Carous 14/03/2018Agradeço aos deuses pelo e-book grátis...Estava ansiosa para ler este livro porque mitologia grega era meu assunto favorito na escola.
Este livro é juvenil, mas quando o vi na livraria há 4 anos nem passou pela minha cabeça que não me agradaria uma vez que não sou mais pré-adolescente nem adolescente há muito tempo. Mantive na minha lista de futuras compras e leituras.
Este ano, após ler Jack, o estripador em Nova York, classificado como infanto juvenil, e ter achado a história bobinha demais, eu resolvi ler Ai, meus deuses com um pé atrás suspeitando que teria a mesma opinião.
Para minha surpresa, não gostei do livro porque ele é ruim mesmo. E tem tanto desserviço e furo que eu senti vergonha pela Tera, mais ainda quando ela agradeceu aos pais pelo apoio para escrever esse livro pobre.
Bom, mal comecei a leitura e já tinha ranço da mãe de Phoebe que resolveu, após um mês de namoro secreto, ir morar na Grécia com a filha, pois ia casar. Isso virou o mundo de Phoebe de pernas pro ar, ela ficou compreensivamente puta da vida com a mãe. Só que nem ela nem o leitor sabiam da missa a metade. Vinha muito mais pela frente.
Valerie é uma péssima terapeuta e uma mãe bem irresponsável. Não a julgo por querer reconstruir a vida após ficar viúva - e 6 anos solteira -, mas a julgo bastante pela forma como escolheu fazer isso. Primeiro que a cada página ela revelava à filha mais uma informação bombástica para a mudança. E eu não sei como Phoebe, depois da 5a revelação, deixou de confiar na mãe. Segundo: que pai, em sã consciência, permite que o filho viva num lugar que o faz infeliz e o matricule numa escola onde ele sofre constantes ataques dos alunos deuses e bullying? Era todo dia, e Valerie parecia não estar nem aí com o bem estar da filha contanto que o casamento dela estivesse de pé. Isso me incomodou demais.
Aí Tera partiu para outra decisão questionável: rivalidade feminina. E pra completar: por causa de garoto lindo de morrer, mas babaca até o último fio de cabelo.
A meu ver, livros/novelas/filmes/séries não são apenas entretenimento. Eles passam mensagens e por isso, ainda mais se é voltado pro público jovem, devemos ter cuidado com o que inserimos.
E BELEZA NÃO É SINÔNIMO DE BOM CARÁTER! BELEZA NÃO É SINÔNIMO DE BOM CARÁTER!!
Phoebe era uma personagem razoavelmente bem escrita até Griffin surgir na história. Não chamo nem de inocência adolescente porque ela já tinha quebrado a cara quando se deixou levar pela aparência.
Sério, eu não tinha paciência. Griffin dava provas de que não valia UM CENTAVO e vemos Phoebe caidinha por ele, defendendo-o de toda acusação difamatória porque... ela o conhecia há muito tempo para confiar no seu caráter? Por que as pessoas que falavam mal dele eram falsas? Por que quem falava mal dele não o conhecia bem? Não, porque ele era bonito como deus grego e ela estava afim dele e... só isso mesmo.
Num livro escrito em 2014(!!!!) a gente se depara com esse artifício.
Phoebe não foi bem aproveitada. Aliás, a história toda de deuses e escola de descendentes de deuses. Uma pena nos dois casos porque Phoebe tinha suas qualidades; e como não amar uma escola com descendentes de deuses e todo esse potencial??
Não foi de todo ruim; alguns trechos eram engraçados e retrataram bem o comportamento adolescente. Mas no geral, bem sem graça o livro. E os plot twists previsíveis, as justificativas forçadas... Eu acho que a Record descontinuou essa série e eu consigo entender o porquê. Não vale a pena.