Su 06/12/2019
Preciso admitir que, mesmo tendo gostado de A rainha vermelha, meu conceito caiu um pouco com relação ao primeiro livro, A rainha branca. Então, estava com expectativas moderadas no que diz respeito a esse.
O livro começa em 1430, no castelo de Beaurevoir. Jacquetta está observando a prisioneira acorrentada na cela do castelo de seu tio, no norte da França. A moça parece um simples divertimento para os olhos daqueles que ali residem, uma mulher com roupas de homem. A tia-avó de Jacquetta, Lady Jehanne, inconformada com a situação, ordena que a cela seja aberta , ao entrar faz as devidas apresentações a prisioneira. Quando sente os olhos dela em si, Jacquetta pressente um toque de magia naquela mulher.
A prisioneira em questão é Joana D'arc, e tudo o que Lady Jehanne quer é transformar aquela menina, que conseguiu comandar exércitos e coroar um rei, em uma simples dama de companhia para que os Ingleses desistam de exigir que ela seja entregue para a morte. A presença de Joana no castelo de seu tio meche com Jacquetta, ela sabe que também escuta coisas.
Em uma tarde quente de agosto, Lady Jehanne pede que Jacquetta leia para ela. A história se trata de um homem que se apaixona por uma mulher que é, na verdade, metade peixe. No meio da leitura, Jehanne anuncia que aquela é a história da família delas, a história de Melusina.
A história da mãe de Isabel é incrivelmente bem escrita pela Philippa, de longe uma das que mais gostei dessa série. Em vários momentos senti apreensão por Jacquetta e em muitos outros me revoltei por ela ter que ser leal a pessoas que não tinham sabedoria para governar. Li esse livro em pouco tempo, Jacquetta passa por inúmeras reviravoltas em sua vida, sendo assim, era muito difícil largar a leitura.
“— Ela é um peixe?—sussurro.
— Ela é um ser que não é deste mundo—responde em voz baixa a minha tia-avó. Tentou viver como uma mulher comum, mas algumas mulheres não podem viver uma vida comum. Tentou caminhar do modo normal; mas algumas mulheres não conseguem fazer os seus pés percorrerem esse caminho. Este é um mundo de homens, Jacquetta, e algumas mulheres não conseguem marchar ao ritmo da batida do tambor de um homem. Compreendeis?”