Maria - Blog Pétalas de Liberdade 20/12/2018Resenha para o blog Pétalas de LiberdadeA história nos apresenta Verity Thompson, filha de um homem rico e dono de uma fábrica. Após a morte do pai, o primo de Verity lhe chantageou para que se casasse com um conde, na intenção de se aproximar da sociedade aristocrática e de afastar Verity e o futuro marido do negócio, assim o primo poderia tomar conta de tudo, já que um aristocrata provavelmente só se interessaria pelo dinheiro e não interferiria nos negócios.
O nobre em questão era Grayson, o conde de Hawkeswell, dono de um gênio forte e com dívidas o suficiente para o dote da noiva superasse a falta de uma origem nobre.
Vendo que o primo não parecia estar respeitando as mínimas exigências que fez para se casar (não prejudicar uma senhora e o filho, que eram muito queridos para Verity), ela decidiu fugir no dia do casamento, dando a entender que teria morrido no rio. Seu plano era voltar quando atingisse a maioridade, quando o primo não poderia mais mandar nela, conseguir a anulação do casamento e administrar a fábrica, como era o desejo do pai.
Verity encontrou refúgio na casa de uma viúva, onde passou a trabalhar com outras mulheres num negócio chamado As Flores Mais Raras, que fornecia flores para a decoração de festas, e lá ficou escondida por dois anos.
Mas, certo dia, Lorde Hawkeswell foi com um amigo à propriedade As Flores Mais Raras, já que o amigo havia se casado com uma das sócias do negócio, e encontrou Verity. Ao contrário do que a jovem imaginava, ela não foi considerada morta, apenas desaparecida, e com isso o conde não recebeu o dote e continuava numa situação financeira complicada, não estando interessado em anular o casamento, além de furioso por ter sido enganado.
A história se desenrolará com Verity descobrindo tudo o que aconteceu enquanto esteve escondida e tentando convencer Lorde Hawkeswell a anular o casamento em troca de uma compensação financeira, mas vendo seus planos irem por água abaixo quando o conde se mostra interessado em consumar o casamento.
"Ela não tinha se dado conta que o amor, assim que ganhava raízes, podia crescer e se propagar, mesmo depois de a pessoa achar que ele já a preenchia. Mas era isso que estava acontecendo, enquanto estavam sentados à frente da lareira. Sentia o seu amor se aprofundar e ramificar-se e isso a comoveu profundamente." (trecho do último capitulo)
O que mais gosto em romances de época é ver o amor florescendo e sendo demonstrado em palavras e gestos, numa época em que havia uma série de regras para se aproximar do sexo oposto. Porém, "Provocante" não me agradou totalmente. O principal motivo foi o fato de os personagens terem demorado tanto para se acertarem, o amor entre eles só apareceu, só floresceu no último capítulo, e o livro tem 400 páginas!
A história ficou cansativa, com Verity usando o corpo como moeda de troca para que Grayson lhe ajudasse a descobrir o que tinha acontecido com as pessoas que ela amava e lhe permitisse voltar à fábrica e à casa em que viveu boa parte da vida. O casal é de classes sociais diferentes, e demora para Grayson entender que ser uma condessa não importa nem um pouco para Verity. Ele, pelo seu modo de agir, não é um mocinho pelo qual torcemos ou amamos.
"– Presumo que vá fazer uma visita ao administrador dos meus bens, Sr. Thornapple.
– Sim. Existem papéis para assinar.
– Devo acompanhá-lo?
– Não será necessário.
É claro que não. Ela já não tinha qualquer voto no uso que seria dado a sua herança. Aos olhos da lei, ela deixara de existir. A carta do Sr. Thornapple praticamente dissera o mesmo de modo inequívoco. A partir de agora, seu marido receberia o rendimento proveniente do negócio, juntamente ao que tivesse acumulado no fundo fiduciário onde esse dinheiro havia sido colocado desde a morte do pai. Aquele fundo fiduciário se extinguira com o casamento e iria tudo diretamente para o marido, sem qualquer desvio."
Há alguns mistérios na história relacionados ao desaparecimento de funcionários das fábricas da região, conflitos entre nobreza e burguesia, e apesar de eu não ter gostado da condução do romance por achar que os personagens poderiam ter lidado de outra forma com seus problemas, decidi resenhar o livro por ele retratar bem esse período histórico, onde o casamento tornava uma mulher submissa ao marido perante a lei.
Esse foi o meu 2° contato com a escrita da autora (o outro foi em "Jogos de prazer") e reforçou a minha impressão de que os romances de época da Madeline Hunter não são muito românticos, fica a dica para quem prefere romances assim.
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