Meu Inverno em Zerolândia

Meu Inverno em Zerolândia Paola Predicatori




Resenhas - Meu Inverno em Zerolândia


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Chm_Henrique 15/02/2020

Amei cada personagem !
História linda !
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Tati Vidal 08/06/2019

O amor de uma mãe é o amor mais lindo
Eu estou chorando até agora.

Ai mas o livro nem é pra isso tudo, nem tem tanto romance assim, é livro de adolescente.

Ok. Ok. Ok.

Eu não estou chorando por isso, estou chorando pq a escritora conseguiu pegar temas tão complexos como abuso sexual, violência doméstica, morte, bullying e tratar de forma simples e que me tocou demais. Poderia ser melhor? Poderia. Mais profundo nesses temas? Poderia. Mas a Alessandra está com saudade da mae, de uma pessoa maravilhosa que filha, mãe e amigas sentem falta da vivacidade dela. E é isso a beleza da história. Em meio a tantas coisas pesadas, a ausência é o que mais machuca. O que mais dói. É o que mais pesa. Eu amei a mãe dela sem conhecer. E quero que vocês leiam e se apaixonem

A história é linda de ser lida. Se apeguem.

Amem o casal silencioso e com cheio de problemas. Eles precisam
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Jeniffer 11/02/2017

Meu inverno em Zerolândia
Meu Inverno em Zerolândia me interessou, principalmente, pela capa linda que ele tem, confesso. Porém, não tive oportunidade de saber mais sobre ele até poder pedi-lo como cortesia da editora parceira do blog. E que ótima escolha eu fiz!

A narrativa já começa com um fato muito triste acerca da personagem principal: Alessandra perdeu sua mãe recentemente. E é tão tocante este fato narrado nas palavras de Paola que logo nas primeiras páginas me emocionei durante a leitura. Ao retornar à escola, Alessandra não deseja mais tornar a falar com suas amigas, andar com elas e tão pouco a sentar-se com elas novamente. Então, ao tomar uma decisão impulsiva, Ale senta-se ao lado de Zero. O garoto que tem esse apelido por ser rechaçado pela turma há um bom tempo e parecer não se preocupar com ninguém que estuda ali. Ale mal sabe o quanto isso irá mudar a sua vida. A vida dos dois.

O romance de Paola Predicatori é algo singelo e único do começo ao fim. Suas palavras nos fazem sentir, a princípio, a dor de Alessandra na perda da pessoa mais importante da sua vida e logo após, seus questionamentos sobre isso e suas mudanças ao longo do tempo decorrido na narrativa. Os personagens não são nada superficiais e o romance entre os dois vai ocorrendo naturalmente, porém de forma bem difícil no começo.

A história não retrata apenas dois jovens se identificando e sendo mudados pelas ocorrências de suas respectivas fatalidades da vida, mas sim retrata de forma realista e sensível dois adolescentes vivendo suas novas experiências e consequentemente fatalidades também.

De edição muito bem feita, sem erros ortográficos e com uma capa linda, Meu Inverno em Zerolândia foi um dos poucos livros lidos este ano, mas que entra pra lista de melhores leituras, com certeza. Recomendo muito.

site: https://monautrecote.blogspot.com.br/2015/03/resenha-meu-inverno-em-zerolandia.html
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Suzana.Maria 03/09/2016

Princesa Zeta
Paola Predicatori em seu primeiro livro de romance, já mostra sua essência meiga e criativa nos presenteando com a historia de Alessandra e a de sua mãe, equilibradas em 182 paginas de pura paixão e conflitos.

Alessandra, uma adolescente de 17 anos sofre com a perda de sua mãe vitima de câncer. Ao voltar a escola decide mudar sua vida, cortando o relacionamento que tinha com seus antigos amigos e sentando-se com Gabriel (mais conhecido como zero) um garoto bonito, talentoso e misterioso. Por ironia do destino acabam se encontrando em situações muito desagradáveis que por meio destes encontros, uma paixão muito forte aos poucos acaba se revelando fazendo deles: Zero e Zeta.
Um livro comovente, apaixonante, viciante e muito envolvente. Da primeira a ate a ultima pagina você consegue dar boas risadas, chorar em alguns momentos, ficar com raiva de certos personagens, se apaixonar por outros e se encantar com a coragem de Alessandra e sua mãe.

Um dos melhores livros que ja li, super recomendo e espero se apaixonem por ele como eu me apaixonei.
Boa leitura!!
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endilyVasconcelos 01/09/2016

Meu Inverno em Zerolândia
Meu Inverno em Zerolândia foi um livro que, apesar de esperar algo cheio de clichês, me surpreendeu.
A forma como a autora intercala os capítulos (todos bem curtos) com a personagem relembrando algum momento com a mãe é bem bonita.
O romance, no fim das contas, não é o tema principal, até porque a própria historia do Gabriel (Zero) é minimamente desenvolvida. E mesmo adorando os dois juntos, eu gostei da autora focar mais na principal e nos sentimentos dela. É como se a gente acompanhasse uma parte da vida dela sem se aprofundar muito em outras coisas.
Eu adorei e recomendo. Lembrando q se vc ler pelo romance em si, provavelmente não vai gostar muito.
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Manoela Pontual 05/01/2016

Não vale a pena!
Peguei esse livro pra ler cheia de expectativas, pela sinopse tinha tudo para me agradar, um tipo de livro que me atrai bastante, com muito drama e superação. Porém o livro é desenvolvido de forma um pouco chata. No início ele parece até que será um bom livro, mas aos poucos você vai enchendo o saco dessa história onde nada acontece. Ele só não é terrível pois é bem fino e quando você acha que está chato demais ele acaba, diminuindo a tortura.
Todo o livro é escrito em forma de diário onde a personagem principal vai contando em capítulos bem curtos (a maioria de 2 a 3 páginas) as coisas que aconteceram com ela, começando com a morte da mãe. Alguns capítulos em que ela fala da mãe ou parece até mesmo falar com a mãe, é bem emocionante e talvez seja isso que salva um pouco o livro. O relacionamento entre os dois personagens principais parece que vai se desenvolver a qualquer momento, mas nunca desenvolve realmente e você fica o tempo todo só na espera. Parece que o livro não sai do lugar. Senti falta de conhecer um pouco mais o personagem Zero que me pareceu muito interessante, misterioso, intrigante. Mas, mesmo ele sendo um dos personagens principais, ficamos completamente no escuro, ou melhor, em Zerolândia, onde nada é dito. Não conhecemos muito sua vida, sua família, o que ele quer e seu comportamento no final do livro. Uma pena, ele me parecia um personagem fantástico, mas como o diário não é dele só ficamos sabendo pouco sobre ele.
Como ele é escrito em forma de diário, o texto é corrido e não há diálogos entre os personagens, somente ela contando coisas que aconteceram e que foram ditas. Estranhei um pouco essa forma pois nunca tinha lido nada assim.
O final do livro é terrível, você fica querendo respostas a coisas que não são dadas e fica sem saber o que vem pela frente, pois de repente ele acaba, como uma pessoa que um belo dia resolve parar de escrever em seu diário.
Não é um livro que recomendo.
Gui 07/07/2016minha estante
Concordo totalmente...




Bruuh 04/11/2015

"Meu Inverno em Zerolândia compreende o doce sabor do amor após uma amarga perda"

Meu Inverno em Zerolândia traz a história da Alessandra, que perde sua mãe aos 17 anos. Seu falecimento não ocorreu de uma hora para outra, mas sim de forma dolorosa e angustiante.

Em 27 de setembro, primeiro dia de aula após o luto, Alessandra fica apavorada. Ela se sente como se alguém cujo segredo mais íntimo acaba de ser revelado ao mundo. Ale não quer chamar a atenção, não quer seus amigos e até colegas com quem nunca falou perguntando como ela está e oferecendo frases motivacionais. Ela não quer que o mundo continue, mas tudo tem que continuar, o mundo não parou, ela tem que ir em frente.

Sendo assim, ao invés de ela sentar-se na carteira de sempre, ao lado de sua "amiga" Sonia, Ale tem duas opções: ou vai embora dali ou fica invisível. Com isso, ela segue para a carteira dos fundos, ao lado de Gabriel Righi, deixando todos da sala chocados.

Gabriel não tem uma vida fácil, ele passa por dificuldade em casa, tendo um pai que vive para a bebida e uma mãe que trabalha por dois e sofre com a violência do marido. Apelidado de Zero, ele é o cara que não está nem aí para nada. Reservado e quieto, vira motivo de chacota da classe, cada um inventa algo sobre ele. Assim, quando Ale dirige-se ao lado de Zero, dele não sai nenhuma expressão, ele simplesmente a ignora. E isso para a Alessandra é o paraíso.

"E no entanto aqui estou, esmagada de tristeza misturada com uma ridícula dose de loucura, colada à mesa, com a contagem regressiva já iniciada. Três, dois, um. Zero."

Ela apelida seu lugar de Zerolândia. Afasta-se de seus amigos e apenas vive um dia de cada vez. Um silêncio de cada vez. Em um novo mundo.

"Agora estou em Zerolândia. Novo país, novas pessoas, praticamente duas, eu e Gabriel Righi, o único, exclusivo e autêntico Zero, o rei absoluto de um reino deserto, bobo da corte numa turma que não perde a ocasião de dar risada às suas custas. E ele corresponde, nunca nos decepcionou."

O livro intercala capítulos de antes e depois da morte da mãe de Alessandra. Conhecemos a fundo suas lutas, dores, arrependimentos, enfim, suas experiências boas e ruins. Vemos o quanto a dor da perda está quebrando a Ale aos poucos.

Claro que, com o passar do tempo, Alessandra e Gabriel começam a se conhecer melhor e acabam se relacionando. Todos da sala os apelidam de Zero e Zeta.
Contudo, Ale e Gabriel são imprevisíveis, fechados, angustiados; com seus próprios problemas, e isso afeta o relacionamento deles.

A autora trouxe um romance além do amor romântico, abordando diversos tipos de amor e este livro tem como base o amor entre mãe e filha. Zerolândia é um lugar para desaparecer, para guardar as dores, as lembranças, para recomeçar pouco a pouco. Em seu próprio tempo.
E dessa forma, presenciamos os erros e acertos da Ale, assim como seus recomeços.

"Quando a felicidade voltar, vou fingir que não é nada.
Fingirei não perceber, como alguém que pode dispensá-la, que aprendeu e que basta.
Quando a felicidade voltar, não vou dizer nada a ela.
Fingirei não a ver e pronto.
Do mesmo jeito como, quando estudava, eu ouvia você se movimentando em seu quarto,
ouvia o rádio transmitir a música baixinho,
e não prestava atenção porque aquilo me parecia uma coisa de nada.
Era aquilo, a felicidade, e eu não sabia.
Às vezes no silêncio me parece haver alguma coisa do outro lado da parede e começo a escutar. Encosto o ouvido ali e espero.
Da minha parte, só o vazio; da sua, a ausência.
E vencem sempre.
Deixo que me aniquilem com o poder das coisas invisíveis.
Quando eu era pequena, você me botava na cama e encostava a porta.
Eu ouvia vovó perguntar baixinho 'Ela dormiu?' e você respondia 'Sim, estava cansada. Passou o dia brincando', e depois 'Se amanhã fizer tempo bom, vou levá-la á pracinha.'
Vou levá-la à praia, vou levá-la comigo.
Até o fim do mundo.
Sempre.
Para sempre.
Vozes de outro aposento.
A felicidade não era um grito, mas apenas um sussurro.
Vozes de outro aposento.
Devo me lembrar disso, embora saiba que nada será como antes, nada volta igual no tempo.
Aquele cochicho baixinho é toda a felicidade que conheço."

Meu Inverno em Zerolândia é uma obra singela e delicada, com passagens e reflexões maravilhosas. Aborda diversos temas da adolescência, além dos mais pesados, como a depressão e o bullying. A capa e a diagramação são lindas, além de a narrativa ser impecável. Este romance fora publicado pela Suma de letras, selo da Editora Companhia das Letras.

E você, já esteve em Zerolândia?
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Nay 18/05/2015

Bom
Meu Inverno em Zerolândia - Gostei :)

Não escolhi esse livro diretamente, ele foi escolhido no grupo de leitura que eu faço parte na categoria romance, também decidi ler pela capa que achei bonita, o título e por ser uma obra nova e com poucas páginas, nem li muito a sinopse (me julguem haha).

Eu realmente esperava um romance açucarado e com a mesma história clichê, em que os personagens só agem de maneira infantil e suas escolhas e atitudes irritam ao máximo o leitor.
Em Meu Inverno em Zerolândia, encontrei a mesma história clichê, porém por também tá entrelaçado na história romântica do casal central do livro, a história da dor em perder uma das pessoas que mais amaremos na vida.
A história contada como um diário por Alessandra, adolescente que acaba de perder a mãe pro câncer, sabemos o quanto esse processo é doloroso, é como ver quem amamos partindo lentamente, Ale conta isso através de suas memórias, momentos de quando era criança, de rebeldia, a descoberta da doença da mãe, a luta, a perca, o depois e em alguns momentos é como se ela escrevesse para a mãe.
Esses trechos dentro do livro são bem profundos e nos leva a refletir sobre como seria ( no meu caso) passar por isso, em certo momento do livro me peguei a pensar como seria doloroso esquecer a voz da minha mãe um dia, a personagem não faz essa referência, mas essa situação me despertou questões dolorosas e amargas que preferi deixar passar.
Pode soar meio depressivo e triste, mas é bom imaginar o pouco da dor de não se ter o que tanto ama, ajuda a valorizar ( senti vontade de ir acordar minha mãe com um abraço).

Pra equilibrar tudo, esse sentimento pesado de perca vem a história de Alessandra com Gabriel ou Zero. A dor muda a pessoa, faz rever valores, opiniões... Alessandra mudou e a partir dai ela enxergou Zero. A relação dos dois é conturbada e intensa, eles carregam muita dor no coração, e pela idade dos personagens e toda a situação, fica fácil perdoar os erros cometidos pelos dois.

Gostei muito de como a história se desenrolou e acabou, já li algumas criticas negativas na net e as respeito, pois cada livro nos desperta sentimentos diferentes.

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Viviane 27/04/2015

Lindo!
Uma deliciosa surpresa!
Zerolândia me mostrou a reconstrução de dois jovens que tem problemas pessoais.
Gustavo é chamado de zero, não quer se notado na escola e tem inúmeros problemas familiares e na sua vida.
Alessandra perde a Mãe e decide se unir a Gustavo na sala de aula, dando o nome as carteiras deles de Zerolândia.
O livro alterna os pensamentos de Alessandra e toda sua luta para se reconstruir.
Deliciosa leitura e comovente.
Me arrancou muitas lágrimas.
Recomendo.
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Vanessa Vieira 22/03/2015

Meu Inverno em Zerolândia_Paola Predicatori
O livro Meu Inverno em Zerolândia, primeiro romance da italiana Paola Predicatori, nos traz uma história singela e tocante sobre dois adolescentes supostamente rebeldes e com profundas mazelas na alma que acabam se unindo e desencadeando um belo laço de amor. A trama foi muito bem escrita e possui uma conotação até mesmo lírica e os personagens são bem heterogêneos entre si, tornando o enredo belo e comovente.

Alessandra tem apenas 17 anos quando sua mãe vem a falecer. Quando retorna ao colégio, tudo o que ela mais quer é se afastar de todos e se isolar em sua própria dor. Firme em sua decisão, ela decide mudar-se de mesa e se sentar junto com Gabriel, conhecido pela turma como Zero devido a sua introversão e isolamento. Querendo ser ignorada assim como o garoto, Alessandra acaba por descobrir que Zero é mais interessante do que ela poderia imaginar, além de possuir um talento nato para compor desenhos. Juntos, os dois se tornam Zero e Zeta, se tornando cúmplices um do outro.

O forte laço de amizade que os une acaba por atingir outras proporções e, aos poucos, eles se vêem vivenciando um belo e terno sentimento, capaz de mudar suas vidas para sempre. Alessandra sente profunda e amargamente a falta da mãe e está extremamente confusa quando o seu relacionamento com Zero começa a evoluir e, justamente quando mais precisa dele do seu lado, ele simplesmente desaparece...

Meu Inverno em Zerolândia é um livro intenso e que nos traz diversas reflexões a respeito da vida, como o verdadeiro valor dos sentimentos, o equilíbrio entre o bem e o mal e, acima de tudo, a essência de nossa existência. Acompanhamos através de Alessandra e Gabriel a dor da perda, o quão árdua pode ser a rotina escolar e os caminhos tortuosos e incertos que o amor pode tomar. Narrado em primeira pessoa por Alessandra, de forma pungente e levemente poética, adentramos o seu universo e acompanhamos toda a dor que lhe foi incutida com o falecimento da mãe, bem como as dificuldades de sua adolescência e a descoberta do primeiro amor.

"A praia, vazia, infinita. Já não é sequer um espaço, mas o plano inclinado do tempo onde a memória desliza."

Alessandra sofre demais com a ausência da mãe. É como se o chão lhe faltasse sob os pés e ela não visse mais nenhum motivo para continuar. Tendo a avó como único membro da família, ela sente um vazio profundo dentro de sua alma e resolve se isolar em sua própria dor, como se a mesma fosse uma espécie de redoma. Quando retorna ao colégio, decide se afastar de todos os colegas e permanecer neutra em prol a tudo, se juntando a nulidade da turma, ou seja, Zero. Ela imagina que do lado dele conseguirá toda a distância e isolamento de que precisa e acaba por descobrir que seu colega de classe é bem diferente do que ela poderia supor. Apesar de sua aparente indiferença, Zero possui uma profunda sensibilidade, além de fazer desenhos impecáveis e se mostrar um verdadeiro pilar de sustentação na vida de Alessandra.

"Não se pode decidir quando parar de amar alguém, nem por quem se apaixonar."

Zero, assim como Alessandra, também possui seus próprios espinhos na alma. Ele sofre bastante dentro de casa devido a violência do pai e se isola em seu próprio mundo em busca de uma válvula de escape para a terrível crueldade que enfrenta. Todos o julgam, mas ninguém sabe o que realmente se passa em seu interior ou ao menos procurou saber e talvez ajudá-lo. Ao mesmo tempo em que ajuda Alessandra, ele acaba por ajudar a si próprio a lidar com as mazelas e adversidades da vida.

"Em Zerolândia, agora, tudo desaparece pouco a pouco, coberto pela neve branquinha que não para nunca de cair. Zerolândia não tem estações, não tem primaveras, mas só um inverno longo e silencioso que agora acabou. A passagem está fechada, os duendes e as fadas foram embora, a magia desapareceu, o tempo expirou, e nós nunca existimos."

Em síntese, Meu Inverno em Zerolândia nos mostra dois jovens que encontram forças um no outro para vencer as tormentas da vida e são agraciados por um belíssimo romance entre si. Além da terna e sutil história de amor que nasce entre seus protagonistas, acompanhamos também várias reflexões acerca da vida, de um forma pueril e levemente poética. A capa é muito bonita e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Recomendo, com certeza!

site: http://www.newsnessa.com/2015/03/resenha-meu-inverno-em-zerolandia-paola.html
Biatrizbittencourtdelima 01/07/2021minha estante
Ele é ótimo,o primeiro livro q eu li,mais o final dele...sinto q preciso de uma outra parte da história,e acho q o livro não terminou de uma forma legal,acabou despertando uma curiosidade sobre o q aconteceu depois de tudo isso entre Zero e Zeta,confesso até q quando eu terminei eu chorei muito kkk,aguardo por uma parte dois com muitas espectativas e esperanças




Caverna 12/03/2015

Alessandra é uma garota de 17 anos que nos conta como foi os últimos dois anos com a mãe doente, tentando lutar contra o câncer nos rins. Mesmo após cirurgias, o tratamento não deu resultado, e ela acabou morrendo. Com isso, Alessandra se sente profundamente deprimida, como se tivessem arrancado uma parte dela. A casa onde ela e a avó moram é assombrada por uma terrível tristeza, as duas mal se falam, cada uma no seu próprio sofrimento.

Quando as aulas voltam, ela continua querendo paz. Por causa disso, ela ignora suas amigas, e vai se sentar justamente com ninguém mais, ninguém menos, que Zero. Ele é um garoto com diversos problemas em casa: seu pai não trabalha e só sabe beber e descontar na esposa, enquanto a coitada sofre em silêncio, tendo de aturar a situação. Gabriel (o nome verdadeiro dele) não liga pra escola, vai mais por ser obrigado, e passa a aula inteira desenhando, sem entregar lições de casa, levando assim sempre nota zero, e por isso pegou o apelido. Ele é sempre o motivo principal de risadas na classe, embora permaneça sempre em seu canto, quieto, sem se comunicar com ninguém. E era exatamente disso que Alessandra precisava, só de sossego.

Nos primeiros dias que se passam, é como se ela realmente estivesse sozinha. Ele não fala, nem parece perceber a presença dela ao seu lado. E aquela solidão cresce tanto, que ela acaba indo numa festa cheia de gente do colégio, só pra encher a cara e se esquecer de tudo. Mas sua paz é interrompida quando Giovanni, um dos garotos mais desejados, dá em cima dela, a tratando com força, e ela é salva por, adivinha quem? Gabriel.

É a partir de então que a relação deles se inicia, e vai crescendo de forma beeem lenta. Gabriel é um cara silencioso, gosta de ficar no canto dele e de fumar, e de alguma forma, Alessandra se sente bem ao seu lado, em Zerolândia, um universo só deles. Mas mesmo quando eles se envolvem de outra maneira, ela não consegue sentir que ele realmente se importe tanto assim com ela. E então ela comete uma loucura que pode colocar tudo em risco.

quase até como se ela estivesse contando tudo o que acontece pra mãe. E graças a isso, é difícil acompanhar os diálogos com maior liberdade. Aliás, é mais texto do que conversa em si. Se a autora destacasse mais como o diálogo era desenvolvido, acrescentado mais detalhes, nós poderíamos captar melhor o avalanche de sensações pelo qual ela estava passando.

Ainda assim, mesmo apesar disso, não tem como não se comover com a saudade que ela sente da mãe. Acho que esse é um livro direcionado em grande parte pra perda, pra dor que sempre vai estar lá, pra aquele desejo enorme de ter a pessoa ao seu lado, e saber que nunca mais isso vai acontecer. E direcionado, também, a relação mãe e filha. Vários capítulos são dedicados só a mãe de Alessandra, do quanto ela sente sua falta, de recordações, diversos detalhes que nos faz sentir como se fizéssemos até parte da família. É realmente bonito como nem por um momento a autora deixou de lado o fato de a mãe ter morrido há pouco tempo, e como aquilo sempre a afetava de alguma forma, em alguma situação específica.

E Gabriel não fica fora dessa. Ele é extremamente difícil de se compreender, e as vezes também arrogante, mas aquele é o jeito dele, então não se incomoda em se expressar. E ao mesmo tempo é adorável; a proteção que ele dá a Alessandra, sem ser exagerado, e ainda assim mantendo uma devida distância. E o final; ah que nervoso, eu entendia totalmente seu lado, mas dava vontade de chacoalhar a cabeça dele pra que não fizesse besteira também.

Confesso que não saquei muito o porque da mudança de Alessandra. Dá a entender que ela era uma das garotas populares, e não é dizer que os amigos deram as costas pra ela; na verdade, a maioria mandou recados, dizendo que lamentava a perda. E eu entendo, ela simplesmente estava muito abatida na hora e não queria mais ninguém falando aquilo, mas né.. Foi uma decisão bem radical. Não que eu esteja reclamando, porque senão não teria nada de Gabriel/Zero, e ele é um personagem e tanto, mesmo com suas poucas palavras. E também, com isso ela pôde perceber as segundas intenções da maioria das pessoas que se diziam amigas dela. Ás vezes é necessário sair da zona de conforto pra observar a cena com outros olhos, né?

site: http://caverna-literaria.blogspot.com.br/2015/03/meu-inverno-em-zerolandia.html
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Naty__ 26/01/2015

Romance demais, emoção de menos
Descobri esse livro através dos Blogs literários e, quando me deparei com a sinopse, fiquei imediatamente interessada para conhecer a história. Não sabia o que esperar, embora, muitos blogueiros estivessem elogiando o trabalho de Paola Predicatori, então fui fisgada pelos comentários dos leitores.

Alessandra é a protagonista e a narradora de sua própria história. Sua mãe falecera, vítima de câncer, quando a filha tinha apenas de 17 anos. A partir desse dia, a vida da garota mudou radicalmente. Não existiam motivos para felicidade, ir à escola era sua única atividade, além da natação e viver sob os cuidados de sua avó.

Quando volta à escola, Alessandra não sabe como lidar com os olhares de pena que seus colegas lhe ofertam. Sem saber como proceder, ela resolve sair da mesa em que divide com Sonia e parte rumo à mesa de um jovem meio invocado, sério e que não quer conversa com ninguém. Isso é ótimo para ela, já que a última coisa que a garota desejasse naquele instante seria conversar com alguém. Estar ao fundo da sala com um estranho era o que ela apetecia.

“Viver no medo, agora eu sei, é o pior dos pesadelos, e foi assim que mamãe viveu por todo aquele tempo, com aquele pensamento de morte dia após dia, hora após hora”.

O nome do jovem é Gabriel Righi, conhecido como Zero. Ele foi apelidado dessa forma por ser considerado um perdedor, um fracasso total, por ter uma vida regada de coisas negativas. Um pai bêbado e uma mãe que sofre com o tratamento do marido. Eles moram em um conjunto habitacional, localizado em um bairro bem inferior. Gabriel é obrigado a sair de casa porque o pai não quer sustentá-lo.

É assim que tudo retoma para Alessandra. Aos poucos, ela tenta contato com o jovem, mas ele sequer dá bola para suas falas. Certo dia ela indagou porque ele tinha faltado na aula. A resposta de Zero foi tão grosseira ao dizer que ele não lhe devia satisfações que a garota decidiu que era melhor evitar aproximação. Por trás desse jovem frio existe um rapaz que sofre diariamente. Gabriel é muito solitário e tenta abastecer-se de outras maneiras. Ele desenha durante as aulas e constantemente falta, sem ninguém entender o porquê.

Com a constante presença dela, o Zero passa a ser mais sutil em alguns momentos. Já não e totalmente grosseiro e silencioso. Fala algumas coisas e responde outras, quando acha conveniente. Fora da escola, os encontros passam a ser frequentes e os alunos pensam que eles estão tendo algum relacionamento escondido. De fato, era o que Alessandra mais queria.

“Eu o invejo por aquela coisa que ele sabe fazer tão bem e que no entanto não exibe nunca, não explora nunca, por aquele seu talento que esconde nas mãos fechadas e metidas nos bolsos de casado de 15 euros”.

A autora desenvolve muito bem a narrativa e, a todo o momento em que Predicatori descreve os sentimentos de Alessandra, podemos sentir a sua dor. Perder a mãe com apenas 17 anos e não viver com o pai desde o nascimento é um processo complicado para uma garota ter de passar. Existem detalhes que a autora descreve e deixa o leitor estagnado. As emoções afloram e a vontade é apenas reviver a presença da mãe da protagonista. Ela era sempre muito doce e gentil com a filha. Queria fazer as melhores coisas e, muitas vezes, a própria personagem esclarece que sentia vergonha de ter a presença de sua mãe ao levar e buscá-la na natação. Depois da morte, ela entende que tudo o que a mãe fazia era por amor e faria qualquer coisa para ter a presença dela outra vez.

A narrativa é intercalada por acontecimentos na escola, saídas com Gabriel e a saudade da mãe. Alessandra conta detalhes marcantes que viveu e como poderia ter sido se ela ainda estivesse viva. Ela ressalta suas dores e seus desejos de querer que tudo volte a ser como era antes.

A obra é uma verdadeira lição para quem consegue enxergá-la dessa forma. Afinal, a protagonista precisa lidar com as próprias emoções, com as perdas e o sentimento por Gabriel, o tão misterioso garoto que ela tanto quer entender. Para quem gosta do gênero, certamente, irá se envolver e se emocionar com o sentimento da perda, da dúvida, da saudade e do abandono.

“Sofrer é também um modo de amar você, e eu agora sei quanto te amei, e só o sei quando me sinto assim. Talvez seja uma estupidez pensar desse jeito, mas às vezes acho que com a felicidade não se aprende nada”.
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Livros e Citações 17/01/2015

Valeu o tempo da leitura
Autor: Paola Predicatori
Editora: Suma de Letras
Páginas: 184
Classificação: 3.5/5 estrelas

http://www.livrosecitacoes.com/resenha-suma-de-letras-meu-inverno-em-zerolandia-paola-predicatori/

Quando tudo ao seu redor fica em pedaços, para onde ir? O que fazer para amenizar a dor e seguir em frente? No caso de Alessandra, protagonista de Meu inverno em Zerolândia, ela decidiu se distanciar de todos a quem tinha certo apreço e se refugiar em Zerolândia, um lugar onde somente ela e Zero existem e a opinião alheia não importa.

"É a única coisa que eu queria. Voltar atrás. Parar o tempo."

Mas o que exatamente é Zerolândia? Na verdade, o que importa não é o que mas quem. Zero é, na verdade, Gabriel, um garoto conhecido por Zero em razão de suas atitudes para ignorar os estudantes de sua classe. Se ele vai a aula, ele dorme, desenha ou simplesmente não dá atenção ao que está ao seu redor e é exatamente isso que Alessandra precisa após perder sua mãe. Ela precisa de distância das futilidades adolescentes e lamber suas feridas em paz, mas estar ao lado de Zero não será como ela imaginou e talvez esse garoto que ninguém nunca prestou muita atenção seja a ajuda que ela precisava para seguir em frente.

O que mais me chamou a atenção nesse livro é quão fiel a sua cultura ele é. Ao invés de se converter aos trejeitos americanos, a autora escolheu fazer Meu Inverno em Zerolândia respirar a Itália e até bateu a saudade de meus amigos italianos, sempre com um cigarro em mãos e sotaque de máfia, mas é exatamente esse o problema na leitura desse livro, um dos motivos que me fez ficar em cima do muro em relação a ele. Primeiro, ele não é para todos, talvez ele fuja tanto do que é comum para a maioria dos leitores brasileiros (vamos confessar que os livros americanos ou que tentam imitar a cultura de lá imperam aqui) que a narrativa e desenvolvimento da autora não seja muito a gosto, então se você nunca leu nada escrito por um autor italiano, você vai estranhar e muito a narrativa dessa obra, mas você precisa começar com algo, certo?

"Não se pode decidir quando parar de amar alguém, nem por quem se apaixonar."

Há também um outro fator que poderia se tornar um problema: tudo é muito lírico, abusando dos sentidos do leitor para não só ler a obra, mas sentir, seja a brisa do mar ou a tristeza da protagonista, e essa característica se encaixou perfeitamente para mim, foi um livro mais de sensações e algo que fez a leitura durar, algo essencial em uma obra tão curta.

E apesar do livro não conter nem duzentas páginas e ser, teoricamente, uma leitura rápida, a história de Alessandra não é nada simples, pode levar dias para entender e entrar no mundo da garota que cometeu diversos erros e teve sua família desestruturada após a morte de uma mãe que carregava a alegria e vontade de viver por onde passava. Há também Gabriel, com seus próprios problemas e escolhas a serem feitas e seu próprio potencial, o grande trunfo e falha da autora, porque um personagem com tanta história para contar merecia um espaço maior.

E é basicamente entre erros e acertos que essa leitura se desenvolve, o que deixa Meu Inverno em Zerolândia longe de se tornar um favorito mas algo que valeu o tempo de leitura ao ponto de eu querer ver até onde a autora vai após esse romance de estreia tão instável.

Resenha por: Gabrielle

site: http://www.livrosecitacoes.com
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Ana Caroline 10/01/2015

Meu Inverno em Zerolândia é um livro que trata sobre a dor da perda, sobre o rumo que uma pessoa pode tomar quando se está de luto, sobre descobertas, amizades, paixões e sobre como a vida continua apesar de tudo.


Neste livro vamos conhecer Alessandra, uma menina de 17 anos, que está sofrendo com a morte de sua mãe. A dor de perder uma pessoa amada é enorme, mas quando você vai perdendo essa pessoa aos poucos para uma doença terminal o seu mundo pode ficar fora do eixo e é isso que acontece com Alessandra.


Após o falecimento da sua mãe nada do que antes era o seu mundo faz sentido para Alessandra, suas amigas não parecem suas amigas e sua vida não parece sua vida. Tentando colocar um pouco de ordem nessa bagunça de sentimentos ela decide se isolar na “Zerolândia”, um lugar que existe somente na sua imaginação, onde tudo é calmo e silencioso, onde ninguém se importa com a opinião alheia.


Mais Zerolândia tem um dono, Gabriel, um menino apelidado de Zero por ser considerado como alguém insignificante para os demais, e é ao lado dele onde ela decide se sentar. No começo Alessandra decidiu dividir a Zerolândia com Gabriel apenas porque queria se isolar do resto da sala e porque sabia que Gabriel não tentaria interagir com ela, mas com o passar do tempo as coisas vão mudando e Alessandra começa a observar de perto aquele menino que ninguém se importa e ela começa a buscar alguma interação com ele.


Gabriel é um garoto que vem de família humilde e que mesmo tão novo já carrega muito da vida, ele não se importa com as notas e vive faltando às aulas, ninguém entende o porquê dele ainda ir para a escola e todos os tratam como um nada, um zero. Sua família é desestruturada e por isso ele passa muito mais tempo na casa de amigos do que na sua própria casa.


Aos poucos, Alessandra e Gabriel começam se envolver, primeiramente em uma estranha amizade e depois em relacionamento que não tem nada de convencional. Eles não falam muito, mas transformam gestos em sentimentos e ambos não esperam muito um do outro, cada um com seus próprios problemas, com suas dúvidas e buscando um caminho para seguir na vida.


Em Zerolândia, agora, tudo desaparece pouco a pouco, coberto pela neve branquinha que não para nunca de cair. Zerôlandia não tem estações, não tem primaveras, mas só um inverno longo e silencioso que agora acabou. A passagem está fechada, os duendes e as fadas foram embora, a magia desapareceu, o tempo expirou, e nós nunca existimos.


Meu Inverno em Zerolândia é um livro sensível, retrata personagens que perderam algo, seja um parente ou o vínculo com a família, nos mostra como é para alguns suportar isso e que às vezes no isolamento encontramos o que procurávamos. Não é uma história de amor, não da maneira como você pode estar esperando e talvez não tenha o final que você vai estar esperando também, pois pelo menos pra mim o final seria diferente, mas eu até entendo esses autores que escrevem um final “inacabado” onde você como leitor pode usar sua imaginação e decidir o que acontece os personagens.

site: http://livrosleituraseafins.blogspot.com.br/
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saracaroline 02/01/2015

História ou Poesia?
Quando eu escolhi ler Meu inverno em Zerolândia, eu imaginava que seria um bom romance, daqueles meio clichês e grudentos em que os personagens são jovens demais para agirem corretamente, e as suas ações às vezes acabam irritando o leitor. Mas o que aconteceu durante a leitura, e o que esse livro me causou foi muito mais profundo e bonito; foi além de uma história aparentemente doce e cheia de amor.
A história começa com a Alessandra contando um pouco sobre sua mãe após a morte dela, e de como sua vida se reinicia com a volta às aulas após o seu enterro, como ela ignora suas então "amigas" e resolve ir até o fundo da sala, sentar-se com Gabriel, o Zero da turma, e fingir ser invisível também. No início ninguém entende nada, nem mesmo Alessandra, mas Zero não parece se ligar para a presença dela, e está sempre desenhando sem se importar com nada ao seu redor.
É tentando entrar nesse mundo que Alessandra se vê interessada em Zero, na calma e até indiferença que ele demonstra, mesmo tendo problemas familiares que são motivos de chacota pelos outros colegas de classe ricos: o pai de Gabriel é um homem bêbado que não trabalha e é extremamente violento, já a mãe, é uma pobre mulher que apesar de sofrer nas mãos do marido, ama seu filho mais que tudo.


"Agora estou em Zerolândia. Novo país, novas pessoas, praticamente duas, eu e Gabriel Righi, o único, exclusivo e autêntico Zero, o rei absoluto de um reino deserto, bobo da corte a contragosto numa turma que não perde nunca a ocasião de dar risada às suas custas."


Apesar de no início pouco se importar com seu colega de mesa, aos poucos, Alessandra nota o jeito solitário de Zero como um refúgio, e ambos começam a se tornar mais íntimos no decorrer das semanas. O problema é que Ale não sabe como se aproximar de Zero, ele parece sempre distante demais, com seu jeito de quem pouco se importa, tanto com a turma ou os professores, quanto com ela.
Então ela decide ir à uma festa do colégio, para ver se consegue voltar ao "antes", e após ter uma discussão com o cara mais bonito da escola, Giovanni, que tentou agarrá-la a força e se aproveitar de sua bebedeira, Ale é salva por ninguém menos do que Zero. E então finalmente é dada a largada para o relacionamento entre os dois.


"Fecho de novo os olhos e me aperto ainda mais a Gabriel. Dois zeros em fuga na noite, o infinito, nós também somos o horizonte de algo que combina com a escuridão."


Todo o livro é narrado pela Alessandra em forma de diário, a maioria dos capítulos são marcados como dias, mas há alguns em que ela narra os momentos do passado que viveu com sua mãe, indo desde à momentos em que ela era muito pequena, até à alguns instantes antes de seu enterro.
Nesses capítulos, mais que nos outros, dá para sentir algo muito pessoal na narrativa, porque ela fala como se fosse uma carta escrita exclusivamente para a sua mãe, nos capítulos do diário também acontece isso, várias vezes, mas são mais sutis.


"“Quando você volta?”
“Quando você dormir.”
E eu adormecia, e no tempo do sono você voltava. Eu acordava e a chamava logo, às vezes chorosa, às vezes contrariada, e você vinha. Tinha mantido a promessa, tinha voltado. Eu do sonho do meu sono, você do mundo lá de fora.

(...) Saudade de quando eu ainda não tinha nascido e éramos uma coisa só e você nunca iria embora sem mim."


"Você não será o pensamento constante que dói, mas a coisa inesperada que nos surpreende e nos liberta."


Eu me senti muito "afetada" com esse livro, sinceramente, consegui sentir tudo o que a Alessandra narrava, toda a angústia que ela sentia. A narrativa tem um toque de poesia tão lindo que me encantou; não é atoa que a resenha está cheia de partes do livro (eu queria ter colocado muitos mais, mas eu ia acabar colocando o livro inteiro hahaha). A autora não poderia ter feito uma estreia melhor.
A história é um aprendizado, nos faz refletir sobre os pequenos detalhes da vida que deixamos passar despercebidos, aqueles em que nada aparenta ser grandioso, então é lhe dado pouco valor. E tudo remete à isso: dar valor às pequenas coisas.


"Quando a felicidade voltar, vou fingir que não é nada. Fingirei não perceber, como alguém que pode dispensá-la, que aprendeu e se basta. Quando a felicidade voltar, não vou dizer nada a ela. Fingirei não a ver e pronto. Do mesmo jeito como, quando estudava, eu ouvia você se movimentando em seu quarto, ouvia o rádio transmitir a música baixinho, e não prestava atenção porque aquilo me parecia uma coisa de nada. Era aquilo, a felicidade, e eu não sabia."


Confesso que em muitas partes o Gabriel me confundia tanto quanto confundia a coitada da Alessandra, às vezes ele parecia se importar, mas em outras ele parecia totalmente indiferente. Mas gostei dele, dava para ver que aquele era o jeito dele pra tudo, era como se ele fosse uma concha cheíssima por dentro, mas para se chegar até lá e ver esse seu lado, era muito difícil. Não dá pra considerar ele o tipo clássico de bad boy que se lê nos livros de hoje em dia; muito pelo contrário, e isso também me agradou. Há momentos realmente fofos entre eles e são nesses momentos em que dá para ver como o Zero é. Isso e nos desenhos que ele faz.


"Agora meu coração bate tão forte que imagino ter dois. É como estar em outro planeta e ter que habituar os pulmões a uma quantidade diferente de oxigênio. E talvez seja realmente assim, quando estou com Gabriel. Outro planeta, outro lugar."


Há personagens secundários que eu adorei, como as amigas da mãe de Alessandra, Claudia e Angela, que acabam sendo ótimas para ela, e que se tornam suas novas melhores amigas também, apesar de as duas serem muito mais velhas que a Ale. Mas ela também se sente mais velha, mais madura, e as amizades que ela tinha antes, como a sua então melhor amiga Sonia, se tornam fúteis demais pra ela.
Já essa amiga Sonia é totalmente insuportável, do tipo de gente que é mais falso que nota de três reais. Talvez tenha sido por causa da narração ou da minha interpretação pessoal, mas eu não consegui gostar dessa personagem.
Outro que teve destaque na história é Giovanni, o lindo e atlético garoto de olhos verdes que tenta ficar com a Alessandra na festa da escola.
O problema é que Sonia havia namorado Giovanni por pouco mais de um mês, e ela ainda é totalmente obcecada por ele, o que rende muitos momentos bem tensos entre as duas.
É com Giovanni que a Ale sofre maus bocados, eu morri de pânico quando li as cenas, me senti como se fosse ela e me apavorei junto, mas não vou entrar em detalhes, porque isso é umas das partes mais tensas e importantes da história.


"Qual é o trabalho que exige a mais alta capacidade de contar mentiras e acreditar profundamente nelas? Descobrir isso seria importante, eu teria o futuro garantido."


A autora não se deteve e descreveu os adolescentes do livro sem restrição alguma, revelando um mundo distante do adulto, onde não há regras nem privações.
Posso dizer que esse livro foi uma ótima escolha, a leitura é rápida, os capítulos são curtos, e eu amo isso pois acho que facilita muito e não deixa que as coisas fiquem "pesadas"; a diagramação é bem simples e eu não encontrei nenhum erro de digitação.
Recomendo totalmente a leitura. Parece ser uma história simples de uma garota solitária que conhece um garoto solitário, mas vai muito além disso, vai além da capa e de qualquer estereótipo feito antes de se virar as primeiras páginas. É tocante, e sem esforço, conseguiu me prender e me fez querer ler mais. Infelizmente o final ficou meio incerto, nem ele foi como eu imaginei que seria, e, mesmo não me deixando totalmente feliz, acho que ficou de bom tamanho. Zerolândia é o tipo de lugar em que a gente sente vontade de revisitar várias e várias vezes, e depois que eu cheguei ao final, percebi que o fim do livro estava ali, abertamente escrito nas poucas letras do título. Vocês só vão entender quando lerem, então, leiam.
Amei cada parte, me emocionei, me apaixonei e me encantei com essa história, que não merece nem de longe um Zero, e sim, um lindo e gigante Dez.


"É incrível, pensei, como o final das coisas sempre se parece com o início."



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