O Coração das Trevas

O Coração das Trevas Joseph Conrad




Resenhas - O Coração das Trevas


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Cássia 03/02/2020

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O coração das trevas é de longe o clássico mais complexo que eu já li. É o tipo de livro que poucos conseguem entender e menos ainda conseguem gostar. Mas, os que conseguem compreender essa obra apesar da complexidade, vai no mínimo aplaudi-la.
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Litchas 19/02/2020

Achei um pouco sem graça... tirando um ou dois parágrafos interessantes... o livro Vitória do mesmo autor é mais instigante
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Karine.Campos 05/03/2020

Quando vi o coração das Trevas no estande da Editora Aleph na Bienal de Pernambuco eu confesso que não tinha ideia do que se tratava o livro e na verdade achava até que era um livro de terror (não me apedrejem por isso) por isso quando comecei a leitura da obra fui totalmente surpreendida.

No livro conhecemos a história do marinheiro Marlow que viaja para o centro da África em um período histórico no qual aquele continente era dominado pelos europeus que buscavam fortuna através da exploração do marfim.

Durante sua viagem Marlow empreende uma busca por um grande explorador da região o enigmático Kurtz, que é amado e odiado naquela região.

Mas dizer que Coração das Trevas é apenas uma viagem pelo coração da África é reduzir a força desse livro. Ao acompanhar Marlow sentir muito mais do que a busca pelo Kurtz havia uma busca por ele mesmo e talvez uma busca pelo que há de mais sombrio na alma humana...

Ver como o explorador branco se comporta diante do negro fez meu coração sangrar... Na verdade o negro não é visto nem como um ser humano normal, como vemos na seguinte citação: "e de quando em quando eu tinha de cuidar do selvagem que era o foguista. Era um espécime melhorado; sabia acender uma caldeira vertical. (...) Olhar para ele era tão edificante quanto ver um cachorro como uma paródia de canção e chapéu de plumas andar nas patas traseiras."

Então por que ler uma obra dessa, foi algo que me perguntei assim que terminei a sua leitura... Eu só posso pensar na seguinte resposta: Por que podemos ver o passado cruel no qual do imperialismo, colonização e o racismo no continente africano e em especial no Congo e aprender para não repetirmos esse tipo de atitudes tão covardes e cruéis... E também para nos mostrar que independente de cor não somos superiores a raça nenhuma. Somos todos humanos!

Texto: @kacau_campos
Autor: Joseph Conrad
Editora: @antofagica

#resenhasamigasdaliteratura #coraçãodastrevas #josephconrad #leitorasemrecife
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Bruna 30/06/2021

Coração das Trevas
Enquanto lia o livro, não conseguia parar de sentir que estava num acampamento a noite na frente de uma fogueira ouvindo uma história de terror, isso me deixou obcecada no início de tudo e não consegui largar por nada.
O lugar é narrado como se fosse um grande pesadelo, consegui sentir a energia pesada e o sofrimento em volta de tudo. Há momentos que a tortura e o racismo fica explícito na história, o que deixa tudo mais pesado.
As ilustrações são simplesmente perfeitas.
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Felipe Lapa 26/09/2021

Coração das trevas
Uma aventura cheia de reflexões. Eu confesso que não estava muito animado para começar esse livro, mas depois que comecei não consegui largar a história! É a minha primeira leitura do autor Joseph Conrad e me surpreendi bastante.

A história gira em torno da missão que Marlow recebe: resgatar o Sr. Kurtz, um comerciante muito conhecido. No decorrer da história, os personagens entram nas trevas e em suas loucuras.

Um ponto muito legal, pelo menos dessa edição, são as ilustrações! Cada uma "traduzindo" uma parte da história. Todas as ilustrações ficaram perfeitas.

Espero ler mais obras do autor no futuro!
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Malu 29/06/2023

Coração das Trevas
Livro denso sobre a colonização do Congo pelos belgas, sob as palavras de Marlow.. a ótica da violência, da desolação, da escravidão e da loucura...
O horror... o horror...
A leitura que muitos não gostam, mas necessária para quem quer saber mais sobre o colonialismo europeu na África e suas devastadoras consequências..
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@dnihbook 12/01/2023

Horror
? Vivemos, assim como sonhamos- sozinhos??


Em meados da década de 1870, o rei Leopoldo XX da Bélgica passou a promover supostas expedições humanitárias e científicas para ?civilizar os selvagens? que habitavam o Congo.

No entanto, o monarca apenas explorava o país. Essa exploração era realizada por meio de crueldades com os habitantes nativos, que morriam de fome, de doenças e por excesso de trabalho, ou sofriam torturas, estupros e massacres perpetrados pelos europeus.

No ano de 1890, o polonês Joseph Conrad desceu o rio Congo como capitão de uma embarcação a vapor. A experiência viria a marcá-lo pelo resto da vida.

Ao chegar no Congo, Conrad encontrou apenas o horror em suas diversas facetas. Ele rompeu o contrato de três anos e retornou à Inglaterra depois de apenas seis meses.

Mais que simplesmente um relato de viagem, Coração das Trevas é uma obra metafórica, simbólica, que durante todo o século gerou interpretações psicanalíticas, políticas, filosóficas, de estudos de gênero, culturais e pós-coloniais.

Seu estilo vivaz, exuberante e revolucionário o transformou em um clássico moderno, um dos livros mais importantes do século XX.

Além disso, Coração das Trevas foi também uma das primeiras denúncias do genocídio belga. Não por acaso, décadas depois o diretor Francis Ford Coppola se inspiraria nele para narrar as tragédias da Guerra do Vietnã, no filme Apocalypse Now (1979).

A edição especial da DarkSide® Books é enriquecida pelas belas ilustrações de Braziliano Braza, e conta ainda com os Diários do Congo, nos quais Conrad se baseou para a escrita do romance, um ensaio de Virginia Woolf sobre o autor, e um posfácio do pesquisador Carlos da Silva Jr., no qual ele discorre sobre os resquícios coloniais que persistem ainda hoje.

Como todo clássico digno desse nome, Coração das Trevas é um daqueles livros que sempre projetam luzes sobre as sombras incessantes que nos espreitam.
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Rachel Lucena 29/04/2021

Li umas resenhas muito boas sobre o livro é fiquei interessada, mas não curti a leitura pôr que não é um gênero que me agrada muito.
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Fabio Di Pietro 06/09/2020

Arrebatador
Em uma bela narrativa o autor tenta dar nome ao inominável, explicar o inexplicável e colocar em palavras sentimentos que não conseguem ser traduzidos na linguagem falada/escrita.
É uma viagem ao interior da selva, da alma, do inconsciente e da verdade que habita o ser humano. O horror!
Sobre a edição: o livro apresenta várias páginas com fotos ou imagens confusas, ambientando a narrativa, acompanhando suas transições. Achei interessante, mas não me apaixonou.
Os textos que acompanham a obra são incríveis e enriquecem demais a leitura. Esses sim fizeram toda a diferença na experiência tão arrebatadora aos confins do abismo da alma.
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Camila(Aetria) 08/09/2020

Coração das Trevas
E foi.

Meu segundo livro do Conrad lido! O primeiro foi há bastante tempo, quando li Vitória, que já apareceu por aqui láa em 2017. Praticamente em outra vida. haha

Vitória já foi uma apresentação ótima à escrita de Conrad e essas literaturas que gostamos de chamar de universais. Entendo uma história como universal quando cenários, épocas, contextos, servem como pano de fundo pra questões que são humanas. Sejam sentimentos, conflitos, questões existenciais, tudo que sobra quando se tira as vestimentas que cobrem as coisas. Tudo que sobra é o que faz você ler algo do Brecht que se passa num cenário completamente diferente do seu e entender, se enxergar, enxergar a humanidade. Entender o que ele quer dizer com aquele teatro.

Havia entre nós, como eu já disse em algum lugar, o elo do mar. Além de manter ligados nossos corações por longos períodos de separação, tinha o efeito de nos fazer tolerantes com as lorotas — e até mesmo com as convicções — uns dos outros.

Coração das trevas, Joseph Conrad

São histórias que vão atravessando várias fronteiras de tempo e continuando a ser chamadas de clássicos.

Vitória já foi uma leitura assim e Coração das Trevas também.

A imutabilidade dos arredores em costas estrangeiras, os rostos estrangeiros, a cambiante imensidão da vida, passam deslizando, veladas não por uma sensação de mistério, mas por uma ignorância ligeiramente desdenhosa; pois não há nada misterioso para um homem do mar a não ser o próprio mar, senhor de sua existência e tão inescrutável quanto o Destino.

Coração das Trevas, Joseph Conrad

Essa edição está lindíssima, fiquei com vontade de dar uma olhada na versão impressa também, mas o que a torna mais incrível em si são os textos que vem com ela.

Quando falamos de clássicos, eu sinto que nas leituras que fiz até hoje de livros conceituados ou o que seja, que não compensa ler sem ter comentários junto. Sem ter aquele prefácio que nos prepara pra um mergulho, que alerta, que convida a um pensamento anterior à leitura em si. Ou então que tenham aqueles textos comentados depois da leitura, com pessoas que sabem do que estão falando e que tenham pontos de vista que possam expandir e nos fazer retornar à leitura com outros olhos.

O curso do rio se abria diante de nós e depois se fechava atrás, como se a floresta tivesse avançado com tranquilidade sobre a água para bloquear o caminho de nossa volta. Penetramos mais e mais fundo no coração das trevas. Era muito silencioso lá.

Coração das Trevas, Joseph Conrad

Eu gosto muito quando pego uma edição que tenha isso! Minha leitura de Laranja Mecânica, por exemplo, só foi o que foi por conta dos textos ao final na edição de 50 anos.

Nesse caso isso também aconteceu, eu comecei a ler sem ver sinopse nem nada, só fui pra leitura. Aí tem um prefácio curtinho que já te dá um pré-aviso do que vai rolar.

A experiência de ler Coração das trevas é, como dito antes, a de olhar por uma janela, que nos permite ver o abismo da mente humana; o medo do desconhecido; a violência e barbárie que o homem é capaz de infligir mesmo em nome da civilização; como isso era, e é, normalizado; como criamos imagens em nossas cabeças em vez de entender a realidade e sua complexidade.

Prefácio, O Coração das Trevas

O texto incrível do Conrad no meio, eu não sabia que estava com saudade da escrita dele até sentar pra ler esse livro. HAHA A tradução de José Rubens Siqueira está incrível demais.

Acompanhar a visão de Marlow sobre o que acontece no Congo, enquanto atravessam o rio, os contatos com os colonizadores, a crítica à visão imperialista que o próprio Conrad constrói na vida real e através do personagem, é tudo muito aflitivo e bem feito. A narração de Marlow que atravessa mais de uma história dentro da outra tem essa linha tênue da mente do contador de histórias lembrando do passado numa madrugada escura.

Mas esses sujeitos não eram grande coisa na verdade. Não eram colonizadores; a administração deles era mera exploração, mais nada, eu acho. Eram conquistadores e para isso é preciso apenas força bruta, nada para se orgulhar uma vez que a sua força é um mero acidente que brota da fraqueza dos outros. Eles agarravam o que podiam só porque estava ali. Era apenas roubo com violência, agravado por assassinato em massa, e homens partindo em direção a isso às cegas, como é bem apropriado aos que enfrentam a escuridão.

Coração das Trevas, Joseph Conrad

Os retratos são aflitivos e metafóricos quando se comenta a questão da escuridão, do Sr. Kurtz, de tudo. Da possível amarração com a loucura. Tudo está lá, da mesma maneira que estava no outro livro que li dele.

Por mais aflitivo que seja ler alguns (vários? todos?) momentos do relato, é uma leitura apaixonante justamente pela escrita.

Uma vez, quando várias doenças tropicais tinham derrubado quase todos os “agentes” da estação, ele falou: “Quem vem para cá não pode ter entranhas.” E selou essa declaração com aquele sorriso, como se fosse uma porta para a escuridão que tinha sob sua guarda.

Coração das Trevas, Joseph Conrad

E aí que eu chego nos textos finais dessa edição. São 3. Um de Ana Maria Bahiana, um de Christian Dunker e um de Silvio Almeida.

São 3 pessoas diferentes com comentários sobre aspectos diferentes da leitura, e foi pra mim fechar tudo com chave de ouro.

Christian traz a relação entre colonização e loucura, fala sobre as metáforas aparentes, a questão da dualidade de várias personagens e do contexto em que o livro foi escrito. Já Ana traz algumas dualidades sobre as adaptações, e o atravessamento dessa história para outros meios e mídias ao longo do tempo, também ressaltando essa ambiguidade de todas as personagens que Conrad traz nos livros, não tem visões maniqueístas envolvidas quando se fala de quem é bom e moral nessa história, são pessoas complexas (talvez nem tanto quando falamos de alguns colonizadores k k k ). E aí tem o texto de Silvio Almeida.

Ele já começa dissecando toda a construção racista filosófica do ocidente, dessa "terraformação" (eu amei esse termo ser usado dessa forma!!) das colônias para serem ferramentas, tanto as pessoas quando o espaço físico. O quão sutil é essa manipulação e construção do mito da selvageria, do primitivismo não branco, de tudo que pode ser construído pra supremacia masculina e branca. E do quanto Conrad mesmo não era consciente disso ao fazer esse livro. Ele critica sim a questão imperialista, mas de fato, tanto em Vitória quando ele retrata o personagem asiático, quanto em Coração das Trevas ao retratar africanos, ele não percebe as correlações de não encarar as pessoas não brancas como humanas, ele as encarando como não capazes de comunicação e estão mais perto desse primitivismo. É um texto incrível que traz nuances muito boas sobre os panos de fundo que estavam em ação na época de Conrad, e ainda na nossa, e mostra os limites também de alcance e de leitura que devem ser feitos ao ler um livro desses.

Já que é sim um clássico, mas um clássico que sempre precisa ser contextualizado por ter sido escrito por alguém inserido em sua época, e, assim, também com seu pano de fundo de críticas que não foram feitas, mas deveriam. Ainda mais com as reflexões que fazemos agora.

Coração das trevas foi escrito no século XIX, no auge das empreitadas coloniais europeias. E apesar das críticas aos horrores do imperialismo — particularmente o belga, que sob o comando de Leopoldo II massacrou dez milhões de congoleses — percebe-se no livro a reprodução do medo da África produzido pela máquina de delírios e fantasmagorias de que se serve o imperialismo (...).

Coração das Trevas, texto de Silvio Almeida ao final.

Enfim, recomendo demais a leitura! Voltar pra Conrad foi voltar pra uma narrativa muito confortável de ouvir histórias, e com textos tão fabulosos servindo de apoio a obra ficou ainda mais incrível.

site: http://www.castelodecartas.com.br/2020/09/08/coracao-das-trevas-174-quarentena-3/
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Carol 26/10/2020

O horror! O horror!
Um dos melhores livros que já li. Terminei com o coração apertado e diversas dúvidas.
O livro te faz questionar sua própria sanidade. Recomendo fortemente a leitura.
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Thayná 30/10/2020

Relação de amor e ódio?
A temática do livro e a história em si é muito interessante. O autor discorre sobre o período de colonização africana, de maneira crítica (principalmente quando pensamos que foi publicado em 1902) e posso dizer que me trouxe várias reflexões. Porém, a forma que a narrativa é escrita torna a leitura muito arrastada, com descrições longas de situações simples e curtas em algumas situações complexas. Tive que ler aos poucos e em vários momentos do dia para não desistir. Valeu a pena, mas foi difícil.
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Geison 16/11/2020

Um Posto Avançado do Progresso
Nessa resenha, vou dissertar sobre o conto Um Posto Avançado do Progresso (1896), também de Joseph Conrad, mas que é pouco falado. O conto vem junto na edição de bolso da Companhia das Letras, que além da novela que dá nome ao livro - Coração das Trevas - conta com um posfácio de Luiz Felipe de Alencastro.

Em Um Posto Avançado do Progresso, a narrativa se concentra em três protagonistas: Kayert, um ex servidor público medíocre; Carlier, vagabundo sem rumo na vida e Makola, o nativo negro "civilizado" que fala francês e inglês. Ambos foram designados a cuidar de um posto comercial no coração da África - especificamente nas florestas tropicais do Congo.

De início a tarefa era simples: juntar o máximo possível de marfim trazido pelos nativos que em troca recebiam bugigangas. Makola era o intermediador dessa troca desfavorável. Dessa forma, os dois ingleses de moral duvidosa viviam completamente ignorantes a sua volta, desconheciam e desprezavam as tribos vizinhas e tocavam um trabalho preguiçoso, mas julgavam fazer parte de uma obra para o bem do progresso e da civilização.

O tempo passa e as coisas vão fugindo do controle: um esperado vapor que se atrasa causa escassez de mantimentos e a ameaça de tribos guerreiras colocam à prova os dois estúpidos ingleses - que no final perdem completamente a razão e caem em desespero.

E é assim que vai desenvolvendo a crítica sagaz ao colonialismo que faz Joseph Conrad. Ao retratar os dois funcionários ingleses como seres estúpidos e medíocres, Conrad testemunha contra a superioridade do homem branco. Essa crítica fica ainda mais evidente, quando Makola se mostra mais sensato e inteligente, ao passo que os dois brancos não passam de ignorantes gananciosos. Aliás, aí reside a outra crítica principal do autor, desconstruir o mito da missão civilizatória dos europeus na África, quando na verdade, os brancos só queriam sugar todas as riquezas do continente sem hesitar em matar e escravizar nativos para atingir seus fins - como fez o Rei Leopoldo da Bélgica.

Outra reflexão extraída do conto não poderia deixar de ser a ausência de moral dos dois funcionários ingleses diante às circunstâncias exploratórias à sua volta. Em determinado trecho Carlier e Kayert julgam a escravidão como algo desumano, mas chegam a conclusão que esta foi necessária em determinada ocasião. Pensando bem, realmente talvez esta tenha sido esta a postura de muitos europeus - principalmente o cidadão médio que embarcou por dinheiro e oportunidade, mas que não é o dono do capital diretamente relacionado ao genocídio e exploração, porém contribuiu para sustentar o colonialismo da mesma maneira - esse cidadão médio, pode-se dizer, vai tragando seus valores iluministas enquanto a barbárie toma conta.

Para encerrar, deixo um trecho muito interessante que revela o quanto as ideias de civilização e razão podem ser frágeis quando confrontadas e que, ao mesmo tempo, define a saga de Kayert e Carlier rumo ao coração das trevas:

"Mas o contato com a selvageria pura, sem atenuantes, com a natureza primitiva e com o homem primitivo, desperta no peito uma inquietação imediata e profunda. Ao sentimento de ser o único da espécie, à percepção clara do isolamento das suas ideias, das suas sensações - à negação do habitual, que é seguro, acrescenta-se a afirmação do incomum, que é perigoso; uma sugestão de coisas vagas, incontroláveis e repulsivas, cuja intrusão desconcertante faz disparar a imaginação e põe à prova os nervos civilizados tanto dos idiotas como dos mais sensatos."
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Taitasiq 02/02/2021

Uma viagem ao Coração das Trevas...
Publicado em volume único pela primeira vez em 1902 (antes disso havia sido lançado dividido em três partes), é considerada uma das maiores obras em língua inglesa. O livro é narrado por Marlow, capitão de um navio que sai de Londres rumo à África, especialmente ao Congo, em busca de um explorador de marfim chamado Kurtz.

Por ser escrito quase todo em primeira pessoa, predomina no texto a visão do colonizador, que nos leva a enxergar uma África selvagem, indecifrável, "necessitada" de receber as luzes da civilização.

Apesar de ser um livro curto, tive muita dificuldade em acompanhar os pensamentos do Marlow. As descrições do lugar e do povo africano remetem à visão preconceituosa que ainda hoje o resto do mundo tem da África. Mas confesso que marquei várias partes poéticas onde os devaneios filosóficos de Marlow alcançam significados mais amplos da vida humana. Aqui vai uma delas:

??"Coisa engraçada é a vida - misterioso arranjo de lógica implacável para um propósito fútil. O máximo que você pode esperar dela é algum conhecimento de si próprio... que chega tarde demais... uma colheita de inesgotáveis arrependimentos".

O livro inspirou o filme Apocalipse Now, de Francis Coppola, que ainda não assisti, mas já ouvi falar que tem diferenças significativas em relação à obra original.
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