Jessica Hellen 27/12/2020Começa com ausência e desejo...Chegou o momento que ninguém esperava: minha resenha final da Trilogia das Almas da Deborah Harkness.
Senta, pega uma pipoca, e deixa eu te contar o resumo dessa história.
Começamos essa saga com Diana Bishop, uma bruxa que não se aceita bruxa e que supostamente não tem muitas aptidões mágicas. Diana perdeu ambos os pais muito cedo, no que ela acreditava ser uma armadilha tramada por humanos com medo de bruxas, fato esse que alimentou nela o medo de ter o mesmo destino dos pais.
Buscando se distanciar da magia e ter um futuro o mais normal possível, Diana se tornou uma renomada historiadora de alquimia, sendo professora da matéria em Yale. No início do primeiro livro, A Descoberta das Bruxas, ela está morando em Oxford onde está conduzindo pesquisas sobre a matéria de sua especialidade. E é aí, meu amado leitor imaginário, que o circo pega fogo.
Diana descobre um manuscrito poderoso e enfeitiçado na biblioteca da universidade, manuscrito esse que é cobiçado há séculos por todas as bruxas, vampiros e demônios (uhum, é isso aí, temos tudo nesse livro). Um vampiro em especial, dedicou grande parte de sua vida (?) à busca desse livro, e aqui entra Matthew Clairmont (ou De Clermont, ou Roydon, ou sei lá, vocês sabem como são vampiros).
É spoiler dizer que eles são endgame? Se você leu a sinopse eu acho que não.
Segundo o Skoob, a Trilogia das Almas tem aproximadamente 1770 páginas. E eu nem consigo acreditar que eu ACABEI. Você deve estar se perguntando, leitor imaginário, se valeu a pena (ê, ê) e a resposta é: graças a Deus, SIM! Porque se eu tivesse lido tudo isso pra ter um final bosta eu provavelmente teria pendurado minhas chuteiras de leitora e me aposentado.
A Trilogia das Almas é a combinação perfeita de excesso de descrição, romance, seres sobrenaturais, viagens no tempo, coisas dando absurdamente errado, referências históricas, diálogos e termos estrangeiros que te forçam a pesquisar e aprender, sangue, violência, guerra, homens sendo homens (ou seja, burros), preconceito e uma clara crítica implícita ao racismo. Pareceu confuso? Não se preocupa não, tudo faz (quase) sentido no final, eu juro.
Você deve estar vendo aí que dei 4 estrelas, e se eu gostei tanto assim por que não 5? Pra ser sincera, foram as temidas pontas soltas, foram as prioridades dos personagens e o encerramento de certos ciclos. E Gallowglass, e Annie, e Emily? Por que nosso vilão Benjamin se tornou nosso vilão? Por que Baldwin, no final, virou a casaca? Qual a utilidade e história de Verin e daquela outra irmã mencionada 3 vezes? Essas são perguntas que nunca vamos saber as respostas. E isso me incomoda. Mas não o suficiente pra não recomendar essa Trilogia.
Tenho certeza que ao finalizar esta leitura você vai sair muito mais versado em latim, francês, etiqueta vampírica fictícia e plantas do que você jamais imaginou. Ah e vai ter aprendido muitas frases de efeito de escritores antigos e palavras difíceis pra impressionar seus parentes. Recomendo demais!