Mares de Sangue

Mares de Sangue Scott Lynch




Resenhas - Mares de Sangue


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dani 06/02/2015

[Livro] Mares de Sangue – Scott Lynch
Em Mares de Sangue continuamos acompanhando Locke e Jean em suas aventuras como nobres vigaristas, eu estava bem curiosa para descobrir os rumos que eles tomariam e a história apresentada me prendeu, mas esperava mais em alguns aspectos dos livro.
Nesta nova parte da vida dos dois nobres vigaristas eles continuam com seus planos e armações, mas a narrativa não começa com eles tão ativos assim, e sim logo depois dos acontecimentos em Camorr, com Locke bem ferido e os dois tentando fugir e se safar de todos os seus perseguidores. Não vou contar mais o que aconteceu entre o tempo da fuga de Camorr até eles voltarem a ativa, mas eles conseguem se recuperar e armar um novo plano.
Em outra cidade com um novo alvo os dois programam um enorme golpe mas no meio disso são interrompidos por alguém que tem um plano diferente para eles e com isso acabam no meio do mar, lutando e se aventurando por lugares não passados antes.
A narrativa continua seguindo o estilo do primeiro livro, não linear dando o efeito para os golpes de Locke, primeiro acontece uma situação depois um flashback para fornecer explicação ao leitor, e isso prende a leitura e mantém um bom ritmo, não vou negar que há alguns momentos “mornos”, mas logo algo acontece e o ritmo acelera mais uma vez.
Gostei de ambas as situações mostradas neste livro, como uma pessoa que ama filmes de grandes golpes ou roubos, o fato de o plano inicial deles ser um roubo a um cassino me deixou especialmente interessada, considerando um cenário medieval regado a artefatos e alquimias fiquei curiosa em como eles realizaram o roubo. E segundo cenário é a viagem ao mar, no começo fiquei um pouco incomodada com os termos técnicos, mas Scott Lynch usa de um bom artifício para explicar tanto para os personagens como para o leitor alguns termos e o restante acontece naturalmente.
Jean e Locke agora estão mais unidos mas também com alguns conflitos entre eles, o que é normal considerando tudo o que passaram no livro anterior. Além deles novos personagens são apresentados e gostei muito de alguns, na verdade, algumas; personagens femininas entraram nessa história e foi um toque especial, pois elas são fortes e bem marcantes na história. E aqui faço uma resalva que é para reclamar um pouquinho que eles continuam falando de Sabeta, mas não aprofundam nem explicam nada, espero que o mistério sobre ela se resolva nos próximos livros.
Porém mesmo ficando envolvida com a leitura alguns pontos não me agradaram e o principal foi a estrutura dos casos, pois foi uma repetição do primeiro, os pontos, as reviravoltas, a forma como as coisas aconteceram é bem parecida com a do livro anterior, por mais que o final tenha surpreendido mesmo nele há certa semelhança. Isso não prejudicou tanto a leitura, mas alguns acontecimentos perderam o fator surpresa pra mim.
Scott Lynch fechou esse livro de um modo que fiquei bem ansiosa para descobrir os rumos dessa história e continuar acompanhando os golpes dos Nobres Vigaristas.


site: http://vintecincodevaneios.blogspot.com.br/2015/02/livro-mares-de-sangue-scott-lynch.html
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Poly 21/01/2015

Vale a leitura!
Locke e Jean estão de volta. Após dois anos desde que eles saíram de Camorr eles chegam a Tal Verrar para aprontar mais.
Roubar está no sangue deles e eles não iriam para outra cidade apenas de férias, não é mesmo?
Na bela cidade de Tal Verrar eles armam um plano bastante ousado: roubar a casa de jogos mais exclusiva mundo, a Agulha do Pecado, e seu dono Requin. Tentar qualquer tipo de crime contra o local é o mesmo que assinar sua sentença de morte. Requin é um homem poderoso e todos que tentam lhe roubar é jogado da janela mais alta depois de perder uma das mãos. Requin guarda essas mãos como troféu e para provar ?quem manda? no local.

Quando não se pode trapacear no jogo, é melhor encontrar um modo de trapacear o jogador.
P. 65

Quando está tudo pronto para eles aplicarem o golpe, o destino muda a sua sorte e eles se envolvem em uma aventura muito maior. Eles são forçados a entrarem no plano do Arconte, uma espécie de líder militar, que pretende tomar o governo e se veem na maior enrascada de suas vidas.

Mas os romances não são reais, e certamente nunca foram. Isso não tira parte do sabor?
P. 72

O Arconte decide usar Locke e Jean em uma guerra pirata e os dois precisarão de todas as suas habilidades de interpretação que adquiriram ao longo dos anos como ladrões.
Eles ganham um navio e uma tripulação e precisam fingir que estão no comando, mesmo não entendo nada de navegação, nem das superstições que envolvam navegar.

- Segundo, é um tremendo azar partir sem ter gatos a bordo. Não só porque eles matam os ratos, mas porque são as criaturas mais orgulhosas que existem, no seco ou no molhado.
P. 194

Tudo de errado acontece no navio e o tempo todo somos instigados a acreditar que finalmente chegou o fim dos Nobres Vigaristas. A tensão é muito grande e o desejo de não parar a leitura é enorme!
Há muita aventura, como acontece no primeiro livro, mas há também um pouco de romance e a presença de mulheres inteligentes na estória. E o humor do Locke continua afiado, então prepare-se para ótimos momentos de diversão.
Scott Lynch faz uma trama tão bem amarrada e cria um cenário maravilhoso e um novo universo mágico e cheio de detalhes que é impossível ler e não se imaginar no lugar.
Não é uma leitura rápida, diversas vezes tive a sensação de que não avançava em nada na leitura, mas é assim mesmo. O livro é riquíssimo em detalhes e prestar atenção em todos eles é essencial.

- ?Paredes frias não fazer uma prisão? ? recitou Jean com um sorriso. ? ?nem algemas de ferro fazem um escravo?.
P. 280

Achei a capa lindíssima, combinou perfeitamente com a trama e a diagramação interna é muito bem feita. Não é apenas um livro para ler e deixar para lá. Este é um desses livros que a gente tem o prazer de manter na estante.
Achei a leitura de As mentiras de Locke Lamora mais fácil e rápida e esperava o mesmo com esse livro, mas me decepcionei neste ponto.
Não foi uma leitura ruim, mas eu esperava ler em 2 dias e li em 2 semanas, bem mais do que minha meta usual de leitura, mas valeu à pena e agora espero ansiosamente pela continuação.
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Vagner46 02/01/2015

Desbravando Mares de Sangue
CONTÉM SPOILERS DO LIVRO ANTERIOR!

A sequência de As Mentiras de Locke Lamora dá continuidade às aventuras de Locke e Jean, dois anos após partirem de Camorr sem os seus amigos Pulga, Calo e Galdo, já que eles tiveram um destino bem desagradável (tristeza lembrar disso). Quando parece que eles vão descansar um pouquinho das loucuras que aconteceram em Camorr, Locke e Jean resolvem apostar em um plano ousado: roubar a maior casa de jogos de Tal Verrar, a Agulha do Pecado, nunca antes expugnada. Era óbvio que eles não iriam sentar numa rede e aproveitar a vista, né? Roubar está no sangue dos dois, principalmente no de Locke Lamora!

"– A fortuna é uma dama que gosta de ser passada adiante – disse Locke."

Scott Lynch começa a expandir seu mundo e o torna cada vez mais atraente. Tal Verrar é uma beleza por si só, com suas várias ilhas em seu domínio e caminhos por onde um navio possa passar, podemos imaginar claramente como ela é formada enquanto estamos lendo. O worldbuilding de Lynch começa a ficar interessante, sem contar que ele ainda nem chegou a explorar cidades como Talisham e Karthain, por exemplo.

O plano dos dois parece estar dando certo, tudo corre completamente bem até que antigos e agora novos inimigos resolvem aparecer e a dupla se vê envolvida em TRÊS frentes diferentes. Isso mesmo, três! É extremamente engraçado e gratificante ver Locke Lamora e Jean Tannen totalmente perdidos em determinado momento tentando mentir para três lados diferentes e ter que sobreviver no meio de tudo isso, correndo riscos de morte a cada momento.

"- Sabe de uma coisa? Eu apostaria que, contando as pessoas que estão nos seguindo e as que estão nos caçando, nós viramos o principal meio de emprego desta cidade. Toda a economia de Tal Verrar está baseada agora em foder com a gente."

Uma coisa diferente nesse segundo livro é que temos mulheres praticamente protagonistas nele, como Zamira Drakasha, a capitã do navio Orquídea Venenosa, e sua tenente Ezri Dalmastro, que acabarão cruzando o caminho de Locke e Jean quando eles menos imaginam. Esperem por uma personagem de caráter forte, capaz de tudo para proteger seus filhos e fazer com que sua tripulação sobreviva. Grandes momentos são vivenciados pela dupla com a capitã e algumas das melhores partes do livro tem o Orquídea Venenosa como palco. Sobrou páginas até para ter um pouco de romance ali no meio! haha

Aliás, em Mares de Sangue temos muito de aventuras navais, como o próprio título já nos antecipa claramente. É interessante ver a nossa dupla preferida tentando desbravar outros tipos de atividades (mesmo que obrigados, haha) e acredito que o autor fez isso de uma maneira bem satisfatória, mas ainda assim prefiro as trapaças dos dois em terra firme, onde eles costumam se sair muito melhor e a, digamos assim, "qualidade" das suas mentiras é insuperável.

Esse segundo volume da série, na minha opinião, não é melhor do que o primeiro, já antecipo isso, mas a diferença é tão sutil que ele merece ser desbravado o quanto antes. Teve um capítulo quase no final que eu dei tanta, mas tanta risada, que achei incrível o jeito que o Scott Lynch fez até o Jean e o Locke serem passados para trás uma vez que fosse na vida. Foi hilário!

Vale lembrar que a linguagem continua a mesma: recheada de palavrões e o sarcasmo rola solto a cada cinco palavras (obrigado, tradutor!!). Eu gostei muito disso, pois há tempos não lia algo desse tipo e é sempre bom variar um pouco, tanto é que esse sarcasmo gera tantas piadas e momentos engraçados que a leitura flui muito mais rapidamente.

Um último ponto importante a ressaltar: a relação entre Locke e Jean é aprofundada bastante nesse livro. Erros e fantasmas do passado são relembrados, opiniões diferentes entram em conflito e os dois precisam conviver com isso. Preparem-se para o último capítulo, pois ele deixa extremamente explícito o que um pensa do outro e como eles irão se relacionar daqui por diante. Jean é bem mais explorado do que no volume anterior, deixando de se tornar aquela mera sombra de Locke e agora tendo uma opinião bem mais firme e uma atitude que o torna extremamente importante para a dupla, custe o que custar.

Fica portanto a minha recomendação, principalmente da série Nobres Vigaristas, que está fazendo um grande sucesso aqui no Brasil. Não sou o único fã brasileiro, podem ter certeza! hauhauahauh. E que venha o terceiro livro, The Republic of Thieves!!

Avaliação final:5/5

site: http://desbravandolivros.blogspot.com.br/2015/01/resenha-mares-de-sangue-scott-lynch.html
Esperanza.Villanue 21/02/2022minha estante
Ansiosa pra começar a ler....




ricardo_22 19/12/2014

Resenha para o blog Over Shock
Mares de Sangue, Scott Lynch, tradução de Alves Calado, 1ª edição, São Paulo-SP: Arqueiro, 2014, 512 páginas.

Logo após a batalha em Camorr, os Nobres Vigaristas deixam a cidade em direção a Tal Verrar, onde querem se recuperar e planejam voltar ao que sabem e gostam de fazer: roubar dos ricos e ficar com toda a grana. O alvo dessa vez é a Agulha do Pecado, a mais exclusiva casa de jogos do mundo, onde trapacear é o mesmo que assinar uma sentença de morte.

Mas após dois anos elaborando o melhor plano para conquistar o objetivo, as intenções dos Nobres Vigaristas são descobertas por Stragos, o líder militar verrari que quer se aproveitar deles para alcançar seus próprios desejos. Quando isso acontece, eles acabam envolvidos em uma aventura pirata e precisam enfrentar um dos maiores desafios até então: não saber nem mesmo como começar a liderar um navio.

“Durante um tempo, observaram Tal Verrar ficando para trás, a aura dos Degraus de Ouro e o brilho de tocha da Agulha do Pecado sumindo atrás da massa mais escura do crescente sudoeste da cidade. Depois, passaram pelo canal de navegação nos recifes de vidro, indo para o Mar de Bronze, para o perigo e a pirataria. Para incitar a guerra e trazê-la para a conveniência do Arconte” (pág. 245).

A série Nobres Vigaristas, que em As Mentiras de Locke Lamora demonstrou um potencial incomparável, precisou de apenas um segundo volume para afastar todos os tipos de comparações e, mais do que isso, criar sua própria identidade. Mares de Sangue é o tipo de continuação que todos os escritores querem escrever, mas poucos conseguem concretizar, por isso Scott Lynch entra para um seleto grupo de escritores incríveis.

O intervalo de dois anos entre as duas aventuras não foi de completa inatividade. Depois de toda a confusão em Camorr, os Nobres Vigaristas iniciaram seus planos para uma nova ação e a princípio esse é o foco do livro, mostrando o novo estilo de vida dos protagonistas, bem como as personagens que atualmente estão interpretando. No fundo, apesar das surpresas preparadas por Lynch, sabemos que isso faz parte apenas de uma preparação para algo muito maior.

Para apresentar os acontecimentos dos anos anteriores, o autor se utiliza de reminiscências — apenas na primeira parte —, diferente do primeiro livro, quando interlúdios apresentavam o passado e a construção das personalidades dos protagonistas. Seja no presente ou no passado, novos lugares são exploradas, como Tal Verrar, além de povos e costumes originais, provando a identidade própria do universo em que tudo se passa.

Como o título e a capa sugerem, Mares de Sangue tem como diferença significativa as aventuras marítimas. Apesar de lentas, ao menos nos momentos iniciais, tudo é narrado para empolgar quem gosta e conquistar quem não aprecia aventuras piratas, por exemplo. O principal motivo de isso acontecer é que Locke Lamora está distante de sua zona de conforto e precisa ir muito além, se arriscando em suas trapaças por um bem maior.

site: http://www.overshockblog.com.br/2014/12/resenha-299-mares-de-sangue.html
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Cath´s 12/12/2014

Resenha Mares de Sangue.
Passou dois anos desde os acontecimento em Cammor, agora Locke e Jean fingem ser outras pessoas, mas continuam sendo Nobres Vigaristas.

Assim, o segundo livro começa com eles armando para ganhar um jogo de carta, mas é tão bem feito que eu fiquei tentando imaginar o que eles fizeram e não me liguei até contarem. E claro, isso tem um plano maior por trás, roubar o Requin, que é o proprietário do Agulha do Pecado, um local para jogos onde a maioria deixa guardado seu dinheiro, mas altamente vigiado, onde quem furta é jogado pela janela mais alta, depois de perder uma das suas mãos, a qual o Requin guarda como um troféu.

Só que na mesma noite em que ganham o referido jogo, eles descobrem que estão sendo seguidos, pois a vingança do Falcoeiro está só começando, este por meio de seus amigos vão deixar Locke e Jean o tempo todo receosos, seguindo-os escondidos ininterruptamente.

Óbvio que vindo dessa dupla não poderia ser só isso, pois logo o Arconte de Tal Verrar (que comanda a cidade junto com o Priori) descobre quem são e resolve usá-los para causar uma guerra pirata. Só que vocês imaginam Locke e Jean como piratas? Eles também não.

Dessa forma, eles acabam ganhando um navio e uma tripulação, mas não conseguem convencer por muito tempo, logo depois acabando no barco da capitã Zamira Drakasha e da Tenente Ezri Delmastro, o que incluiu mulheres inteligentes na trama.

Ao contrário do primeiro livro que mostrou como é forte a relação entre Locke e Jean, nesse eles tem problemas em vários momentos, mas inegavelmente, colocam a vida do outro acima da sua.

E para quem é fã de um romance, nesse acontece, não vou dizer entre quais personagens, mas não é algo meloso, é convincente e muito bem escrito.

Eu devo admitir algo, por mais que adore os Nobres Vigaristas, e eu adoro, são livros que demoro muito para ler, esse foi mais de três semanas, o que nem passa perto do meu normal, mas todos os detalhes que o autor dispõe são necessários, ele basicamente usa todos posteriormente, logo não é aquela coisa "as pétalas das flores são rosas e esse tom de rosa vai cair no chão e geral uma poça rosa e vai criar uma luminária". Resumindo, não é enrolação e sim importante.

A capa eu achei linda (e todos que eu mostrei também acharam, ou mentiram para mim, rsrs) e a diagramação perfeita.

Além disso, vale salientar que o humor e frases inteligentes de Locke e Jean é o que fazem o livro tão bom, é gostoso de ler, divertido e inteligente. Mas eu afirmo, se você gosta somente de leituras leves que passam voando, esse livro não é para você, caso contrário eu acho mesmo que deve dar uma chance para os Nobres Vigaristas te conquistarem.

Afinal As Mentiras de Locke Lamora e Mares de Sangue foram uns dos melhores livros que li no ano e foram para a lista de favoritos.

site: http://www.some-fantastic-books.com/2014/12/resenha-mares-de-sangue.html
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Anderson Tiago 05/12/2014

[RESENHA] Mares de Sangue (Nobres Vigaristas #2) - Scott Lynch
O final do ano se aproxima e começamos a olhar em retrospectiva para as coisas que fizemos durante o ano que se encerra. É nesse período que surgem as boas e velhas listas de melhores do ano. Por causa do site tenho tentado manter uma lista organizada desde cedo para ter menos trabalho na hora de montá-la, porém, devido ao grande número de ótimos lançamentos, tem sido difícil organizar um ranking ideal. No entanto, o primeiro lugar da minha lista pessoal esteve sempre bem definido com As Mentiras de Locke Lamora, do autor Scott Lynch, como dono dessa posição desde o seu lançamento. Isso tudo mudou com a publicação de Mares de Sangue, a própria sequência das aventuras de Locke Lamora e Jean Tannen, os Nobres Vigaristas.

Dois anos após quase terem morrido nas mãos do Rei Cinza em Camorr, Locke e Jean estão de volta aos seus melhores momentos, preparando um golpe tão audacioso que fará todos os anteriores parecerem brincadeira de criança. Eles pretendem roubar a Agulha do Pecado, a casa de apostas da alta sociedade de Tal Verrar, cujo cofre é conhecido por ser inviolável e onde trapacear é punível com a morte. Esse detalhe, no entanto, não parece desanimar os nossos nobres vigaristas, muito pelo contrário.

Os preparativos para o golpe correm exatamente como o planejado pela nossa querida dupla de ladrões, mas fantasmas do passado aparecem para assombrá-lo no momento mais crítico do golpe. Por causa disso, eles são envolvidos na efervescente agitação política de Tal Verrar e tornam-se, por sua vez, parte dos planos do Arconte, uma espécie de líder militar, que pretende esmagar o conselho dos nobres e se tonar o governante absoluto do reino. Forçados a trabalhar para o Arconte, Locke e Jean terão que usar de toda a sua lábia e capacidade de interpretação para se passarem por uma coisa que nem o treinamento do Padre Correntes os preparou para fingir ser: piratas!

"Sabe de uma coisa? Eu apostaria que, contando as pessoas que estão nos seguindo e as que estão nos caçando, nós viramos o principal meio de emprego desta cidade. Toda a economia de Tal Verrar está baseada agora em foder com a gente."

Mares de Sangue segue o mesmo padrão narrativo do seu antecessor com alguns capítulos tratando do passado, no caso, quando os nobres vigaristas chegaram a Tal Verrar fugidos de Camorr após o fim dos problemas com o Rei Cinza. Nesses capítulos, vemos como a dupla lidou com as enormes perdas que sofreram e como isso uniu, se é que isso é possível, mais ainda a dupla formada por Locke Lamora e Jean Tannen. A interação da dupla é, inclusive, um dos pontos altos dos livros. Os diálogos entre Locke e Jean são sempre divertidos e a conexão com os personagens é tão forte que entendemos não apenas suas palavras como também os seus silêncios.

"– Aposto que eu teria estragado as coisas mesmo assim. Mas... não consigo imaginar aqueles pobres coitados prendendo a presa com arpéus, saltando por cima das amuradas, espadas na mão, gritando “Seus gatos! Entreguem todos os seus gatos malditos!”.

Scott Lynch escreveu um dos livros de fantasia mais engraçados que já li em toda a minha vida. Durante a leitura, era muito comum eu abrir vários sorrisos ou mesmo dar gargalhadas com algumas das situações descritas pelo autor. Quem já leu As Mentiras de Locke Lamora entende do que estou falando, mas acredite, em Mares de Sangue o autor realmente se superou. Algo que pode incomodar alguns leitores (a mim não incomodou) é a “boca suja” do autor, mas isso é algo que combina muito com a atmosfera do livro e, caso incomode, deve ser relevado em nome do bem maior que é o prazer de uma leitura como essa.

Um grande diferencial entre Mares de Sangue e o seu antecessor é a presença de personagens femininas em papéis importantes dentro da trama, principalmente a capitã Zamira Drakasha e a Tenente Ezri Delmastro, que, além da sua força, também traz para a obra um elemento em falta no primeiro volume. O que é esse elemento é algo que deixo para vocês descobrirem.

"– Isso não entra na minha cabeça – sussurrou Jean. – Porra, seu filho da puta, como pôde fazer isso? Quero abraçar você. E quero arrancar sua cabeça. As duas coisas ao mesmo tempo.

– Ah. Pelo que sei, esta é a definição de “família”."

Mares de Sangue é um daqueles livros cuja leitura voa, um daqueles casos em que se você tem compromisso marcado é melhor nem começar a ler porque, muito provavelmente, você vai chegar atrasado. E já que comecei o texto falando sobre listas, o final da história também estaria no topo da minha lista de “finais que te deixam com vontade de voar para a leitura do próximo volume imediatamente”. Scott Lynch é realmente um dos grandes nomes da fantasia atual.

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