Marcos Pinto 26/01/2015Um dos melhores livros do autor Eu sou fã declarado do James Patterson; acho que leria até bula de remédio, caso ele viesse a escrever esse gênero. Porém, o último livro que li dele, Feliz Natal, Alex Cross, não me agradou totalmente. Felizmente, esse livro, Os Assassinos do Cartão-Postal, me surpreendeu bastante e superou minhas expectativas. Vamos conferir?
Vários casais começam a ser encontrados mortos em cidades belas e turísticas da Europa e só uma coisa os une: um cartão-postal. A cada morte, os assassinos enviam um cartão-postal para um jornal de grande circulação e, posteriormente, a foto da cena do crime. Interessante? Vai ficar ainda melhor.
As corporações policiais de vários países europeus parecem tratar o caso com a mesma frieza do clima continental, o que desagrada imensamente o investigador Jacob Kanon. Ele está obcecado por esses assassinos, afinal eles mataram sua filha e futuro genro. Determinado, Jacob caça os matadores por grande parte da Europa, enquanto nós aproveitamos a paisagem e trememos diante dos assassinatos.
“Havia um padrão ali, pensou, uma lógica distorcida que ele não conseguia enxergar. Os assassinos estavam tentando dizer algo. Os desgraçados que saíam pela Europa cortando a garganta de jovens casais estavam gritando bem na cara dele” (p. 18).
A premissa da obra acima destacada já é excelente por si só e até bem original, o que já não é mais tão comum em tramas policiais, porém, o que dá uma nota máxima a obra é seu desenvolvimento. James consegue criar, através de uma escrita fluida e capítulos curtos, uma trama bem amarrada e intrincada, que prende o leitor do começo ao fim.
Os personagens, por sua vez, contribuem ainda mais para o bom desenvolvimento do livro, pois são bem trabalhados e aprofundados, tanto Jacob como os assassinos. Esses são frios e calculistas, inteligentes e incrivelmente sagazes. Eles matam e se livram das evidências com a perspicácia de um especialista, o que faz a obra muito melhor.
Jacob, por sua vez, é um investigador bem fora do padrão, principalmente porque está extremamente perturbado pela morte de sua filha, o que é um fator essencial para o desenvolvimento da obra. A verdade é que Jacob beira a loucura e tenta fazer o certo por linhas tortas, mesmo que para isso tenha que violar a lei algumas vezes.
“Os corpos ensanguentados ainda estavam sentados. O sangue que cobria os cadáveres era escuro, quase preto. Tinha escorrido para o chão e descido pelas rachaduras da madeira, até ser sugado pelo carpete colorido. Os cabelos louro-claros da mulher caíam sobre os seus seios, enrijecidos por causa do sangue” (p. 59).
Com todos esses elementos, Os Assassinos do Cartão-Postal se torna um dos melhores livros do autor. E, dessa vez, aliado ao excelente enredo, a editora caprichou na versão física. Sai as típicas capas sem muito sal e entra uma bonita e atraente. A diagramação é bem confortável e mais bonita que a tradicional, o que torna a leitura ainda mais fácil e ágil. Todos os elementos corroboram para o sucesso da leitura.
Eu poderia ficar aqui escrevendo ainda muitos parágrafos justificando porque vocês devem ler o livro, mas não o farei. Só digo: leiam, vocês precisam conhecer essa obra. Certamente vocês vão adorar!
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