Raffafust 05/08/2014
Eu tinha exatamente 13 anos quando minha tia foi me buscar na escola e me entregou o livro Christiane F, 13 anos, drogada e prostituída. Achei o presente estranho mas ela alegou que eu precisava lê-lo. Depois de lido cismei com o livro. Li o mais de seis vezes , depois comprei o filme e como ele tinha David Bowie que sempre amei revia e chamava os amigos para ver em casa comigo. Qualquer pessoa que tenha sido meu amigo dos 13 aos 16 anos conhece Christiane F. eu falava do livro e do filme para todos que conhecia.
Passado os anos me deparei com o livro " Eu, Christiane F, a vida apesar de tudo". Sabia por meio de matérias que o final do livro não tinha sido o fim de seu relacionamento com as drogas e pensei seriamente que depois de tudo que havia lido no primeiro livro não poderia me impressionar com mais nada. Ledo engano. A vida da menina de Berlim que ganhou o mundo não parou no the end do famoso livro, ela continuou, e agora com a grana dos direitos autorais do livro tinha drogas quando queria.
Nunca entendi pais como o dela, ausentes e despreocupados, não podemos culpar somente esse fato ela ter se envolvido com drogas, mas a indiferença familiar ajudou muito. Nem sua irmã que parecia agarrada com ela teve mais contato. Christiane viveu sua fama sozinha, encontrou Bowie e se decepcionou por ver que ele tinha mais de marketing do que de atitude, conheceu cadeias e como sobreviver a elas, rodou a Grécia e a Suíça e se drogou de tudo que podemos imaginar. Teve casos com homens que nada valiam ou que só combinavam com ela quando drogados. Injetou, cheirou e abortou. As vezes tudo ao mesmo tempo. Se apaixonou por mulheres, homens e pelo filho. Philip veio para dar esperança a Chistiane, mas não durou muito seu afastamento do vício e ela acabou perdendo a guarda dele.
Se a nova biografia parece mais do mesmo, para quem leu o livro anterior pode dar raiva saber que todas as chances de cura e de apoio eram jogadas no lixo por ela. Até mesmo a amizade de um casal suíço que fez de tudo para ajudar ela conseguiu perder. As recaídas era constantes e a bem da verdade ela nunca se livrou 100 por cento de seu vício , aprendeu a controlar abstinência com outra droga e morre de dores no estômago por causa de uma hepatite C.
Não sabe como sobreviveu, não imagina porque tiraram seu filho e não se acha culpada em momento algum por ter magoado tantas pessoas . Pelo contrário, se sente vítima , alega que viciado é produto do meio e que não tem controle do que vive ou faz.
Christiane sobreviveu, mas nem ela sabe até quando.
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