Capão Pecado

Capão Pecado Ferréz




Resenhas - Capão Pecado


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Mumu 23/05/2011

A tal da literatura Marginal
Se fala muito ultimamente de literatura marginal, confesso que eu mesmo anos atrás tive muito preconceito com ela.

Este livro é pra quem quer perder esse preconceito. Pra quem quer entrar dentro de uma favela, de um bairro pobre de verdade e ver, sentir o que realmente essas pessoas vivem e passam. Sem mais nem menos.

O livro é cru, seco e adulto. Ele coloca um cotidiano que foge da avenida paulista, dos jardins, é um cotidiano periférico, sofrido mas de muita luta, muita honestidade, vontade de vencer e tambem muito violento. Ele mostra o extremo contrário da vida de novela.

Personagens deveras cativantes, um triangulo amoroso perfeitamente bem narrado que culmina com um fim esperadamente inexperado. Parece dificil ser assim, mas é. Ele coloca o personagem principal em uma situação jamais imaginada, chocante, mas muito coerente com o cotidiano expressado no livro.

As pequenas histórias que rodeam a história principal são muito verídicas e muito fortes, deixando o livro com um ar muito denso e adulto.

Eu fiquei 3 dias, digerindo o livro após ter lido, na verdade ainda estou digerindo o livro.

Se vc é de periferia como eu, vai se ver em muitas partes da história, se você nao for, vai entender perfeitamente como se vive nesse lugar e verá que não é o que a globo mostra.

Regina 27/03/2012minha estante
Esse livro mostra São Paulo de verdade. Realidade visceral. Ácida como é a realidade fora da TV. São Paulo não é a Avenida Paulista, é o Capão!


Mumu 28/03/2012minha estante
Estevão,

Desculpe, mas não vejo essa panfletagem que você cita, muito pelo contrário, a interpretação do certo e do errado acaba sendo nossa, pois em muitas vezes somos questionados a pensar porque o autor (Ferréz) não conclui, ele questiona, sendo assim acredito que o que você diz ser uma literatura menor eu chamo de direta e ser direto não significa ser simples.

Agora se o Ferréz não for "da periferia mesmo", não sei quem é. Acredito que só serei convencido neste aspecto caso você cite nomes e exemplos, caso contrário essa é o maior engano no seu comentário.

São Paulo é o Capão e a periferia, concordo com a Regina.


SERGIO 11/09/2014minha estante
Um livro difícil de ler. Bem negativo, focando em personagens que não traz nada de útil, incentiva a não ter esperança.

Literatura nacional contemporânea é isso mesmo.....desgraça vende. Não ter dinheiro é uma questão temporária, pobreza é estado de espirito. E o autor deve ser bem pobre por dentro.


Renata 30/09/2014minha estante
Olá William,

Também achei os personagens cativantes e gostei da expressão que utilizou para definir a conclusão do livro: "com um fim esperadamente inexperado". Foi exatamente a sensação que tive ao ler.





Caio380 11/01/2019

Quebrada: entre a realidade e preconceitos
Caro Ferréz, seu livro é bom. Penso que os estereótipos, em alguns trechos, são forçados. O Isso banaliza a história .A realidade da quebrada é rica e brutal. Você dá conta de mostrar isso, mas reproduz machismo e violência.
Alysson 12/09/2019minha estante
Eu pensei nisso quando li também, mas pensei se essa não é a intenção real dele, se mostrar como aperiferia é machista e violenta em seu cotidiano. Em entrevista ele fala que pensou até na representatividade da mulher na obra, querendo não demostrar ela como frágil, mas uma mulher que toma pra si ações que não seriam esperadas em uma cultura machista que vê a mulher como submissa ao homem e que tende a ficar em casa cuidando do lar.


Olguinha 07/03/2020minha estante
Mas o machismo e a violência fazem parte desse mundo, é a intenção do escritor representá-lo.




Tito 04/12/2010

Os mano, as treta, as quebrada...
Felipe 19/03/2012minha estante
otima resenha kkkkkkkk




Emanoel 20/09/2021

Onde Deus sempre sai para almoçar
Fui lendo Capão Pecado passando por alguns lugares citados na história: Parque Santo Dias, COHAB Adventista; até os 6 anos morei no Jardim Jangadeiro, mas hoje, moro mais perto do Jardim Comercial.

É incrível ver seu bairro num romance tão forte, tenso e verdadeiro quanto esse. Foi escrito na época em que o Capão Redondo era (na verdade ainda é um pouco) foco dos jornais sensacionalistas e das manchetes dos grandes jornais de São Paulo e do resto do País.

Na história acompanhamos Rael, um rapaz, morador do bairro, cheio de sonhos, expectativas e mesmo em meio a realidade, sonha em viver dignamente. Porém sua, vida muda quando ele se apaixona pela namorada do melhor amigo. Levando o caso à frente, entra numa trama de perigo, amor e traição.

O livro é pesado, apenas. Não preciso dizer que antes de iniciar leitura, você precisará preparar o estômago, a mente e o coração. Ferréz escreve sem escrúpulos. É sucinto na realidade que, apesar de fria, é real!
Denise 30/06/2022minha estante
Oi Emanoel. Também morei no Jangadeiro, mais de 20 anos... Hoje moro no Campo Limpo. Já fomos vizinhos. ? Vim ler as resenhas pois comecei o livro agora. Abração!




Lacerda 20/10/2013

Interessante no ponto de literatura marginal, mas deixa muito a desejar. O início do livro é até bem feito, rico em detalhes, a trama tem um fluxo. O final é seco, sem explicações, como se o autor apenas quisesse terminar com isso logo.
Renata 30/09/2014minha estante
Olá Juliana. Li seu comentário e fiquei pensando: será que o autor desejou "terminar com isso logo", da mesma maneira com que a vida de muitos no Capão termina?




Eric Luiz 15/07/2022

Bom, porém...
O livro é bom, mas não "bateu" como outros do gênero.

No desfecho do livro a escrita ficou um tanto corrida, como se o autor quisesse acabar logo com a história. Personagens fortes tiveram desfechos abruptos, com um parágrafo, enfim... Acho que faltou algo.
Regis 26/08/2022minha estante
Concordo que faltou algo, e o livro realmente merecia um encerramento melhor.




Rafael 23/07/2021

Literatura de alto calibre
Esse livro causa tanta ideia que às vezes os pensamentos ficam nadando num caos absurdo. E eu acho que essa era uma das intenções de Ferréz, cara que agora tenho como uma das minhas inspirações. A escrita é direta, sem firula, com a linguagem precisa. Digna de uma obra que é destaque até depois de pouco mais de vinte anos de sua primeira publicação. Mostrou a que veio.

O livro narra a história de Rael, que vive na periferia de São Paulo, mais precisamente no Capão Redondo. Mas também conta a história de um povo esquecido, da sinfonia da desgraça que toca em vários lugares do Brasil, que dança há muito tempo no ritmo da desigualdade. A narrativa tem batida, tem boombap, tem periferia crua. Rael se entristece com a realidade, se afoga nas leituras, se apaixona e fica puto de ódio ao ver seus iguais morrendo, caindo no crime ou nas drogas. Isso porque, muitas vezes, não há mais opção. É a máquina de fazer vilão rodando suas engrenagens.

Esse livro abre a cabeça como um tiro. É uma ideia só, num calibre pesado. Quem tá à pampa acaba se assustando, porque a realidade bate forte, sem pedir licença e ainda usa farda. Ferréz aqui tem recado, com endereço e tudo. Sofreu consequências, mas nunca abaixou a cabeça, como diz Marcelino Freire no posfácio. Enfim, uma leitura extremamente necessária, que eu já deveria ter feito há muito tempo. Conheça Capão Pecado. Conheça Ferréz.
Rickson.Ramos 29/11/2021minha estante
Excelente texto




renatooooooo 30/06/2020

Um retrato da periferia de São Paulo
Um retrato da periferia de São Paulo resume o que é esta obra incrível. Os personagens são bem construídos e nos fazem refletir sobre desigualdade, sobre ambições e como a falta de escolhas forjam as pessoas que ali vivem.
@cheiade9h 30/06/2020minha estante
Ferréz é incrível PQP!




Rosi 15/12/2009

Tudo de BOM
Gostei muito dessa leitura. Já o li há algum tempo, na realidade, gosto muito do Ferréz, inclusive montei uma biblioteca com o nome dele que atualmente está edesativada , mas que será montada no inicio do ano, dentro da sede do conselho tutelar centro na cidade de Osasco.
Pude vivenciar tudo que descreve o livro.
Vale a pena ler!
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Manfredo 20/08/2012

Porto Alegre

Creio q o autor cansou do livro antes do final.
Ele termina com uma canetada, sem muita delongas e explicações pelo que vinha sendo contado. Tem lado bom : realidade da miséria brasileira.
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DANI 16/04/2013

Pesado!!!
Este livro fala a realidade dos jovem da periferia do Capão Redondo. Achei um pouco pesado, pois não são todos os jovens que vivem desta forma. Mais penso que mostra a realidade de uma parte dos jovens, onde tudo é mais difícil, mais complicado e que cada um é por si e Deus por todos.
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Danilo Moreira 09/06/2024

Drama com papo reto
Ler Capão Pecado é sentir várias feridas que fazem parte da nossa sociedade, como a violência, a vulnerabilidade social de populações periféricas, as desgraças, o machismo, o feminicídio e até a homofobia (ainda que não seja algo desenvolvido neste livro lançado em 2000), e uma série de tragédias cotidianas de um país bastante desigual.

Como morador de periferia, reconheci alguns personagens com histórias e até desfechos semelhantes as de pessoas com quem já convivi ou conheço. Por isso que, mesmo nas cenas mais pesadas, o choque sempre vinha com a sensação de ter, pelo menos de ter já visto ou ouvido falar de um caso daquele em algum momento.

Esta edição da Companhia de Bolso, lançada em 2020, traz reflexões interessantes sobre a trajetoria do autor, da repercussão do livro e como ele se tornou icônico na literatura das periferias.

Vale a leitura, mas dependendo da realidade onde você vive, precisa ter estômago e deixar de fora a visão maniqueísta da vida.
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@pacotedetextos 22/01/2015

Recomendo!
“Vê-se de tudo em Capão Redondo: um feto jogado na rua vira festa para a criançada, jovens consomem maconha e crack, um gato morre de susto, olhos são arrancados por causa de um velho Monza prateado, um enforcado torna-se atração da vizinhança. A miséria é senhora. As pessoas matam por drogas, por honra, por vingança, por machismo, por um nada. E por amor, vale a pena morrer?
Pois em Capão Redondo também se vê o amor, que nasce escondido e cresce proibido, colocando em cheque (sic) a amizade de dois rapazes que têm em comum a violência do bairro onde vivem e o interesse por uma morena muito mais esperta do que qualquer um poderia imaginar“.

Fonte: Livraria Saraiva

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Conheci Ferréz na última edição realizada da Festa Literária de Aquiraz – FLAQ (entre os dias 20 e 23 de novembro de 2014), hospedei-o no sítio dos meus pais depois do encerramento do evento, já que ele só voltaria para São Paulo no dia seguinte.

Ele se intitula autor de literatura marginal; apesar de eu nunca ter sido muito adepto desses rótulos para literatura (afinal, para mim, ela deve ser livre de etiquetas, rótulos e classificações limitadoras), resolvi dar-lhe (e dar-me) uma chance.

Sobre o livro, tá certo que não nos tornamos melhores amigos, mas o pouco que conversamos deu para reconhecê-lo bastante na escrita de CAPÃO PECADO. Os diálogos, a forma de retratar as personagens e as situações da realidade daquela região de São Paulo, tão desfavorecida e relegada pelo poder público (parecida, então, a tantas e tantas outras partes desse nosso imenso Brasil), deixam entrever muitas características dele. Ferréz escreveu um romance bastante visual: quando você lê, consegue imaginar direitinho aquela cena se passando na sua frente. Isso, então, torna a leitura rápida e agradável (apesar da crueza da história).

A história é crua, a realidade é cruel. Apesar disso, vemos em alguns momentos o autor querendo passar “lições de moral”, com a construção de passagens do tipo “Mixaria deu uma leda para cada um e começou a dichavar a maconha, cada um fumou o seu e ficou a pampa, curtindo a natureza e viajando cada um com seu sonho, não sabendo que o que estava subindo ali era fumaça, mas o que certamente estava descendo era a autoestima” – o que, no meu modo de ver, foi um ponto negativo (pequeno, é verdade) na obra.

No entanto, vemos que, mais do que literatura marginal, o livro é de literatura, sem rótulos, pois retrata situações humanas às quais todos estamos sujeitos – principalmente ao levarmos em consideração a história de triângulo amoroso que se desenrola diante dos nossos olhos.

Destaco, mais do que o protagonista, a personagem Burgos, que foi quem mais atraiu a minha atenção, curioso que fiquei para saber o desfecho de sua história.

Trechos:

. A lei na quebrada não é a quantia, mas sim o respeito, que deve acima de tudo prevalecer. (p. 108)

. Havia em sua cabeça a certeza de que certas drogas nunca deveriam ser experimentadas, e o exemplo estava ali. O álcool sempre lhe fora imposto: meu filho é macho, cês tão duvidando? Ele não é maricas não, olha só, o bichinho até bebe cerveja com o pai, né não, filhão? E Rael sabia que para se iniciar no vício nem precisava muito esforço. O álcool vinha como uma herança genética, era uma dádiva passada de pai pra filho, de filho pra filho, e assim se iam famílias inteiras condicionadas ao mesmo barraco; padrão de vida inteiramente estipulado. As correntes foram trocadas pelos aparelhos de televisão. A prisão foi completada pelo salário que todos recebem, sem o qual não podem ficar de jeito nenhum, pois todos têm que comer. (p. 114)

site: https://pacotedetextos.wordpress.com/2015/01/15/ferrez-capao-pecado/
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Família 22/04/2015

"Da traição nem Jesus escapou"
"Da traição nem Jesus escapou". Se não me falha a memória, essa frase foi dita pelo melhor amigo de Rael e na minha opniao resume a história de Capão Pecado.
O legal da literatura marginal é justamente se situar na linguagem e na expressão utilizada por Ferrez, fora que o contexto em que toda a história é narrada, remonta uma realidade muito próxima, quase que palpável, por aqueles que nasceram em contexto semelhante.
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Bia Nunes 21/08/2015

"A revolução começa a princípio em cada um de nós. Se eu quero, eu posso, eu sou."
O livro é um tiro rápido; é cru e cruel. É insensível. Como costumam dizer, um ''tapa na cara'' (na minha cara), uma crítica pesada à todo sistema.
Li em dois dias, porém estou digerindo até agora. Me levou a seguinte reflexão: não é bancar de super-herói, porém muitas coisas estão ao nosso alcance para mudar a realidade dos "Capões" espalhados pelo país. A periferia pede socorro. Esse grito ecoa na imensidão do preconceito, da desigualdade social. Não que o grito não seja alto o suficiente, nós é que fingimos não escutar.
***Ferréz Escritor estará em Araçatuba, dia 15 de setembro (2015), ás 19h na Biblioteca. ‪#‎FicaDica‬ ‪#‎LiteraturaMarginal‬
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