mariiroma 23/12/2014
[Crítica] Not That Kind of Girl ; Lena Dunham
"The is nothing gutsier to me than a person announcing that their story is one that deserves to be told, especially if that person is a woman. As hard as we have worked and as far as we have come, there are still no many forces conspiring to tell women that our concerns are petty, our opinios aren't needed, that we lack the gravitas necessary for out stories to matter. That personal writing by women is no more than exercise is vanity and that we should appreciate this new world for women, sit down and shup up"
Tenho opiniões conflitantes sobre esse livro. Ele é dividido em cinco partes: love & sex, body, friendship, work e big picture. Mas a Lena sai da proposta de cada categoria, vai e volta em suas memórias, e às vezes o texto fica confuso. Com certeza tudo faz sentido dentro da cabeça dela, afinal, o livro é sobre a sua própria vida, memórias, experiências e impressões, mas para quem está lendo as associações muitas vezes não fazem sentido, carecem de explicação e contexto.
Em muitas partes parece que a Lena só queria mostrar o quão diferente e esquisita ela é, principalmente nos trechos sobre a infância, e deixou a impressão de ser uma moça privilegiada e pretensiosa. Mas, ao mesmo tempo, ela não tem medo de mostrar suas falhas: baixa auto-estima,falta de confiança em si própria; essa imagem de mulher confiante e segura de si é uma atuação, uma máscara que ela usa. Isso fica especialmente evidente quando ela relata o relacionamento abusivo logo após a primeira temporada de Girls. Como alguém que consegue escrever, atuar e dirigir uma série como Girls pode ser tão vulnerável? É isso que a torna humana, e é por essas falhas na pose dela que é possível se identificar mais com a personagem / narradora / escritora. Ela é corajosa e poderosa o suficiente para ficar pelada na televisão, mas também se sujeita a situações que a colocam em uma posição não favorável. O livro narra justamente essas situações não favoráveis, como ela cresceu e, espero, aprendeu com tudo isso, para se tornar cada vez mais uma mulher independente, confiante e cheia de si. Ela é, como todos somos, humana.
Existe apenas uma coisa que eu senti muita falta no livro: o transtorno obsessivo-compulsivo (toc). Ela menciona o problema algumas vezes, mas nunca se aprofunda nele. Pessoalmente, eu adoraria saber quando ela foi diagnosticada (parece que foi bem cedo) e como lidou com o problema, como ainda lida. É algo que foi mostrado muito bem na série, e poderia ter sido retratado também no livro.
Em geral, é um livro interessante de se ler, apesar de algumas falhas. Recomendo para todas as mulheres, principalmente as jovens. Existe muito espaço para identificação e aprendizado.
site: http://todasasluzes.blogspot.com.br/