Israel145
08/11/2012Esse é o segundo livro de contos lançado por Rubem Fonseca ainda no ano de 1965. Traz 8 contos de grande qualidade literária e mostra o autor em plena ebulição criativa já mostrando um domínio completo de sua arte. As histórias variam dentro da sua prosa urbana focando os caminhos tortuosos das mentes dos personagens. Podemos perceber que alguns contos são de cunho nostálgico e parecem querer evocar memórias passadas que poderiam ser ou não do autor.
Dentre os contos, absolutamente merecem destaque "A Força Humana" e o conto que batiza o livro: "A coleira do cão". Curiosamente ambos trazem personagens recorrentes na literatura fonsequiana. O primeiro é de um halterofilista que abraça um mundo sem perspectivas e desilusão. A sensação que o conto passa é de uma tensão e angústia constantes como se a vida tivesse sido espremida de todo o seu fel e o personagem principal sorvesse esse fel aos poucos. O segundo é um Fonseca típico mostrando sua poesia urbana de morte em um conto policial protagonizado pelo delegado Vilela que aparece depois no primeiro romance do autor: "O caso Morel".
Definitivamente esse livro é o lastro para as grande obras que o autor publicou ao longo dos anos e com certeza merece estar entre os melhores do autor e da literatura universal.