Exorcismos, Amores e Uma Dose de Blues

Exorcismos, Amores e Uma Dose de Blues Eric Novello




Resenhas - Exorcismos, Amores e Uma Dose de Blues


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Antonio Luiz 20/07/2016

Uma São Paulo chamada Libertà
Autores como Neil Gaiman e China Miéville popularizam internacionalmente a fantasia urbana, gênero no qual o fantástico e o sobrenatural se enredam com a vida real em cidades modernas, ora reais, ora imaginárias, ora um meio-termo dessas duas possibilidades. Um interessante espécime brasileiro deste último caso é Exorcismos, amores e uma dose de blues de Eric Novello, publicado pela Editora Gutenberg.

A obra pode ser lida como um exemplo sui generis de romance policial noir, com uma espécie de detetive como protagonista. Em uma São Paulo alternativa de nome Libertà, seres mágicos conhecidos como oníricos e feéricos convivem no dia-a-dia com humanos e tecnologia moderna, de maneira nem sempre pacífica. Uma organização de exorcistas, o Conselho de Hórus, investiga e policia os abusos e Tiago Boanerges foi um deles. Afastado da organização após um caso no qual se comprometeu de forma indevida e quase foi morto e em dificuldades financeiras, é convidado pelo ex-chefe a participar de uma investigação extraoficial que envolve sua antiga nêmesis, uma poderosa criatura sobrenatural conhecida como “musa” pela qual ele nutre emoções mais do que ambivalentes.

A descrição de Libertà é especialmente fascinante para quem vive na capital paulista. Os endereços, as ruas e a vida noturna são reconhecíveis, mas estão drasticamente transformados pela presença do sobrenatural. Na esquina da Consolação com a Tietê da São Paulo real, há apenas um banal Bar Brejinho, mas na versão de Libertà existe uma Drinqueria Blues onde magos e salvaxes (lobisomens-guarás) bebem e dançam enquanto o gerente consulta seu laptop. Nas vizinhanças da Praça da República, os usuários de crack foram substituídos por viciados em “cinedrona”, uma droga imaginária usada em combinação com realidades virtuais e no hoteizinhos de prostitutas da zona, há a casa La Sombra, onde se paga por sexo com mulheres possuídas por entidades oníricas chamadas efrites.

A saída de emergência do Cine Lótus, versão local do prosaico Cine Belas Artes, leva a um portal para o Entremundos, um misto de limbo e País Através do Espelho que conecta diferentes planos da realidade. Mas talvez o mais fantástico seja que no lugar dos fedorentos esgotos a céu aberto conhecidos como Tietê e Pinheiros existam belas hidrovias cercadas de parques e navegadas por iates e catamarãs.

Nem só de mistérios e ambientes intrigantes vive o enredo. A história de vida, os amores e as amizades compõem um retrato convincente e às vezes comovente do frágil, corajoso e simpático Tiago Boanerges em sua luta para sustentar sua decência em meio a um mar de corrupção e de perigos físicos e sobrenaturais. Tem como ajudante e pupila uma jovem necromante nipo-brasileira chamada Julia Yagami e para quebrar um clichê comum em enredos do gênero, ela é uma aliada, amiga e parceira a toda prova, mas não uma amante. Não que Tiago seja um adepto da castidade. Bissexual, protagoniza uma escaldante cena erótica a três com a vocalista e o guitarrista de sua banda favorita.

O maior reparo a fazer ao romance está na conclusão. O percurso é fantástico, os personagens cativantes, mas o final fica aquém da expectativa. O confronto definitivo é mais artificial e menos interessante que a maioria dos conflitos secundários que o precedem e a etérea antagonista se mostra bem menos poderosa e instigante do que se anunciava. Entretanto, para quem sabe que mais importante do que a chegada é o caminhar, a experiência de conhecer esse duplo da Pauliceia Desvairada e seus incríveis habitantes é recompensa suficiente.
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Leia um trecho:

Na porta de entrada, a pintura colorida de um crânio – com sóis no lugar dos olhos e um falcão de asas estendidas no centro da testa – o encarava como um guardião. Batizada de “absentia”, levava a assinatura de uma velha amiga da família. Era uma imagem simbólica, que lhe dizia muito, e por isso podia usá-la como uma aegis, uma proteção.

O exorcista espalmou os sóis e se concentrou nas defesas criadas por ele simultaneamente às pinceladas dadas sobre a madeira, verificando se ainda estavam íntegras. Aquele cômodo era seu refúgio psicológico e físico, um bunker em caso de um confronto com oníricos que não pudesse lidar.

Assim que entrou na sala e acendeu as luzes, ouviu um miado manhoso. Ori vinha pelo corredor como um gato normal, pé ante pé, em sua direção. Sentia-se atraído pelo lugar, curioso para desvendar a parte da casa que lhe era proibida, já que a magia de proteção impedia a sua passagem e a de qualquer outro habitante do mundo dos sonhos.

“Sinto muito, rapaz. Os brinquedos aqui são caros demais para você jogar no chão”.

Ori interrompeu o passeio e se sentou, olhos fixos no dono. Tiago esperou um miado de reclamação que não veio. Fez shhh mandando-o voltar, mas, em vez disso, o gato desapareceu. Se tivesse de apostar, diria que ele estava ali, no mesmo lugar, mirando-o com seus olhos negros.
Lorena Miyuki 20/07/2016minha estante
Antonio, pode me tirar uma dúvida? Existe algum personagem LGBTQ* na trama? Se sim, quem? (estou fazendo uma pesquisa, não tive tempo de ler o livro e preciso muito dessa informação)


Eduardo Vilalon 29/01/2017minha estante
Ao que parece é o protagonista, bissexual.




Renato Klisman 03/09/2014

A surpresa que eu não esperava em 2014. <3
"My happy little pill | Take me away, dry my eyes | Bring color to my skies
My sweet little pill | Take my hunger, lie within | Numb my skin"

Narrativas superficiais, personagens sem personalidade e histórias clichês são alguns dos grandes problemas que assolam a literatura atualmente.
Livros onde o autor não gera emoção no leitor e faz a leitura ser só mais um passatempo chato para desocupados parecem se multiplicar como Gremlins.

Há um bom tempo eu estava bem desanimado para começar a ler qualquer livro por esses e outros diversos motivos. Tudo parecia ser o mesmo miojo sem tempero, feito em três minutos só pra dar uma enganada na fome.
Mas em meio a esse mundo de histórias mal escritas, ler o Exorcismo foi uma surpresa maravilhosa. Enquanto a maioria dos livros demora em torno de 20, 30, 50 ou até 100 páginas para se tornar realmente interessante, isso quando se torna, o autor conseguiu na primeira página chamar minha atenção. Ao invés de me deparar com um miojinho sem sal, parecia que eu havia sentado em uma mesa de banquete, repleta de fartura, com os mais diversos tipos de texturas e sabores.

"O livro conta a história de Tiago Boanerges, um exorcista que trabalhava no Conselho de Hórus, mas foi expulso após se envolver com uma Musa, esta que deveria ter exorcizado do corpo de Liz, uma cantora com um público adolescente gigantesco.
A história se desenrola à partir do momento que começam a surgir boatos que a Musa está de volta ao Plano Físico em busca de vingança e um representante do Conselho vem até Tiago e abre para ele uma oportunidade de retorno, para se redimir e fazer corretamente tudo o que não havia feito antes devido a sua paixão pela Musa. Mas é óbvio que tudo não será tão fácil. A Musa volta mais ardilosa do que nunca."

EADB tem uma narrativa fluída, cativante e incômoda. Mas no bom sentido.
A curiosidade que o Eric consegue ativar no leitor é irritante. Ela te deixa louco por mais, para desvendar os segredos, para dar um fim a agonia de não ter uma memória fotográfica que absorva as páginas em uma única batida de olho. Os dedos coçam para pular as páginas mas os olhos não são capazes de desgrudar das folhas amareladas. Como se cada detalhe fosse importante, como se uma única letra perdida fosse afetar todo o desenvolvimento e entendimento da narrativa.

É incrivel a maneira como tudo é descrito, desde os cenários até as emoções dos envolvidos na trama. O autor faz o espectador conhecer cada membro do Cast e se afeiçoar a eles, o conecta as emoções de cada um e torna o leitor parte da história. Cada alegria, cada sofrimento atige não apenas os personagens, mas também quem ansiosamente vira as páginas.

A aura do livro é pesada, envolta numa névoa Noir com toques de Blus, o clima perfeito para elevar a adrenalina de quem acompanha tudo. O alerta de perigo iminente fica sempre aceso e, conforme a narrativa chega ao fim, simplesmente explode tamanha a tensão.

Tiago Boanerges (primeira vez que me lembro do nome de quase todo o elenco de um livro sem ter que ficar consultando a sinopse) é um cara guerreiro, atormentado e principalmente, humano, assim como Julia, Liz e todos os outros (Humanos). Cada um deles tem suas tristezas, alegrias e temores, esqueletos no armário que se revelam no momento certo e geram cada vez mais afinidade com o leitor. O autor sabe dar detalhes importantes da trajetória de cada um até o presente momento de forma que eles se tornam cada vez mais palpáveis, digo que qualquer leitor seria capaz de abrir uma conta fake no facebook e criar um perfil completamente plausível (Exceto é claro, pelas possessões e exorcismos de Musas, Idas ao Entremundos e Quase morte por Peste Negra) para eles.

São PaulERROR Libertà, a cidade onde se passa a maior parte da trama, é muito bem descrita, assim como as alusões aos outros reflexos paralelos, incluindo o Entremundos que liga todos eles. O autor consegue criar um Universo novo tão palpável que é possível se imaginar pegando um bus pra lá (e se você tiver condições, um avião), ou um portal em um espelho nos fundos do cinema mais próximo da sua casa.

Vejo muitos autores que tentam criar versões Dark de Alice no País das Maravilhas, mas sempre achei que eles nunca conseguiam realmente deixar os personagens Maus. No EADB é diferente, vemos uma realidade realmente assustadora e palpável de personagens como o Chapeleiro Maluco e outras nem tanto, como o gato de Cheshire, que no EADB é Ori (O qual, inclusive, estou procurando pra adotar), a Lebre e a Lagarta do Jardim das flores falantes. É perceptível que o autor não foi lá e apenas criou uma cópia barata dos personagens de Carrol, mas sim os fez renascer seguindo as regras de seu Próprio Universo, como se fossem reflexos (Melhores) do mundo da pequena Alice.

Pra resumir (ou vou escrever um livro com tanta coisa que tenho pra falar sobre o EADB), Exorcismos é um livro bem Marafoescrito, cativante, adorável em certos momentos, medonho e causador de paradas cardíacas em outros. Que consegue apresentar uma ideia inovadora num mundo de Ctl+C Ctrl+V, capaz de te prender da primeira a última página e (não exatamente) te libertar sedendo por mais

PS: O Marafo do Neon Azul aparece novamente na história, mais fofo e macabro do que nunca. Vou mandar imprimir uma camiseta #TeamMarafo, pq eu definitivamente estou apaixonado por ele.

site: http://rkbooks.wordpress.com/2014/09/03/resenha-exorcismos-amores-e-uma-dose-de-blues-eric-novello
Fernando.Rodrigues 12/08/2016minha estante
Achei o livro apenas mais um desses "Hellblazer em português".




Anna na biblioteca 02/11/2014

Submundo criativo!
Nada como ter uma segunda chance e Tiago Boanerges agarrou a oportunidade para dar a volta por cima, resgatar sua auto-estima e respeito. Exorcista banido do conselho de Hórus, que regulamenta ações dos seres deste mundo onírico, recebe uma nova proposta de trabalho.
A nova tarefa consiste em investigar justamente quem lhe causou sua quase morte, ruína profissional e desorganizou suas emoções.
Ao lado de Júlia Yagami, sua pupila necromante, aventuram-se pelo temeroso submundo repleto de seres inimagináveis.
Simplesmente surpreendente, uma história para fãs de literatura fantástica, de tirar o fôlego, onde criou uma atmosfera nova, com riqueza de detalhes, diálogos agradáveis, personagens muito bem construídos com uma trama irretocável.

*Resenha completa no blog!

site: http://arvoredoscontos.blogspot.com.br/2014/11/resenha-exorcismos-amores-e-uma-dose-de.html
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Gaby 27/12/2014

Exorcismos, amores e uma dose de blues!
Estava com um pouco de ressaca literária depois de ler muitos livros bons, porém quase todos do mesmo gênero, dei uma parada com as leituras pois precisava de algo novo, algo que me estimulasse novamente, foi quando o correio chegou com meu exemplar; exemplar este que foi cortesia pela parceria com o Grupo Autêntica.
Comecei a lê-lo e fui me sintonizando com os personagens, e adorando vivenciar a vida em Libertà, que trouxe muitas ideias novas para minha mente, a cada capítulo lido fui me empolgando e querendo mais e mais saber dos mistérios que rondavam a cidade, o que estava por trás dos assassinatos.
Libertà é uma cidade recheada de magia e seres oníricos onde quem comanda tudo a respeito do sobrenatural é o conselho de Hórus, uma espécie de polícia que ajuda a combater os acontecimentos feéricos que saírem de controle na cidade, ameaçando assim seus moradores humanos.
Thiago é um exorcista que foi expulso do Conselho por ter se envolvido com uma musa, tanto sentimental como sexualmente, porém alguns anos depois do acontecido e a musa já ter sido exorcizada do corpo de Liz, ela começa a amedrontar novamente a cidade, por esse motivo Thiago foi novamente chamado por Marcos Sardenha, seu antigo chefe, para ajudar a combater esse ser e também proteger Liz, para que ela não venha a ser possuída novamente.
O exorcista conta com a ajuda dos guarás e também de sua aluna Julia, uma necromante para poder desvendar todo esse mistério, e assim tentar novamente exorcizar a musa que está aterrorizando a todos.
Eles farão viagens ao Entremundos para pedir ajuda aos habitantes de lá, haverá muita surpresa, pois o Entremundos está um caos, será que existe uma ligação desse caos com a musa, será que realmente é ela que está por trás de todo o mistério? Fica a dúvida, e descubra tudo lendo Exorcismos, amores e uma dose de blues!



site: www.moradadolivro.blogspot.com
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Sophia.Cueto 08/02/2015

Exorcismos, amores e uma dose de blues por Eric Novello
*Resenha originalmente postada no blog https://lepaperwings.wordpress.com*

Exorcismos, amores e uma dose de blues é mais um que faz parte da pequena coleção momentos incríveis que me fazem lembrar da Bienal do Livro de São Paulo, já que eu tive alguns breves momentos de contatos com o Eric, o autor, que é uma pessoa super interessante!

Já faz alguns meses que eu li esse livro, então eu peço perdão se eu não conseguir fazer essa resenha com toda a precisão que eu normalmente costumo fazer, mas de forma geral eu me lembro bem dos eventos gerais dele ainda.

Ele vai tratar a história de Tiago, um exorcista experiente que foi expulso do Conselho de Hórus, que recebe uma proposta de trabalho um pouco fora do comum: terminar o trabalho que inicialmente foi a causa de seu fracasso no passado. O universo da história se passa por Libertá, que é uma espécie de São Paulo paralela, onde pessoas vivem de forma… digamos que harmoniosa com criaturas sobrenaturais. Além disso, o livro todo tem uma aura, uma ambientação um pouco mais pesada mesmo; enquanto eu lia o livro me imaginei perfeitamente tudo que o autor descrevia, todas as cenas, todos os detalhes de cenário, todas as trilhas sonoras, nada passou longe dos meus olhos e do meu pensamento.

O que eu posso dizer de primeira mão é que eu não diria que esse livro é tanto para uma categoria de young adult, ele estaria quase no meio termo entre o gênero e o adulto, mas também sem ser necessariamente um new adult por ser um livro de gênero fantástico como foco, e não o romance. Na verdade, o romance é uma das menores partes desse livro, o que pra mim foi uma coisa super positiva, já que eu já tava ficando um pouco saturada de livros com foco muito grande nos personagens e no romance deles.

O Eric foca muito sim no desenvolvimento do Anderson e da Julia – outra personagem – ao longo de todo livro, mas isso é neles como pessoas emocionalmente e também em suas profissões, já que o Anderson é um exorcista e a Julia é uma necromante. É muito bacana ver o personagem principal ficando cada vez mais forte a medida que você vai passando as páginas, mesmo que muitas vezes ele mesmo e as outras pessoas ao seu redor ficam duvidando da sua capacidade de lutar contra os seus erros do passado e se tornar uma pessoa melhor. Pra mim esse foi um dos pontos principais do livro, sem sombra de dúvidas.

Também gostei muito do desenvolvimento de Libertá, ela muito bem descrita, assim como as alusões aos outros reflexos paralelos. O Eric criou o universo no seu livro de uma forma que parece tão real que é possível se imaginar pegando de fato vivendo nele e fazendo coisas rotineiras nele, como indo para um bar ou casa de shows usando desde transporte público até um portal escondido nos fundos de um hostel perto da sua casa.

Foi um dos melhores livros que eu li ano passado, sem sombra de dúvidas é uma leitura que eu recomendo para muitas pessoas, principalmente à aquelas que são fãs de literatura fantástica e de música, acho que elas vão se identificar ainda mais com o personagem principal deste livro. Depois de ler EAEDB pode ter certeza que eu irei conferir outras obras do Eric no futuro, porque não apaixonei apenas com a história, mas com a escrita dele que foi extremamente cativante para mim.

Avaliação: 5/5 estrelas.

site: https://lepaperwings.wordpress.com
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Paula 16/06/2015

Ótimo!
Exorcismos, amores e uma dose de blues, do brasileiro Eric Novello se passa na cidade fictícia de Libertà, que nada mais é do que São Paulo inserida em um universo paralelo, em que seres humanos e sobrenaturais vivem em sociedade. Há criaturas oníricas, animais feitos de fumaça, guarás que têm o poder de se transformar, lúdicos e a Musa.

A história começa quando Tiago Boanerges, um exorcista amante de blues e apaixonado pela cantora Eliza Goulding, havia sido expulso do Conselho de Hórus, por ter fracassado em uma missão. O Conselho de Hórus é responsável pela investigação do comportamento de seres sobrenaturais. Tiago recebe um telefonema de seu supervisor, que lhe dá uma segunda chance de exorcizar a musa, que estava se apoderando das pessoas, controlando, suas mentes e provocando mortes.
Na obra, há várias referências culturais, sendo o romance Alice no país das Maravilhas, uma das mais fortes, já que os personagens atravessam espelhos e chegam ao Entremundos. As pequenas doses de blues permeiam a vida de Tiago, na sua rotina e na sua jornada no combate à Musa. São citados, Elmore James, BB King, Nina Simone, Luther Allison, entre outros. Aliás, Eric Novello chegou a montar uma playlist no spotify com todas as músicas.
Falando sobre a edição, a capa do livro é incrível e tem tudo a ver com a história. Notei uns poucos erros de revisão e também notei que um dos personagens da obra, o salvaxe Felipe Castilho tem o mesmo nome de um dos assistentes editoriais da Gutenberg. Ele não aparece muito na história, mas a família Castilho tem um papel importante nela.
Recomendo esse livro para quem gosta de música e de histórias de fantasia inseridas do mundo real. É uma história que mistura sonho e realidade e possibilita o encontro entre Tiago Boanerges e Nina Simone, uma história em que guarás fumam e ficam presos no trânsito, uma história que permite que um humano sobreviva sem o coração. Eric Novello tornou tudo isso possível, verossímil, por meio de uma narrativa bastante fluida e agradável.
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Igor Feijó 26/08/2015

Uma fantasia urbana com sons de mistério.
Primeiramente gostaria de dizer que o livro é uma obra sensacional, uma trama excelente construída e amarrada do inicio ao fim sem deixar o leitor perdido. O protagonista vive momentos angustiantes juntamente quando você acha que ele vai respirar, e isso é uma das sensações mais interessantes da história. Conhecer o mundo de Exorcismos, amores e uma dose de blues é viajar, não somente entre canções e suas mensagens, mas deslizar por entre as vielas que ninguém gostaria de te mostrar. Mostrar a verdade por trás de um teatro de sombras, intrigando-se com o fato delas serem puramente animadas sem a ajuda de um humano. A relação com os Magos é algo inovador, extremamente foda (se posso dizer assim), as criaturas apresentadas no livro são complexas, mas conseguem trazer ao mesmo tempo uma simplicidade envolvente.

Quanto mais eu leio, mais quero conhecer deste mundo vasto de possibilidades. De todas as certezas, se tem algo que aprendi com este livro é que:

Se me chamarem para o conselho de Hórus, por favor não contem comigo para casos que envolvam Musas.
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PorEssasPáginas 12/02/2016

A Cuca Recomenda: Exorcismos, amores e uma dose de blues - Por Essas Páginas
Neon Azul, de Eric Novello, foi uma das minhas melhores leituras do ano passado. Fui conquistada logo nas primeiras linhas e, a cada conto, via minha admiração crescer pela escrita do autor. Por isso, quando recebi Exorcismos, Amores e uma dose de blues da Gutenberg fiquei em êxtase! Logo comecei a ler (no início de 2016), mas acabei finalizando o livro apenas esses dias. Esse não é um romance para ser devorado, como os que eu mais me identifico, tampouco uma história que agradará a todos os paladares. Embora reconheça um bom texto quando vejo um, nem sempre meu paladar é tão refinado para apreciá-lo, e talvez tenha sido isso que ocorreu aqui.

Junte boa música, fantasia noir, magia, seres fantásticos e amor em todo tipo de dose e frascos, e então terá um vislumbre do que é Exorcismos, amores e uma dose de blues. É claro que o livro vai muito além. Tiago Boanerges é um exorcista que encontrou sua perdição em um caso no qual se apaixonou por uma musa, mas agora tem a chance de finalmente concluir sua missão – e, de quebra, reencontrá-la e outros amores e mistérios no caminho. O livro é uma sucessão de encontros fantásticos e conversas envoltas em fumaça e, cá entre nós, a palavra define bem meu sentimento: do início ao fim, o romance me pareceu enevoado, de certa forma imaterial, algo que eu não conseguia decifrar ou tocar. Foi como ser convidada para uma festa, mas ser deixada em um canto, sem ninguém para conversar.

“Poderia ser até o fim dessa vez. Não queria mais seu respeito nem se importava em morrer dentro dela. Na verdade, já estava morrendo, só não sabia disso.” Página 122

A escrita de Eric Novello continua muito bem trabalhada, impecável em vários sentidos, mas não funcionou para mim no formato romance. Talvez eu deva me manter nos contos do autor – pequenas doses de uma escrita de alto nível, que eu posso apreciar apenas como um drinque delicioso no canto de um bar. No livro, por sua vez, eu me senti confusa e desamparada, flutuando entre realidades e personagens pelos quais não consegui me envolver. Talvez as que eu tenha chegado mais próxima de sentir afeição foram Liz e Julia Yagami, duas personagens femininas belamente escritas, com personalidade e brilho próprios, e uma grande importância na trama. Do resto, nem tanto; o próprio Tiago por vezes me parecia distante, apenas levado pela correnteza dos acontecimentos. Não me apeguei o suficiente a ele.

Às vezes o livro parecia simplesmente grande demais, denso demais, e eu me cansava da leitura. Era muita informação para absorver, fatos, personagens e criaturas que poderiam ter sido um pouco mais apresentadas, não de maneira didática, claro, mas com um pouco mais de atenção. Era nesses momentos que me sentia mais no canto da festa e acabava deixando o livro de lado para me dedicar a outra leitura. Refletir sobre o que se lê é essencial, mas, como diz King, prefiro não fazer isso enquanto leio, mas sim depois. Algumas passagens ficaram extensas demais, enquanto informações que poderiam ajudar o leitor foram passadas rapidamente, fazendo com que ficasse difícil engrenar um melhor ritmo de leitura.

Não me entenda mal: Exorcismos, amores e uma dose de blues está bem longe de ser um livro ruim. Pelo contrário, é perceptível a escrita cuidadosa, a pesquisa e o domínio que o autor tem de seu próprio universo. Há, ainda, algumas menções à boate (ou bar, não sei) Neon Azul que me deixaram bem contente e revelam com o autor possui todas suas histórias interligadas entre si, o que é admirável. A escrita é de extremo alto nível, talvez alto nível demais para mim. Prefiro as coisas mais sólidas, mais diretas. Talvez apenas não seja um romance para mim. Talvez seja um romance para você. Boa viagem!

site: http://poressaspaginas.com/a-cuca-recomenda-exorcismos-amores-e-uma-dose-de-blues
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Laís Helena 22/02/2016

Resenha do blog Sonhos, Imaginação & Fantasia
Como a sinopse resume muito bem a premissa da história, partirei direto para o que interessa: o que achei dela.

A fantasia urbana nunca foi meu gênero favorito dentro da literatura especulativa, mas alguns livros (como Lobo de Rua e Filhos da Lua) fizeram meu apreço por ele crescer (e muito), além de me mostrar que tem muito romance sobrenatural por aí rotulado como fantasia urbana (e eu não sou muito fã de tramas em que o romance é posto em primeiro plano em detrimento do desenvolvimento do enredo, o que explica meu desânimo com o que imaginava ser esse gênero). E Exorcismos, Amores e uma Dose de Blues veio para me mostrar, mais uma vez, que fantasia urbana pode ser, sim, muito interessante.

Vou quebrar o padrão que costumo usar em minhas resenhas e começar falando da ambientação. A história se passa em Libertà, uma cidade fictícia que fica no Brasil e é muito parecida com São Paulo. E, enquanto a história envolve o leitor, vai apresentando diversos aspectos que constroem o clima urbano, como as pessoas apressadas, o trânsito, os prédios e bares e as conversas por celular e pesquisas na internet. Mas Exorcismos tem um diferencial: as criaturas fantásticas não são um segredo conhecido por uns poucos sortudos. Neste universo, magos, oníricos, salvaxes e diversas outras criaturas fantásticas andam abertamente pela cidade e até mesmo sofrem certo preconceito por serem quem são. E toda essa miscelânea de seres foi apresentada com cuidado, sem quebrar a coerência, sem fazer parecer que são elementos jogados na história sem nenhum planejamento, ao mesmo tempo em que o ar fantástico e misterioso é mantido. Entrar nessa história não é nem um pouco difícil.

A narrativa em terceira pessoa salta de um ponto de vista para o outro no mesmo capítulo e, embora eu prefira histórias em que cada capítulo ou subcapítulo se dedica a um único personagem, isso de maneira nenhuma prejudicou a trama ou a minha imersão no livro. Acompanhamos principalmente Tiago Boanerges, o protagonista, e Julia Yagami, a jovem necromante que é sua aluna, mas também vemos pelos olhos de outros personagens, o que aumentou o mistério em torno do que realmente estava acontecendo e fortaleceu a caracterização dos personagens secundários.

O leitor já é jogado logo de cara na história, sem pausas para explicações sobre quem são os personagens ou como funciona Libertà ou o Entremundos, a cidade entre os reflexos; as informações são largadas aos poucos e de forma natural nos diálogos ou na própria narrativa, e conhecemos as ambientações aos poucos, como turistas em uma visita.

Mas o ponto alto do livro é a trama. Foi muito bem arquitetada, e nada é óbvio ou previsível. Há mistérios por trás de mistérios, e todos guardam um segredo. Cada pista leva a lugares e situações cada vez mais improváveis, e isso, em meio a exorcismos, magos e criaturas fantásticas, serve para aproximar o enredo do leitor, para dar aquele ar de realidade que torna todos os demais elementos ainda mais críveis. E no final é possível ver que cada pista teve seu propósito, nada foi deixado para trás ou colocado apenas para despistar o leitor. Algumas coisas são deixadas em aberto, deixando que o leitor deduza o final com base em tudo o que foi apresentado (embora eu não tenha muita certeza de que o meu palpite esteja correto).

Como único ponto negativo, achei que algumas coisas ficaram um pouco vagas. Pequenos detalhes, nada que prejudique a trama, mas me fizeram voltar alguns parágrafos de vez em quando. Afora isso, recomendo fortemente o livro para qualquer fã de fantasia, urbana ou não!

site: http://contosdemisterioeterror.blogspot.com.br/2016/02/resenha76.html
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raposisses 29/08/2016

Construção de mundo ótima, mas o resto deixou um pouco a desejar
Comecei a ler esse livro super empolgada: um livro de um escritor brasileiro, ambientado em São Paulo, sobre exorcismos, fantasmas, e outros eventos sobrenaturais, e um protagonista bissexual! Parecia a receita perfeita, certo? Pois é, estou muito triste em dizer que acabei me decepcionando um pouco . O melhor desse livro é com certeza o mundo que Eric Novello constrói. Ele transforma São Paulo em Libertá, uma cidade-foco dos oníricos - como os espíritos são chamados - e em várias partes da história há descrições de lugares conhecidos, mas modificados pela existência da magia e do sobrenatural. Vários outros seres também são introduzidos, como lobisomens, e todos têm seu lugar nesse mundo; é tudo tão bem integrado que realmente parece que Libertá poderia ser uma cidade de verdade. Mas enquanto eu amei a construção de mundo, a história e os personagens em si... nada despertou meu interesse. Na verdade saí desse livro com uma sensação muita estranha de que, enquanto várias coisas acontecem na história, ao mesmo tempo parece que nada está acontecendo. A história não me prendeu, e os personagens não me convenceram - enquanto Libertá poderia ser uma cidade real, em nenhum momento senti que os personagens eram algo além de personagens fictícios.
Não desisti dos livros de Eric Novello, e muito mesmo diria que esse livro não vale a pena ser lido - Libertá merece ser conhecida, pelo menos -, mas não posso fingir que não esperava mais de Exorcismos, Amores e Uma Dose de Blues. Quem sabe na próxima.

site: raposisses.wordpress.com
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Aninha de Tróia 09/05/2017

Gostei bastante do livro e do mundo criado pelo autor. O começo foi difícil para mim porque eram muito seres e lugares diferentes e eu estava bastante distraída na leitura. Então, decidi recomeçar e ler com mais calma; aí funcionou. Estava meio decidida a não gostar do protagonista, mas não resisti (o Tiago é um amorzinho, o mundo precisa de mais Tiagos, rsrs). Achei a maioria dos personagens interessantes, principalmente o Jacques e a Julia. A escrita me confundiu em algumas partes, não sabia o que era presente e o que era passado, mas, relendo devagar e com atenção, consegui resolver isso. Pretendia dar 4 estrelas para o livro, mas o final me encantou e conseguiu a nota máxima, rs. Pretendo ler mais obras do autor e adoraria uma sobre a Julia
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Lit.em Pauta 28/07/2017

Literatura em Pauta: seu primeiro portal para críticas e notícias literárias!

"Exorcismos, amores e uma dose de blues é uma fantasia urbana capaz de surpreender com seus aspectos fantásticos e de intrigar com seus mistérios e clima noir. Embora falhe em certos aspectos de sua trama, o romance ainda constitui uma dos melhores exemplares de fantasia urbana nacional"

Participe da discussão, conferindo a crítica completa em:

site: http://literaturaempauta.com.br/Livro-detail/exorcismos-amores-e-uma-dose-de-blues-critica/
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@aiinulindale 30/08/2019

Eu tenho tantas coisas pra falar desse livro
que eu queria saber por onde começar.
Logo de cara somos apresentados pelo autor a uma narrativa composta por elementos simples, que se desenrola sem rodeios na maior parte da obra. O livro segue a história de Tiago, um exorcista, ao qual somos apresentados ao mesmo tempo em que entendemos que perdeu sua posição de prestígio em uma organização conhecida como "Conselho de Horus" devido a um deslize em seu último caso. A história se passa em uma São Paulo distópica, denominada "Libertà", e logo compreendemos que a localidade faz parte do que foi chamado de "Quimera", uma composição de vários "reflexos" (realidades alternativas) ligadas por uma realidade intermediária chamada "Entremundos". Tiago é contactado por seu ex chefe para resolver um novo caso de forma extra-oficial, o qual seu ex-chefe acredita ter relação com o fatídico caso que colocou Tiago fora dos negócios no Conselho de Horus.
Somos apresentados aos mais diversos tipos de seres que existem nesse mundo, cada um com características diversas, o livro está recheado de referências à outras obras, algumas sutis, outras que falam abertamente ao leitor sua intenção.
Vou começar com os pontos positivos, declarando de antemão que diversas coisas me incomodaram durante a leitura.
O livro compõe uma fantasia dentro de um mundo riquíssimo, a gama de personagens é diversa e bem construída, as espécies de seres são inúmeras e confortam o coração de qualquer bom amante de seres fantásticos, é dinâmico e de narrativa direta, fazendo da leitura uma experiência fluida e repleta de acontecimentos.
O mundo criado tem uma qualidade muito boa.

Mas... E o desenvolvimento?
Aqui mora a minha pior pulga atrás da orelha com esse livro. A obra me parece ser um resumo de pelo menos três outros livros, carecendo de desenvolvimento para os coadjuvantes, com pouquíssima exploração de um mundo tão rico como foi criado, aqui você não encontra respostas sobre o motivo de cada reflexo, cada espécie, elas não são bem desenvolvidas tanto quanto são pouco comentadas ao longo do livro, trazendo o mínimo de informação necessária para que o leitor entenda seu papel na história do personagem principal, e somente isso.
Pode ser o estilo do escritor, não sei, mas para mim como leitora a narrativa parece crua, carece de boas conexões e tem um linguajar um tanto pobre para o tipo de história que se propõe. A estrutura não me agrada, nenhum parágrafo é desperdiçado, porém a história não dá pausas em quase nenhum momento, trazendo informações corridas e com baixa gama de explicação, onde muitas informações ficam subentendidas ou jogadas ao vácuo.
Eu realmente não sei qual foi a intenção do autor do meio da obra para o final, foram dois plot-twists mal executados, que se me perguntarem não serviram de nada para enriquecer a história e só a deixou extremamente confusa explicitando a carência de informações já recorrente na obra. Um plot-twist como o que foi apresentado requere, em minha opinião, um adentramento das motivações de cada grupo de personagens mas, ao invés disso, recebemos uma justificativa superficial e difícil de ser "comprada" por um leitor mais crítico.
Em um overall, eu gostaria de ver o autor republicar essa história, de forma mais livre, de repente com uma outra editora, e talvez eu ficasse satisfeita com um alongamento deste universo, mesmo que com a mesma saga, por pelo menos uma trilogia de livros.
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giio 30/06/2020

bem alice no país das maravilhas
é um ótimo livro de fantasia urbana com bons personagens e enredo intrigante.

Humanos, oníricos, lúdicos, salvaxes, magos e outros mundos fazem a história caminhar para o inesperado

É como a história de alice nos país das maravilhas, não dá pra saber o que te aguarda na próxima página

infelizmente, fiquei com a impressão de estava jogando um jogo do qual não me explicaram as regras. eu nunca sabia quando os personagens estavam mesmo em perigo ou quando era tudo ilusão/alucinação/sonho. ficou a sensação de poderia ter sido melhor.

o livro tinha todos os elementos que adoro mas foi só ok. entretanto, é uma opinião pessoal. o livro é caprichado, intrigante, colorido, bem editado e poético. lerei mais do autor se eu tiver a oportunidade.
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@bardoriano 20/01/2021

Maravilhosamente original
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E minha primeira leitura foi essa lindeza do @novelloeric. Um autor já super querido. Conheci seu trabalho através de NEON AZUL, que li ano passado e adorei, e estava bem curioso pra conferir Exorcismos, amores e uma dose de Blues.

Que claramente amei, pois é um universo bem criado e com um cenário noir, que conheci através do livro, apesar de, depois de saber o que é, já assisti filmes no estilo. Tem uma aura de mistério e sombrio permeando o enredo.

Comecei meio distraído e fiquei aéreo, mas depois que começa entender, leitura flui muito bem. Uma ideia bem original e um universo bem curioso e interessante. Não queria largar.



Em suma vamos conhecer Tiago Boanerges, um exorcista expulso do Conselho de Hórus, uma organização responsável por investigar comportamentos Sobrenaturais. Mas terá uma segunda chance de conserta seu fracasso da última missão, encarar o amor/monstro que lhe custou o coração.


E em meio a exorcismos, amores, seres fantásticos e blues essa Fantasia Urbana irá lhe conquistar. Um nacional excelente e Eric é um daqueles autores que devemos está sempre de olho.

Então me contem. Já leu algo do autor? Tem vontade? Até a próxima! ?

#RESENHAMANÍACA
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