramos importantes. As tensões que sentimos nos ombros (acrômio, trapézio, clavícula, omoplata etc.) vão nos falar da nossa dificuldade para agir. A representação do cotovelo equivale à do joelho. Também se trata da articulação que dobra, que rompe, que cede. Quando sentimos dor no cotovelo, isso quer dizer que temos dificuldade para aceitar uma experiência vivida, uma situação. Estando no nível do braço, essa tensão está necessariamente relacionada com a ação, o fazer. Alguma coisa acontece ou alguém faz alguma coisa que nós recusamos, que temos dificuldade para admitir ou que acatamos, mesmo nos sentindo contrariados ou forçados. Também pode ser algo que temos de executar, à nossa revelia ou que teríamos preferido fazer de outra maneira ou não ter de fazê-lo. As tensões no cotovelo também nos dizem que a maneira de agir - tanto a nossa como a dos outros - não nos convém, que ela perturba os nossos hábitos de ação, as nossas crenças ou as nossas certezas em relação a esses hábitos. O punho concede a mobilidade, a flexibilidade, a "simplicidade" das nossas ações e das nossas opiniões. As entorses, as dores ou os traumatismos dos punhos nos falam das nossas tensões, da nossa falta de flexibilidade ou de segurança quanto aos nossos atos ou nossos desejos de agir ou quanto às nossas opiniões. Eles querem dizer que falta segurança, solidez na nossa relação com a ação, no que nós fazemos. A mão representa a transformação do conceitual no real, da ideia na realidade, a tal ponto que ela também serve para "falar", para comunicar. Então, ela é um vetor de transmissão e de comunicação. Ela torna possível dar e receber. Ela também pode tocar e sentir e chega mesmo a substituir os olhos. Logo, também é um vetor de percepção. É através das mãos que recebemos ou transmitimos as energias. A imposição das mãos é religiosa, terapêutica, apaziguante. Tensões, dores, sofrimentos nas mãos significam que a nossa relação com esse mundo exterior é uma relação de supremacia, de poder, de possessão ou de avidez. Queremos muito segurar, apertar, dominar as coisas ou os indivíduos, seja pela vontade de dominar ou por medo. A mão que se fecha é aquela que retém, que tem medo que as coisas lhe escapem ou que se defende ou ataca e quer golpear (punho fechado). O polegar é o dedo onde termina o meridiano do pulmão. É o dedo da proteção, da defesa e da reatividade em relação ao mundo exterior. Aliás, as crianças o sabem muito bem quando se põem a chupar o dedo (polegar) a partir do momento em que sentem necessidade de se "tranquilizar". O polegar também pode ser, num segundo momento, o dedo que representa a tristeza ou a aflição. Em todos os casos, os traumatismos (feridas, cortes, entorses, queimaduras etc.) ou as patologias do polegar (reumatismos, artroses etc.) estão relacionados com essas noções de necessidade de proteção, de defesa quanto a uma agressão do mundo imaginário ou real, ou então com uma vivência de tristeza ou de aflição. O indicador é o dedo onde começa o meridiano do intestino grosso, o dedo da proteção, porém no sentido de eliminação das coisas, até mesmo da explosão delas em direção ao exterior. Isso faz com que ele seja o dedo da demanda, da autoridade, da acusação, até mesmo da ameaça. Ele ordena, dirige e indica a direção que ameaça. As tensões e os sofrimentos que aí se manifestam estão relacionados à necessidade de eliminar alguma coisa no sentido de não guardá-la dentro de si. Essa coisa é sentida como algo "não aceitável", algo que deve ser eliminado, indo eventualmente até o sentido mais amplo da palavra "eliminar" (ameaça). Logo, na maior parte do tempo, trata-se simplesmente de eliminar uma vivência que não nos foi conveniente. Os males do indicador, no entanto, também podem exprimir uma tendência excessiva à diretividade e ao autoritarismo, que precisa ser eliminada por causa do seu excesso. O dedo médio é o dedo onde termina o meridiano do coração. É o dedo da estruturação interior, do governo interior das coisas e também o da sexualidade (o "poder" sobre os outros que gera prazer). Logo, ele representa a satisfação da experiência vivida e da ação que temos sobre o mundo. As tensões que aí se manifestam nos falam então da insatisfação que sentimos a respeito da forma como as coisas acontecem ou como as geramos na nossa vida. O anular é o dedo da união das coisas, da sua coesão e da sua assimilação dentro de nós. Ele carrega a aliança de casamento ou da união. Os seus traumatismos ou as suas patologias nos falam da nossa dificuldade para "unir", para "uni-ficar" as coisas dentro de nós ou à nossa volta. Eles nos dizem quanta dificuldade podemos encontrar em criar uma coerência entre todas as partes de nós mesmos e da nossa vida, a fim de lhe dar um sentido. O dedo mínimo é o único dedo onde dois meridianos estão lado a lado. São os do coração (que aí termina) e do intestino delgado (que aí começa). É o dedo da fineza, do elaborado, mas também o do emocional e do superficial, da aparência, até mesmo da pretensão. As tensões sentidas nesse dedo manifestam uma necessidade de exteriorizar, seja uma tensão de ordem emocional, ou uma tendência à superficialidade ou à subjetividade. Elas significam que estamos envolvidos demais no papel que representamos ou no parecer, e não estamos o suficiente no natural, no ser. As tensões sentidas no braço (pontos dolorosos, cãibras, nevralgias branquiais etc.) são a manifestação da dificuldade para agir que a pessoa experimenta. As memórias ou feridas inconscientes profundas de um indivíduo em relação à sua capacidade de ação que vêm à tona e que este se recusar a aceitar vão se manifestar através do sofrimento no braço. O antebraço é a primeira etapa de passagem das vontades de ação no mundo das realizações. Eles vão nos falar da nossa dificuldade para aceitar as ações ou manobras que a nossa vivência pode nos levar a encontrar ou fazer na nossa vida. As tensões, os sofrimentos ou o bloqueio da nuca exprimem a nossa dificuldade ou a nossa incapacidade para fazer com que desejos, ideias, conceitos, vontades etc. passem para o real. No entanto, ao contrário da tensão dos ombros, que significa globalmente a mesma coisa, no caso da nuca, estamos no estágio em que as coisas não chegaram "à porta" da passagem ao ato. Isso significa que não podemos fazê-las passar para o real, porque achamos que não somos capazes. A incapacitação é de nossa responsabilidade, ao passo que, quando se trata do bloqueio nos ombros, presume-se que ela venha dos outros, do mundo exterior. As tensões ou as patologias cerebrais exprimem essa vontade de tudo resolver através do pensamento, duramente e sem emoção. Não produzimos sentimentos ou não nos preocupamos com estados d'alma ligados a eventuais emoções que só podem ser parasitas, seja porque temos medo delas ou porque elas não nos satisfazem e nos parecem inúteis. Só o que conta é a eficácia direta e aparente, muitas vezes compreendida e materializada pelo lado gerencial e "financeiro" da vida. O fato de raciocinar a respeito de tudo em termos de rentabilidade à custa do lado humano, tão característico dos "gestores" atuais, muitas vezes se traduz por problemas cerebrais. Partindo da simples enxaqueca e passando pelas vertigens, pelos problemas de concentração e de memória, depois pelos problemas circulatórios, eles terminam às vezes em tumores. Os males da medula espinhal nos mostram que estamos impedidos de traduzir nossas ideias ou os nossos pensamentos para a realidade. Eles exprimem a nossa dificuldade para agir e mesmo para reagir, ou seja, sem reflexão em relação a um dado contexto. Enfim, eles nos falam da nossa recusa em deixar a vida e a alegria de viver se exprimirem através dos nossos atos ou das nossas reações. Paralisias, mielites, meningites cérebro-espinhais nos impedem de agir ou de reagir, de "fazer" e, assim, de nos enganar, de cometer erros. Todas as manifestações da "famosa" espasmofilia, como os tremores, os tiques ditos "nervosos", as náuseas, as enxaquecas, as cãibras, as crises de tetania muscular, são expressões dessa dificuldade interior para dominar e para responder corretamente às solicitações do mundo exterior. As doenças conhecidas como "sexualmente transmissíveis" muitas vezes representam autopunições, inconscientemente provocadas por uma culpa perante uma atividade sexual desenvolvida fora das normas identificadas pela pessoa ou pelo seu meio. Essa culpa, consciente ou não, o leva à punição através do ato "falho", se me atrevo a dizer, ao encontro sexual com aquele ou aquela que vai lhe transmitir uma doença "vergonhosa". Através da frigidez, da impotência ou das dores e das inflamações diversas que impedem a "sexualidade", exprimimos as nossas dificuldades para viver os prazeres da vida e, em especial, da atividade, seja ela profissional, social ou familiar. O útero representa o lar. Os problemas gerais do rosto vão nos falar de um problema de identidade, de uma dificuldade para aceitar aquela que temos ou que acreditamos ter. Acne, eczema, vermelhidões, mas também barba, bigode etc., exprimem muitos meios que mostram as nossas dificuldades para aceitar esse rosto, seja porque ele nos desagrada, ou porque ele é bonito demais e atrai mais do que gostaríamos. Os males dos olhos significam que temos dificuldade para ver algo na nossa vida e, em especial, algo que nos atinge no nível afetivo, frequentemente relacionado a uma sensação de injustiça. A miopia, que vem a ser uma dificuldade para enxergar de longe, representa o medo inconsciente do amanhã que nos parece perturbador, ou seja, mal definido; o que está fora de foco. A catarata, que se caracteriza por escurecimento, até mesmo por um desaparecimento total da visão, exprime o nosso medo do presente ou do futuro, que nos parece sombrio. A presbitia, que se manifesta através de uma dificuldade para ver os objetos próximos, representa o medo de ver o presente ou um futuro bem próximo. Essa "doença", que atinge principalmente as pessoas idosas, é espantosamente similar à memória que segue o mesmo processo nessas pessoas, pois se lembram cada vez menos das coisas recentes e, ao contrário, cada vez mais das coisas longínquas. Ela deve ser associada naturalmente à proximidade da morte, que representa um prazo vencido que não podemos ter "vontade de ver". O astigmatismo se caracteriza pelo fato de não podermos ver os objetos exatamente como eles são, mas "deformados". Isso simboliza nossa dificuldade para ver as coisas (ou nós mesmos) como elas são na nossa vida. Os problemas de ouvido, zumbido, acufeno, surdez parcial, seletiva ou total, são um sinal de que temos dificuldade para ouvir (até mesmo de que nos recusamos) o que acontece ao redor de nós. Os males da boca são um sinal da nossa dificuldade para morder na vida, para aceitar ingerir o que ela nos propõe, a mastigar essa proposta para digeri-la melhor. Aftas, inflamações bucais, mordeduras, que desenvolvemos nas bochechas ou na língua são muitos os sinais de que aquilo que nos é proposto ou que nos é dito não nos satisfaz. Todos esses males podem significar que a educação que nos foi dada, ou que as experiências com as quais nos defrontamos, "não fazem o nosso gosto", que elas têm um sabor que nos desagrada. Eles representam nossa dificuldade para aceitar novos sabores, ou seja, novas ideias, opiniões, experiências, mas também podem ser um sinal de saturação, de excesso de experiências e, por extensão, da necessidade de fazer uma pausa. Os males do nariz vão nos falar do nosso medo em deixar que as dimensões "tênues" da vida entrem em nós, tanto no que diz respeito a nós mesmos quanto no que diz respeito aos outros. É a relação com a intimidade, com a aceitação das nossas informações íntimas ou das do outro. Isso faz com que possamos compreender melhor o papel importante que os odores têm na sexualidade, seja ela vegetal, animal ou humana. Sinusite, nariz entupido, perda do olfato - são muitos os sinais da nossa dificuldade para aceitar as mensagens, as informações "íntimas" que chegam até nós. Os problemas de olfato ou de falta de olfato também provavelmente exprimem rancores, amarguras ou desejos de vingança que deixamos amadurecer e/ou apodrecer dentro de nós. Os males da garganta são aqueles da expressão "O que eu tenho atravessado na garganta", ou da aceitação "O que eu não consigo engolir". Perda de voz, angina, engolir errado, aerofagia são sinais da nossa dificuldade para exprimir o que pensamos ou sentimos, muitas vezes por medo das consequências dessa expressão. O hipertireoidismo (Yang) ou o hipotireoidismo (Yin), por exemplo, se traduzem muitas vezes por sinais de uma impossibilidade para dizer ou para fazer o que gostaríamos. Ninguém pode nos compreender, não temos os meios para "passar" o que acreditamos, temos medo da não aceitação, por parte do outro, em relação ao que queremos dizer, temos medo da força ou violência resultante. Por trás dessa não expressão, há sempre uma noção de risco, de perigo, que nos faz parar, reter a expressão. A forma Yang manifesta um desejo de revanche, apesar de tudo, enquanto a forma Yin exprime um abandono face à impossibilidade de se exprimir. A febre do feno, as alergias cutâneas, digestivas ou respiratórias nos falam das nossas dificuldades para gerar o mundo exterior, que é recebido como perigoso ou agressivo. Nós ficamos reativos perante os outros e o nosso primeiro reflexo, não importa o que aconteça, é uma atitude defensiva forte e mesmo reativa, às vezes. Estamos ativos e decididos a nos defender a qualquer preço. É por essa razão que os "alérgicos" quase nunca desenvolvem o câncer. Tendinites, febres e outras inflamações estão aí para nos dizer que há fogo dentro de nós, que há superaquecimento, uso excessivo ou inadequado da parte do corpo em questão. As doenças autoimunes nos falam da nossa incapacidade para nos reconhecer, para nos ver ou nos aceitar tal qual o somos. As vertigens nos exprimem nossa necessidade de domínio do espaço à nossa volta e a busca de pontos de referência precisos, definidos e estáveis. O medo de não conseguir controlar o que pode acontecer, o espaço à nossa volta, pode se traduzir por vertigens mais acentuadas ou não, sejam elas diretas (vertigem em lugares altos) ou indiretas (situações particulares que provocam essas vertigens). Quistos e nódulos são memórias bloqueadas. Excesso de peso é um sinal da nossa insegurança material e afetiva em relação ao futuro próximo ou distante. Eles também significam que temos dificuldade para integrar as fases da nossa vida em que tivemos perdas, privações. O segundo tipo de insegurança está relacionado ao mundo exterior. O medo de ter que enfrentá-lo, de correr o risco de não conseguir, de ficarmos "despojados" diante dele, nos leva também nesse caso a estocar. O último tipo de sofrimento que pode se exprimir por trás de um ganho excessivo de peso é mais traiçoeiro e "grave", pois é negativo. Na verdade, trata-se de uma tentativa de difamação quanto a si mesmo ou de autopunição. A bulimia nos fala da necessidade de preencher um vazio existencial, de gerar as nossas angústias a todo o momento através da alimentação. Isso representa a primeira relação com a vida e com o primeiro ser que nos ama e nos concede a vida e o seu amor, ou seja, a mãe. A relação que mantemos com a alimentação está fortemente impregnada da "lembrança" dessa relação com a mãe e do caráter satisfatório e compensatório que ela pôde ou soube representar. Cada tensão, frustração, falta, necessidade de compensação ou de recompensar, se dará através da alimentação. O medo, a incerteza de não poder recomeçar levam à atitude compulsiva e repetitiva, ou então ao estoque. A queda dos cabelos ou a sua descoloração estão ligadas a uma vivência marcante de estresse, a um medo intenso em relação à morte, à fragilidade da vida, à precariedade das coisas. O câncer é a destruição da nossa programação interior de equilíbrio e se exprime, particularmente, através da primeira zona atingida. Muitas vezes, ele traduz remorsos, feridas, que não podemos ou não queremos cicatrizar e que estão frequentemente associados a um sentimento de culpa. Trata-se de uma autopunição que se faz definitiva, de constatação inconsciente de fracasso diante da sua vida ou das suas escolhas de vida. A deficiência física ou mental se inscreve no eixo das escolhas da encarnação. O nascimento num corpo inválido ou a fabricação acidental dessa deficiência fazem parte dessa dinâmica de escolhas da encarnação. Toda evolução do ser começa por uma tomada de consciência do que ele é e do que ele faz.
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